O Rio de Janeiro nos cartões-postais da Papelaria e Typographia Botelho

Em comemoração aos 459 anos do Rio de Janeiro, a Brasiliana Fotográfica destaca cinco cartões-postais editados pela Papelaria e Typographia Botelho. São registros coloridos da Avenida Rio Branco, do Palácio Monroe, do Passeio Público e do Theatro Municipal. Foram produzidos, em torno de 1912, e pertencem ao Instituto Moreira Salles, uma das instituições fundadoras do portal. Em seu livro Alhos e bugalhos: ensaios sobre temas contraditórios, de Joyce à cachaça; de José Lins do Rego ao cartão postal (1978), o sociólogo pernambucano Gilberto Freyre (1900 – 1987) escreveu que o cartão-postal “às vezes ilustrado a cores – brilhante de cores até – correspondeu a uma época de euforia e de extroversão na vida nacional”, o início do século XX. Populares desde fins do século XIX, eram usados tanto para o envio de correspondência como para viajar sem sair de casa. Apesar de seu formato pequeno, os cartões-postais acendem, iluminam, valorizam as imagens neles impressas. Bom passeio pelas imagens do Rio de Janeiro, aniversariante do dia!

 

 

 

Acessando o link para as fotografias da Papelaria e Typographia Botelho disponíveis na Brasiliana Fotográfica, o leitor poderá magnificar as imagens e verificar todos os dados referentes a elas. 

 

A invenção do cartão-postal relaciona-se com inovações em processos gráficos de reprodução de imagens ocasionadas pelo desenvolvimento da fotografia, descoberta anunciada em 7 de janeiro de 1839, na Academia de Ciências da França. Cerca de sete meses depois, em 19 de agosto, no Instituto da França, em Paris, o cientista François Arago (1786 -1853), secretário da Academia de Ciências, explicou o processo e comunicou que o governo francês havia adquirido o invento, colocando-o em domínio público. A notícia da invenção do daguerreótipo chegou ao Brasil muito rapidamente com a publicação de um artigo no “Jornal do Commercio”, de 1º de maio de 1839, sob o título “Miscellanea”. A invenção do daguerreótipo, desde sua descoberta, transformou de forma definitiva e radical a linguagem e a cultura visual.

 

 

 

Voltando aos cartões-postais. Com o fim do monopólio do Império, gráficas particulares passaram a produzir postais e foram elas que introduziram a impressão em uma das faces. Os cartões-postais tornaram-se objetos de colecionismo e a cartofilia incrementou os negócios de fotógrafos, de gráficas e de editores, como a Papelaria e Typographia Botelho, localizada na Rua do Ouvidor, 65, esquina com Rua do Carmo, que pertencia a Botelho & C.. Produziam cartões de visita, participações de casamento, convites, menus, álbuns e quadros com vistas do Rio de Janeiro; e cartões-postais (Gazeta de Notícias , 15 de maio de 1911, sexta colunaAlmanak Laemmert, 1915, primeira coluna).

 

 

Em 1913, a Papelaria e Typographia Botelho anunciava a chegada de uma grande e variada coleção de cartões-postais. Será que os publicados neste artigo estariam entre eles? (Jornal do Commercio Edição da Tarde, 16 de dezembro de 1913).

 

 

O último registro da Papelaria e Typographia Botelho no Almanak Laemmert é de 1935. Pertencia, então, a Heitor Coupé & C. e anunciava livros para escrituração e artigos para escritório (Almanak Laemmert, 1935,  segunda coluna).

 

 

Andrea C.T. Wanderley

Editora e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica

 

Fontes:

FREYRE, Gilberto. Informação, comunicação e cartão postal. In: Freyre, Gilberto. Alhos e bugalhos: ensaios sobre temas contraditórios, de Joyce à cachaça; de José Lins do Rego ao cartão postal. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1978.

RAMOS, Clarice. Postais para ver: cartofilia no Brasil na primeira metade do século XX na coleção de Estella Bustamante. Dissertação de Mestrado – Instituto de História, Universidade Federal Fluminense, Niterói. 2018.

KOSSOY, Boris. Origens e expansão da fotografia no Brasil. Rio de Janeiro: Funarte. 1980.

NEGRO, Antonio Luigi. O cartão-postal no Brasil do início do século XX: suporte para o encontro entre imagem e ação. Hist. cienc. saúde-Manguinhos 27 (3). Jul-Sep 2020.

SCHAPOCHNIK, Nelson. Cartões-postais, álbuns de família e ícones de intimidade. História da vida privada no Brasil: República: da Belle Époque à Era do Rádio. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

VASQUEZ, Pedro Karp. Postais do Brasil (1893-1930). São Paulo: Metalivros, 2002.

 

Outros artigos publicados na Brasiliana Fotográfica em comemoração ao aniversário do Rio de Janeiro

A fundação do Rio de Janeiro, publicado em 1º de março de 2016, de autoria de Andrea C.T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica

Uma homenagem aos 452 anos do Rio de Janeiro: o Corcovado e o Pão de Açúcar, publicado em 1º de março de 2017, de autoria de Andrea C.T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica

O Rio de Janeiro de Juan Gutierrez, publicado em 1º de março de 2019, de autoria de Maria Isabel Ribeiro Lenzi, Doutora em História pela UFF e historiadora do Arquivo Histórico do Museu Histórico Nacional ; e de Andrea C.T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica

A Praça Paris no aniversário do Rio de Janeiro, publicado em 1° de março de 2023, de autoria de Andrea C.T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica

 

 

 

 

As Camélias Japonesas no carnaval de Alagoas pelas lentes do fotógrafo amador Luiz Lavenère Wanderley (1868 – 1966)

A Brasiliana Fotográfica homenageia o carnaval brasileiro, que é o maior e mais conhecido do mundo e também a festa mais popular do país, destacando uma cena da folia momesca em Maceió, em 1906. É uma fotografia do bloco carnavalesco Camélias Japonezas, agremiação que nasceu na rua General Hermes, na Cambona, antigo bairro da capital alagoana. O registro foi realizado por Luiz Lavenère Wanderley (1868 – 1966), um dos pioneiros fotógrafos amadores de Alagoas, e mostra uma situação de carnaval de rua com pessoas – fantasiadas ou não – acompanhando o desfile, cuja figura central empunha o estandarte do bloco, onde, além do nome da agremiação, há a figura de uma gueisha. Vê-se também alguns membros da banda com instrumentos nas mãos. A fotografia pertence ao acervo do Arquivo Nacional, uma das instituições parceiras da Brasiliana Fotográfica.

 

Foi justamente nas primeiras décadas do século XX que Lavenère, estimulado pelos fotógrafos amadores Joaquim da Silva Costa e F. Porto, se dedicou mais consistentemente à fotografia, tendo sido listado como fotógrafo no Almanak Laemmert de 1906 e 1907.  Foi, muito provavelmente, o primeiro repórter fotográfico de Alagoas. Imagens de sua autoria foram publicadas em revistas como Mundo Elegante de Paris, O Malho e Tico-Tico. Um álbum com imagens de Maceió de sua autoria, impresso e encadernado pela Livraria Fonseca, foi ofertado, em maio de 1906, em nome do jornal Evolucionista, do qual era diretor, ao político Afonso Pena (1847 – 1909), meses antes dele se tornar presidente da República, em novembro do mesmo ano. Foi premiado com uma medalha de ouro na Exposição Internacional de Turim, na Itália, em 1911, quando exibiu fotografias sobre madeira, sobre porcelana e quadros de gênero. Nesse mesmo ano foram editados 24 cartões-postais de Maceió, de sua autoria. Em um artigo elogioso em torno da obra literária de Lavenère, publicado em 1926,  foi mencionado que ele teria sido um fotógrafo emérito e responsável por um processo prático, original, rápido e barato de preparo de “clichês” (Diário de Pernambuco, 2 de dezembro de 1926, quarta coluna).

Personagem bastante atuante na vida social alagoana, Lavenère foi também jornalista, escritor, professor, político e musicólogo, além de ter sido um dos precursores do estudo do folclore de Alagoas. Participou da campanha abolicionista, trabalhou na Repartição Geral dos Telégrafos e durante a Primeira Guerra Mundial exerceu a função de Agente Consular da França. Foi também proprietário da Livraria Americana e de A Conquista, primeiro periódico ilustrado com a técnica da fotogravura, preparado totalmente em Maceió. Ocupou a cadeira número 36 da Academia Alagoana de Letras e é o patrono da cadeira 41 do Instituto Geográfico e Histórico de Alagoas, do qual foi secretário entre 1934 e 1943. Publicou diversos livros, dentre eles Zéfinha: scenas da vida alagoana (1921) e Padre Cornélio: scenas da vida alagoana (1921), duas partes de uma mesma novela; Compêndio de Teoria Musical (1927) e Ad Memoriam (1948). Foi agente das revistas Fon-Fon e Selecta em Alagoas e representante da Casa dos Artistas em Maceió.

Nasceu em Maceió, Alagoas, em 17 de fevereiro de 1868, filho do jornalista e funcionário da Fazenda federal Stanislau Wanderley (1830 – 1899), provavemente o primeiro fotógrafo amador de Maceió; e de Amélia Lavenère Wanderley (1835  – 1905). O casal teve mais dois filhos: Rachel (1869 – 1952) e o futuro general Alberto Lavenère Wanderley (1870 – 1930), pai de Nelson Lavenère Wanderley (1909 – 1985), que foi ministro da Aeronáutica no governo Castelo Branco, em 1964, e chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, entre 1966 e 1968. Luiz Lavenère foi casado com Maria Capitulina (18? – 1890) , com quem teve uma filha, Albertina (1889 – 1914). Depois casou-se com Túlia dos Reis (1877 – 1940) e o casal teve cinco filhos: Jessie (1894 – 19?), Edith (1896 – 1916), Olga (? – 19?), os gêmeos Carmen (1906 – 1910) e Túlio (1906 – 1932), e Yvonne (1915 – 1998) . Faleceu em Maceió, em 29 de outubro de 1966.

Foi lançado, em dezembro de 2018, o livro Olhares de Maceió por Luiz Lavenère, com 220 fotografias de Maceió, a maioria inédita e rara, organizado por Gian Carlos de Melo Silva e Wilma Maria Nóbrega Lima e editado pela Imprensa Oficial Graciliano Ramos em parceria com o Arquivo Público Alagoano. As fotografias foram separadas em grupos: Águas, Construções, Cotidiano e  e Lavenère. São registros de diversos aspectos de Maceió. Também está reproduzido no livro o artigo A fotografia em Maceió: 1858- 1918, de Luiz Lavenère e Moacir Medeiros de Sant’Ana, publicado na primeira revista do Arquivo Público de Alagoas, 1962.

 

Cronologia de Luiz Lavenère Wanderley (1868 – 1966)

 

 

Acessando o link para as fotografias de Luiz Lavenère disponíveis na Brasiliana Fotográfica, o leitor poderá magnificar as imagens e verificar todos os dados referentes a elas.

 

 

 

1868 – Em Maceió, Alagoas, em 17 de fevereiro, nascimento de Luiz Lavenère Wanderley, filho do jornalista e funcionário da Fazenda federal Stanislau Wanderley (7 de maio de 1830 – 18 de março de 1899) e de Amélia Lavenère Wanderley (1835  – 1905). O casal teve mais dois filhos: Rachel (1869 – 1952) e o futuro general Alberto Lavenère Wanderley (1870 – 1930).

1876 – 1878 – Quando tinha entre 8 e 10 anos de idade, encontrou a câmara fotográfica e o material de laboratório pertencentes ao seu pai.

1881 – Em prol do movimento abolicionista, instalação da Sociedade Libertadora Alagoana, em 28 de setembro, no antigo Teatro Maceioense. Dela fizeram parte, entre outros:  Luiz Lavenère,  e seu pai, Stanislau Wanderley. Seu primeiro presidente foi Antônio de Almeida Monteiro.

1883 – Começou a lecionar (Gutenberg, 13 de julho de 1899, última coluna).

Foi o representante da Sociedade Recreio Scientífico na cerimônia fúnebre pelo 30 º dia do falecimento de Dias Cabral, no Instituto Arqueológico Alagoano (Gutemberg, 21 de agosto de 1883, primeira coluna).

Luiz Lavenère era o primeiro secretário do jornal literário Castro Alves (Castro Alves, 11 de novembro de 1883, última coluna).

1884 – Foi aprovado no Colégio Bom Jesus – Boletim de 10 de dezembro de 1884 (O Orbe, 16 de janeiro de 1885).

Contribuiu com o movimento abolicionista escrevendo no jornal Lincoln, dirigido pela Sociedade Libertadora Alagoana, cujos redatores eram, além dele, Francisco Domingues da Silva e Euzébio de Andrade.

1885 – Era um dos redatores do periódico quinzenal José de Alencar, lançado em 15 de maio de 1885 e propriedade do clube literário homônimo (José de Alencar, 15 de maio de 1885, segunda coluna).

1886 - Foi aprovado como sócio correspondente do Instituto dos Professores Primários de Alagoas (O Orbe, 19 de setembro de 1886, quarta coluna).

1887 - Embarcou para Pernambuco no vapor Pará (Gutemberg, 11 de maio de 1887, última coluna).

Ensinava francês, inglês e matemáticas elementares em sua casa, na rua da Boa Vista, nº 110, ou na casa dos alunos (Gutenberg, 12 de agosto de 1887, terceira coluna).

 

 

Foi publicado um artigo de Lavenère na revista pedagógica, científica, literária e noticiosa O Magistério, de 30 de outubro de 1887. Começava assim: O Brasil não progride: é arrastado pela avalanche universal da civilização.

Foi um dos oradores da sessão magna de aniversário da instalação do Instituto Arqueológico e Geográfico Alagoano (Gutenberg, 3 de dezembro de 1887, primeira coluna).

Anunciou que no ano seguinte abriria um Curso Primário Misto ministrado por sua esposa, Maria Capitulina (18? – 1890) e avisou que continuaria dando aulas particulares (Gutenberg, 24 de dezembro de 1887).

 

 

1888 – Doou livros para a formação da biblioteca do Instituto dos Professores Primários de Alagoas (O Magistério, 15 de fevereiro de 1888, última coluna).

1889 - Nascimento da única filha do casal, Albertina, em 27 de julho (1889 – 1914).

1890 - Falecimento de sua esposa, Maria Capitulina.

Foi um dos representantes do Clube Federal Republicano em um encontro realizado na sede do Club Centro Popular Republicano. Em pauta a eleição do presidente do Partido Republicano de Maceió e a escolha dos candidatos do partido à Constituinte (Diário do Povo, 24 de fevereiro de 1890, segunda coluna).

Fora publicados os contos O mais infeliz dos três, O philosopho apaixonado e Secção de moral, de sua autoria (O Republicano (SE), 21 de novembro de 1890, 24 de novembro de 1890 e 19 de dezembro de 1890).

1891 – O conto Um typo de mulher, de autoria de Lavenère que foi publicado nos jornais Monitor Fidelense (RJ) e no Publicador Goyano (O Republicano (SE), 21 de janeiro de 1891, primeira coluna; e 12 de março de 1891, primeira coluna).

Publicação da fantasia A ermida dos mortos, também de sua autoria (O Republicano (SE), 9 de abril de 1891).

Foi trabalhar como telegrafista da estação do Recife (Jornal do Commercio, 4 de novembro de 1891, quarta coluna). Provavelmente foi nessa época professor no Colégio Spencer e do Instituto Ayres Gama.

1892 – Foi promovido a 3º telegrafista da estação do Recife (Cruzeiro do Norte, 14 de fevereiro de 1892, terceira coluna).

 

 

1894 – Foi noticiado no Almanak do Estados das Alagoas de 1894, que Lavenère era o encarregado da estação telegráfica de Piassabussu.

Em 23 de dezembro, nascimento da primeira filha de Lavenère com Túlia dos Reis (1877 – 1940), Jessie (1894 – 19?) (Gutenberg, 23 de dezembro de 1896, quinta coluna). O casal teve mais quatros filhos: Edith (1896 – 1916), Olga (? – 19?), os gêmeos Carmen (1906 – 1910) e Túlio (1906 – 1932), e Yvonne (1915 – 1998) .

1896 – Durante a realização de um jantar a bordo do navio alemão Helas, Lavenère, representando o jornal Gutenberg, fez um brinde em inglês (Gutenberg, 17 de janeiro de 1896, última coluna).

Lançou a revista quinzenal literária Paulo Affonso, em 6 de abril, com Goulart de Andrade e Hugo Jobim. A gazeta, impressa na Tipografia de Tertuliano de Menezes, só teve dois números publicados, provavelmente, por falta de recursos (Gutenberg, 8 de abril de 1896, última colunaJornal de Recife, 21 de abril de 1896, quarta colunaO Trabalho, 27 de junho de 1896, primeira coluna).

Foi o tradutor dos contos Qui pro quo, de William Rogers;  A Vingança, de Miss Lambie (Gutemberg, 8 de outubro de 1896, e 11 de outubro de 1896).

Participou da festa de aniversário e da homenagem prestada ao engenheiro chefe do distrito telegráfico em que trabalhava (Gutenberg, 29 de outubro de 1896, quinta coluna).

Escreveu o artigo Sete anos saudando a proclamação da República em 1889 (Gutenberg, 15 de novembro de 1896).

Foi eleito suplente do 2º secretário do Instituto Arqueológico e Geográfico de Alagoas, Manuel Laurindo Martins Junior. Também fazia parte da comissão de redatores e revisores da revista da instituições e da comissão realizadora de trabalhos históricos, geográficos, arqueológicos e estatísticos (Gutenberg, 28 de novembro de 1896, primeira coluna).

Era um dos fiscais de raia das corridas realizadas pelo Club Veloz (Gutenberg, 13 de dezembro de 1896, quarta coluna).

Foi eleito segundo secretário do Club Atlético Alagoano, do qual foi um dos fundadores (Gutenberg, 24 de dezembro de 1896, quarta coluna).

1897 – Fundação em 18 de janeiro do Club Atlético Alagoas “com a finalidade de promover o desenvolvimento muscular de seus associados, empregando para isso qualquer tipo de força e agilidade”. Sua sede era em Jaraguá, seu presidente era Carlos Leopoldo Ferreira; seu vice, Napoleão Goulart; seu 1o secretário, Luiz Lavenère Wanderley e 2o secretário, José A. Leão.

1899 – Falecimento de seu pai, Stanislau Wanderley (1830 – 1899), republicano, abolicionista e um dos fundadores da Associação Libertadora Alagoana (Gutenberg, 19 de março de 1899, primeira coluna).

Ensinava inglês e francês pelo método indutivo e anunciou também ensinar para crianças.

 

 

Escrevia para a seção Questões gramaticais (Gutenberg, 17 de junho de 1899, primeira coluna; 1º de julho de 1899, quarta coluna; 16 de julho de 1899, quarta coluna; 18 de julho de 1899, primeira coluna; 19 de julho de 1899, terceira coluna; 10 de agosto de 1899, segunda coluna; 22 de agosto de 1899, terceira coluna).

Mudou-se para a rua do Commercio, nº 19 (Gutenberg, 18 de junho de 1899, quinta coluna).

1901 – Lavenère foi promovido a telegrafista de 2ª classe na Repartição Geral dos Telégrafos (Jornal do Brasil, 1º de maio de 1901, sétima coluna).

1902 - Era um dos jurados do concurso de tradução para o português do soneto Ave Dea, de Victor Hugo, promovido pelo jornal Gutenberg (Diário do Maranhão, 26 de junho de 1902, primeira coluna).

Lançamento do jornal Evolucionista, em 1º de setembro de 1902, sob a direção de Lavenère. No início era semanal e publicado às segundas-feiras.

Uma série de artigos intitulados Contra o socialismo, foram publicados  por Lavanère, no Evolucionista ( no ano seguinte foram vendidos como um libreto). Causaram grande polêmica com o socialista João Ferro (1872 – 1902) que respondeu a eles com a publicação de 7 artigos intitulados O “Evolucionista” e o Socialismo, publicados no periódico O Trocista, entre setembro e outubro do mesmo ano.

Já vendia material fotográfico e foi o primeiro em Alagoas a fcomercializar regularmente esses produtos.

Era o diretor da Empresa do Almanak Alagoano das Senhoras, anuário editado por Manoel Gomes da Fonseca, proprietário das Oficinas Tipográficas da Livraria Fonseca ou Oficinas Fonseca; e diretor do jornal  Evolucionista, que passou a ser diário (Almanak Laemmert, 1903).

1904 – Foi publicado no Almanak de Mato Grosso de 1904 uma tabela de fases da Lua para Cuiabá calculada por Lavenère.

1905 – Entre esse ano e 1906, fotografou o folguedo Festa da Chegança.

 

 

Era redator- chefe do jornal Evolucionista. O outro redator era Arroxelas Galvão, e os colaboradores eram Paulino Santiago, Sebastião de Abreu, Aurélio Jatubá e de P. Julio de Albuquerque.

Foi convidado por Joaquim Goulart de Andrade para ser um dos fundadores de uma associação para promover a construção de um monumento em homenagem ao marechal Floriano Peixoto (Gutenberg, 28 de janeiro de 1905).

Era deputado em Alagoas e foi convidado para ser o 2º secretário da Câmara (Gutenberg, 14 de abril de 1905, segunda coluna; e 27 de abril de 1905, primeira coluna). Foi deputado até 1908.

Falecimento de Amélia, mãe de Lavenère (Evolucionista, 19 de abril de 1905, última coluna).

Foi eleito para integrar a comissão de Finanças do Instituto Arqueológico e Geográfico de Alagoas (Gutenberg, 19 de abril de 1905, quarta coluna).

Polêmica entre Lavanère e José Correia da Silva, revisor do jornal Gutenberg (Gutenberg, 17 de junho de 1905, última coluna; Gutenberg, 18 de junho de 1905, segunda coluna).

Polêmica entre os jornais Gutenberg e o Evolucionista (Gutenberg, 6 de julho de 1905, quarta coluna; Gutenberg, 7 de julho de 1905, primeira coluna).

Lavenère foi eleito sócio efetivo e secretário da Associação Comercial (Evolucionista, 20 de julho de 1905, quinta colunaGutenberg, 21 de julho de 1905, segunda coluna; e 23 de julho de 1905, quinta coluna).

No Teatro Polytheama, participou do espetáculo em benefício de A. Sierra (Gutenberg, 28 de julho de 1905, segunda coluna).

Segundo noticiado no jornal Gutenberg, o jornal Correio de Alagoas dirigiu-se a Lavenère com o calão baixo e afrontoso (Gutenberg, 15 de setembro de 1905, primeira coluna; e Evolucionista, 20 de setembro de 1906, quinta coluna).

Lavenère ficou doente durante o mês de setembro e não pode dar aulas de inglês no Liceu de Artes e Ofícios, onde era professor (Gutenberg, 19 de outubro de 1905, última coluna).

Foi aceito unanimemente para ser sócio efetivo da Sociedade de Agricultura Alagoana (Evolucionista, 5 de outubro de 1905, primeira coluna).

Participou de uma almoço no paquete Castro Alves, a convite de seu comandante e do fiscal da Empresa Freitas de Navegação. Fotografou o grupo (Evolucionista, 10 de novembro de 1905, última coluna).

Fotografou uma mulher que havia sido assassinada (Jornal Pequeno (PE), 14 de novembro de 1905, terceira coluna).

Foi noticiado que um retrato do poeta Aristheu de Andrade (1878 – 1905) e duas fotografias de Maceió, de autoria de Lavenère haviam sido publicadas na revista Mundo Elegante de Paris (Evolucionista, 18 de dezembro de 1905, terceira coluna).

1906 – Foi listado como fotógrafo no Almanak Laemmert de 1906 e seu endereço era rua do Commercio, 40. Em 1907, continuava no mesmo endereço (Almanak Laemmert, 1907).

 

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Foi referido como diretor do Evolucionista (Evolucionista, 1º de janeiro de 1906).

Em fevereiro, nascimento dos gêmeos Túlio e Carmem, filhos de Lavenère e Túlia (Evolucionista, 28 de fevereiro de 1906, quinta coluna).

Foi distribuída a herança de sua mãe entre ele e seus dois irmãos, Rachel (1869 – 1952) e Alberto (1870 – 1930), que residia em São Paulo (Evolucionista, 7 de março de 1906, terceira coluna).

Em Paris,  falecimento de seu cunhado, o comerciante Gustavo Augusto dos Santos, casado com sua irmã Rachel (1869 – 1952) – tinham 7 filhos (Gutenberg, 27 de maio de 1906, quarta coluna).

Recepcionou na Câmara dos Deputados o político Afonso Pena (1847 – 1909), que se tornaria presidente da República em novembro de 1906. Em nome da Associação Comercial visitou Afonso Pena e em nome do jornal Evolucionista lhe ofertou um álbum de fotografias de Maceió de sua autoria, impresso e encadernado pela Livraria Fonseca (Evolucionista,  30 de maio de 1906, quarta coluna; e 31 de maio de 1906, primeira coluna). Lavenère fotografou a recepção a Afonso Pena no Palácio dos Martírios, em 28 de maio.

 

 

Denunciou que um canalha qualquer havia assinado um soneto em seu nome na revista O Malho (O Malho, 7 de julho de 1906, primeira coluna; e Evolucionista, 18 de julho de 1906, terceira coluna).

Na edição de 17 de julho de 1906 do Evolucionista, seu nome constava no expediente com a atribuição de redator do jornal com Raymundo de Miranda. O jornal deixou de ser publicado em dezembro.

 

 

Foi um dos 30 candidatos a deputado de Alagoas pelo Partido Republicano e foi eleito (Gutenberg, 23 de outubro de 1906, última coluna; 27 de abril de 1907, primeira coluna).

1907 - A casa editora da Livraria Fonseca publicou pela primeira vez imagens de autoria de Lavenère como cartões-postais.

Foi constituída uma empresa, da qual Lavenère fazia parte, para fazer reaparecer o Diário das Alagoas (Jornal de Recife, 15 de janeiro de 1907, sexta coluna).

Participou do desfile carnavalesco do Club dos Antigos, organizado por profissionais da imprensa (Gutenberg, 10 de fevereiro de 1907, última coluna).

Aposentou como telegrafista de 2ª classe (Gutenberg, 7 de abril de 1907, última coluna).

Foi publicada na revista Tico-Tico uma fotografia de Edith (1896-1916). Será de autoria de seu pai, Luiz Lavenère? (Tico-Tico, 5 de junho de 1907).

 

 

Era redator do Diário de Alagoas (Gutenberg, 6 de junho de 1907, primeira coluna).

Mudou-se para rua Macena nº 42 (Gutenberg, 12 de setembro de 1907, terceira coluna).

Realização do casamento de sua filha Albertina (1889-1914) com Manoel Gomes Machado (Gutenberg, 27 de outubro de 1907, primeira coluna).

1908 –  Uma fotografia de autoria de Lavenère de sua filha Edith (1896-1916) foi descrita no jornal Gutenberg de 30 de outubro de 1908. Na notícia, foi mencionado que ele havia sido elogiado pelo diretor da revista parisiense Photo Magazine, Charles Mendel. A foto foi publicada no ano seguinte na revista Tico-Tico. Outras fotografias de sua autoria foram expostas no jornal Gutenberg durante o ano.

 

 

 

 

Enviou um cartão de Boas Festas e um de Ano Novo usando fotografias de sua autoria. No de Boas Festas retratou sua filha, que aparecia no meio dos quatros jornais de Alagoas. No de Ano Novo, disfarçou-se e fotografou-se para representar o Ano Velho.

 

 

 

1909 - Foi listado no Almanak Laemmert de 1909 como professor particular e também como intérprete juramentado.

Recebeu 100 votos no concurso do oficial ou praça mais garboso do Tiro Alagoano (Guternberg, 4 de março de 1909).

 

 

 

 

 

Foi publicada uma fotografia de Aurora Silva, primeira farmacêutica alagoana, de autoria de Lavenère (O Malho, 4 de dezembro de 1909).

 

 

1910 – Ainda era diretor do jornal Evolucionista (Almanak Laemmert, 1910).

Publicação de uma carta de sua autoria onde ele explicava o significado do termo boycottage (Gutenberg, 15 de janeiro de 1910, sexta coluna).

Passou a dar aulas de inglês no Instituto de Humanidades, dirigido por Anisio Jobim (Gutenberg, 20 de janeiro de 1910, quarta coluna).

Estava em exposição na loja Lauria, em Maceió, um quadro retratando Lavenère de autoria do pintor baiano Olavo Baptista (1879-1953) (Gutenberg, 5 de fevereiro de 1910, quinta coluna).

Foi publicada na revista O Malho uma fotografia de autoria de Laverène suas filhas Edith e Jessie com uma amiga. Elas desfilaram no Club das Japonezas fantasiadas de gueishas (O Malho, 30 de abril de 1910).

 

 

Participou do primeiro concerto que o Círculo Musical de Alagoas, associação de musicistas de Maceió, apresentou no Teatro Maceioense. O Círculo Musical, do qual se tornou associado, foi fundado em 14 de julho de 1910 sob a presidência do músico e juiz Manoel Lopes Ferreira Pinto (Gutenberg, 6 de setembro de 1910, última coluna).

1911 - Foi identificado como guarda-livros e tradutor juramentado em Alagoas (Almanak Laemmert, 1911).

Foi editada uma série de 24 cartões-postais de autoria de Lavenère.

 

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Série de cartões-postais Phot. L. Lavenère. Jami Abib, Elysio de Oliveira Belchior, Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas e Josebias Bandeira de Oliveira.

 

Foi premiado na Exposição Universal de 1911 em Turim, na Itália, na qual expôs trabalhos fotográficos executados em porcelana, madeira e papelão. Os diplomas de suas medalhas estão no Instituto Histórico de Alagoas (Leituras para todos, janeiro de 1912).

 

 

1912 – No mesmo ano em que o fotógrafo Marc Ferrez (1843 – 1923) começou a fazer suas experiências com fotografias em cores utilizando as placas autocromos Lumière, Lavenère  introduziu a fotografia em cores em Alagoas com a imagem de um trecho da rua Barão de Anadia. Segundo o Jornal de Alagoas a respeito da chapa autocromo: “A fotografia das cores naturais, onde sobressai o efeito da luz do sol sobre o solo e o mar, com esse brilho misterioso que o pincel dos mais afamados pintores não pode ainda levar à tela, foi conseguido pelo hábil amador (L. Lavenère) em placas diretamente importadas da Europa. É um deslumbramento” (Jornal de Alagoas, 10 de setembro de 1912).

1913 – Continuava dirigindo o Almanach Alagoano das Senhoras e foi de novo identificado como guarda-livros e tradutor juramentado em Alagoas (Almack Laemmert, 1913).

1914 – Foi de novo identificado como guarda-livros e tradutor juramentado em Alagoas (Almack Laemmert, 1914).

 

 

Em 25 de setembro, falecimento de sua filha Albertina, 25 anos (Diário de Pernambuco, 26 de setembro de 1914, quinta coluna).

1915 – Foi de novo identificado como guarda-livros e tradutor juramentado em Alagoas (Almanak Laemmert, 1915).

Publicação do livro O bonde elétrico, de sua autoria.

1916 - Foi de novo identificado como guarda-livros e tradutor juramentado em Alagoas (Almanak Laemmert, 1916).

Em 19 de maio, falecimento de sua filha Edith, com 20 anos (Diário de Pernambuco, 20 de maio de 1916, segunda coluna).

Era o proprietário da Livraria Americana, em Jaraguá, bairro de Maceió (Diário do Povo(AL), 19 de setembro de 1916).

 

 

Era o agente das revistas Fon-Fon e Selecta em Alagoas (Diário do Povo (AL), 19 de novembro de 1916, terceira coluna).

1917 - Foi de novo identificado como guarda-livros e tradutor juramentado em Alagoas (Almack Laemmert, 1917).

Importou da Europa papel para impressão (Diário do Povo (AL), 31 de janeiro de 1917, segunda coluna; 1º de fevereiro, quarta coluna).

Foi nomeado encarregado da Agência Consular da França em Alagoas (Diário do Povo (AL), 18 de março de 1917, primeira coluna).

Era árbitro da Alfândega de Maceió por parte do comércio e da indústria (Diário do Povo (AL), 25 de março de 1917, terceira coluna).

1918 – Foi de novo identificado como guarda-livros e tradutor juramentado em Alagoas, mas desta vez também como proprietário da Livraria Americana e como litógrafo, zincógrafo e tipógrafo (Almanak Laemmert, 1918).

 

 

Pediu exoneração do cargo de gerente da Agência Consular da França em Alagoas (Diário de Pernambuco, 10 de dezembro de 1918, segunda coluna).

1919 - Foi identificado como guarda-livros e proprietário da Livraria Americana (Almanak Laemmert, 1919).

Foi um dos fundadores, em 1º de novembro, da Academia Alagoana de Letras.

1920 – Editada pela Livraria Machado uma série de cartões-postais de autoria de Lavenère.

Lançamento em 14 de março , de A Conquista, o primeiro periódico ilustrado com a técnica da fotogravura, preparado totalmente em Maceió.  Lavenère era seu proprietário.

Semanário publicado em Maceió de 14 de março a 25 de dezembro de 1920. O primeiro, em Alagoas, a ter clichê de zinco. Confeccionado pelo dono do periódico – L. L. Lavenère -, o clichê intitulado “O Paurílio”, reproduz a figura de Hipólito Paurílio, tendo sido publicado no segundo número, a 21/3/1920. Em 14/7/1920 publicou um número dedicado à França, inclusive com a música da Marselhesa. Lavenère nele usava o pseudônimo de Marie Pambrun” (ABC das Alagoas).

Ao longo dos anos 20 continuou a atuar como guarda-livros, intérprete juramentado e dono da Livraria Americana.

Denunciou que um homem chamado Guedes Alcoforado estava recebendo criminosamente dinheiro por conta da Livraria Machado (Diário de Pernambuco, 17 de fevereiro de 1920, segunda coluna).

Instalação, em 17 de julho, da Academia Alagoana de Letras, no salão nobre do Teatro Deodoro. Lavenère foi o primeiro ocupante da cadeira número 36.

1921 – Foi anunciado o lançamento de um novo livro de Lavenère, identificado como jornalista e fotógrafo premiado (Diário de Pernambuco, 12 de maio de 1921, primeira coluna).

 

 

O livro se chamava Zefinha (Diário de Pernambuco, 10 de agosto de 1921, primeira coluna). Os srs. Monteiro Lobato e C. propuseram a edição da continuação da obra, que se chamaria O Padre Cornélio (Diário de Pernambuco, 24 de setembro de 1921, terceira coluna).

 

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1922 - Publicou o livro Mostruário de gravuras de zinco.

1924 – Lançamento do livro Novo método de escrituração, de autoria de Lavenère, identificado como verdadeira competência em assuntos comerciais, editado pela Livraria Machado (Diário de Pernambuco, 11 de setembro de 1924, penúltima coluna).

1926 – Foi pela última vez listado como dono de uma livraria na rua da Alfândega, 115, no Almanak Laemmert de 1926.

Em um artigo elogioso em torno da obra literária de Lavenère foi mencionado que ele teria sido um fotógrafo emérito e responsável por um processo prático, original, rápido e barato de preparo de “clichês” (Diário de Pernambuco, 2 de dezembro de 1926, quarta coluna).

 

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Foi eleito um dois membros da comissão da revista do Instituto Arqueológico e Geográfico Alagoano (Jornal do Commercio, 23 de dezembro de 1926, quarta coluna).

1927 - Lançamento de um Compêndio de Teoria Musical de autoria de Lavenère e publicado pela Livraria Machado de Alagoas (Diário de Pernambuco, 30 de julho de 1927, terceira coluna; e Diário de Pernambuco, 20 de agosto de 1927, penúltima coluna).

Lavenère escreveu vários artigos contra o aumento dos impostos (Gazeta de Notícias, 27 de dezembro de 1927, sexta coluna).

1929 – Lançou Musicologia, continuação do Compêndio de Teoria Musical (Diário de Pernambuco, 10 de julho de 1929, terceira coluna).

1930 – Continuou a ser identificado no Almanak Laemmert  de 1930 e de 1931 como guarda-livros e tradutor juramentado.

O livro Compêndio de Teoria Musical de autoria de Lavenère foi adotado no ensino primário de Alagoas por recomendação do Conselho de Ensino do estado (Revista de Ensino, 1930).

Falecimento de seu irmão Alberto, na época general de brigada, em 4 de outubro de 1930. Ele era desde 1929 comandante da 7ª Região Militar, em Recife. Com o assassinato de João Pessoa em fins de julho de 1930  o comando da 7ª RM foi transferido para o 22º Batalhão de Caçadores, na capital paraibana. Em 4 de outubro, revoltosos militares e civis que apoiavam a Revolução de 30 atacaram p 22º BC e controlaram, apo´s alguns combates, a situação. Houve troca de tiros e o general Alberto foi atingido. Foi operado mas faleceu à noite. Foi promovido post mortem a general de divisão no dia 15 de outubro de 1930. Alberto Lavenère Wanderley era pai de Nélson Lavenère Wanderley (1909 – 1985), que foi ministro da Aeronáutica em 1964 e chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de 1966 a 1968.

1931 - Era 2º vice-presidente do Instituto Arqueológico e Geográfico Alagoano (Almanak Laemmert, 1931).

Era um dos colaboradores de Novidade Semanário Illustrado, lançado em 11 abril de 1931. Publicou um artigo na seção de Música na oitava edição da revista (Novidade, 30 de maio de 1931).

Foi eleito membro da Academia Alagoana de Letras (Novidade, 18 de julho de 1931, primeira coluna).

1933 - No Teatro Deodoro, instalação em 6 de abril, da Liga Alagoana Pró-Pensamento Livre, sob a presidência de Lavenère (Jornal de Recife, 18 de abril de 1933, segunda coluna). Fundada em

1934 - Em 24 de fevereiro de 1934, a Liga Alagoana Pró-Pensamento Livre realizou um ato em comemoração ao aniversário da promulgação da constituição de 1891, sob a presidência de  Lavenère com a participação dos oradores Levy Pereira, Barbosa Júnior, Sebastião da Hora, Esdras Gueiros e Américo Mello, “que expressaram seus veementes protestos contra a intromissão da igreja católica na política nacional, tendente a coarctar a liberdade de pensamento no que concerne ao ensino religioso nas escolas”.

Foi entre esse ano e 1943 secretário do Instituto Geográfico e Histórico de Alagoas (Diário de Pernambuco, 5 de agosto de 1934, quinta coluna).

Passou a lecionar Escrituração Mercantil na sede da Federação Alagoana para o Progresso Feminino (Diário de Pernambuco, 20 de fevereiro de 1934, terceira coluna).

Seu livro Compêndio de Teoria Musical foi adotado pelo Instituto Português de Música de Lisboa (Diário de Pernambuco, 6 de julho de 1934, terceira coluna).

 

1935 - Publicou o livro Nigumba, conto africano.

1936 – Foi o vereador mais votado de Maceió (Diário de Pernambuco, 29 de janeiro de 1936, terceira coluna).

Apresentou um projeto de lei criando um serviço de Assistência à Infância Desvalida (Diário de Notícias, 21 de agosto de 1936, terceira coluna).

1937 - Como vereador por Maceió aderiu à candidatura de Armando Salles (1887 – 1945) à presidência da República e foi eleito membro da União Democrática Brasileira (O Jornal, 16 de setembro de 1937, segunda coluna).

1938 - Foi nomeado representante da Casa dos Artistas em Maceió (Diário de Notícias, 24 de abril de 1938, terceira coluna).

Contribuiu financeiramente para a confecção do busto do presidente Getulio Vargas na Casa dos Artistas (O Imparcial, 25 de junho de 1938, primeira coluna).

1939 - Mantinha uma seção diária na Gazeta de Alagoas (A Noite, 12 de junho de 1939, quinta coluna).

Publicação de uma poesia de Lavenère (Correio de Manhã, 15 de junho de 1939).

 

 

1941 - Na inauguração do Sindicato dos Jornalistas Profissionais em Maceió, foi eleito um dos membros da comissão fiscal (Diário de Notícias, 3 de janeiro de 1941, terceira coluna).

Foi o orador do encerramento da Semana da Siderurgia no Teatro Deodoro, em Maceió (Jornal do Brasil, 25 de maio de 1941, terceira coluna).

1942 – Escreveu contra as indecências de cantigas carnavalescas (A Ordem (RN), 13 de fevereiro de 1942, terceira coluna).

1944 - Instalação em 8 de março do Centro de Estudos Econômicos e Sociais de Alagoas, no auditório da Faculdade de Direito, por iniciativa do Rotary Clube de Maceió. Sua primeira diretoria: presidente, Diegues Júnior; vice-presidentes, Sebastião da Hora e Barreto Falcão; secretários, Ruy de Almeida, Aurélio Viana e Luiz Lavenère; tesoureiros, Ismael Brandão e Luiz Calheiros; diretor da Biblioteca, Afrânio Melo; e diretor de Publicidade, Carvalho Veras. Tinha por finalidade discutir a realidade alagoana e os problemas regionais, dentro de uma visão interdisciplinar: econômica, social, histórica, sociológica, antropológica, sem exclusão da visão política ou ideológica.

1945 – Foi candidato ao senado por Alagoas concorrendo pelo Partido Republicano Progressista mas foi o candidato menos votado: só obteve 194 votos (O Jornal, 20 de dezembro de 1945, última coluna).

1946 – Foi eleito para integrar a Comissão de História do Instituto Histórico de Alagoas (A Noite, 28 de abril de 1946, quinta coluna).

Publicou o livro Meu Waterloo na imprensa de Maceió.

1948 – Publicou o livro Ad memoriam.

1949 – Publicou, pela Livraria Machado, Conversas com o reverendo.

1950 – Era o diretor do Teatro Deodoro, em Maceió (Diário de Pernambuco, 26 de março de 1950, quinta coluna).

Foi eleito tesoureiro da Academia Alagoana de Letras (A Noite, 15 de dezembro de 1950, sexta coluna).

1962 – O Arquivo Público de Alagoas, criado em dezembro de 1961, adquiriu para sua Fototeca a coleção de negativos fotográficos de vidro de Luiz Lavenère, composta de cerca de 350 chapas, em vidro, na sua maioria de trechos desaparecidos da cidade de Maceió e seus arrabaldes no princípio do século XX. Na época era dirigido por Moacir Medeiros de Santana.

Publicação, na primeira revista do Arquivo Público de Alagoas, do artigo pioneiro sobre a história da fotografia na capital alagoana desde seus primórdios intitulado A fotografia em Maceió: 1858- 1918, de Luiz Lavenère e Moacir Medeiros de Sant’Ana.

1966 – Falecimento de Luiz Lavenère Wanderley, em 29 de outubro de 1966, em Maceió.

 

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1985 - Foi escolhido para ser o patrono da cadeira número 41 do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas.

2012 - Início dos trabalhos de conservação e reprodução da coleção de imagens de Lavenère adquiridas pelo Arquivo Público de Alagoas em 1961.

2018 -  Foi lançado, em dezembro de 2018, o livro Olhares de Maceió por Luiz Lavenère, com 220 fotografias de Maceió, a maioria inédita e rara, organizado por Gian Carlos de Melo Silva e Wilma Maria Nóbrega Lima e editado pela Imprensa Oficial Graciliano Ramos em parceria com o Arquivo Público Alagoano. As fotografias foram separadas em grupos: Águas, Construções, Cotidiano e Lavenère. São registros, dentre outros, do antigo farol, de atletas, avenidas, bairros, barcos, do carnaval de rua, de casas, cenas de teatro, engraxates, escolas, estação de trem, fábricas, festas, do folguedo Barca da Chegança, de hospital, hotéis, igrejas, inundações, da Livraria Fonseca ao lado do jornal Evolucionista, de lojas, do mercado público, de paisagens, pescadores, pessoas, praças, do prado, de praias, prédios governamentais, do primeiro avião em Maceió, de procissão, quartel, da recepção ao presidente da República Afonso Pena no Palácio dos Martírios, de ruas, do Teatro Deodoro e do Teatro Polytheama, além de imagens do próprio Lavenère. Também está reproduzido no livro o artigo A fotografia em Maceió: 1858- 1918, de Luiz Lavenère e Moacir Medeiros de Sant’Ana, publicado na primeira revista do Arquivo Público de Alagoas, 1962 (Agenda “a” (AL) , 28 de dezembro de 2020).

 

livro

 

Andrea C. T. Wanderley

Editora e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica

 

Fontes: 

Agência Alagoas

BARROS, Francisco Reinaldo Amorim de. ABC das Alagoas: dicionário biobibliográfico, histórico e geográfico de AlagoasBrasília : Senado Federal, Secretaria Especial de Editoração e Publicação, 2005.

CAMPELLO, Maria de Fátima de Melo Barreto. A cidade de papel e a cidade de vidro: Maceió na Coleção de fotografias de Luiz Lavenère. In: ENANPARQ – arquitetura, cidade e projeto: uma construção coletiva. III, 2014, São Paulo, SP. Anais eletrônicos. São Paulo: Universidade Presbiteriana Mackenzie; Campinas: Pontifícia Universidade Católica de Campinas, 2014.

CAMPELLO, Maria de Fátima de Melo Barreto; CABRAL, Renata Campello; DUARTE, Jaianne Fernandes; SILVA. Thaysa de Oliveira. Cartões-postais: entre as práticas visuais e a conservação do patrimônio urbano. Postcards: betweeen visual practices and the conservation of urban heritage. Urbana: Rev. Eletrônica Cent. Interdiscip. Estud. Cid. Campinas, SP v.9, n.3 [17] p.659-676 set./dez. 2017

DUARTE, Jaianne Fernandes. Quando se olha para o escuro: A Maceió de Luiz Lavenère Wanderley através de seus negativos de vidro. 2019. 196f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura: Dinâmica do Espaço Habitado). Faculdade de Arquitetura, Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal de Alagoas, 2018.

Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional

Instituto Geográfico e Histórico de Alagoas

LAVENÈRE, Luiz; SANT’ANA, Moacir Medeiros de (1962). A fotografia em Maceió (1858-1918). Revista do Arquivo Público de Alagoas, nº 1.

LIMA, Mariana. Luís Wanderley Lavenère. Universidade Federal de Alagoas, fevereiro de 2019.

MACIEL, Osvaldo Batista Acioly. Filhos do trabalho, apóstolos do socialismo: os tipógrafos e a construção de uma identidade de classe em Maceió (1895 – 1905)Dissertação apresentada ao programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Pernambuco, 2004.

SANTOS, José Fabino Cassiano dos. HISTÓRIA E CONSTRUÇÃO LITERÁRIA NAS NOVELAS ZÉFINHA (1921) E PADRE CORNÉLIO (1921) DE LUIS LAVENÈRE .  Trabalho apresentado na 70ª Reunião Anual da SBPC – 22 a 28 de julho de 2018 – UFAL – Maceió.

SILVA, Gian Carlos de Melo; LIMA, Wilma Maria Nóbrega (organizadores). Olhares de Maceió por Luiz Lavenère. Maceió : Imprensa Oficial Ramos, 2018.

Site Geni

Site O ABC das Alagoas

 

 

Links para artigos sobre carnaval já publicados na Brasiliana Fotográfica

 

Imagem relacionada

O carnaval nas primeiras décadas do século XX, publicado em 5 de fevereiro de 2016

 

 

O carnaval do Cordão da Bola Preta, publicado em 9 de fevereiro de 2018

 

 

Cenas da folia em Manaus em 1913, publicado em 28 de fevereiro de 2020

 

 

Baile de Carnaval em Santa Teresa – Di Cavalcanti, Klixto e Helios Seelinger, na casa de Raul Pederneiras, publicado em 25 de fevereiro de 2022

 

 

O Rei Momo por Jean Manzon e por outros fotógrafos dos Diários Associados, publicado em 3 de fevereiro de 2023

 

 

Foliões do Carnaval de Diamantina por Chichico Alkmin, publicado em 17 de fevereiro de 2023

 

 

Crianças no carnaval carioca de 1933 por Guilherme Santos, publicado em 8 de fevereiro de 2024

 

Acessando o link para as fotografias de Carnaval disponíveis na Brasiliana Fotográfica, o leitor poderá magnificar as imagens e verificar todos os dados referentes a elas.

Carlos Bippus e as paisagens cariocas

 

 

A Brasiliana Fotográfica homenageia o Rio de Janeiro destacando as imagens produzidas pelo fotógrafo Carlos Bippus (18? – 19?), que atuou na cidade nas primeiras décadas do século XX. Bippus fez diversos registros do Rio de Janeiro e muitos deles tornaram-se cartões-postais e ilustraram álbuns de fotografia que eram vendidos, sobretudo, a turistas que visitavam a cidade.  Até o momento, pouco se sabe sobre a vida deste fotógrafo. Ele teve um ateliê fotográfico, o Photographia Bippus, na rua Vista Alegre, nº 20, e posteriormente foi sócio de Hurt Brand na Photo Brasil, na avenida Rio Branco, nº 144. A sociedade foi desfeita em 1923 e Bippus passou a ser o único proprietário do estabelecimento, tendo permanecido no mesmo endereço. Em uma notícia publicada em O Jornal, em 23 de novembro de 1923, sua arte fotográfica foi elogiada como proficiente e caprichosa. Além de suas qualidades como fotógrafo paisagista, foi também destacada sua habilidade como retratista. Houve na Photographia Brasil, um incêndio em 1929 (Gazeta de Notícias, 17 de novembro de 1929, sexta coluna).

 

 

Acessando o link para as fotografias de Carlos Bippus disponíveis na Brasiliana Fotográfica, o leitor poderá magnificar as imagens e verificar todos os dados referentes a elas. 

 

 Breve cronologia do fotógrafo Carlos Bippus

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1915 – Carlos Bippus  estava hospedado no Hotel Globo, no Rio de Janeiro (O Paiz, 31 de dezembro de 1915, terceira coluna).

1916 – Voltou a hospedar-se no Hotel Globo (O Paiz, 22 de junho de 1916, quarta coluna).

1917 – Carlos Bippus chegou no Rio de Janeiro, no paquete Itaituba, vindo de Porto Alegre e escalas (O Imparcial, Diário Illustrado do Rio de Janeiro, 19 de junho de 1917, penúltima coluna).

1918 – Bippus, de quem o remetente de um anúncio não sabia a direção, estava sendo procurado para receber proposta de negócio. No anúncio estava disponível o número de uma Caixa Postal de São Paulo (Correio da Manhã, 13 de agosto de 1918, primeira coluna).

Foi noticiado que C. Bippus, provavelmente Carlos Bippus, havia perdido um caderno azul com documentos e quem o encontrasse seria recompensado. O endereço fornecido para contato era rua do Catete, 98, 2º andar (A Noite, 28 de setembro de 1918, terceira coluna).

1921 – O ateliê Photographia Bippus ficava na rua Vista Alegre, nº 20 (Almanak Lammert, 1922).

O estabelecimento fotográfico Photo Lopes anunciou que acabava de substituir com vantagem a Photo Bippus que até então se dizia único no fabrico de vistas de noite (Jornal do Brasil, 5 de março de 1921, quinta coluna).

1922 – Os aviadores portugueses Sacadura Cabral (1881 – 1924) e Gago Coutinho (1869 – 1959) visitaram o ateliê Foto Brasil, de Bippus e Brand. Na ocasião, os aviadores, que haviam realizado a primeira travessia aérea do Atlântico Sul, entre Lisboa e Rio de Janeiro, posaram para diferentes clichês (O Jornal, 24 de junho de 1922, terceira coluna).

Fotografou a Exposição Internacional do Centenário da Independência do Brasil, realizada entre 7 de setembro de 1922 e o dia 24 de julho de 1923 no Rio de Janeiro.

 

 

1923 – A Photo Brasil e uma tipografia, dos sócios Carlos Bippus e Hurt Brand, ficavam na na avenida Rio Branco, nº 144. A Photo Bippus continuava funcionando na rua Vista Alegre, nº 20 (Almanak Laemmert, 1924).

Fotografias do ateliê de Bippus, de belíssimas vistas e panoramas do Rio de Janeiro, Petrópolis, Teresópolis, etc, eram anunciadas como verdadeiros trabalhos artísticos e de uma perfeição absoluta (A União, 21 de outubro de 1923 e O Beija-Flor, segunda quinzena de outubro de 1923).

 

 

Foi desfeita a sociedade de Bippus com Hurt Brand na Foto Brasil. Bippus ficou com o ativo e o passivo do estabelecimento (Jornal do Commercio, 27 de outubro de 1923, sexta coluna; e Correio da Manhã, 3 de novembro de 1923, na antepenúltima coluna).

Na notícia, abaixo, publicada em O Jornal, em 23 de novembro de 1923, a arte fotográfica de Bippus foi elogiada como proficiente e caprichosa. Além de suas qualidades como fotógrafo paisagista, foi também destacada sua habilidade como retratista.

 

 

1924 - Foi noticiada a perda de uma cadela nas proximidades do Cinema Odeon e pedido para quem a encontrasse entrasse em contato com Carlos Bippus (Correio da Manhã, 7 de fevereiro, terceira coluna).

As fotografias de Bippus continuavam sendo anunciadas como verdadeiros trabalhos artísticos e de uma perfeição absoluta (O Beija-Flor, 2ª quinzena de março de de 1924).

1925 – Foi publicada uma fotografia de Margot Felix, que se casaria com Bippus (Revista da Semana, 10 de janeiro de 1925).

 

 

1926 – O diretor da Recebedoria do Distrito Federal respondeu a uma consulta de Carlos Bippus relativa à interpretação do decreto nº 16041 sobre vendas de trabalhos fotográficos (Jornal do Commercio, 15 de junho de 1926, quarta coluna e O Globo, 15 de junho de 1926).

Carlos Bippus era credor e foi nomeado um dos comissários da concordata preventiva requerida por Alzira dos Santos Affonso (O Paiz, 6 de agosto de 1926, última coluna). Foi anunciado que os comissários estariam entre 16 e 17h no estabelecimento da concordatária na avenida Rio Branco, nº 90 (O Paiz, 7 de agosto de 1926, última coluna).

Com Flexa Ribeiro e A. Perrin, Bippus foi um dos jurados da 3º Exposição Anual de Fotografia do Photo Club Brasileiro, inaugurada em 26 de agosto de 1926, no saguão do edifício do Liceu de Artes e Ofícios. O concurso foi encerrado em 8 de setembro e contou com 284 provas de 16 concorrentes, todos eles sócios do Photo Club (O Paiz, 29 de agosto de 1926, última coluna). Os vencedores das três categorias – Retratos, Cenas de Gênero e Paisagens – foram, Guerra Duval, Del Vecchio e Hermínia de Mello Nogueira, Santos Leitão, respectivamente (O Paiz, 5 de setembro de 1926).

 

 

Bippus adquiriu dois lotes no Jardim Guanabara, bairro em construção na Ilha do Governador (Jornal do Brasil, 29 de setembro de 1926, penúltima coluna).

1929 – Bippus fez uma requerimento de certidão comercial para a prefeitura do Rio de Janeiro (Jornal do Brasil, 6 de fevereiro de 1929, primeira coluna e  24 de março de 1929, primeira coluna).

Houve na Photo Brasil, um incêndio em 1929, causado pela distração do assistente de Bippus.  Ele trabalhava com uma lâmpada de reproduções e colocou o cigarro que fumava perto de uma lata de magnésio, causando uma explosão. O acidente não teve graves consequências (Gazeta de Notícias, 17 de novembro de 1929, sexta coluna; e O Globo, 16 de novembro de 1929).

Foi aceito o pedido de despejo feito por Antônio Fernandes e Cia contra Carlos Bippus (Jornal do Commercio, 15 de abril de 1931, na penúltima coluna).

1931 – Foi aceito o pedido de despejo feito por Antônio Fernandes e Cia contra Carlos Bippus (Jornal do Commercio, 15 de abril de 1931, na penúltima coluna).

A Photo Brasil foi anunciada pela última vez no Almanak Laemmert, 1931.

Tramitava na Sexta Vara Cível um processo de Carlos Bippus (A esquerda, 8 de julho de 1931, terceira coluna).

1932 – Na Quinta Vara Cível, ação de despejo contra Bippus requerida por José Maria Parames Domingos (Correio da Manhã, 29 de setembro de 1932, terceira coluna).

1933 –  Na Sexta Vara Cível, em assunto relativo a falência, Bippus foi intimado a satisfazer o parecer do Curador de massas (A Batalha, 11 de agosto de 1933, última coluna)

1937 – Tramitava na 3ª Pretoria uma ação sumária feita por Leopoldo Neuss contra Carlos Bippus (Jornal do Commercio, 30 de janeiro de 1937).

1987 - O álbum A Exposição do Centenário da Independência, de 1922, com fotos de Bippus, Thiele Kollien e Lopes, foi apresentado ao Conselho Deliberativo do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, durante uma homenagem ao presidente da White Martins, Félix de Bulhões, que havia feito uma doação à instituição (Jornal do Brasil, 23 de outubro de 1987, última coluna).

1988 - Fotografias de Bippus foram a leilão, em Copacabana, no Rio de Janeiro (Jornal do Commercio, 21 de agosto de 1988, última coluna).

2002 - Publicação de propaganda sobre leilão de fotografias, manuscritos e livros, dentre outros itens, na Livraria Universal, no Rio de Janeiro. Fotografias de Bippus, Marc Ferrez (1843 – 1923) e Augusto Malta (1864 – 1957) fizeram parte do leilão (Jornal do Commercio, 20 de outubro de 2002).

2003 – Fotos noturnas produzidas por Bippus foram leiloadas na livraria e antiquário Sebo fino, em Petrópolis (O Globo, 2 de outubro de 2003)

Carlos Bippus foi um dos fotógrafos homenageados no livro Rio de Janeiro 1900 – 1930 – Uma crônica fotográfica, de George Ermakoff.

2008Lançamento do livro Só existe um Rio com imagens produzidas por Carlos Bippus e outros fotógrafos:

‘O Rio de Janeiro renovado das décadas de 1910 e 1920 foi imortalizado por um grupo de fotógrafos que produzia álbuns fotográficos para a venda a visitantes e colecionadores. Lopes, Braz, Tiele, W. Kollien e Carlos Bippus nos deixaram um legado de imagens de grande sensibilidade e técnica primorosa, com viragem em verde à base de sais de ferro e urânio que permitiu uma excelente preservação ao longo do tempo.’

2015 - Fotografias de Bippus fizeram parte das exposições Rio: primeiras poses – Visões da cidade a partir da chegada da fotografia (1840-1930),  no Instituto Moreira Salles; e Uma história do futuro, na Biblioteca Nacional (O Globo, 12 de agosto de 2015).

 

Andrea C. T. Wanderley

Editora-assistente e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica

 

Fontes:

ERMAKOFF , George. Rio de Janeiro 1900 – 1930 – Uma crônica fotográfica. Rio de Janeiro: G. Ermakoff Casa Editorial, 2003.

JAGUARIBE, Beatriz;MELLO, Marcia; L.Mauricio. Só existe um Rio. Rio de Janeiro: Editora Andrea Jakobson, 2008.

Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional

 

A Praça XV na coleção Família Passos

A Brasiliana Fotográfica destaca, a partir de um texto do pesquisador Paulo Celso Corrêa, do Museu da República, uma das instituições parceiras do portal, uma série de imagens pertencentes à coleção Família Passos/Museu da República retratando a Praça XV de Novembro. São registros de autoria do alagoano Augusto Malta (1864 – 1957), fotógrafo da prefeitura do Rio de Janeiro entre 1903 e 1936. As imagens foram reproduzidas em cartões postais que, no início do século XX, eram um meio popular de circulação e difusão em massa da fotografia.

A Praça XV na coleção Família Passos

Paulo Celso Corrêa*

Esta série de imagens pertencentes à coleção Família Passos/Museu da República retrata a Praça XV de Novembro, no Rio de Janeiro, que acabara de receber alterações urbanísticas promovidas pela administração do prefeito Pereira Passos (1902-1906). De autoria de Augusto Malta(1864 – 1957), as fotos foram reproduzidas em cartões postais, três dos quais foram enviados por Passos a suas netas Maria e Ernestina. No início do século XX, os postais eram um meio popular de circulação e difusão em massa da fotografia, numa época em que jornais e revistas ainda não dispunham de meios técnicos para reprodução de imagens em grande quantidade. Os postais mostravam cenas da paisagem urbana e do cotidiano de seus habitantes, servindo como lembrança de viagens e fonte de informações e entretenimento.

Acessando o link para as fotografias da Praça Quinze de autoria de Augusto Malta pertencentes  à coleção Família Passos/Museu da República disponíveis na Brasiliana Fotográfica, o leitor poderá magnificar as imagens e verificar todos os dados referentes a elas.

A circulação de imagens do Rio de Janeiro nesse formato servia também como propaganda das grandes obras promovidas na cidade pelo governo do presidente Rodrigues Alves e pela prefeitura do Distrito Federal, a cargo de Pereira Passos. Os postais representavam o Rio de Janeiro como uma capital moderna, urbanizada, integrada cultural e economicamente na ordem internacional capitalista, a despeito de o Brasil continuar a ser economicamente agroexportador, de população ainda majoritariamente rural e analfabeta. O caráter oficioso das imagens é reforçado pelo olhar de Augusto Malta sobre a cidade, como fotógrafo oficial da prefeitura. Nos postais aqui apresentados, Malta retratou uma região tradicional da cidade do Rio de Janeiro, que na administração Pereira Passos recebeu tratamento urbanístico com o plantio de árvores, instalação de postes de iluminação, a inauguração de um coreto e o início da construção da nova estação das barcas Rio-Niterói e de um Mercado Municipal, ambos em 1904.

A região do centro do Rio de Janeiro conhecida como Praça XV de Novembro surgiu ainda no século XVII, a partir da expansão da ocupação do Morro do Castelo rumo às áreas pantanosas adjacentes. Primeiramente, foi chamada Terreiro do Ó, devido à ermida de Nossa Senhora do Ó, de 1585; depois, Terreiro da Polé, já que ali havia um pelourinho para açoite de escravos. O nome posterior de Largo (ou praça) do Carmo surgiu no século XVII devido à presença do convento e das igrejas da Ordem Terceira do Carmo, incluindo aquela que em 1770 se tornou a primeira Sé do Rio de Janeiro. Mais tarde, a região passou a se chamar Largo do Paço pois ali se encontrava o edifício que foi residência dos Governadores Gerais (1743), dos Vice-Reis (1763), da Corte Real portuguesa (1808) e do Império (1822). O nome atual, Praça XV de Novembro, foi oficializado em 21 de fevereiro de 1890 para homenagear a data da proclamação da República e, do ponto de vista simbólico, reafirmar o novo regime em um espaço que havia sido o centro dos poderes econômico, religioso e administrativo da colônia e do Império.

Uma dos elementos mais característicos da região é o Chafariz da Pirâmide, de autoria do Mestre Valentim, construído nos anos 1750 para abastecer de água os trabalhadores e as embarcações que ancoravam próximo ao cais, quando o mar ainda chegava até ali. Esse cais, por sua vez, foi o primeiro da cidade do Rio de Janeiro e, por ali, chegavam e partiam navios de todos os tipos, transportando mercadorias, viajantes e escravos. Posteriormente, passou a ser conhecido como Cais do Pharoux por causa do luxuoso Hotel Pharoux, ali instalado na primeira metade do século XIX por um imigrante francês que deu seu sobrenome ao estabelecimento. Na área do cais, de um lado, estava a praia do Peixe, onde existia o Mercado Municipal da Candelária (1841), ao qual se refere o nome da atual Rua do Mercado; e, do outro lado, a praia de Dom Manuel. Já o Arco do Teles, que liga a Praça XV à Rua do Ouvidor, data do século XVIII, quando o juíz português Antônio Telles Barreto de Menezes ali construiu um conjunto de casas destinadas ao aluguel do comércio e da gente de alta sociedade.

 

Descrição das fotos

1

 

O fotógrafo está posicionado no cais, olhando em direção à Igreja da Candelária, cuja cúpula e torres aparecem ao fundo da foto. Em primeiro plano aparece o chafariz monumental em ferro fundido de Louis Sauvageau, comprado em Viena em 1878 por D. Pedro II, depois transferido para a Praça da Bandeira devido à construção do viaduto da Perimetral e, finalmente, para a praça que antes abrigava o Palácio Monroe na Cinelândia, onde se encontra atualmente. Logo atrás, se vê o chafariz do Mestre Valentim. Alguns transeuntes aparecem na cena, dois deles com um carro de cargas, um outro com um feixe de feno nas costas; provavelmente são trabalhadores nas obras da estação das barcas. Nota-se que várias árvores jovens foram plantadas ao redor da praça. Ao fundo, à esquerda, se vê a entrada do Arco do Teles. Em meio aos telhados, é possível ver a torre da Igreja da Boa Lapa dos Mercadores e a cruz da Igreja de Santa Cruz dos Militares.

Carimbo no verso com a data 30/04/1904.

Indicação de fabricação pela Societé Lumiére – Lyon, França, de propriedade da família de mesmo nome, especializada em cinema e fotografia.

 

2

 

 

Um aspecto do Cais Pharoux remodelado, com árvores ainda jovens e postes de iluminação. Algumas pessoas estão paradas na murada à beira-mar. No fundo, é possível ver a Ilha das Cobras. Data manuscrita no postal: 08/01/1904.

 

3

 

 

Foto tirada em direção ao mar, mostrando o estágio inicial de construção da estação Cais do Pharoux das barcas Rio-Niterói, obra que só seria concluída em 1912. No mar, ao fundo, se veem várias embarcações e a Ilha Fiscal.

Carimbo no verso com a data 30/04/1904.

Indicação de fabricação pela Societé Lumiére – Lyon.

 

4

 

 

 

Foto tirada a partir da rua Primeiro de Março provavelmente da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, primeira Sé do Rio de Janeiro em 1770. Em primeiro plano, aparece a praça onde ao centro está o monumento ao General Osório, de autoria de Rodolfo Bernardelli e inaugurado em 12 de novembro de 1894. Alega-se que este foi o primeiro monumento público inaugurado após a proclamação da República; ironicamente, homenageia um herói militar do Império, no largo que sediava o poder imperial.

À esquerda, se vê parte do telhado do Hotel de France, na esquina com a rua Primeiro de Março, onde vários carros de aluguel puxados a cavalo aguardam passageiros. Do lado direito desta primeira praça, ao fundo, aparece o Paço Imperial, que nessa época abrigava a Repartição Central dos Correios e Telégrafos. Em segundo plano, há uma praça menor ao redor do chafariz do Mestre Valentim e, ao lado, o coreto inaugurado em 1903. A presença de um coreto era a marca de uma nova idéia de ocupação do espaço público, voltada para hábitos cívicos, culturais e artísticos. Ao lado do coreto, no mesmo plano, se vê o prédio da Secretaria de Indústria, Viação e Obras Públicas.

Em direção ao mar, se vê o chafariz de Sauvageau e o cais Pharoux, ao fundo. Ainda não é possível ver as torres do Mercado Municipal, que começou a ser construído em 1904 mas só seria concluído em 1907. O postal tem uma legenda com o nome da praça e do fotógrafo Augusto Malta.

Não há destinatário ou selo no verso deste postal.

Na coleção do Instituto Moreira Salles no acervo da Brasiliana Fotográfica há uma foto de 12 de novembro de 1907, tirada do mesmo ângulo e lugar que esta, onde é possível observar algumas diferenças, como as árvores que já estão crescidas e as torres do Mercado Municipal que já aparecem ao fundo.

 

 

 

*Paulo Celso Corrêa é pesquisador do Arquivo Histórico e Institucional do Museu da República/IBRAM

São Paulo sob as lentes do fotógrafo Guilherme Gaensly (1843 – 1928)

A Brasiliana Fotográfica homenageia os 463 anos de São Paulo, a maior cidade da América do Sul e a quarta maior do mundo, com imagens produzidas pelo suíço Guilherme Gaensly (1843 – 1928). Ele nasceu em Wellhausen, cantão de Thurgau, e foi para Salvador, na Bahia, aos 5 anos de idade. Em 1871, após um período de aprendizado no ateliê de Alberto Henschel (1827 – 1882) na capital baiana, estabeleceu-se como fotógrafo. Destacou-se como retratista e como fotógrafo de paisagens urbanas e rurais. Em 1882, Rodolpho Lindemann (c. 1852 – 19?) tornou-se seu sócio e, em 1894, a próspera empresa Gaensly & Lindemann abriu uma filial em São Paulo, onde Gaensly foi morar.

 

 

Foi o autor de importantes registros do estado e da cidade de São Paulo, vendidos como fotografias em papel albuminado e colotipias impressas na Suíça e comercializadas em álbuns. Foi o mais importante divulgador da nova imagem do estado como líder do Brasil.

 

“As imagens de Gaensly foram fartamente utilizadas pelas primeiras publicações ilustradas, oficiais ou não, num contexto promocional, interessadas em divulgar a imagem do Estado de São Paulo no plano internacional. Gaensly, de sua parte, veicularia amplamente sua produção através dos cartões postais…Se, por um lado, enquanto fotógrafo proprietário de um esta belecimento comercial as vistas urbanas e rurais se incluíam em sua atividade profissional constituindo-se no seu meio de vida, por outro, ele colaborou definitivamente para a construção da imagem oficial da cidade: aquela idealizada pelas elites e pelo Estado, a imagem de uma cidade que se “apresentava” moderna através de estilos “neoclássicos”.

Boris Kossoy in Realidades e ficções na trama fotográfica, 2002

 

 

Ao lado de seu contemporâneo Marc Ferrez (1843 – 1923), Gaensly foi provavelmente o fotógrafo mais publicado em postais no Brasil. Em 1899, a empresa The São Paulo Railway, Light and Power Company, o contratou como fotógrafo oficial, função que exerceu até 1925, três anos antes de sua morte. Na ocasião, a presença da Light representava a modernização da área urbana e dos serviços da cidade.

 

Acessando o link para as fotografias de São Paulo produzidas por Guilherme Gaensly, disponíveis na Brasiliana Fotográfica, o leitor poderá magnificar as imagens e verificar todos os dados referentes a elas.

 

“Essa documentação, assinada por um fotógrafo plenamente maduro e no auge da carreira, possui particular importância já que Gaensly valia-se ainda da tecnologia e do olhar estético característico da fotografia do final do século XIX, o que lhe permitiu conferir peculiar qualidade a seus registros, fazendo-os mesmo transcender os aspectos estritamente técnicos das imagens que sabia capturar com extremo rigor formal e poder de síntese”.

Catálogo da Exposição comemorativa da doação do Acervo Brascan ao IMS –

Guilherme Gaenly e Augusto Malta: dois mestres da fotografia brasileira no Acervo Brascan, p.10)

 

Apesar de nunca ter sido o fotógrafo oficial de São Paulo, como foi Augusto Malta (1864 – 1957) no Rio de Janeiro, Gaensly foi o autor de uma abrangente obra sobre a capital paulista nas primeiras décadas do século XX, o que o coloca nessa posição. Ele e Militão Augusto de Azevedo (1837 – 1905) são considerados os fotógrafos que mais cultuaram São Paulo. Gaensly fotografou a cidade em plena transição para a modernidade, tendo registrado todos os aspectos urbanos da nova metrópole que surgia. Registrou a inauguração dos bondes elétricos que substituíram as carroças, o Jardim da Luz, a agitação do comércio na região do entorno da Praça da Sé, o crescimento da avenida Paulista, além de palacetes, chácaras, edifícios públicos, igrejas, escolas, teatros e hospitais. Essas vistas de São Paulo foram comercializadas em álbuns impressos na Suíça a partir de fotografias em papel albuminado e de colotipias. Fotografou também a chegada de imigrantes italianos em Santos e em São Paulo. Dentre os prêmios que recebeu, está uma medalha de prata conquistada na Exposição Universal de Saint Louis, em 1904.

 

 

“Guilherme Gaensly foi sem dúvida o fotógrafo que mais aproximou o seu trabalho das necessidades e exigências do ideário republicano de progresso social e material. Dedicado e ativo nas primeiras décadas do século passado, produziu uma visão da metrópole emergente com requinte e elegância, buscando interpretá-la como um espaço urbano harmonioso; uma memória que não ultrapassa o estritamente fotográfico, mas que hoje se evidencia como um dos principais fios condutores da história da cidade”

Rubens Fernandes Junior, in Guilherme Gaensly, 2011

 

Cronologia de Guilherme Gaensly  (1843 – 1928)

 

 

1843 – Em 1º de setembro (provavelmente), nascimento de Wilhelm (Guilherme) Gaensly, em Wellhausen, cantão de Thurgau, na Suíça, fronteira com a atual Alemanha, filho de Jacob Heinrich ( c.1804 – 1868) e Anna Barbara Kin (c. 1813 – 1895). Teve 4 irmãos: Ferdinand (c. 1837 – 1915), Frederick (c. 1838 – 1902), Julia (c.1848 – 1936) e Alaine (c.1852 – ?). Nesse mesmo ano, seu pai veio para o Brasil, repetindo a experiência de primos e irmãos, chegando em Salvador, em 19 de setembro.

1848 – Em julho, chegada de Anna Barbara com os filhos Ferdinand, Frederick e Guilherme em Salvador, na época a segunda cidade mais populosa do Brasil – a primeira era o Rio de Janeiro.

1850/1851 – Criação do Bahia Fremden Kirschhof, o Cemitério dos Estrangeiros. Os pais e irmãos de Gaensly estão enterrados lá, na área dos protestantes.

1868 – Morte de Jacob Heinrich em 4 de janeiro. Alberto Henschel (1827 – 1882) anuncia a técnica da marfimographia, a contratação de novos profissionais e a iminente abertura de uma filial da Photographia Allemã em Salvador, na Bahia (Jornal de Recife, edição de 21 de julho de 1868, quarta e quinta colunas, no pé da página). Em algum momento entre a inauguração do ateliê e 1871 Gaensly trabalhou para Henschel.

Década de 1870 – Segundo Kossoy, durante essa década, Gaensly também foi associado ao fotógrafo alemão Joseph Schleier (1827 – 1903), que havia chegado em Salvador em 1851.

1871 – Após um período de aprendizado no ateliê de Henschel, situado na rua da Piedade, 16 (Jornal da Bahia, 16 de setembro de 1871), Gaensly estabeleceu-se como fotógrafo na firma Maison Gaensly & Lange (segundo Kossoy, Waldemar Lange), com a colaboração de Karl Gustaff ( c. 1837 – 1872), alemão que também havia prestado serviços para Henschel. Provavelmente, a Maison Gaensly & Lange ficava na Estrada do Manguinho.

1874 – Segundo Geraldo da Costa Leal em Um cinema chamado saudade (1997), nessa época, o europeu Rodolpho Frederico Francisco Lindemann (c. 1852 – 19?) já trabalharia com Gaensly.

1875 – No Jornal da Bahia de 29 de agosto de 1875, na página 3, de 31 de agosto, na página 4, e de 4 de setembro, na página 4, foram publicadas propagandas da Photographia do Commercio, de Gaensly, na Ladeira de São Bento, 1. A propaganda foi publicada outra vez em 14 e 19 de abril de 1876 no mesmo jornal.

Novo estabelecimento

montado com todo o gosto

Photographia do Commercio

Guilherme Gaensly

1- Ladeira de S. Bento – 1

na localidade que ocupava a I.l.L. M. Sociedade Recreativa

Tendo sido todos os utensílios para esta nova galeria como instrumentos, mobílias, fundos, decorações, etc, escolhidos pessoalmente na minha última viagem à Europa onde visitei os maiores estabelecimentos deste gênero, venho oferecer ao respeitável público o ATELIER melhor montado desta capital garantindo trabalhos perfeitos e de DURAÇÃO visto que adotei todos os melhoramentos feitos nestes últimos anos.

A ótima colocação do ATELIER permite pela boa luz tirar constantemente bons resultados ainda nos dias chuvosos.

Sempre tem um trem  especial pronto para sair a qualquer chamado mediante prévio ajuste.

Preços reduzidos

A maior coleção de vidros da Bahia, Cartões de visita, Cartões imperiais, Cartões Bombés, Retratos Maiores 

1876 – Segundo Kossoy, Gaensly anunciou seu estabelecimento, a Photographia do Commercio, no Largo do Teatro, 1, no Jornal da Bahia, de 20 de junho de 1876.

1877 – Foi agraciado com 3 medalhas pelo Imperial Liceu de Artes e Ofícios da Bahia.

1881 – Participou da grande mostra da Biblioteca Nacional, Exposição de História do Brasil, que reunia integrantes do acervo da instituição e também da coleção de dom Pedro II (1825 – 1891) e do barão Homem de Mello (1837 – 1918). Apresentou 28 fotografias de quadros a óleo de pessoas públicas como o padre Antônio Vieira (1608 – 1697) e o conde de Cavalleiros (1750 – 1807). Expôs também vistas da Bahia produzidas provavelmente durante a década de 1870 com o alemão Joseph Schleier (1827 – 1903) (Anais da Biblioteca Nacional, 1881 – 1882, volume 2, nas páginas 141814191421149515011542154415451546155215541555155815661571157215741575157615781579158115821583158915911592 e 1597).

A presença de Schleier no catálogo da Exposição de História do Brasil parece confirmar a associação entre ele e Gaensly. As imagens são do Terreiro de Jesus com a cathedral e Faculdade de Medicina (antigo colégio dos jesuitas). Segundo Ricardo Mendes, “Considerando a abrangência do trabalho de Gaensly ao registrar a cidade de Salvador, não teria sentido a inclusão de imagens de locais tão conhecidos, a não ser que se tratasse de uma associação efetiva. De J. Schleier existem poucas referências, além de raras imagens no acervo da Biblioteca Nacional e dos Instituto Geográfico e Histórico da Bahia”.

Nesse ano o endereço de seu ateliê mudou para Largo do Teatro n° 92 – ao lado do Teatro São João – local que anos depois ficaria conhecido como Praça Castro Alves. O estúdio, um grande sobrado, era, provavelmente, também a residência de Gaensly.

Gaensly e Rodolpho Frederico Francisco Lindemann (c. 1852 – 19?), futuramente seu sócio e cunhado, fotografaram a inauguração do segundo trecho da Estrada de Ferro Central da Bahia, entre São Félix e Tapera, atual Taperi (Diário de Pernambuco, 1º de janeiro de 1882, na última coluna).

1882 – Informava-se ao público novas mudanças e melhorias na Fotografia premiada de Guilherme Gaensly, que além de ateliê fotográfico funcionava também como uma galeria de seus trabalhos e anunciava  “a melhor coleção de vistas dos pontos mais bonitos da capital e subúrbios. Chama especial atenção para os retratos de tamanho natural pela câmara solar, retocados por um hábil artista de Paris”. O retoque deveria ser uma referência ao acabamento de fotopintura. (Diário de Notícias, 1 de janeiro de 1882).

Gaensly apresentou “excelentes trabalhos photographicos” na exposição dos 10 anos do Imperial Liceu de Artes e Ofícios (Diário de Pernambuco, 28 de outubro de 1882, na última coluna).

Foi agraciado com uma medalha do Imperial Liceu de Artes e Ofícios da Bahia.

Admitiu como ajudante Frederico Francisco Lindemann (c. 1852 – 19?), que no final dessa década tornou-se seu sócio.

1883 –  Foi publicado um anúncio do ateliê fotográfico de Gaensly, com a denominação Photographia Gaensly, na Praça de Castro Alves (Diário de Notícias, 4 de abril de 1883).

“O conhecido e acreditado photographo Gaensly” registrou o grupo que estava presente ao lançamento da pedra fundamental para as obras do primeiro engenho central da companhia Bahia Central Sugar Factories, um empreendimento do engenheiro britânico Hugh Wilsonorganizador da Companhia Anônima da Imperial Estrada de Ferro Central da Bahia (Jornal do Commercio, 3 de junho de 1883, na primeira coluna).

Foi agraciado com uma medalha do Imperial Liceu de Artes e Ofícios da Bahia.

1884 – Foi agraciado com uma medalha do Imperial Liceu de Artes e Ofícios da Bahia.

1885 – Foi agraciado com uma medalha do Imperial Liceu de Artes e Ofícios da Bahia.

1888 - Em 5 de maio, Guilherme casou-se com Ida Itschner (c.1863 – 1933), na residência dos pais da noiva, João Jacob Itschner e Elisabet Wolf Itschner. Teve como testemunhas seu sócio, Rodolfo Lindemann, e um de seus irmãos, Frederick. A cerimônia foi celebrada pelo pastor A.L. Blackford, um dos fundadores da igreja presbiteriana no Brasil.

Rodolfo Lindemann havia se casado com a irmã de Guilherme, Alaine, em 23 de abril, no ateliê fotográfico dele e de Guilherme, tendo como testemunhas os irmãos de Gaensly, Frederick e Ferdinand.

Rodolfo Lindemann havia se casado com a irmã de Guilherme, Alaine, em 23 de abril, no ateliê fotográfico dele e de Guilherme, tendo como testemunhas os irmãos de Gaensly, Frederick e Ferdinand.

gaensly

Acervo IMS

1889 – Rodolpho Lindemann, do ateliê Gaensly & Lindemann, foi premiado na Exposição Universal de Paris, no Campo de Marte, com uma medalha de bronze com quadros fotográficos da Bahia e de Pernambuco.

1891 – Gaensly embarcou rumo à Europa no paquete alemão Rosário (Diário de Notícias, 14 de janeiro de 1891, na penúltima coluna).

O casal Guilherme e Ida Gaensly embarcou no paquete alemão Mondevidéu rumo a Santos (O Paiz, 2 de julho de 1891, na última coluna).

1892 – Foi noticiado que o beco ao lado do ateliê fotográfico de Gaensly & Lindemann, na praça Castro Alves, em Salvador, havia se tornado um “mictório” (Jornal de Notícias, 28 de maio de 1892, na primeira coluna).

1893 – O casal Guilherme e Ida Gaensly embarcaram no paquete alemão Olinda rumo à Europa (Gazeta de Notícias, 9 de julho de 1893, na última coluna).

1894 – Inauguração da filial da firma Gaensly & Lindemann, em São Paulo, na rua XV de Novembro, 28, onde se concentrava o comércio de alto padrão na capital. Gaensly foi chefiar a sede paulista e Lindemann permaneceu em Salvador. A firma baiana teve seu nome alterado para Photographia Cosmopolita. Tudo indica que a crescente concorrência em Salvador e a queda do desempenho da economia baiana devido à seca foram as causas da abertura do ateliê em São Paulo.

Entre 1894 e  1897, editou a série de grandes estampas fotográficas de São Paulo.

O ateliê fotográfico Gaensly & Lindemann foi o responsável pela produção de um quadro com os retratos de todos os arcebispos da Bahia. Foi organizado por iniciativa de Olavo de Freitas Martins, um dos fundadores do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia. “O trabalho artístico do systema photogravura foi executado pelo artista sr. Rodolpho Lindemann, ficando perfeito”. A matéria também informava que a sede paulista do ateliê Gaensly & Lindemann estava produzindo um quadro com os retratos dos arcebispos de São Paulo (Jornal de Recife, 24 de outubro de 1894, na quinta coluna).

As edições de 1894 e 1895 do livro São Paulo, de Gustav Köenigswald, foram ilustradas com as primeiras séries de vistas da capital paulista produzidas por Gaensly.

1895 – Aos 82  anos, faleceu em Salvador a mãe de Gaensly, Anna Barbara.

1896 – Anúncio em francês da Photographia Gaensly & Lindemann, com os endereços em São Paulo – rua Quinze de Novembro,28 – e em Salvador – Largo Castro Alves, 92 (Almanach, 1896).

Elogio à fotografia Otto de bicicleta, produzida pelo ateliê Gaensly & Lindemann, exposta na casa de música do sr. Luiz Levy, na rua Quinze de Novembro, em São Paulo (A Bicycleta, 12 de julho de 1896, na primeira coluna).

O fotógrafo Juan Gutierrez (c. 1860 – 1897) anunciou que Gaensly e Lindemann haviam cedido “gentilmente” a ele o seu “magnífico atelier” na rua Quinze de Novembro, 28, na capital paulista. Gutierrez estava expondo suas fotografias no salão da Associação Comercial (O Commercio de São Paulo, 24 de novembro de 1896, na quinta coluna).

No periódico paulista A música para todos, exemplar de dez.1896 / jan.1897, foi anunciada a Photographia Gaensly & Lindemann recomendada aos nossos assinantes. No mesmo anúncio,  foi também noticiada a exposição de mais de cinquenta fotografias do ateliê na redação da revista.

1898 – Foi comercializado o álbum “Colleções de 27 cartões com vistas da Cantareira, Jardim Publico, Quartel de Policia, Serra de Santos, Fazendas de Café, Poços de Caldas, Escola Normal de Campinas, Estação de Campinas, Largo de São Bento, Largo do Palacio, Ypiranga e outros”, cartões postais impressos por Victor Vergueiro Steidel (1868 – 1906). Não foi apresentada a autoria das imagens, mas foram, muito provavelmente, baseadas em fotografias de Gaensly, de Paulo Kowalsky e de Marc Ferrez(1843 – 1923). O fotógrafo Kowalsky teria atuado em São Paulo entre 1891 e 1897.

Para a Escola Politécnica, o estúdio Gaensly & Lindemann produziu o quadro de formatura da turma de Engenheiros Geógrafos.

1899 – Gaensly & Lindemann presentearam o Correio Paulistano com “uma bella collecção de bilhetes postais contendo vistas dos principais edificios e dos logares mais pitorescos” de São Paulo (Correio Paulistano, 4 de agosto de 1899, na última coluna). Seria sua primeira série de postais, Lembrança de São Paulo.

Gaensly & Lindemann anunciaram o envio da Grande Collecção de Vistas de São Paulo para a Exposição Universal de Paris de 1900.

Em abril, foi constituída em Toronto, por um grupo de investidores canadenses estimulados por empresários paulistas a The São Paulo Railway, Light and Power Company Limited.  Em 17 de junho, a empresa obteve autorização para funcionar no Brasil e logo em seguida iniciou seus trabalhos no país.

Gaensly foi contratado pela companhia e foi seu principal fotógrafo até 1925. Com equipamentos de grande porte (negativos em vidro 24 x 30cm), passou, então, a documentar os trabalhos da empresa, produzindo registros das transformações urbanas de São Paulo, causadas por obras de implantação de linhas de bonde elétrico, de iluminação pública, imagens de casas de máquina e interiores de oficinas de manutenção, além de fotografias da construção de barragens e das hidrelétricas da Light no estado. A primeira fotografia produzida por ele para a Light foi das obras da rua 25 de março, em 5 de julho.

 

 

1900 – Terminou a sociedade entre Gaensly & Lindemann, em São Paulo, e Gaensly passou a atuar sozinho na Photographia Gaensly (Alkmanak Lammert, 1901). No mesmo Almanak, consta o ateliê Gaensly & Lindemann, em Salvador.

Produção da segunda série de postais, também denominada Lembrança de São Paulo, dessa vez apenas com a assinatura de Gaensly. A terceira série deve ter sido editada logo em seguida.

1901 – Foi noticiado que a Photographia Gaensly & Lindemann de Salvador havia fotografado uma criança natimorta e hermafrodita, que estava despertando a curiosidade da população e de médicos, dentre eles o professor  de medicina legal, Nina Rodrigues (1862 – 1906) (Diário do Maranhão, 31 de outubro de 1901, na última coluna sob o título “Criança fenomenal”).

1902 - As imagens publicadas no primeiro Relatório de Diretoria da Light dirigido aos acionistas no exterior foram baseadas em fotografias de Gaensly e Lindemann, produzidas especificamente para a empresa ou para o álbum Lembrança de São Paulo, editado pelo Instituto Politécnico de Zurique e impresso em colotipia.

O estúdio fotográfico Gaensly & Lindmann continuava funcionando em Salvador (Almanak Laemmert, 1903).

1903 - Para “auxiliar a propaganda do café” na Exposição de Saint Louis (1904), Gaensly começou a documentar as instalações e a  lavoura cafeeira da colônia americana em Santa Bárbara (Correio Paulistano, 6 de dezembro de 1903).

Enviou ao Correio Paulistano uma coleção de dez cartões-postais coloridos e 50 em planotipia (Correio Paulistano, 26 de abril de 1903, na primeira coluna).

1904 – Gaensly entregou “as vistas produzidas no interior da exposição (Saint Louis) e as dos mapas do café” (Correio Paulistano, 12 de fevereiro de 1904, na primeira coluna).

Gaensly integrou uma comitiva que visitou a Ilha dos Búzios, parte do Arquipélago de Ilhabela, onde seria instalada uma colônica correcional. O conhecido fotógrafo Gaensly tinha a tarefa de tirar vistas dos trechos mais pitorescos e menos conhecidos dos Búzios e das histórias do fortes coloniais de Bertioga, São Sebastião e Villa Bella. Dentre vários, também estavam na expedição o escritor e engenheiro Euclides da Cunha (1866 – 1909), autor de Os Sertões, e o pintor Benedito Calixto (1853 – 1927), além de autoridades como o secretário do Interior de São Paulo e o chefe de polícia (Correio Paulistano8 de agosto de 1904, na quarta coluna, e 12 de agosto de 1904, na última coluna).

Anúncio da Photographia de Guilherme Gaensly, antiga Gaensly & Lindemann. A propaganda seria publicada diversas vezes durante 1904 e 1905 (Correio Paulistano, 1º de novembro de 1904, na sétima coluna). Foi contemporâneo dos fotógrafos húngaro José Wollsack (1847 – 1927), do austríaco Otto Rudolf Quaas (c. 1862 – c. 1930) e do brasileiro Valério Vieira (1862 – 1941).

 

 

Na Exposição Mundial de Saint Louis, realizada entre 30 de abril e 1º de dezembro de 1904,  Gaensly ganhou medalha de prata na categoria “Photographia” (Almanak Laemmert, 1905).

O estúdio fotográfico Gaensly & Lindmann continuava funcionando em Salvador (Almanak Laemmert, 1905).

1905 - Entre 1905 e 1907, nas notas fiscais da Photographia Gaensly existem muitas referências a serviços de reproduções de mapas para a Comissão Geográfica e Geológica.

Início das atividades da Rio de Janeiro Railway, Light and Power Company Limited e contratação do fotógrafo Augusto Malta (1864 – 1957).

Foi publicada uma fotografia de autoria de Gaensly da festa do Club da Guarda Nacional, realizada no Jardim da Luz, em 26 de julho de 1905 (Revista da Semana, 20 de agosto de 1905).

c. 1905 – Gaensly editou uma série no formato postal, que ficou conhecida como a série A, com cinquenta imagens. Foi produzida com uma técnica de impressão que resultava numa melhor visualização, próxima ao da cópia fotográfica.

1906 - Guilherme Gaensly estava na folha de pagamento da Secretaria de Agricultura de São Paulo (Correio Paulistano, 1º de novembro de 1906, na última coluna).

Foi elogiada como magnífica a fotografia do quadro da turma de graduandos da Escola de Farmácia de Ouro Preto, produzida por Gaensly (O Pharol, 11 de dezembro de 1906, na sexta coluna, sob o título “Municípios”).

Último registro do funcionamento do estúdio fotográfico Gaensly & Lindmann, em Salvador, no Almanak Laemmert, 1906.

1907 – Guilherme Gaensly estava na folha de pagamento da secretaria de Agricultura de São Paulo (Commercio de São Paulo, 22 de novembro de 1907, na primeira coluna).

1908 – Guilherme Gaensly estava na folha de pagamento das secretarias do Interior e da Agricultura de São Paulo (Commercio de São Paulo12 de janeiro de 1908, na primeira coluna, 26 de fevereiro, na quinta coluna8 de maio, na terceira coluna Correio Paulistano, 30 de outubro de 1908, na sexta coluna e 15 de dezembro de 1908, na última coluna).

Participou da Exposição Nacional e obteve a medalha de ouro na seção de “Photographia” (Commercio de São Paulo, 27 de novembro de 1897, na quarta coluna, sob o título “Notas e Notícias”, e Almanak Laemmert, 1909).

1909 – Guilherme Gaensly estava na folha de pagamento da secretaria de Agricultura de São Paulo (Correio Paulistano, 13 de julho de 1909, na penúltima coluna).

1910 – Iniciou a produção de um novo conjunto de 50 imagens de São Paulo no formato postal, posteriormente conhecida como a série B.

1911 - O naturalista Hermann von Ihering (1850-1930), que dirigiu o Museu Paulista entre 1894 e 1916, pediu à Diretoria de Terras, Colonização e Imigração um coleção de fotografias dos núcleos coloniais “ultimamente tiradas pelo dr. Gaensly” (Correio Paulistano, 29 de abril de 1911, na segunda coluna).

Uma coleção de fotografias de Guilherme Gaensly foi um dos prêmios da rifa organizada por artistas em prol das vítimas de uma inundação ocorrida em Santa Catarina e no Paraná (O Paiz, 18 de dezembro de 1911, na última coluna)

c. 1912 – O ateliê de Gaensly mudou-se para a rua Boa Vista, 39 (Almanak Laemmert, 1913).

1915 - Foi publicada no jornal Germania, da comunidade alemã, em 15 de junho de 1914, uma propaganda do ateliê do fotógrafo na rua Boa Vista, 39.

1917 – Gaensly prestou serviços à Prefeitura de São Paulo (Correio Paulistano, 4 de dezembro de 1917, na última coluna).

1922 – Fotografou os participantes do Sínodo Presbiteriano Independente reunido em São Paulo em 24 de maio, um importante evento da igreja presbiteriana. A imagem foi publicada na edição de 2 de março de 1922 na capa do jornal O Estandarte e encontra-se arquivada no Centro de Documentação e História Reverendo Vicente Themudo Lessa.

1925 – Gaensly deixou de trabalhar para a The São Paulo Railway, Light and Power Company Limited.

1927 –  Último registro do funcionamento de seu ateliê na rua Boa Vista, 39, no Almanak Laemmert de 1927.

1928 – Guilherme Gaensly morreu em 20 de junho de pneumonia, em São Paulo.

 

Andrea C. T. Wanderley

Editora-assistente e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica

Fontes:

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LAGO, Bia Corrêa do;LAGO, Pedro Corrêa do. Os Fotógrafos do Império. Rio de Janeiro: Capivara, 2005. 240p.:il

LIMA, Solange Ferraz de. São Paulo na virada do século. As imagens da razão urbana: a cidade nos álbuns fotográficos de 1887 a 1919. São Paulo:Universidade de São Paulo, 1995.

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Revista Carta Capital

Site da Enciclopédia Itaú Cultural

Site do Instituto Moreira Salles

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VASQUEZ, Pedro. Mestres da fotografia no Brasil: Coleção Gilberto Ferrez. Rio de Janeiro: Centro Cultural Banco do Brasil, 1995.

Para a elaboração dessa cronologia foi realizada uma ampla pesquisa em inúmeros jornais da Hemeroteca da Biblioteca Nacional.