Série “Avenidas e ruas do Brasil” XII – A Avenida Paulista, o coração pulsante da metrópole

Série “Avenidas e ruas do Brasil” XII – A Avenida Paulista, o coração pulsante da metrópole

No 12º artigo da Série Avenidas e ruas do Brasil, a Brasiliana Fotográfica traz fotografias da Avenida Paulista, um dos símbolos da cidade de São Paulo e um de seus principais pontos turísticos, produzidas pelo suíço Guilherme Gaensly (1843 – 1928) e por Frédéric Manuel (18? – 19?). Há ainda duas imagens realizadas por fotógrafos ainda não identificados. A Paulista foi inaugurada, oficialmente, em 8 de dezembro de 1891. Não deixem de usar a ferramenta zoom para uma melhor apreciação de todos os detalhes dos registros da Avenida Paulista, o centro financeiro, cultural e de entretenimento de São Paulo, um de seus mais representativos cartões postais.

“As grandes ruas da Liberdade, de Santo Amaro, de Santo Antônio e da Consolação dirigem-se para o sul, dando acesso direto à célebre Avenida Paulista, sem contestação a mais bela avenida da capital, muito larga, asfaltada, composta de três pistas e orlada de habitações principescas. Uma pequena elevação que se acha na extremidade norte-oeste oferece bela perspectiva sobre o resto da cidade”.

Paul Walle (1872 – 1950), viajante e economista francês,

em Au Pays de l´Or Rouge, l´État de S. Paulo (1921)

 

Acessando o link para as fotografias da Avenida Paulista disponíveis na Brasiliana Fotográfica, o leitor poderá magnificar as imagens e verificar todos os dados referentes a elas.

 

Muitas de suas construções foram demolidas ao longo do século XX.

“O que aconteceu na Avenida Paulista é uma tragédia nacional. São Paulo foi marginalizada, por causa de uma leitura da identidade brasileira que excluía o imigrante”.

 Paulo Garcez, professor de arquitetura da Universidade de São Paulo (USP),

sobre as demolições de construções na Avenida Paulista.

 

Sobre a avenida Paulista

“A Avenida Paulista é o arrabalde mais pitoresco dessa capital, está 64 metros mais alto do que o largo da Sé, e dista ao largo de S. Francisco 8 minutos de bonde elétrico”

Diário Popular, agosto e setembro de 1900

 

Em seus anos de existência (O Mercantil (SP), 29 de novembro de 1890, quarta coluna), a Avenida Paulista, cujo projeto inovador e realização foram da empresa Sociedade Anônima Companhia Viação Paulista, do engenheiro agrônomo e precursor do urbanismo na cidade de São Paulo, o uruguaio Joaquim Eugênio Lima (1845 – 1902), do capitalista José Borges de Figueiredo e do servidor público João Augusto Garcia, passou de zona residencial da burguesia ascendente a centro comercial, cultural e financeiro da cidade. Seu planejamento foi realizado pelo agrimensor Tarquínio Antonio Tarant, encarregado da arborização, do arruamento e da criação de suas alamedas transversais. A Avenida Paulista localiza-se no bairro Bela Vista, vai da Rua Treze de Maio à Rua da Consolação, tem uma extensão de 3 km e é considerada o coração pulsante da metrópole, a mais contemporânea via de São Paulo.

 

 

Até a década de 1880, a região onde ela se encontra, na época conhecida como o Morro do Caaguaçu, que em tupi significa mata grande, era um terreno ermo e pertencia à Chácara do Capão, propriedade de Manuel Antônio Vieira. Os já mencionados donos da Sociedade Anônima Companhia Viação Paulista adquiriram parte da chácara e lotearam a área dando origem à Avenida Paulista. Bem larga, foi a primeira rua pública asfaltada, em 1909, e arborizada de São Paulo. Tinha três vias separadas por magnólias e plátanos, com grandes lotes de cada lado. Na mesma época, chamaram o paisagista francês Paul Villon (1841 – 1905) para projetar o Parque Trianon – atualmente Parque Tenente Siqueira Campos -, que foi inaugurado pelo arquiteto e urbanista inglês Barry Parker (1867 – 1947), em 3 de abril de 1892, e se tornou a área de lazer das famílias proprietárias de casas na região.

 

 

A Avenida Paulista foi batizada em homenagem aos paulistas por decisão do engenheiro Joaquim Eugênio Lima. Segundo o livro Cidade de São Paulo: Estudos de Geografia Urbana, 1958, as denominações de Avenida das Acácias ou Prado de São Paulo foram cogitadas.  Ainda sobre seu nome: em 1927, quando José Pires do Rio (1880 -1950) era o prefeito de São Paulo, a Paulista passou a se chamar Avenida Carlos de Campos, em homenagem ao ex-governador do estado de São Paulo, mas a alteração não agradou o povo da cidade, fazendo com que voltasse ao seu nome original, em 13 de novembro de 1930, quando foi publicado, no Diário Oficial, o Ato nº 11, assinado pelo então prefeito de São Paulo, José Joaquim Cardoso de Melo (1883 – 1975), segundo o qual atendia “…finalmente, a que outras denominações há, que não deveriam jamais ter sido alteradas como a da – Avenida Paulista – que recorda, numa só palavra, todo o indefesso trabalho e honra da gente paulista” (Correio Paulistano, 6 de maio de 1927, sexta coluna; O Estado de São Paulo, 19 de novembro de 1930 e 8 de dezembro de 2021) .

 

 

Foi noticiada a inauguração a Avenida Paulista, em 1890 (O Mercantil (SP), 29 de novembro de 1890, quarta coluna) e, cerca de três meses depois, foi anunciado o início da venda de seus lotes para 12 de fevereiro de 1891 (Correio Paulistano, 8 de fevereiro de 1891, última coluna)

 

 

 

 

Foi visitada, a convite de Joaquim Eugênio de Lima, pelo presidente do Estado, Américo Brasiliense (1833 – 1896), o jornalista Francisco Rangel Pestana (1839 – 1903) e Júlio Mesquita (1862 – 1927, que era, na época, senador estadual.

 

O Estado de São Paulo, 16 de maio de 1891

O Estado de São Paulo, 16 de maio de 1891

 

Foi publicada uma notícia sobre as obras e o assentamento de uma linha de bondes na Avenida Paulista (O Estado de São Paulo, 11 de outubro, quarta coluna e 31 de outubro de 1891).

 

O Estado de São Paulo, 31 de outubro de 1891

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O Estado de São Paulo, 11 de outubro de 1891

 

Em 8 de dezembro de 1891, foi finalmente instalada a nova linha de bondes até a Avenida Paulista, da Companhia Ferro Carril de São Paulo, com grande concorrência e com a presença da imprensa. A Avenida Paulista era oficialmente entregue à população e esta é a data considerada a de sua inauguração (Jornal do Brasil, 9 de dezembro de 1891, quinta coluna).

“Hoje, ao meio-dia a Companhia Ferro Carril fará a inauguração de suas linhas da Bella Vista e da Bella Cintra. Os bonds inauguraes partirão da rua da Boa Vista esquina com a rua 15 de novembro percorrendo toda a Grande Avenida Paulista”

Nota publicada na primeira página de O Estado de São Paulo de 8 de dezembro de 1891.

 

 

 

N0 ano seguinte, no salão do jornal O Paiz foram exibidas 3 grandes fotografias da Avenida Paulista. Quem seria o autor ou os autores dessas imagens? (O Paiz, 8 de junho de 1892, terceira coluna).

Em fins do século XIX, a avenida já tinha cerca de 50 casarões. Abastados senhores do café, grandes comerciantes, banqueiros e industriais construíram imponentes mansões na nova avenida que usavam como residência ou como casa de veraneio. Dentre eles o empresário dinamarquês Adam Ditrik von Bullow (1840 – 1923), o industrial italiano Francesco Matarazzo (1854 – 1937), que foi durante muito tempo o homem mais rico do Brasil, cujo palacete foi projetado pelos arquitetos italianos Giulio Saltini e Luigi Mancini; e o farmacêutico e político Henrique Schaumann (1856 – 1922), cujo projeto de sua mansão foi do alemão Augusto Fried e de Carlos Ekman. O Shopping Cidade de São Paulo e a Torre Matarazzo localizam-se onde ficava a mansão Matarazzo.  O casarão de Schaumann foi propriedade das famílias Andraus e Lotaif. Após sua polêmica demolição, em 1982, virou um estacionamento e, posteriormente o Edifício Paulista 867.

A família Thiollier, de imigrantes franceses, também tinha um palacete na avenida, a Villa Fortunata, onde hoje se encontra o Parque Mario Covas. René Thiollier (1882 – 1968), filho do patriarca Alexandre Honoré Marie Thiollier – sócio e proprietário da primeira livraria de São Paulo, a Casa Garroux – foi um dos fundadores do Teatro Brasileiro de Comédia e frequentava o círculo de intelectuais que organizou a Semana de Arte Moderna de 1922. Foi ele que pagou o aluguel do Teatro Municipal de São Paulo para a realização do evento. Uma curiosidade sobre a Villa Fortunata: a família Burle Marx alugou entre 1909 e 1912 a mansão e foi lá que nasceu o mundialmente famoso paisagista e artista plástico brasileiro Roberto Burle Marx (1909 – 1994).

 

 

 

“O grande passeio que o citadino mostra, com o mais legítimo orgulho ao forasteiro é a Avenida Paulista, imensa rua com alguns quilômetros de comprimento, situada no ponto mais elevado da cidade, toda arborizada, cercada de casas suntuosas, cuja arquitetura e ornamentação nada ficam a dever aos mais belos edifícios europeus”.

Nicolau Fanuele (1888 – 1914), jornalista e advogado, em Il Brasile (1910).

 

O casarão von Bulow, projeto de Augusto Fried, foi contruído perto da alameda Campinas e foi, talvez, o primeiro a ser documentado. Era um dos pontos prediletos de Guilherme Gaensly (1843 – 1928) para fotografar a Avenida Paulista. O palacete era propriedade do empresário dinamarquês Adam Ditrik von Bullow (1840 – 1923), um dos acionistas da Companhia Antarctica Paulista. Hoje, no lugar que ocupava está o Edifício Paulicéia, ícone da arquitetura moderna de São Paulo, projeto de Jacques Pilon (1905 – 1962) e do italiano Gian Carlo Gasperini (1926 – 2020), construído na década de 50.

 

 

A Paulista foi o cenário de corridas de charrete, de cabriolés e dos primeiros automóveis. Também foi o palco dos grandes carnavais dos anos 10, 20 e 30. Em 1912, o corso foi transferido da Praça da República para a avenida e as famílias desfilavam em carros enfeitados (O Estado de São Paulo, 15 de janeiro de 1912).

 

 

O Belvedere Trianon, que ficava na Paulista e foi durante muito tempo o principal ponto de encontro da cidade, foi demolido para ceder espaço à 1ª Bienal de Arte Moderna da cidade, realizada, em 1951, pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP), sob a presidência de Ciccillo Matarazzo (1898 – 1977), em um pavilhão provisório localizado na Esplanada do Trianon.

 

 

 

Restam poucos casarões na avenida, como a Casa das Rosas (1935), último projeto do arquiteto Francisco de Paula Ramos de Azevedo (1851 – 1928), que hoje abriga o Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura; e o Palacete Franco de Mello (1905), obra do construtor português Antônio Fernandes Pinto. Algumas construções remanescentes da via são tombadas pelo Conselho de Defesa Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico de São Paulo.

Inicialmente, estabelecimentos comerciais não podiam existir na Avenida Paulista. Em 1952, durante a gestão do prefeito (1899 – 1955), a Lei nº 4313 de 29 de outubro, autorizou a construção de estabelecimentos hospitalares, educacionais, de imprensa, rádio, televisão, teatro e cinema. Quatro anos depois, foi inaugurada a primeira loja-exposição do Conjunto Nacional, que seria o primeiro shopping center da América do Sul. A inauguração da primeira etapa do Conjunto Nacional, em dezembro de 1958, contou com a presença do então presidente da República, Juscelino Kubitschek (1902 – 1976). O complexo localiza-se onde antes ficava o casarão do investidor e urbanista Horácio Sabino, cujo projeto foi o arquiteto francês Victor Dubugras (1868 – 1933), um dos precursores da arquitetura moderna na América Latina. O empreendimento foi do argentino José Tjurs (1901 – 1977), que comprou a mansão e que sonhava que a Paulista fosse a Quinta Avenida de São Paulo. O projeto foi do arquiteto paranaense David Libeskind (1928 – 2014), então com 26 anos (Correio Paulistano, 21 de outubro de 1956, quarta coluna).

Mas foi só na década de 80 que a vocação da avenida para os negócios se firmou: os apartamentos residenciais do Edifício Savoy, nº 810,  foram convertidos em escritórios. Houve então uma procura de terrenos para  instalar os novos edifícios comerciais, que deixavam o Centro da cidade rumo à Paulista.

Na Avenida Paulista, por onde diariamente passam cerca de um milhão e meio de pessoas, encontram-se diversos museus e centros culturais como o Museu de Artes de São Paulo, a Casa Japão, o Itaú Cultural e o Instituto Moreira Salles, uma das instituições fundadoras do portal Brasiliana Fotográfica. Também estão lá o Parque Trianon, atual Parque Tenente Siqueira Campos; o Parque Prefeito Mario Covas, criado em 2008 e localizado onde ficava a Villa Fortunatta; o Instituto Pasteur, dezenas de consulados, o Painel do Edifício Nações Unidas, criação de Clóvis Graciano (1907 – 1988); e a famosa antena do prédio da Fundação Cásper Líbero, a maior e mais alta da avenida. Possui uma disputada ciclovia, bancos, cinemas, colégios, feiras artesanais, hotéis, hospitais, restaurantes, teatros e, aos domingos, é aberta aos pedestres. É o endereço de prédios icônicos da cidade, dentre eles o Edifício Sul-Americano, projeto do escritório Rino Levi Arquitetos Associados, em 1966; e o Edifício Luís Eulálio Bueno Vidigal Filho, sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), construído onde ficava o palacete da família Salem.

 

“Não se pode imaginar nada de mais bem traçado e mais bem arborizado que as ruas da Liberdade e da Consolação, que levam a essa esplêndida Avenida Paulista, à qual eu não saberia comparar senão certas avenidas de Nova York, onde a fantasia dos milionários americanos encerra, no verde das grandes árvores e da policromia ds canteiros dos jardins, seus palácios de elegantes esculturas, como se encaixa o diamante de valor, com múltiplas facetas, nos engastes das esmeraldas e rubis. Citaram-me, por alto, os principais proprietários dessas luxusas residências. Aqui, um grande nome de velha cepa portuguesa; lá um protegido da fortuna, sem mérito, pequeno mercador ambulante há vinte e cinco anos e hoje um grande senhor, em que a Itália reconhecerá facilmente algum descendente desses antigos venezianos ou genoveses que traziam, de suas viagens e dos seu comércio, muito ouro inesperado, com o qual produziam muita arte em seu país e algumas obras de enemerência. É agradável saber que, em nossa época de oportunismo pecuniário, há ainda alguns homens que sabem ao menos dar, ao supérfluo de sua rápida fortuna, um emprego que enobrece suas humildes origens”.

L.A. Gafrée, padre francês, em Visions du Brésil (1912)

 

Alguns eventos se realizam na avenida anualmente: seu popular réveillon com shows e queima de fogos, a Corrida de São Silvestre, desde 1924; e a Parada do Orgulho LGBT, desde 1997. Foi o cenário da minissérie Avenida Paulista, exibida pela TV Globo, entre 10 e 28 de maio de 1982. Em 1987, foi lançado o Álbum Iconográfico da Avenida Paulista, do historiador, arquiteto e urbanista Benedito Lima de Toledo (1934-2019). Na capa, um registro de Guilherme Gaensly (1843 – 1928).

 

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“Entre as avenidas, ruas e praças que mais realçam a beleza da cidade contam-se a magnífica Praça da República, a soberba Avenida Paulista com uma esplêndida arborização e ladeada por palacetes e residências de nobre arquitetura a qual todo paulista menciona com justo orgulho…Na parte sul, as ruas principais são Liberdade, Santo Amaro e Consolação, que todas vão ter à soberba Avenida Paulista, a rua nobre da cidade, asfaltada e profusamente arborizada e iluminada”.

Impressões do Brasil no Século Vinte, editado em Londres, em 1913

Sobre os fotógrafos

Guilherme Gaensly (1843 – 1928)

Guilherme Gaensly (1843 – 1928) nasceu em Wellhausen, cantão de Thurgau, e foi para Salvador, na Bahia, aos 5 anos de idade. Em 1871, após um período de aprendizado no ateliê de Alberto Henschel (1827 – 1882) na capital baiana, estabeleceu-se como fotógrafo. Destacou-se como retratista e como fotógrafo de paisagens urbanas e rurais. Em 1882, Rodolpho Lindemann (c. 1852 – 19?) tornou-se seu sócio e, em 1894, a próspera empresa Gaensly & Lindemann abriu uma filial em São Paulo, onde Gaensly foi morar.

Foi o autor de importantes registros de São Paulo, vendidos como fotografias em papel albuminado e colotipias impressas na Suíça e comercializadas em álbuns. Ao lado de seu contemporâneo Marc Ferrez (1843 – 1923), foi provavelmente o fotógrafo mais publicado em postais no Brasil.

Apesar de nunca ter sido o fotógrafo oficial de São Paulo, como foi Augusto Malta (1864 – 1957) no Rio de Janeiro, Gaensly foi o autor de uma abrangente obra sobre a capital paulista nas primeiras décadas do século XX, o que o coloca nessa posição. Ele e Militão Augusto de Azevedo (1837 – 1905) são considerados os fotógrafos que mais cultuaram São Paulo. Gaensly fotografou a cidade em plena transição para a modernidade, tendo registrado todos os aspectos urbanos da nova metrópole que surgia. Registrou a inauguração dos bondes elétricos que substituíram as carroças, o Jardim da Luz, a agitação do comércio na região do entorno da Praça da Sé, o crescimento da Avenida Paulista, além de palacetes, chácaras, edifícios públicos, igrejas, escolas, teatros e hospitais. Essas vistas de São Paulo foram comercializadas em álbuns impressos na Suíça a partir de fotografias em papel albuminado e de colotipias. Fotografou também a chegada de imigrantes italianos em Santos e em São Paulo. Dentre os prêmios que recebeu, está uma medalha de prata conquistada na Exposição Universal de Saint Louis, em 1904.

Acessando o link para as fotografias de São Paulo produzidas por Guilherme Gaensly, disponíveis na Brasiliana Fotográfica, o leitor poderá magnificar as imagens e verificar todos os dados referentes a elas.

 

 

Frédéric Manuel (18? – 19?)

As fotografias paulistanas de Frédéric Manuel (18? – 19?), sobre quem há ainda pouquíssima informação, foram realizadas em 1906 para Menotti Levi (18? – 19?), editor do Guia Levi, publicado, em São Paulo, de 1899 a meados até 1984 (Jornal do Brasil, 19 de novembro de 1900, penúltima colunaA Notícia (RJ), 27 e 28 de agosto de 1906, segunda coluna), cuja utilidade já está comprovada pela aceitação que o público lhe dispensa (Correio Paulistano, 5 de fevereiro de 1905, penúltima coluna). O Guia Levi era uma publicação mensal de horários de trens, de bondes e outras informações úteis (Correio Paulistano, 8 de agosto de 1908, penúltima coluna), Uma curiosidade: o grande arquiteto e urbanista paulistano Rino di Menotti Levi (1901 – 1965) é filho de Menotti Levi.

 

 

 

Acessando o link para as fotografias de São Paulo produzidas por Frédéric Manuel, disponíveis na Brasiliana Fotográfica, o leitor poderá magnificar as imagens e verificar todos os dados referentes a elas.

 

As duas imagens abaixo foram produzidas por fotógrafos ainda não identificados.

 

 

 

 

Link para a palestra de Andrea Ronqui, doutoranda em Artes Visuais na Escola de Comunicações e Artes da USP e mestra em Estética e História da Arte, sobre a história da Avenida Paulista, no youtube do Instituto Moreira Salles, 8 de dezembro de 2021.

Link para o artigo “Os idealizadores e os realizadores da Avenida Paulista”, de Rocha Azevedo Filho, publicado em O Estado de São Paulo de 29 de novembro de 1952.

Andrea C. T. Wanderley

Editora e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica

 

Fontes:

BURGI, Sergio;DIETRICH, Ana Maria;MENDES,Ricardo. Imagens de São Paulo – Gaensly no acervo da Light 1899 – 1925, organização Vera Maria de Barros Ferraz. São Paulo:Fundação Patrimônio Histórico da Energia de São Paulo, 2001.

COTRIM, Luciana Rossi. Série Avenida Paulista

Câmara Estadual de São Paulo

D’ALESSIO, Vito. Avenida Paulista – A síntese da metrópole. São Paulo: Dialeto Latin American Documentary, 2002.

Enciclopédia Itaú Cultural

FERNANDES JUNIOR, Rubens;KOSSOY,Boris;SEGAWA, Hugo. Guilherme Gaensly. São Paulo:Cosac Naify, 2011.

FERREZ, Gilberto; NAEF, Weston J.. Pioneer Photographers of Brazil, 1840-1920. New York: Center for Inter-American Relations, 1976.

Folha de São Paulo, 21 de janeiro de 2002.

HANNAVY, John. Encyclopedia of Nineteenth-Century Photography. New York:Taylor and Francis Group, 205.

Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional

KOSSOY, Boris. Dicionário histórico-fotográfico brasileiro: fotógrafos e ofício da fotografia no Brasil (1833-1910). São Paulo: Instituto Moreira Salles, 2002. 408 p., il. p&b.

KOSSOY, Boris. Origens e Expansão da fotografia no Brasil: século XIX. Rio de Janeiro:Funarte, 1980.

KOSSOY, Boris. São Paulo, 1900. Rio de Janeiro:Editora Kosmos, 1988.

KOSSOY, Boris;FERNANDES JUNIOR, Rubens;SEGAWA, Hugo. Guilherme Gaensly. São Paulo:Cosac Naify, 2011.

LAGO, Bia Corrêa do;LAGO, Pedro Corrêa do. Os Fotógrafos do Império. Rio de Janeiro: Capivara, 2005. 240p.:il

LIMA, Solange Ferraz de. São Paulo na virada do século. As imagens da razão urbana: a cidade nos álbuns fotográficos de 1887 a 1919. São Paulo:Universidade de São Paulo, 1995.

OLSZEWSKI FILHA, Sofia. A fotografia e o negro na cidade de Salvador, 1840 – 1914. Salvador:EGBA, Fundação Cultural do Estado da Bahia, 1989.

Portal Terra

Prefeitura da Cidade de São Paulo

Projeto São Paulo City

Revista Crescer

Revista Época, 8 de março de 2015

Site Bienal de São Paulo

Site Enciclopédia Itaú Cultural

Site O Estado de São Paulo

Site São Paulo Antiga

SOARES JUNIOR, Rodrigo. Jorge Tibiriçá e sua época. São Paulo : Companhia Editora Nacional, 1958.

TEIXEIRA, Cid. Professores de daguerreotipia: eles deixaram a Imagem do Senhor-de-Engenho e Sinhazinhas. Jornal da Bahia, 10 e 11 de novembro de 1963.

TOLEDO, Benedito Lima de. Álbum iconográfico da Avenida Paulista. São Paulo : Editora Ex-Libris Ltda, 1987.

TURAZZI, Maria Inez. Poses e trejeitos: a fotografia e as exposições na era do espetáculo: 1839/1889. Prefácio Pedro Karp Vasquez. Rio de Janeiro: Funarte. Rocco, 1995. 309 p., il. p&b. (Coleção Luz & Reflexão, 4). ISBN 85-85781-08-4.

VASQUEZ, Pedro. Mestres da fotografia no Brasil: Coleção Gilberto Ferrez. Rio de Janeiro: Centro Cultural Banco do Brasil, 1995.

Veja São Paulo, 24 de janeiro de 2014

 

Links para as outras publicações da série “Avenidas e ruas do Brasil”

 Série “Avenidas e ruas do Brasil” I – Avenida Central, atual Rio Branco, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal,  publicada em 7 de setembro de 2016

Série “Avenidas e ruas do Brasil” II – A Rua do Imperador em Petrópolis por Klumb, Leuzinger e Stahl, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal,  publicada em 26 de junho de 2020

Série “Avenidas e ruas do Brasil” III – A Rua do Bom Jesus, no Recife, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicada em 6 de agosto de 2020

Série “Avenidas e ruas do Brasil” IV – A Rua 25 de Março, em São Paulo, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal,  publicada em 1º de setembro de 2020

Série “Avenidas e ruas do Brasil” V – A Rua Direita, a Rua das Mercês e a Rua Macau do Meio, em Diamantina, Minas Gerais, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal,  publicada em 22 de outubro de 2020

Série “Avenidas e ruas do Brasil” VI  – Rua Augusto Ribas e outras, em Ponta Grossa, no Paraná, pelo fotógrafo Luiz Bianchi, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal,  publicada em 16 de novembro de 2020

Série “Avenidas e ruas do Brasil” VII – A Avenida Atlântica, em Copacabana, no Rio de Janeiro, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicada em 23 de dezembro de 2020

Série “Avenidas e ruas do Brasil VIII – A Rua da Carioca por Cássio Loredano, de autoria de Cássio Loredano, publicada em 20 de janeiro de 2021

Série “Avenidas e ruas do Brasil” IX – Ruas e panoramas do bairro do Catete, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal,  publicada em 14 de julho de 2021

Série “Avenidas e ruas do Brasil” X – A Rua da Ajuda, no Rio de Janeiro, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal,  publicada em 9 de novembro de 2021

Série “Avenidas e ruas do Brasil” XI – A Rua da Esperança, em São Paulo, por Vincenzo Pastore, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal,  publicada em 14 de dezembro de 2021

Série “Avenidas e ruas do Brasil” XIII – A Rua Buenos Aires no Centro do Rio de Janeiro, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal,  publicada em 19 de julho de 2022

Série “Avenidas e ruas do Brasil” XIV – A Avenida Presidente Vargas,, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicada em 31 de agosto de 2022

Série “Avenidas e ruas do Brasil” XV – Misericórdia: rua, largo e ladeira, no Rio de Janeiro, por Cássio Loredano, de autoria de Cássio Loredano, publicada em 8 de dezembro de 2022

Série “Avenidas e ruas do Brasil” XVI – “Alguma coisa acontece no meu coração”, a Avenida São João nos 469 anos de São Paulo, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicada em 25 de janeiro de 2023

Série “Avenidas e ruas do Brasil” XVII  e série “O Rio de Janeiro desaparecido” XXIII – A Praia e a Rua do Russel, na Glória, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicada em 15 de maio de 2023

Série “Avenidas e ruas do Brasil” XVIII – Avenida Beira-Mar, de autoria de Andrea C.T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicada em 22 de janeiro de 2024

 

 

São Paulo sob as lentes do fotógrafo Guilherme Gaensly (1843 – 1928)

A Brasiliana Fotográfica homenageia os 463 anos de São Paulo, a maior cidade da América do Sul e a quarta maior do mundo, com imagens produzidas pelo suíço Guilherme Gaensly (1843 – 1928). Ele nasceu em Wellhausen, cantão de Thurgau, e foi para Salvador, na Bahia, aos 5 anos de idade. Em 1871, após um período de aprendizado no ateliê de Alberto Henschel (1827 – 1882) na capital baiana, estabeleceu-se como fotógrafo. Destacou-se como retratista e como fotógrafo de paisagens urbanas e rurais. Em 1882, Rodolpho Lindemann (c. 1852 – 19?) tornou-se seu sócio e, em 1894, a próspera empresa Gaensly & Lindemann abriu uma filial em São Paulo, onde Gaensly foi morar.

 

 

Foi o autor de importantes registros do estado e da cidade de São Paulo, vendidos como fotografias em papel albuminado e colotipias impressas na Suíça e comercializadas em álbuns. Foi o mais importante divulgador da nova imagem do estado como líder do Brasil.

 

“As imagens de Gaensly foram fartamente utilizadas pelas primeiras publicações ilustradas, oficiais ou não, num contexto promocional, interessadas em divulgar a imagem do Estado de São Paulo no plano internacional. Gaensly, de sua parte, veicularia amplamente sua produção através dos cartões postais…Se, por um lado, enquanto fotógrafo proprietário de um esta belecimento comercial as vistas urbanas e rurais se incluíam em sua atividade profissional constituindo-se no seu meio de vida, por outro, ele colaborou definitivamente para a construção da imagem oficial da cidade: aquela idealizada pelas elites e pelo Estado, a imagem de uma cidade que se “apresentava” moderna através de estilos “neoclássicos”.

Boris Kossoy in Realidades e ficções na trama fotográfica, 2002

 

 

Ao lado de seu contemporâneo Marc Ferrez (1843 – 1923), Gaensly foi provavelmente o fotógrafo mais publicado em postais no Brasil. Em 1899, a empresa The São Paulo Railway, Light and Power Company, o contratou como fotógrafo oficial, função que exerceu até 1925, três anos antes de sua morte. Na ocasião, a presença da Light representava a modernização da área urbana e dos serviços da cidade.

 

Acessando o link para as fotografias de São Paulo produzidas por Guilherme Gaensly, disponíveis na Brasiliana Fotográfica, o leitor poderá magnificar as imagens e verificar todos os dados referentes a elas.

 

“Essa documentação, assinada por um fotógrafo plenamente maduro e no auge da carreira, possui particular importância já que Gaensly valia-se ainda da tecnologia e do olhar estético característico da fotografia do final do século XIX, o que lhe permitiu conferir peculiar qualidade a seus registros, fazendo-os mesmo transcender os aspectos estritamente técnicos das imagens que sabia capturar com extremo rigor formal e poder de síntese”.

Catálogo da Exposição comemorativa da doação do Acervo Brascan ao IMS –

Guilherme Gaenly e Augusto Malta: dois mestres da fotografia brasileira no Acervo Brascan, p.10)

 

Apesar de nunca ter sido o fotógrafo oficial de São Paulo, como foi Augusto Malta (1864 – 1957) no Rio de Janeiro, Gaensly foi o autor de uma abrangente obra sobre a capital paulista nas primeiras décadas do século XX, o que o coloca nessa posição. Ele e Militão Augusto de Azevedo (1837 – 1905) são considerados os fotógrafos que mais cultuaram São Paulo. Gaensly fotografou a cidade em plena transição para a modernidade, tendo registrado todos os aspectos urbanos da nova metrópole que surgia. Registrou a inauguração dos bondes elétricos que substituíram as carroças, o Jardim da Luz, a agitação do comércio na região do entorno da Praça da Sé, o crescimento da avenida Paulista, além de palacetes, chácaras, edifícios públicos, igrejas, escolas, teatros e hospitais. Essas vistas de São Paulo foram comercializadas em álbuns impressos na Suíça a partir de fotografias em papel albuminado e de colotipias. Fotografou também a chegada de imigrantes italianos em Santos e em São Paulo. Dentre os prêmios que recebeu, está uma medalha de prata conquistada na Exposição Universal de Saint Louis, em 1904.

 

 

“Guilherme Gaensly foi sem dúvida o fotógrafo que mais aproximou o seu trabalho das necessidades e exigências do ideário republicano de progresso social e material. Dedicado e ativo nas primeiras décadas do século passado, produziu uma visão da metrópole emergente com requinte e elegância, buscando interpretá-la como um espaço urbano harmonioso; uma memória que não ultrapassa o estritamente fotográfico, mas que hoje se evidencia como um dos principais fios condutores da história da cidade”

Rubens Fernandes Junior, in Guilherme Gaensly, 2011

 

Cronologia de Guilherme Gaensly  (1843 – 1928)

 

 

1843 – Em 1º de setembro (provavelmente), nascimento de Wilhelm (Guilherme) Gaensly, em Wellhausen, cantão de Thurgau, na Suíça, fronteira com a atual Alemanha, filho de Jacob Heinrich ( c.1804 – 1868) e Anna Barbara Kin (c. 1813 – 1895). Teve 4 irmãos: Ferdinand (c. 1837 – 1915), Frederick (c. 1838 – 1902), Julia (c.1848 – 1936) e Alaine (c.1852 – ?). Nesse mesmo ano, seu pai veio para o Brasil, repetindo a experiência de primos e irmãos, chegando em Salvador, em 19 de setembro.

1848 – Em julho, chegada de Anna Barbara com os filhos Ferdinand, Frederick e Guilherme em Salvador, na época a segunda cidade mais populosa do Brasil – a primeira era o Rio de Janeiro.

1850/1851 – Criação do Bahia Fremden Kirschhof, o Cemitério dos Estrangeiros. Os pais e irmãos de Gaensly estão enterrados lá, na área dos protestantes.

1868 – Morte de Jacob Heinrich em 4 de janeiro. Alberto Henschel (1827 – 1882) anuncia a técnica da marfimographia, a contratação de novos profissionais e a iminente abertura de uma filial da Photographia Allemã em Salvador, na Bahia (Jornal de Recife, edição de 21 de julho de 1868, quarta e quinta colunas, no pé da página). Em algum momento entre a inauguração do ateliê e 1871 Gaensly trabalhou para Henschel.

Década de 1870 – Segundo Kossoy, durante essa década, Gaensly também foi associado ao fotógrafo alemão Joseph Schleier (1827 – 1903), que havia chegado em Salvador em 1851.

1871 – Após um período de aprendizado no ateliê de Henschel, situado na rua da Piedade, 16 (Jornal da Bahia, 16 de setembro de 1871), Gaensly estabeleceu-se como fotógrafo na firma Maison Gaensly & Lange (segundo Kossoy, Waldemar Lange), com a colaboração de Karl Gustaff ( c. 1837 – 1872), alemão que também havia prestado serviços para Henschel. Provavelmente, a Maison Gaensly & Lange ficava na Estrada do Manguinho.

1874 – Segundo Geraldo da Costa Leal em Um cinema chamado saudade (1997), nessa época, o europeu Rodolpho Frederico Francisco Lindemann (c. 1852 – 19?) já trabalharia com Gaensly.

1875 – No Jornal da Bahia de 29 de agosto de 1875, na página 3, de 31 de agosto, na página 4, e de 4 de setembro, na página 4, foram publicadas propagandas da Photographia do Commercio, de Gaensly, na Ladeira de São Bento, 1. A propaganda foi publicada outra vez em 14 e 19 de abril de 1876 no mesmo jornal.

Novo estabelecimento

montado com todo o gosto

Photographia do Commercio

Guilherme Gaensly

1- Ladeira de S. Bento – 1

na localidade que ocupava a I.l.L. M. Sociedade Recreativa

Tendo sido todos os utensílios para esta nova galeria como instrumentos, mobílias, fundos, decorações, etc, escolhidos pessoalmente na minha última viagem à Europa onde visitei os maiores estabelecimentos deste gênero, venho oferecer ao respeitável público o ATELIER melhor montado desta capital garantindo trabalhos perfeitos e de DURAÇÃO visto que adotei todos os melhoramentos feitos nestes últimos anos.

A ótima colocação do ATELIER permite pela boa luz tirar constantemente bons resultados ainda nos dias chuvosos.

Sempre tem um trem  especial pronto para sair a qualquer chamado mediante prévio ajuste.

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A maior coleção de vidros da Bahia, Cartões de visita, Cartões imperiais, Cartões Bombés, Retratos Maiores 

1876 – Segundo Kossoy, Gaensly anunciou seu estabelecimento, a Photographia do Commercio, no Largo do Teatro, 1, no Jornal da Bahia, de 20 de junho de 1876.

1877 – Foi agraciado com 3 medalhas pelo Imperial Liceu de Artes e Ofícios da Bahia.

1881 – Participou da grande mostra da Biblioteca Nacional, Exposição de História do Brasil, que reunia integrantes do acervo da instituição e também da coleção de dom Pedro II (1825 – 1891) e do barão Homem de Mello (1837 – 1918). Apresentou 28 fotografias de quadros a óleo de pessoas públicas como o padre Antônio Vieira (1608 – 1697) e o conde de Cavalleiros (1750 – 1807). Expôs também vistas da Bahia produzidas provavelmente durante a década de 1870 com o alemão Joseph Schleier (1827 – 1903) (Anais da Biblioteca Nacional, 1881 – 1882, volume 2, nas páginas 141814191421149515011542154415451546155215541555155815661571157215741575157615781579158115821583158915911592 e 1597).

A presença de Schleier no catálogo da Exposição de História do Brasil parece confirmar a associação entre ele e Gaensly. As imagens são do Terreiro de Jesus com a cathedral e Faculdade de Medicina (antigo colégio dos jesuitas). Segundo Ricardo Mendes, “Considerando a abrangência do trabalho de Gaensly ao registrar a cidade de Salvador, não teria sentido a inclusão de imagens de locais tão conhecidos, a não ser que se tratasse de uma associação efetiva. De J. Schleier existem poucas referências, além de raras imagens no acervo da Biblioteca Nacional e dos Instituto Geográfico e Histórico da Bahia”.

Nesse ano o endereço de seu ateliê mudou para Largo do Teatro n° 92 – ao lado do Teatro São João – local que anos depois ficaria conhecido como Praça Castro Alves. O estúdio, um grande sobrado, era, provavelmente, também a residência de Gaensly.

Gaensly e Rodolpho Frederico Francisco Lindemann (c. 1852 – 19?), futuramente seu sócio e cunhado, fotografaram a inauguração do segundo trecho da Estrada de Ferro Central da Bahia, entre São Félix e Tapera, atual Taperi (Diário de Pernambuco, 1º de janeiro de 1882, na última coluna).

1882 – Informava-se ao público novas mudanças e melhorias na Fotografia premiada de Guilherme Gaensly, que além de ateliê fotográfico funcionava também como uma galeria de seus trabalhos e anunciava  “a melhor coleção de vistas dos pontos mais bonitos da capital e subúrbios. Chama especial atenção para os retratos de tamanho natural pela câmara solar, retocados por um hábil artista de Paris”. O retoque deveria ser uma referência ao acabamento de fotopintura. (Diário de Notícias, 1 de janeiro de 1882).

Gaensly apresentou “excelentes trabalhos photographicos” na exposição dos 10 anos do Imperial Liceu de Artes e Ofícios (Diário de Pernambuco, 28 de outubro de 1882, na última coluna).

Foi agraciado com uma medalha do Imperial Liceu de Artes e Ofícios da Bahia.

Admitiu como ajudante Frederico Francisco Lindemann (c. 1852 – 19?), que no final dessa década tornou-se seu sócio.

1883 –  Foi publicado um anúncio do ateliê fotográfico de Gaensly, com a denominação Photographia Gaensly, na Praça de Castro Alves (Diário de Notícias, 4 de abril de 1883).

“O conhecido e acreditado photographo Gaensly” registrou o grupo que estava presente ao lançamento da pedra fundamental para as obras do primeiro engenho central da companhia Bahia Central Sugar Factories, um empreendimento do engenheiro britânico Hugh Wilsonorganizador da Companhia Anônima da Imperial Estrada de Ferro Central da Bahia (Jornal do Commercio, 3 de junho de 1883, na primeira coluna).

Foi agraciado com uma medalha do Imperial Liceu de Artes e Ofícios da Bahia.

1884 – Foi agraciado com uma medalha do Imperial Liceu de Artes e Ofícios da Bahia.

1885 – Foi agraciado com uma medalha do Imperial Liceu de Artes e Ofícios da Bahia.

1888 - Em 5 de maio, Guilherme casou-se com Ida Itschner (c.1863 – 1933), na residência dos pais da noiva, João Jacob Itschner e Elisabet Wolf Itschner. Teve como testemunhas seu sócio, Rodolfo Lindemann, e um de seus irmãos, Frederick. A cerimônia foi celebrada pelo pastor A.L. Blackford, um dos fundadores da igreja presbiteriana no Brasil.

Rodolfo Lindemann havia se casado com a irmã de Guilherme, Alaine, em 23 de abril, no ateliê fotográfico dele e de Guilherme, tendo como testemunhas os irmãos de Gaensly, Frederick e Ferdinand.

Rodolfo Lindemann havia se casado com a irmã de Guilherme, Alaine, em 23 de abril, no ateliê fotográfico dele e de Guilherme, tendo como testemunhas os irmãos de Gaensly, Frederick e Ferdinand.

gaensly

Acervo IMS

1889 – Rodolpho Lindemann, do ateliê Gaensly & Lindemann, foi premiado na Exposição Universal de Paris, no Campo de Marte, com uma medalha de bronze com quadros fotográficos da Bahia e de Pernambuco.

1891 – Gaensly embarcou rumo à Europa no paquete alemão Rosário (Diário de Notícias, 14 de janeiro de 1891, na penúltima coluna).

O casal Guilherme e Ida Gaensly embarcou no paquete alemão Mondevidéu rumo a Santos (O Paiz, 2 de julho de 1891, na última coluna).

1892 – Foi noticiado que o beco ao lado do ateliê fotográfico de Gaensly & Lindemann, na praça Castro Alves, em Salvador, havia se tornado um “mictório” (Jornal de Notícias, 28 de maio de 1892, na primeira coluna).

1893 – O casal Guilherme e Ida Gaensly embarcaram no paquete alemão Olinda rumo à Europa (Gazeta de Notícias, 9 de julho de 1893, na última coluna).

1894 – Inauguração da filial da firma Gaensly & Lindemann, em São Paulo, na rua XV de Novembro, 28, onde se concentrava o comércio de alto padrão na capital. Gaensly foi chefiar a sede paulista e Lindemann permaneceu em Salvador. A firma baiana teve seu nome alterado para Photographia Cosmopolita. Tudo indica que a crescente concorrência em Salvador e a queda do desempenho da economia baiana devido à seca foram as causas da abertura do ateliê em São Paulo.

Entre 1894 e  1897, editou a série de grandes estampas fotográficas de São Paulo.

O ateliê fotográfico Gaensly & Lindemann foi o responsável pela produção de um quadro com os retratos de todos os arcebispos da Bahia. Foi organizado por iniciativa de Olavo de Freitas Martins, um dos fundadores do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia. “O trabalho artístico do systema photogravura foi executado pelo artista sr. Rodolpho Lindemann, ficando perfeito”. A matéria também informava que a sede paulista do ateliê Gaensly & Lindemann estava produzindo um quadro com os retratos dos arcebispos de São Paulo (Jornal de Recife, 24 de outubro de 1894, na quinta coluna).

As edições de 1894 e 1895 do livro São Paulo, de Gustav Köenigswald, foram ilustradas com as primeiras séries de vistas da capital paulista produzidas por Gaensly.

1895 – Aos 82  anos, faleceu em Salvador a mãe de Gaensly, Anna Barbara.

1896 – Anúncio em francês da Photographia Gaensly & Lindemann, com os endereços em São Paulo – rua Quinze de Novembro,28 – e em Salvador – Largo Castro Alves, 92 (Almanach, 1896).

Elogio à fotografia Otto de bicicleta, produzida pelo ateliê Gaensly & Lindemann, exposta na casa de música do sr. Luiz Levy, na rua Quinze de Novembro, em São Paulo (A Bicycleta, 12 de julho de 1896, na primeira coluna).

O fotógrafo Juan Gutierrez (c. 1860 – 1897) anunciou que Gaensly e Lindemann haviam cedido “gentilmente” a ele o seu “magnífico atelier” na rua Quinze de Novembro, 28, na capital paulista. Gutierrez estava expondo suas fotografias no salão da Associação Comercial (O Commercio de São Paulo, 24 de novembro de 1896, na quinta coluna).

No periódico paulista A música para todos, exemplar de dez.1896 / jan.1897, foi anunciada a Photographia Gaensly & Lindemann recomendada aos nossos assinantes. No mesmo anúncio,  foi também noticiada a exposição de mais de cinquenta fotografias do ateliê na redação da revista.

1898 – Foi comercializado o álbum “Colleções de 27 cartões com vistas da Cantareira, Jardim Publico, Quartel de Policia, Serra de Santos, Fazendas de Café, Poços de Caldas, Escola Normal de Campinas, Estação de Campinas, Largo de São Bento, Largo do Palacio, Ypiranga e outros”, cartões postais impressos por Victor Vergueiro Steidel (1868 – 1906). Não foi apresentada a autoria das imagens, mas foram, muito provavelmente, baseadas em fotografias de Gaensly, de Paulo Kowalsky e de Marc Ferrez(1843 – 1923). O fotógrafo Kowalsky teria atuado em São Paulo entre 1891 e 1897.

Para a Escola Politécnica, o estúdio Gaensly & Lindemann produziu o quadro de formatura da turma de Engenheiros Geógrafos.

1899 – Gaensly & Lindemann presentearam o Correio Paulistano com “uma bella collecção de bilhetes postais contendo vistas dos principais edificios e dos logares mais pitorescos” de São Paulo (Correio Paulistano, 4 de agosto de 1899, na última coluna). Seria sua primeira série de postais, Lembrança de São Paulo.

Gaensly & Lindemann anunciaram o envio da Grande Collecção de Vistas de São Paulo para a Exposição Universal de Paris de 1900.

Em abril, foi constituída em Toronto, por um grupo de investidores canadenses estimulados por empresários paulistas a The São Paulo Railway, Light and Power Company Limited.  Em 17 de junho, a empresa obteve autorização para funcionar no Brasil e logo em seguida iniciou seus trabalhos no país.

Gaensly foi contratado pela companhia e foi seu principal fotógrafo até 1925. Com equipamentos de grande porte (negativos em vidro 24 x 30cm), passou, então, a documentar os trabalhos da empresa, produzindo registros das transformações urbanas de São Paulo, causadas por obras de implantação de linhas de bonde elétrico, de iluminação pública, imagens de casas de máquina e interiores de oficinas de manutenção, além de fotografias da construção de barragens e das hidrelétricas da Light no estado. A primeira fotografia produzida por ele para a Light foi das obras da rua 25 de março, em 5 de julho.

 

 

1900 – Terminou a sociedade entre Gaensly & Lindemann, em São Paulo, e Gaensly passou a atuar sozinho na Photographia Gaensly (Alkmanak Lammert, 1901). No mesmo Almanak, consta o ateliê Gaensly & Lindemann, em Salvador.

Produção da segunda série de postais, também denominada Lembrança de São Paulo, dessa vez apenas com a assinatura de Gaensly. A terceira série deve ter sido editada logo em seguida.

1901 – Foi noticiado que a Photographia Gaensly & Lindemann de Salvador havia fotografado uma criança natimorta e hermafrodita, que estava despertando a curiosidade da população e de médicos, dentre eles o professor  de medicina legal, Nina Rodrigues (1862 – 1906) (Diário do Maranhão, 31 de outubro de 1901, na última coluna sob o título “Criança fenomenal”).

1902 - As imagens publicadas no primeiro Relatório de Diretoria da Light dirigido aos acionistas no exterior foram baseadas em fotografias de Gaensly e Lindemann, produzidas especificamente para a empresa ou para o álbum Lembrança de São Paulo, editado pelo Instituto Politécnico de Zurique e impresso em colotipia.

O estúdio fotográfico Gaensly & Lindmann continuava funcionando em Salvador (Almanak Laemmert, 1903).

1903 - Para “auxiliar a propaganda do café” na Exposição de Saint Louis (1904), Gaensly começou a documentar as instalações e a  lavoura cafeeira da colônia americana em Santa Bárbara (Correio Paulistano, 6 de dezembro de 1903).

Enviou ao Correio Paulistano uma coleção de dez cartões-postais coloridos e 50 em planotipia (Correio Paulistano, 26 de abril de 1903, na primeira coluna).

1904 – Gaensly entregou “as vistas produzidas no interior da exposição (Saint Louis) e as dos mapas do café” (Correio Paulistano, 12 de fevereiro de 1904, na primeira coluna).

Gaensly integrou uma comitiva que visitou a Ilha dos Búzios, parte do Arquipélago de Ilhabela, onde seria instalada uma colônica correcional. O conhecido fotógrafo Gaensly tinha a tarefa de tirar vistas dos trechos mais pitorescos e menos conhecidos dos Búzios e das histórias do fortes coloniais de Bertioga, São Sebastião e Villa Bella. Dentre vários, também estavam na expedição o escritor e engenheiro Euclides da Cunha (1866 – 1909), autor de Os Sertões, e o pintor Benedito Calixto (1853 – 1927), além de autoridades como o secretário do Interior de São Paulo e o chefe de polícia (Correio Paulistano8 de agosto de 1904, na quarta coluna, e 12 de agosto de 1904, na última coluna).

Anúncio da Photographia de Guilherme Gaensly, antiga Gaensly & Lindemann. A propaganda seria publicada diversas vezes durante 1904 e 1905 (Correio Paulistano, 1º de novembro de 1904, na sétima coluna). Foi contemporâneo dos fotógrafos húngaro José Wollsack (1847 – 1927), do austríaco Otto Rudolf Quaas (c. 1862 – c. 1930) e do brasileiro Valério Vieira (1862 – 1941).

 

 

Na Exposição Mundial de Saint Louis, realizada entre 30 de abril e 1º de dezembro de 1904,  Gaensly ganhou medalha de prata na categoria “Photographia” (Almanak Laemmert, 1905).

O estúdio fotográfico Gaensly & Lindmann continuava funcionando em Salvador (Almanak Laemmert, 1905).

1905 - Entre 1905 e 1907, nas notas fiscais da Photographia Gaensly existem muitas referências a serviços de reproduções de mapas para a Comissão Geográfica e Geológica.

Início das atividades da Rio de Janeiro Railway, Light and Power Company Limited e contratação do fotógrafo Augusto Malta (1864 – 1957).

Foi publicada uma fotografia de autoria de Gaensly da festa do Club da Guarda Nacional, realizada no Jardim da Luz, em 26 de julho de 1905 (Revista da Semana, 20 de agosto de 1905).

c. 1905 – Gaensly editou uma série no formato postal, que ficou conhecida como a série A, com cinquenta imagens. Foi produzida com uma técnica de impressão que resultava numa melhor visualização, próxima ao da cópia fotográfica.

1906 - Guilherme Gaensly estava na folha de pagamento da Secretaria de Agricultura de São Paulo (Correio Paulistano, 1º de novembro de 1906, na última coluna).

Foi elogiada como magnífica a fotografia do quadro da turma de graduandos da Escola de Farmácia de Ouro Preto, produzida por Gaensly (O Pharol, 11 de dezembro de 1906, na sexta coluna, sob o título “Municípios”).

Último registro do funcionamento do estúdio fotográfico Gaensly & Lindmann, em Salvador, no Almanak Laemmert, 1906.

1907 – Guilherme Gaensly estava na folha de pagamento da secretaria de Agricultura de São Paulo (Commercio de São Paulo, 22 de novembro de 1907, na primeira coluna).

1908 – Guilherme Gaensly estava na folha de pagamento das secretarias do Interior e da Agricultura de São Paulo (Commercio de São Paulo12 de janeiro de 1908, na primeira coluna, 26 de fevereiro, na quinta coluna8 de maio, na terceira coluna Correio Paulistano, 30 de outubro de 1908, na sexta coluna e 15 de dezembro de 1908, na última coluna).

Participou da Exposição Nacional e obteve a medalha de ouro na seção de “Photographia” (Commercio de São Paulo, 27 de novembro de 1897, na quarta coluna, sob o título “Notas e Notícias”, e Almanak Laemmert, 1909).

1909 – Guilherme Gaensly estava na folha de pagamento da secretaria de Agricultura de São Paulo (Correio Paulistano, 13 de julho de 1909, na penúltima coluna).

1910 – Iniciou a produção de um novo conjunto de 50 imagens de São Paulo no formato postal, posteriormente conhecida como a série B.

1911 - O naturalista Hermann von Ihering (1850-1930), que dirigiu o Museu Paulista entre 1894 e 1916, pediu à Diretoria de Terras, Colonização e Imigração um coleção de fotografias dos núcleos coloniais “ultimamente tiradas pelo dr. Gaensly” (Correio Paulistano, 29 de abril de 1911, na segunda coluna).

Uma coleção de fotografias de Guilherme Gaensly foi um dos prêmios da rifa organizada por artistas em prol das vítimas de uma inundação ocorrida em Santa Catarina e no Paraná (O Paiz, 18 de dezembro de 1911, na última coluna)

c. 1912 – O ateliê de Gaensly mudou-se para a rua Boa Vista, 39 (Almanak Laemmert, 1913).

1915 - Foi publicada no jornal Germania, da comunidade alemã, em 15 de junho de 1914, uma propaganda do ateliê do fotógrafo na rua Boa Vista, 39.

1917 – Gaensly prestou serviços à Prefeitura de São Paulo (Correio Paulistano, 4 de dezembro de 1917, na última coluna).

1922 – Fotografou os participantes do Sínodo Presbiteriano Independente reunido em São Paulo em 24 de maio, um importante evento da igreja presbiteriana. A imagem foi publicada na edição de 2 de março de 1922 na capa do jornal O Estandarte e encontra-se arquivada no Centro de Documentação e História Reverendo Vicente Themudo Lessa.

1925 – Gaensly deixou de trabalhar para a The São Paulo Railway, Light and Power Company Limited.

1927 –  Último registro do funcionamento de seu ateliê na rua Boa Vista, 39, no Almanak Laemmert de 1927.

1928 – Guilherme Gaensly morreu em 20 de junho de pneumonia, em São Paulo.

 

Andrea C. T. Wanderley

Editora-assistente e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica

Fontes:

BURGI, Sergio;DIETRICH, Ana Maria;MENDES,Ricardo. Imagens de São Paulo – Gaensly no acervo da Light 1899 – 1925, organização Vera Maria de Barros Ferraz. São Paulo:Fundação Patrimônio Histórico da Energia de São Paulo, 2001.

Catálogo da Exposição comemorativa da doação do Acervo Brascan ao IMS – Guilherme Gaenly e Augusto Malta: dois mestres da fotografia brasileira no Acervo Brascan. Rio de Janeiro: Instituto Moreira Salles, 2002

FERREZ, Gilberto; NAEF, Weston J.. Pioneer Photographers of Brazil, 1840-1920. New York: Center for Inter-American Relations, 1976.

HANNAVY, John. Encyclopedia of Nineteenth-Century Photography. New York:Taylor and Francis Group, 205.

KOSSOY, Boris. Dicionário histórico-fotográfico brasileiro: fotógrafos e ofício da fotografia no Brasil (1833-1910). São Paulo: Instituto Moreira Salles, 2002. 408 p., il. p&b.

KOSSOY, Boris. Origens e Expansão da fotografia no Brasil: século XIX. Rio de Janeiro:Funarte, 1980.

KOSSOY, Boris. Realidades e ficções na trama fotográfica. São Paulo : Ateliê Editorial, 2002.

KOSSOY, Boris. São Paulo, 1900. Rio de Janeiro:Editora Kosmos, 1988.

KOSSOY, Boris; FERNANDES JUNIOR, Rubens;SEGAWA, Hugo. Guilherme Gaensly. São Paulo:Cosac Naify, 2011.

LAGO, Bia Corrêa do;LAGO, Pedro Corrêa do. Os Fotógrafos do Império. Rio de Janeiro: Capivara, 2005. 240p.:il

LIMA, Solange Ferraz de. São Paulo na virada do século. As imagens da razão urbana: a cidade nos álbuns fotográficos de 1887 a 1919. São Paulo:Universidade de São Paulo, 1995.

OLSZEWSKI FILHA, Sofia. A fotografia e o negro na cidade de Salvador, 1840 – 1914. Salvador:EGBA, Fundação Cultural do Estado da Bahia, 1989.

Revista Carta Capital

Site da Enciclopédia Itaú Cultural

Site do Instituto Moreira Salles

TEIXEIRA, Cid. Professores de daguerreotipia: eles deixaram a Imagem do Senhor-de-Engenho e Sinhazinhas. Jornal da Bahia, 10 e 11 de novembro de 1963.

TURAZZI, Maria Inez. Poses e trejeitos: a fotografia e as exposições na era do espetáculo: 1839/1889. Prefácio Pedro Karp Vasquez. Rio de Janeiro: Funarte. Rocco, 1995. 309 p., il. p&b. (Coleção Luz & Reflexão, 4). ISBN 85-85781-08-4.

VASQUEZ, Pedro. Mestres da fotografia no Brasil: Coleção Gilberto Ferrez. Rio de Janeiro: Centro Cultural Banco do Brasil, 1995.

Para a elaboração dessa cronologia foi realizada uma ampla pesquisa em inúmeros jornais da Hemeroteca da Biblioteca Nacional.