Série “O Rio de Janeiro desaparecido” X – No Dia dos Namorados, um pouco da história do Pavilhão Mourisco em Botafogo

 

 

Projetado inicialmente para ser um music-hall, nos moldes do Horloge ou do Ambassateurs, ambos situados na avenida dos Campos Elíseos, em Paris, o Pavilhão Mourisco nunca chegou a ser uma casa de espetáculos, mas teve sucesso como bar e restaurante, montado com um luxo realmente asiático, durante os primeiros anos de sua existência. Foi encomendado durante a gestão do prefeito do Rio de Janeiro, Francisco Pereira Passos (1836 – 1913), mas foi inaugurado no início de 1907, quando a prefeitura já estava sob o comando de Francisco Marcelino de Souza Aguiar (1855 – 1935) (Gazeta de Notícias, 10 de fevereiro de 1907, penúltima coluna).

 

 

Localizado na Praia de Botafogo na recém inaugurada, em 1906, Avenida Beira-Mar (Gazeta de Notícias, 13 de novembro de 1906), em frente à Rua Voluntários da Pátria, seu projeto foi do arquiteto e engenheiro francês naturalizado brasileiro Alfredo Burnier (18? – 1929) (Correio da Manhã, 21 de agosto de 1929, quarta coluna), da Diretoria de Obras e Viação da Prefeitura do Rio de Janeiro (Jornal do Brasil, 23 de janeiro 1903, sexta coluna). Seu estilo era, de acordo com o também arquiteto e engenheiro, o espanhol Adolfo Morales de Los Rios Filho (1887 – 1973), neo-persa, nada tendo de mourisco, como vulgar e erradamente, foi denominado.

Segundo Charles Julius Dunlop (1908 – 1997), autor da coluna “Rio Antigo”, no jornal Correio da Manhã:

À noite, o Pavilhão era todo iluminado. No terraço, em tôrno, havia mesas, onde se bebia cerveja e refrescos. Na parte interna ficavam o salão de chá e o restaurante, para os jantares e as ceatas alegres nos discretos gabinetes reservados. A fotografia mostra o Pavilhão Mourisco em 1907. O edifício era coberto por um grupo de cinco cúpulas douradas. Duas escadas de mármore davam acesso às varandas no primeiro pavimento, calçadas a ladrilho espanhol. Nas colunas ao lado das entradas e no teto decorado liam-se numerosas inscrições árabes. No porão alto ficavam as cozinhas, a despensa e a adega. A pequena construção que se vê à esquerda era o “guignol”, que fazia a delícia da petizada . Nas tardes de espetáculo, o teatrinho de marionetes era cercado pelas crianças. A hora de subir o pano, tomavam lugares nos bancos enfileirados diante do palco, o arrecadador de níqueis procedia à sua frutuosa diligência e o divertimento principiava, sob risadas gostosas da criançada. Nos fundos do teatrinho havia um carrossel e um rinque de patinação”. 

Abaixo, a reprodução de uma matéria da revista Fon-Fon, de 10 de agosto de 1907, sobre o Teatro Guignol de Botafogo.

 

Fon-Fon, de 1907

 

guignol1

 

Já no ano de sua inauguração abrigou os convidados da prefeitura do Rio de Janeiro durante a Festa Veneziana, realizada em 11 de março de 1907, com a presença do ex-presidente da Argentina, o general Julio Roca (1843 – 1914) (Gazeta de Notícias, 12 de março de 1907, quinta coluna) e foi o local de um banquete em comemoração ao jubileu artístico do maestro e compositor Arthur Napoleão (1843 – 1925) (Revista da Semana, 1º de setembro de 1907).

Em 1908, foi noticiado que o número de patinadores amadores aumentava no rinque de patinação do Pavilhão (Fon-Fon, 9 de maio de 1908) e os eventos sociais elegantes eram frequentes. Diversos ocorreram, organizados pelo governo, durante a Exposição Nacional de 1908, na região da Urca, vizinha ao bairro de Botafogo, em comemoração ao centenário da Abertura dos Portos às Nações Amigas (Fon-Fon, 22 de agosto de 1908). Porém algumas notícias insinuavam que sua gestão era incompetente, pois no início da noite já faltavam vários ítens como sorvete, cerveja e gelo (Fon-Fon, 22 de fevereiro de 1908).

Seu carrossel e a democrática aproximação de classes que ele produzia foi assunto, em tom sarcástico, da coluna “Notas Mundanas” da revista Fon-Fon de 4 de abril de 1908.

 

 

Em 1910, o chefe de polícia Leoni Ramos (1857 – 1931) foi homenageado com um banquete (Revista da Semana, 26 de junho de 1910) e outros aconteceram no local ao longo desse ano e de 1911, mas já nessa época a imprensa noticiava o pouco movimento no Pavilhão Mourisco e arriscava até profecias comparando sua solidão com a do Palácio Monroe. O fato é que os dois prédios foram demolidos: o primeiro em 1950 e, o segundo, em 1976 (Fon-Fon , 1º de janeiro de 1910Careta, 23 de setembro de 1911, e Fon-Fon, 25 de março de 1911).

 

 

Foi publicada uma fotografia dos patinadores do rinque do Pavilhão Monroe, na Revista Fon-Fon, de 14 de janeiro de 1911.

 

 

Em 1912, procurava por todos os meios e modos  tornar-se o ponto atraente por excelência da jeneusse dorée que ama as noitadas alegres e ruidosas (Revista da Semana, 9 de março de 1912).

Os aniversários da revista Fon-Fon, em 1912 e em 1913, foram comemorados no Mourisco assim como um grupo de amigos ofereceu, no local, um banquete ao deputado Flores da Cunha (1880 – 1959) (Fon-Fon, 20 de abril e 8 de junho de 1912, e de 19 de abril de 1913). Na fotografia abaixo, está destacada a presença do caricaturista Raul Pederneiras (1874 – 1953), um dos representantes da Revista da Semana na comemoração do aniversário da Fon-Fon, em 1912.

 

 

Em 1913, os escritores Manoel Ugarte (1875 – 1951) e Coelho Neto (1864 – 1934) também foram homenageados com banquetes no Pavilhão. Em 1914, foi realizada uma festa de caridade com a presença dos caricaturistas Raul Pederneiras e J. Carlos (1854 – 1950) (Fon-Fon, 4 de julho de 1914 e Revista da Semana, 4 de julho de 1914).

 

 

Em 1915, o prefeito Rivadávia Corrêa (1866 – 1920 ) cedeu o Pavilhão Mourisco, já mal conservado, para sediar chás e concertos dançantes, eventos beneficentes das Senhoras do Patronato de Menores. Em um deles, houve uma apresentação do músico Catulo da Paixão Cearense (1863 – 1946). Para esses eventos foram feitas algumas restaurações e construções (Revista da Semana, 16 de outubro de 1915Fon-Fon, 20 de novembro de 1915Revista da Semana, 23 de outubro de 1915 e Revista da Semana, 20 de novembro de 1915).

 

 

Em 1917, o Pavilhão Mourisco estava fechado e no ano seguinte foi publicada uma matéria na Revista da Semana de 9 de março de 1918 informando que mais uma vez desvanecia-se a esperança de ver o Pavilhão Mourisco reintegrado na função que lhe destinara o grande Passos, de um pequeno Armenonville no extremo das avenidas e jardins da Beira-Mar. O concessionário explica sua desistência pela vizinhança infectada “City Improvements”, que a certas horas do dia e da noite espalha pela enseada de Botafogo os seus miasmas pestilentos, o que, aliás, igualmnete sucede no jardim da Glória e na praia do Russell. Continuava apontando também a abertura da avenida Atlântica e a edificação de bairros como Copacabana, Leme e Ipanema como outros motivos do abandono do Mourisco.

 

 

Em 1919, foi construída a nova sede social do Club de Regatas do Botafogo, onde ficava o rinque de patinação do Mourisco (O Jornal, 1º de julho de 1919, quarta coluna). Os preparativos para a participação do Brasil nos Jogos Olímpicos da Antuérpia de 1920, que seria a primeira do país em olimpíadas, foram realizados no Pavilhão Mourisco, que sediava provisoriamente a Confederação Brasileira de Desportos (Correio da Manhã, 7 de fevereiro de 1920, quarta coluna).

A primeira feira livre de diversos gêneros no Rio de Janeiro foi instalada, em 17 de abril de 1921, junto ao  Pavilhão Mourisco, e funcionava de 7 às 11 horas da manhã.

O prédio foi cedido pela prefeitura para ser a sede da União dos Escoteiros do Brasil, em 1926, mesmo ano em que foi inaugurada a primeira linha de ônibus lançada pela Light, que ligava o Mourisco à avenida Almirante Barroso (Fon-Fon, 19 de junho de 1926, última coluna). O Mourisco tornava-se, assim, uma topomínia.

 

 

Em 1932, aconteceu no Pavilhão Mourisco um festival de arte em benefício da Caixa da Associação dos Funcionários do Lloyd Brasileiro, uma noite de verdadeiro encantoNela tomaram parte elementos de relevo nos meio artísticos e mundanos desta capital (Fon- Fon, 16 de julho de 1932).

Sediou, sob a direção da poeta Cecília Meireles (1901 – 1964), a Biblioteca Infantil do Distrito Federal, de 1934 a 1937 (Jornal do Brasil, 28 de abril de 1934, terceira coluna; e 29 de maio de 1934, segunda coluna), quando foi fechada, pelo Estado Novo, tornando-se um departamento coletor de impostos (Correio da Manhã, 21 de outubro de 1937, quinta coluna; e 20 de julho de 1938, oitava coluna). Em dezembro de 1949, a última inquilina do antigo Pavilhão Mourisco, a Casa Maternal Recreio Pindorama para Crianças foi transferida de lá para uma casa também em Botafogo. Finalmente, na década de 1950, o Pavilhão Mourisco foi demolido para a construção do Túnel do Pasmado (Correio da Manhã, 4 de março de 1950, terceira coluna; O Jornal, 13 de abril de 1950, quinta coluna; O Jornal, 1 de fevereiro de 1953, quinta coluna; Tribuna da Imprensa, 31 de janeiro de 1951, primeira coluna; A Manhã, 5 de maio de 1953; Gazeta de Notícias, 29 de junho de 1950, última coluna; Revista Municipal de Engenharia, abril/junho de 1950).

 

 

Em 1952, foi demolido durante a administração João Carlos Vital (1900 – 1984) para dar espaço para o Túnel do Pasmado.

 

 

Atualmente, no local está o Centro Empresarial Mourisco (Site Centro Empresarial Mourisco)

 

Dia dos Namorados no Brasil

A data dedicada aos namorados foi criada, no Brasil, pelo publicitário João Doria (1919 – 2000), e é comemorada no dia 12 de junho, véspera do Dia de Santo Antônio, que por tradição é considerado o santo casamenteiro. Dória trouxe a ideia do exterior e a apresentou aos comerciantes paulistas, iniciando, em junho de 1949, uma campanha com o slogan “não é só com beijos que se prova o amor” (Diário da Noite27 de maio de 1949, última coluna9 de junho de 1949; e Revista da Semana, 18 de junho de 1949; Il Moscone, 25 de junho de 1949).

 

O título deste artigo foi alterado de No Dia dos Namorados, um pouco da história do Pavilhão Mourisco em Botafogo para Série O Rio de Janeiro desaparecido X – No Dia dos Namorados, um pouco da história do Pavilhão Mourisco em Botafogo, em 16 de setembro de 2021.

 

Andrea C. T. Wanderley

Editora e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica

 

Fontes:

Dunlop, Charles Julius. Rio Antigo. Rio de Janeiro: Editora Rio Antigo, 1963.

FERNANDES, Neusa; COELHO,Olino Gomes P. Efemérides Cariocas. Rio de Janeiro, 2016.

Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional

MOTA, Isabela; PAMPLONA, Patricia. Vestígios da paisagem carioca: 50 lugares desaparecidos do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro ; Mauad X, 2019.

Site Centro Cultural do Movimento Escoteiro

Site Diário do Rio

Site Centro Empresarial Mourisco

Site Enciclopédia Itaú Cultural

 

Outras publicações da Brasiliana Fotográfica no Dia dos Namorados:

Fotografia e namoro, de autoria de Elvia Bezerra, publicado, em 12 de junho de 2018 .

No Dia dos Namorados, o álbum “Vistas de Petrópolis” e o fotógrafo alemão Pedro Hees (1841-1880),  de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora da Brasiliana Fotográfica, publicado em 12 de junho de 2023.

 

Links para os outros artigos da Série O Rio de Janeiro desaparecido

 

Série O Rio de Janeiro desaparecido I Salas de cinema do Rio de Janeiro do início do século XXde autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicado na Brasiliana Fotográfica em 26 de fevereiro de 2016.

Série O Rio de Janeiro desaparecido II – A Exposição Nacional de 1908 na Coleção Família Passos, de autoria de Carla Costa, historiadora do Museu da República, publicado na Brasiliana Fotográfica, em 5 de abril de 2018.

Série O Rio de Janeiro desaparecido III – O Palácio Monroe, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicado na Brasiliana Fotográfica, em 9 de novembro de 2016.

Série O Rio de Janeiro desaparecido IV - A via elevada da Perimetral, de autoria da historiadora Beatriz Kushnir, publicado na Brasiliana Fotográfica em 23 de junho de 2017.

Série O Rio de Janeiro desaparecido V – O quiosque Chopp Berrante no Passeio Público, Ferrez, Malta e Charles Dunlopde autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portalpublicado na Brasiliana Fotográfica em 20 de julho de 2018.

Série O Rio de Janeiro desaparecido VI – O primeiro Palácio da Prefeitura Municipal do Rio de Janeirode autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicado na Brasiliana Fotográfica em 12 de setembro de 2018.

Série O Rio de Janeiro desaparecido VII – O Morro de Santo Antônio na Casa de Oswaldo Cruzde autoria de historiador Ricardo Augusto dos Santos da Casa de Oswaldo Cruzpublicado na Brasiliana Fotográfica em 5 de fevereiro de 2019.

Série O Rio de Janeiro desaparecido VIII – A demolição do Morro do Castelode autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portalpublicado na Brasiliana Fotográfica em 30 de abril de 2019.

Série O Rio de Janeiro desaparecido IX – Estrada de Ferro Central do Brasil: estação e trilhosde autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicado na Brasiliana Fotográfica em 12 de novembro de 2019.

Série O Rio de Janeiro desaparecido XI – A Estrada de Ferro do Corcovado e o mirante Chapéu de Sol, de autoria de Andrea C.T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicado na Brasiliana Fotográfica em 22 de julho de 2021.

Série O Rio de Janeiro desaparecido XII – o Teatro Lírico (Theatro Lyrico), de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicado na Brasiliana Fotográfica em 15 de setembro de 2021.

Série O Rio de Janeiro desaparecido XIII – O Convento da Ajuda, de autoria de Andrea C.T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicado na Brasiliana Fotográfica em 12 de outubro de 2021.

Série O Rio de Janeiro desaparecido XIV – O Conselho Municipal, de autoria de Andrea C.T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicado na Brasiliana Fotográfica em 19 de novembro de 2021.

Série O Rio de Janeiro desaparecido XV – A Praia de Santa Luzia no primeiro dia do verão, de autoria de Andrea C.T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicado na Brasiliana Fotográfica em 21 de dezembro de 2021.

Série O Rio de Janeiro desaparecido XVI – O prédio da Academia Imperial de Belas Artes, de autoria de Andrea C.T. Wanderley, publicado na Brasiliana Fotográfica em 13 de janeiro de 2022.

Série O Rio de Janeiro desaparecido XVII – Igreja São Pedro dos Clérigos, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicado na Brasiliana Fotográfica em 18 de março de 2022.

Série O Rio de Janeiro desaparecido XVIII – A Praça Onze, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicado na Brasiliana Fotográfica em 20 de abril de 2022.

Série O Rio de Janeiro desaparecido XIX – A Igrejinha de Copacabana, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicado na Brasiliana Fotográfica em 23 de junho de 2022.

Série O Rio de Janeiro desaparecido XX – O Pavilhão dos Estados, futuro prédio do Ministério da Agricultura, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicado na Brasiliana Fotográfica em 26 de julho de 2022.

Série O Rio de Janeiro desaparecido XXI – O Chafariz do Largo da Carioca, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicado na Brasiliana Fotográfica em 19 de setembro de 2022. 

Série O Rio de Janeiro desaparecido XXII – A Cadeia Velha que deu lugar ao Palácio Tiradentes, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicado na Brasiliana Fotográfica em 11 de abril de 2023

Série O Rio de Janeiro desaparecido XXIII e Avenidas e ruas do Brasil XVII A Praia e a Rua do Russel, na Glória, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicada em 15 de maio de 2023

Série O Rio de Janeiro desaparecido XXIV – O luxuoso Palace Hotel, na Avenida Rio Branco, uma referência da vanguarda artística no Rio de Janeiro, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicada em 4 de julho de 2023

Série O Rio de Janeiro desaparecido XXV – O Theatro Phenix, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicada em 5 de setembro de 2023

Série O Rio de Janeiro desaparecido XXVI – Conclusão do arrasamento do Morro do Castelo por Augusto Malta, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicada em 14 de dezembro de 2023

Série O Rio de Janeiro desaparecido XXVII e Série Os arquitetos do Rio de Janeiro V – O Jockey Club e o Derby Club, na Avenida Rio Branco e o arquiteto Heitor de Mello (1875 – 1920), de autoria de Andrea c. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, em 15 de janeiro de 2024

Série “O Rio de Janeiro desaparecido” V – O quiosque Chopp Berrante no Passeio Público, Ferrez, Malta e Charles Dunlop

Antigamente no passeio público a esquerda de quem entrava pelo portão da rua do Passeio, existia um bar ao ar livre, dos apelidados pelo público de “Chopp Berrante”. Nesse bar havia um teatrinho, onde aos domingos acorria a garotada e todas as noites se exibiam cançonetistas acompanhados ao piano. A consumação obrigatória pagava o espetáculo. O bar era arrendado pela prefeitura ao senhor Arnaldo Gomes de Souza’.

Assim Charles Julius Dunlop (1908–1987), escritor e entusiasta do Rio Antigo, começava seu texto intitulado O Chopp Berrante do Passeio Público, publicado na Revista G.E., em 1956. Dunlop trabalhou entre 1927 e 1976 no departamento jurídico da Light, empresa onde conheceu, em meados da década de 30, o fotógrafo Augusto Malta (1864 – 1957), que trabalhava na Prefeitura do Rio de Janeiro, e havia sido designado para cobrir a inauguração de uma usina de força da empresa. Esse encontro foi decisivo no interesse de Dunlop por fotografias e histórias cariocas. Entre 1952 e 1955, ele publicou a coluna “Rio Antigo”, no jornal Correio da Manhã, muitas vezes ilustrada por fotos de Malta (Correio de Manhã, 30 de maio de 1952).

 

 

Acessando o link para as fotografias de autoria de Augusto Malta disponíveis na Brasiliana Fotográfica, o leitor poderá magnificar as imagens e verificar todos os dados referentes a elas.

 

Um pouco da história do quiosque Chopp Berrante e da parceria entre Arnaldo Gomes e Marc Ferrez – os primórdios do cinema no Brasil

Localizava-se no Passeio Público, concorrido ponto de encontro da população carioca nos séculos XVIII e XIX e primeiro parque ajardinado do Brasil. Já no século XX, entre 1902 e 1906, na gestão do prefeito Francisco Pereira Passos (1836 – 1913), o Passeio Público recebeu diversos melhoramentos e foi inaugurado o primeiro aquário de água salgada da América do Sul, em 18 de setembro de 1904 (Gazeta de Notícias, 19 de setembro de 1904, na última coluna sob o título “O Aquarium”). Possivelmente, o Chopp Berrante no Passeio Público foi inaugurado em 1900, quando esse tipo de estabelecimento era um dos locais do universo de entretenimento da belle époque. Acredita-se que Catulo da Paixão Cearense (1866 – 1946) tenha sido um dos muitos músicos que se apresentaram no Chopp Berrante no Passeio Público.

 

 

O dono do Chopp Berrante no Passeio Público, Arnaldo Gomes de Souza, é o senhor de calça branca retratado na imagem acima. O fotógrafo Marc Ferrez (1843 – 1923) vendia aí seus filmes para que Arnaldo os exibisse em lençóis estendidos entre as árvores, no jardim do parque. No final de 1905, a Casa Marc Ferrez & Filhos passou a ser a fornecedora exclusiva do cinematógrafo ao ar livre Passeio Público, que existiu entre em 28 de outubro de 1905 e 2 de novembro de 1906. Apesar de ter um repertório pouco variado, o cinematógrafo do Passeio Público aumentou a concorrência do quiosque que, segundo Dunlop, passou a ser ponto obrigatório dos primeiros fãs de cinema da cidade.

Em sociedade com Arnaldo, Ferrez arrendou os prédios de número 145 e 149 da Avenida Central e inaugurou, em 18 de setembro de 1907, o Cinema Pathé, o terceiro da cidade (Gazeta de Notícias, 18 de setembro de 1907, nas sexta e sétima colunas). O primeiro, Chic, foi inaugurado em 1º de agosto de 1907; o segundo, Parisiense, foi aberto em 9 de agosto do mesmo ano.

A firma de Arnaldo e Ferrez chamava-se Arnaldo & Cia, omitindo a participação de Ferrez porque Charles Pathé (1863 – 1957), um dos proprietários da Pathé Frères, proibia que seus distribuidores e representantes possuíssem cinematógrafos. Em 1908, a sociedade de Ferrez com Arnaldo Gomes de Souza foi denunciada pelo concorrente de Ferrez, Jácomo Rosário Staffa, proprietário do cinema Parisiense. Ainda nesse ano, Ferrez e Arnaldo Gomes de Souza produziram o filme, Nhô Anastácio chegou de viagem, dirigido por Julio Ferrez. É considerada a primeira comédia cinematográfica brasileira e foi estrelada por Antônio Cataldi, José Gonçalves Leonardo e Ismênia Matteo. Em 1911, a sociedade de Marc Ferrez com Arnaldo Gomes de Souza foi desfeita.

 

 

Acessando o link para as fotografias de autoria de Mar Ferrez disponíveis na Brasiliana Fotográfica, o leitor poderá magnificar as imagens e verificar todos os dados referentes a elas.

A revista O Cruzeiro publicou ao longo de 1951 uma série de matérias intituladas Fotografias do Rio Antigo sobre a obra de Marc Ferrez na segunda metade do século XIX. As compilações e a legendas das imagens assim como os textos das matérias foram feitos pelo neto do fotógrafo, Gilberto Ferrez (1908 – 2000), o primeiro historiador da fotografia no Brasil. Muitas imagens reproduzidas nessas matérias estão no acervo da Brasiliana Fotográfica.

Seguem os links para as matérias:

O Cruzeiro, 9 de junho de 1951 

O Cruzeiro, 16 de junho de 1951 

O Cruzeiro, 30 de junho de 1951 

O Cruzeiro, 14 de julho de 1951 

O Cruzeiro, 28 de julho de 1951 

O Cruzeiro, 11 de agosto de 1951 

O Cruzeiro, 25 de agosto de 1951

O Cruzeiro, 22 de setembro de 1951 

O Cruzeiro, 13 de outubro de 1951

 

O título deste artigo foi alterado de O quiosque Chopp Berrante no Passeio Público, Ferrez, Malta e Charles Dunlop para Série “O Rio de Janeiro desaparecido” - O quiosque Chopp Berrante no Passeio Público, Ferrez, Malta e Charles Dunlop, em 16 de setembro de 2021.

 

Publicações da Brasiliana Fotográfica em torno da obra do fotógrafo Marc Ferrez 

 

O Rio de Janeiro de Marc Ferrez, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora da Brasiliana Fotográfica, publicada em 30 de junho de 2015

Obras para o abastecimento no Rio de Janeiro por Marc Ferrez , de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora da Brasiliana Fotográfica, publicada em 25 de janeiro de 2016

O brilhante cronista visual Marc Ferrez (7/12/1843 – 12/01/1923), de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora da Brasiliana Fotográfica, publicada em 7 de dezembro de 2016

Do natural ao construído: O Rio de Janeiro na fotografia de Marc Ferrez, de autoria de Sérgio Burgi, um dos curadores da Brasiliana Fotográfica, publicada em 19 de dezembro de 2016

No primeiro dia da primavera, as cores de Marc Ferrez (1843 – 1923), de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora da Brasiliana Fotográfica, publicada em 22 de setembro de 2017

Marc Ferrez , a Comissão Geológica do Império (1875 – 1878) e a Exposição Antropológica Brasileira no Museu Nacional (1882), de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora da Brasiliana Fotográfica,  publicada em 29 de junho de 2018

Uma homenagem aos 175 anos de Marc Ferrez (7 de dezembro de 1843 – 12 de janeiro de 1923), de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora da Brasiliana Fotográfica, publicada em 7 de dezembro de 2018 

Pereira Passos e Marc Ferrez: engenharia e fotografia para o desenvolvimento das ferrovias, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora da Brasiliana Fotográfica, publicado em 5 de abril de 2019

Fotografia e ciência: eclipse solar, Marc Ferrez e Albert Einstein, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora da Brasiliana Fotográfica, publicado em 

Os 180 anos da invenção do daguerreótipo – Os álbuns da Comissão Geológica do Império com fotografias de Marc Ferrez, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora da Brasiliana Fotográfica, publicada em 19 de agosto de 2019

Celebrando o fotógrafo Marc Ferrez (1843 – 1923), de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora da Brasiliana Fotográfica, publicado em 4 de dezembro de 2019

Uma homenagem da Casa Granado ao imperial sob as lentes de Marc Ferrez, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora da Brasiliana Fotográfica, publicada em 7 de fevereiro de 2020

Ressaca no Rio de Janeiro invade o porão da casa do fotógrafo Marc Ferrez, em 1913, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora da Brasiliana Fotográfica, publicado 6 de março de 2020

Petrópolis, a Cidade Imperial, pelos fotógrafos Marc Ferrez e Revert Henrique Klumb, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora da Brasiliana Fotográfica, publicado em 16 de março de 2020

Bambus, por Marc Ferrez, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora da Brasiliana Fotográfica, publicado em 5 de junho de 2020

O Baile da Ilha Fiscal: registro raro realizado por Marc Ferrez e retrato de Aurélio de Figueiredo diante de sua obra, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora da Brasiliana Fotográfica, publicado em 9 de novembro de 2020

O Palácio de Cristal fotografado por Marc Ferrez, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora da Brasiliana Fotográfica, publicado em 2 de fevereiro de 2021

A Estrada de Ferro do Paraná, de Paranaguá a Curitiba, pelos fotógrafos Arthur Wischral (1894 – 1982) e Marc Ferrez (1843 – 1923), de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora da Brasiliana Fotográfica, publicado em 22 de março de 2021

Dia dos Pais – Julio e Luciano, os filhos do fotógrafo Marc Ferrez, e outras famílias, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora da Brasiliana Fotográfica, publicado em 6 de agosto de 2021

No Dia da Árvore, mangueiras fotografadas por Ferrez e Leuzinger, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora da Brasiliana Fotográfica, publicado em 21 de setembro de 2021

Retratos de Pauline Caroline Lefebvre, sogra do fotógrafo Marc Ferrez, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora da Brasiliana Fotográfica, publicado em 28 de abril de 2022

A Serra dos Órgãos: uma foto aérea e imagens realizadas pelos mestres Ferrez, Leuzinger e Klumb, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora da Brasiliana Fotográfica, publicado em 30 de junho de 2022

O centenário da morte do fotógrafo Marc Ferrez (1843 – 1923), de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora da Brasiliana Fotográfica, publicado em 12 de janeiro de 2023

O Observatório Nacional pelas lentes de Marc Ferrez, amigo de vários cientistas, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora da Brasiliana Fotográfica, publicado em 29 de maio de 2023

No Dia Mundial do Meio Ambiente, a potente imagem da Cachoeira de Paulo Afonso, por Marc Ferrez, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora da Brasiliana Fotográfica, publicado em 5 de junho de 2023

A Fonte Adriano Ramos Pinto por Guilherme Santos e Marc Ferrez, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora da Brasiliana Fotográfica, publicado em 18 de julho de 2023

Os 180 anos de nascimento do fotógrafo Marc Ferrez (1843 – 1923), de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora da Brasiliana Fotográfica, publicado em 7 de dezembro de 2023

 

Andrea C. T. Wanderley

Editora-assistente e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica

 

Fontes:

DUNLOP, Charles. Apontamentos históricos – O Chopp Berrante do Passeio Público in Revista G.E., outubro, novembro e dezembro de 1956

FERLIM, Uliana dias Campos. A polifonia das modinhas: diversidades e tensões musicais no Rio de Janeiro na passagem do século XIX ao XX, 2006. Campinas: Unicamp

Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional

SAMPAIO, Lilian Alves. Vaidade e ressentimento dos músicos populares e o universo musical do Rio de Janeiro no início do século XX, 2011. São Paulo: USP

Site da Editora Rio Antigo

 

Links para os outros artigos da Série O Rio de Janeiro desaparecido

 

Série O Rio de Janeiro desaparecido I Salas de cinema do Rio de Janeiro do início do século XXde autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicado na Brasiliana Fotográfica em 26 de fevereiro de 2016.

Série O Rio de Janeiro desaparecido II – A Exposição Nacional de 1908 na Coleção Família Passos, de autoria de Carla Costa, historiadora do Museu da República, publicado na Brasiliana Fotográfica, em 5 de abril de 2018.

Série O Rio de Janeiro desaparecido III – O Palácio Monroe, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicado na Brasiliana Fotográfica, em 9 de novembro de 2016.

Série O Rio de Janeiro desaparecido IV - A via elevada da Perimetral, de autoria da historiadora Beatriz Kushnir, publicado na Brasiliana Fotográfica em 23 de junho de 2017.

Série O Rio de Janeiro desaparecido VI – O primeiro Palácio da Prefeitura Municipal do Rio de Janeirode autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicado na Brasiliana Fotográfica em 12 de setembro de 2018.

Série O Rio de Janeiro desaparecido VII – O Morro de Santo Antônio na Casa de Oswaldo Cruzde autoria de historiador Ricardo Augusto dos Santos da Casa de Oswaldo Cruzpublicado na Brasiliana Fotográfica em 5 de fevereiro de 2019.

Série O Rio de Janeiro desaparecido VIII – A demolição do Morro do Castelode autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portalpublicado na Brasiliana Fotográfica em 30 de abril de 2019.

Série O Rio de Janeiro desaparecido IX – Estrada de Ferro Central do Brasil: estação e trilhosde autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicado na Brasiliana Fotográfica em 12 de novembro de 2019.

Série O Rio de Janeiro desaparecido X – No Dia dos Namorados, um pouco da história do Pavilhão Mourisco em Botafogode autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicado na Brasiliana Fotográfica em 12 de junho de 2020.

Série O Rio de Janeiro desaparecido XI – A Estrada de Ferro do Corcovado e o mirante Chapéu de Sol, de autoria de Andrea C.T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicado na Brasiliana Fotográfica em 22 de julho de 2021.

Série O Rio de Janeiro desaparecido XII – o Teatro Lírico (Theatro Lyrico), de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicado na Brasiliana Fotográfica em 15 de setembro de 2021.

Série O Rio de Janeiro desaparecido XIII – O Convento da Ajuda, de autoria de Andrea C.T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicado na Brasiliana Fotográfica em 12 de outubro de 2021.

Série O Rio de Janeiro desaparecido XIV – O Conselho Municipal, de autoria de Andrea C.T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicado na Brasiliana Fotográfica em 19 de novembro de 2021.

Série O Rio de Janeiro desaparecido XV – A Praia de Santa Luzia no primeiro dia do verão, de autoria de Andrea C.T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicado na Brasiliana Fotográfica em 21 de dezembro de 2021.

Série O Rio de Janeiro desaparecido XVI – O prédio da Academia Imperial de Belas Artes, de autoria de Andrea C.T. Wanderley, publicado na Brasiliana Fotográfica em 13 de janeiro de 2022.

Série O Rio de Janeiro desaparecido XVII – Igreja São Pedro dos Clérigos, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicado na Brasiliana Fotográfica em 18 de março de 2022.

Série O Rio de Janeiro desaparecido XVIII – A Praça Onze, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicado na Brasiliana Fotográfica em 20 de abril de 2022.

Série O Rio de Janeiro desaparecido XIX – A Igrejinha de Copacabana, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicado na Brasiliana Fotográfica em 23 de junho de 2022.

Série O Rio de Janeiro desaparecido XX – O Pavilhão dos Estados, futuro prédio do Ministério da Agricultura, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicado na Brasiliana Fotográfica em 26 de julho de 2022.

Série O Rio de Janeiro desaparecido XXI – O Chafariz do Largo da Carioca, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicado na Brasiliana Fotográfica em 19 de setembro de 2022. 

Série O Rio de Janeiro desaparecido XXII – A Cadeia Velha que deu lugar ao Palácio Tiradentes, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicado na Brasiliana Fotográfica em 11 de abril de 2023

Série O Rio de Janeiro desaparecido XXIII e Avenidas e ruas do Brasil XVII A Praia e a Rua do Russel, na Glória, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicada em 15 de maio de 2023

Série O Rio de Janeiro desaparecido XXIV – O luxuoso Palace Hotel, na Avenida Rio Branco, uma referência da vanguarda artística no Rio de Janeiro, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicada em 4 de julho de 2023

Série O Rio de Janeiro desaparecido XXV – O Theatro Phenix, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicada em 5 de setembro de 2023

Série O Rio de Janeiro desaparecido XXVI – Conclusão do arrasamento do Morro do Castelo por Augusto Malta, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicada em 14 de dezembro de 2023

Série O Rio de Janeiro desaparecido XXVII e Série Os arquitetos do Rio de Janeiro V – O Jockey Club e o Derby Club, na Avenida Rio Branco e o arquiteto Heitor de Mello (1875 – 1920), de autoria de Andrea c. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, em 15 de janeiro de 2024