Cronologia de Fanny Paul Volk (c. 1867 – 1948)

Cronologia de Fanny Paul Volk (c. 1867 – 1948)

 

 

c. 1867 – Nascimento de Fanny Paul, em Leipa, na Alemanha, filha de Anton Paul (c. 1831 – 1891) e da austríaca Anna Paul (c. 1836 – 1902). Mãe e filha foram pioneiras da fotografia.

1880 – Sua mãe e seu irmão, August, de 16 anos, que faleceu durante a viagem, vieram para o Brasil no navio Hamburg e conheceram o fotógrafo alemão de Munique, Adolpho Volk (18? – 1908), futuro marido de Fanny.

1881 – Fanny e seu pai vieram para o Brasil.

 

 

Adolpho abriu seu estabelecimento fotográfico, em Curitiba, na Travessa da Rua da Carioca (Dezenove de Dezembro, 19 de novembro, de 1881).

1882 – O ateliê de Adolpho já estava situado na Rua da Imperatriz, 77 (Dezenove de Dezembro, de 1822, segunda coluna).

 

 

 

1886 – Fanny casou-se com Adolpho, em janeiro de 1886, tornando-se Fanny Paul Volk. Trabalhava com a mãe e com seu marido na capital do Paraná. O trio superou a tendência da sociedade local a discriminar os imigrantes de origem alemã possivelmente porque traziam para a cidade a fotografia, um símbolo da modernidade e para isso divulgaram seu ofício a partir de anúncios em jornais e por seus clientes da comunidade alemã.

 

 

1888 / 1889 – O ateliê funcionou na Rua do Imperador, nº. 9, de 1888 a 1889 e na Rua Marechal Deodoro, números 9 e 10, de 1890 a 1902, com a participação de Adolpho, Fanny e Anna, que faleceu em 1902. Em 1903, o ateliê já se encontrava na Rua XV de Novembro, nº 54.

1900 – Adolpho foi premiado com a medalha de ouro na Exposição Agrícola e Industrial do Paraná.

1904 – O último anúncio do ateliê sob a gestão de Adolpho foi publicado, em 1904 (Diário do Paraná, 16 de janeiro de 1904).

 

 

Adolpho partiu para a Alemanha, deixando Fanny e a filha única do casal, Adolphine (1887 -19?), no Brasil. Fanny seguiu trabalhando na Photographia Volk.

 

 

Foi oferecido o aluguel de uma das portas do ateliê fotográfico na Rua XV de Novembro. Fanny tomou a frente dos negócios e, no ano seguinte, já anunciava novidadesRetratos do tamanho de selos próprios para cartões de visita e correspondência de cartões postais (Diário da Tarde (PR), 7 de julho de 1904, última colunaCartão Postal, julho de 1905).

1906 – Foi realizada na vitrine do jornal A Notícia uma exposição com cartões postais luminosos produzidos na Photographia Volk (A Notícia, PR 17 de fevereiro de 1906, penúltima coluna).

 

 

Foram expostos na Photographia Volk os retratos dos generais Carneiro e Benjamin Constant que seriam inaugurados no 2º Esquadão da Cavalaria (A Notícia, 13 de novembro de 1906, penúltima coluna).

1907 - Os retratos que seriam inaugurados na Secretaria Estadual de Agricultura, em 1907, foram realizados pela Photographia Volk (Diário da Tarde (PR), 15 de abril de 1907, segunda coluna).

1908 – A Phtographia Volk anunciava-se como o mais antigo estabelecimento fotográfico do Paraná e realizava fotografias e retratos de todos os gêneros e por todos os processos até hoje conhecidos, como sejam: aristotipia, platinotipia, pigment, bromuro, contact, etc (Almanak do Paraná, 1908).

 

 

Foi anunciado que seria na Photographia Volk que seriam produzidos os trabalhos do Primeiro Club de Retratos de Curitiba, organizado por Carlos de Andrade (O Commercio (PR), 8 de março de 1909, primeira coluna).

 

 

Adolpho Volk, que havia constituido uma nova família, faleceu, na Alemanha (Diário do Paraná (PR), 28 de agosto de 1908, quarta coluna).

1912 – Numa época em que os neném eram retratados muito vestidos, fotografou um bebê nu. Segundo Giovanna Simão, autora de Fanny Paul Volk : pioneira na fotografia de estúdio em Curitiba, esta teria sido uma das primeiras fotografias de um bebê nu produzidas no Brasil e no mundo. O bebê era Javita Egg.

 

 

1911 – Sua filha Adolphine, cujo apelido era Lilly, casou-se com Julio Leite, que aprendeu a fotografar com Fanny e trabalhou com ela após o matrimônio. Lilly e Julio tiveram cinco filhos: Rennée, Helvídia, Fanny, Marcel e Ritta. Neste mesmo ano, foi contratado pela Photographia Volk um hábil artista fotógrafo de Berlim, Hugo Schreiber (Diário da Tarde (PR), 10 de novembro de 1911, quinta coluna).

 

 

1913 – A Photographia Volk, que havia se mudado, provisoriamente, para a Rua Marechal Deodoro, nº 81, e Arthur Wischral (1894 – 1982) integravam a equipe de reportagem fotográfica da revista A Bomba (PR) (A República (PR), 14 de março de 1913, última colunaDiário da Tarde(PR), 28 de março de 1913, terceira colunaA Bomba (PR), 10 de setembro de 1913, segunda coluna). O estabelecimento já tinha estado neste mesmo endereço de 1890 a 1902. Na Photographia Volk passaram a ser comercializados terrenos (Diário da Tarde, 26 de abril de 1913, primeira coluna).

 

 

1914 – Voltou a funcionar na Rua XV de novembro, nº 72, em 5 de abril de 1914 (A República (PR), 3 de abril de 1914, penúltima coluna; Diário da Tarde(PR), 2 de maio de 1914).

 

 

1915 – Fanny recebeu um pecúlio a que tinha direito, pago por um funcionário da Mutua Ideal, de São Paulo (Diário da Tarde (PR), 11 de março de 1915, terceira coluna).

1918 – Bernardo Heisler comprou a Photographia Volk e manteve o nome, certamente pelo sucesso e prestígio do estabelecimento.

 

 

1948 – Fanny faleceu, em Curitiba, em setembro de 1948 (Diário da Tarde (PR), 29 de setembro de 1948, segunda coluna). Foi uma pioneira e conseguiu atuar como fotógrafa durante cerca de 40 anos em um ambiente eminentemente machista.

 

 

Andrea C. T. Wanderley

Editora e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica

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