1880 / 1881 – Nestes anos, Hermina trabalhava na Rua da Imperatriz, nº 48, mesmo endereço de Manoel Inocêncio, porém no segundo andar. Fazia qualquer trabalho de cera, bandejas com bolos e dourava letreiros em fitas. Terá essa vizinhança influenciado o interesse de Hermina pela fotografia?
1883 - Em 21 de outubro, Hermina inaugurou, já com alguns trabalhos em exposição, o estabelecimento fotográfico Hermina Costa & C, na Rua Barão da Victoria, nº 14, no mesmo local onde antes se localizava o ateliê do francês Francisco (François) Labadie (? – 1883), falecido em fevereiro de 1883, vítima de gastro-hepatite. Labadie havia sido contratado, em 1876, para trabalhar na Photographia Imperial dos Srs. Lopes & C, a quem provavelmente sucedeu, pois, em 1879, sua Photographie Française era anunciada no mesmo endereço (Diário de Pernambuco, 11 de março de 1876, quarta coluna; 14 de fevereiro, quarta coluna; e 21 de outubro, segunda coluna, de 1883; Jornal do Recife, 19 de outubro de 1883, terceira coluna; Jornal do Recife, 20 de outubro de 1883, penúltima coluna).
1884 – Hermina, Manoel Inocêncio Menna da Costa e o antiquário francês Alfred Ducasble (18? – 19?) formavam a comissão da Imperial Sociedade dos Artistas Mecânicos e Liberais para arrecadação dos impostos devidos por fotógrafos e retratistas (Jornal de Recife, 11 de julho de 1884, última coluna).
1885 – No estabelecimento fotográfico de Hermina foi produzido o quadro dos formandos da Faculdade do Recife. A Rua Barão da Vitória já se chamava Rua Nova e o estabelecimento de Hermina ficava no nº 12, segundo andar. (Jornal do Recife, 12 de setembro de 1885, coluna).
Participou da quinta Exposição Artístico-Industrial do Liceu de Artes e Ofícios promovida pela Imperial Sociedade dos Artistas Mecânicos e Liberais, tendo recebido o Diploma de Mérito, fato que certamente aumentou sua visibilidade como fotógrafa. Na ocasião, Alfredo Ducasble ganhou o Diploma de Progresso (Diário de Pernambuco, 20 de dezembro de 1885).
1886 – Manoel Inocencio Menna Barreto foi trabalhar como fotógrafo no Maranhão. Estabeleceu-se na antiga Photographia Soares, na Rua do Sol, onde permaneceu até 27 de fevereiro de 1887. Informava, em anúncio, que havia trabalhado 14 anos como fotógrafo no Recife (O Paiz (MA), 11 de março de 1886, primeira coluna; A Pacotilha (MA), 13 de setembro de 1886, quarta coluna; 28 de fevereiro de 1887, terceira coluna; Diário do Maranhão, 18 de fevereiro de 1887, primeira coluna).
Hermina anunciou que o fotógrafo Flosculo de Magalhães não era mais sócio de seu estabelecimento desde o dia 6 de junho (Diário de Pernambuco, 24 de junho de 1886, quinta coluna).
1887 - Manoel Inocêncio Menna da Costa trabalhava em um estabelecimento na Rua da Imperatriz, nº 48 (Jornal do Recife, 27 de maio de 1877, quinta coluna). Acusou o fotógrafo Francisco (François) Labadie (? – 1883), proprietário da Photographie Française, de presunçoso por se intitular o primeiro fotógrafo do norte do Império a produzir retratos a carvão. Labadie respondeu às críticas e Manoel Inocêncio o chamou de pomadista e o acusou de charlatanismo (Jornal do Recife, 13 de julho de 1877, terceira coluna e Jornal do Recife, 20 de julho de 1877, terceira coluna; Jornal do Recife, 8 de agosto de 1877, terceira coluna).
Hermina anunciou-se para o dia 1º de junho a abertura da Photographia Moderna, na Rua Primeiro de Março (antiga Rua do Crespo), nº 7. Trabalhavam com ela no novo estabelecimento os fotógrafos Joaquim Canellas de Castro e Manoel Inocêncio Menna da Costa, recém chegado do Maranhão (Jornal do Recife, 27 de outubro de 1887, primeira coluna).
Flosculo de Magalhães voltou a trabalhar com Hermina no ateliê fotográfico da Rua Barão da Victoria.
Hermina oferecia em seu estabelecimento retratos a óleo (Jornal do Recife, 18 de novembro de 1887).
1888 – O cuter Liberdade, que havia estado no porto do Recife, foi fotografado pela Photographia Moderna. Um exemplar da excelente fotografia foi ofertado ao Diário de Pernambuco (Diário de Pernambuco, 7 de setembro de 1888, última coluna).
1889 – A Photographia Moderna, na Rua 1º de março, nº 7, anunciava retratos superiores aos americanos, o uso de molduras a ouro fino e a pintura sobre fotografias inalteráveis. Faziam retratos de todos os tamanhos e por diversos sistemas e o trabalho ficava exposto na entrada do estabelecimento e em diversas casa de negócio. O estabelecimento da Rua Barão da Victoria continuava a funcionar com bom ou mau tempo devido à boa luz do atelier.
Participou com o austríaco Constantino Barza, identificado como sucessor de Alberto Henschel (1827 – 1892), e A. Ducasble, de uma concorrência para realizar o quadro de retratos dos formandos da Faculdade de Direito. Barza foi o vencedor (Jornal do Recife, 19 de julho de 1889).
Andrea C. T. Wanderley
Editora e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica