Com imagens de mangueiras produzidas pelos fotógrafos Georges Leuzinger (1813 – 1892) e por Marc Ferrez (1843 – 1923), em fins do século XIX, a Brasiliana Fotográfica lembra o Dia da Árvore. As árvores são importantes símbolos da natureza, essenciais riquezas naturais do planeta Terra, e um dia comemorativo em torno delas remete à importância da preservação do meio ambiente. É celebrado pouco antes da chegada da primavera no hemisfério sul, que neste ano acontecerá amanhã, dia 22, às 16h21.
Nas imagens selecionadas, há um registro curioso, de uma mangueira e um coqueiro que se confundem e outras, onde a presença humana de uma certa forma ressalta a força da natureza, sua dimensão e exuberância. A beleza é o denominador comum de todas as fotos. Sugerimos que vocês utilizem o zoom e explorem os detalhes de cada imagem.
O carioca e filho de franceses Marc Ferrez (1843 – 1923) foi um brilhante cronista visual das paisagens e dos costumes cariocas da segunda metade do século XIX e do início do século XX. Sua vasta e abrangente obra iconográfica se equipara a dos maiores nomes da fotografia do mundo. Estabeleceu-se como fotógrafo com a firma Marc Ferrez & Cia, em 1867, na rua São José, nº 96, e logo se tornou o mais importante profissional da área no Rio de Janeiro. Cerca de metade da produção fotográfica de Ferrez foi realizada na cidade e em seus arredores, onde registrou, além do patrimônio construído, a exuberância das paisagens naturais.
O fotógrafo e editor suíço Georges Leuzinger (1813 – 1892) é um dos mais importantes fotógrafos e difusores para o mundo da fotografia sobre o Brasil no século XIX, além de pioneiro das artes gráficas no país. Grande empreendedor, montou um sofisticado e diversificado complexo editorial, a Casa Leuzinger, que se tornaria um polo de publicações e de produções fotográficas, alçando o Brasil ao mesmo nível da produção europeia do setor.
Algumas das árvores nativas do Brasil são a Pata de Vaca (Bauhinia variegata), a Quaresmeira (Tibouchina granulosa), o Jacarandá de Minas (Jacaranda Cuspidifolia), a Sibipiruna (Caesalpinia Peltophoroides), o Manacá da Serra (Tibouchina mutabilis), a Chuva de Ouro (Lophantera lactescens), o Ipê-branco (Tabebuia roseo-alba), a Babosa Branca (Cordia superba), Ipê-amarelo (Tabebuia ochracea), a Aroeira-vermelha (Astronium fraxinifolium), o Angico-branco (Anadenanthera colubrina), o Cambucá (Plinia edulis), a Guabiroba-árvore (Campomanesia xanthocarpa), a Grumixama (Eugenia brasiliensis), o Açoita-cavalo miúdo (Luehea divaricata), a Sapuva (Machaerium stipitatum) e o Jacarandá-paulista (Machaerium villosum).
Olha estas velhas árvores, mais belas Do que as árvores moças, mais amigas, Tanto mais belas quanto mais antigas, Vencedoras da idade e das procelas… O homem, a fera e o inseto, à sombra delas Vivem, livres da fome e de fadigas: E em seus galhos abrigam-se as cantigas E os amores das aves tagarelas. Não choremos, amigo, a mocidade! Envelheçamos rindo. Envelheçamos Como as árvores fortes envelhecem, Na glória de alegria e da bondade, Agasalhando os pássaros nos ramos, Dando sombra e consolo aos que padecem!
Olavo Bilac / O Rio de Janeiro do meu tempo, de Luiz Edmundo
Publicações da Brasiliana Fotográfica em torno da obra do fotógrafo Marc Ferrez
Para celebrar o Dia Mundial do Meio Ambiente, a Brasiliana Fotográfica selecionou uma fotografia de Marc Ferrez (1843 – 1923) produzida em torno de 1890. Nela estão retratados os bambus do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Convidamos os leitores a clicar em cima da imagem e, a partir da ferramenta de zoom, explorar o registro mais de perto. A utilização desse recurso tecnológico nos leva, a partir da magnificação e consequente detalhamento da imagem, a , por exemplo, um passeio entre os bambus e a uma proximidade com o homem que descansa solitário observando a natureza. Além do prazer que essa aproximação proporciona, destacamos também a importância da digitalização dos acervos fotográficos para a pesquisa, difusão e preservação dos mesmos.
Em dezembro de 1972, a Assembleia Geral da ONU designou o dia 5 de junho como Dia Mundial do Meio Ambiente, que foi comemorado pela primeira vez em 1973, com o mote “Uma Só Terra”. A data foi escolhida em razão da primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, realizada em Estocolmo, na Suécia, entre 5 e 16 de junho de 1972. Seu secretário-geral foi o canadense Maurice Strong (1929 – 2015). Considerada a iniciativa mais importante tomada até então no campo da conservação do meio ambiente e da luta contra a poluição, reuniu 1.200 delegados de 114 países e cerca de três mil observadores. Entre os acordos mais importantes selados durante a reunião estão a condenação das experiências nucleares, a proibição da pesca da baleia por dez anos e a redução da produção de materiais sintéticos aumentando paralelamente a manufatura de substitutivos degradáveis não poluentes (Site World Environment Day).