Cronologia de Nicola Maria Parente (1847 – 1911)

Cronologia de Nicola Maria Parente (1847 – 1911) 

 

 

1847 –  Nicola Maria Parente nasceu em Marsico Nuovo, província de Potenza, na região de Basilicata, em 13 de março, filho de Giovannantonio Parente e Maria Carmela Perci  (Site Cápsula do Tempo).

1865 – Provável ano de sua chegada ao Brasil com, segundo relatos de parentes, seu irmão Carmino, seus primos João, Georgina e Luigi; e com sua esposa Carolina Rotunda e seus filhos Galileu e Margarida. Durante a viagem, Carolina teve um filho, Garibaldi, e teria falecido logo depois do parto.

No Porto de Santos, Nicola teria conhecido  a italiana Giusephina Calliari, que viajava com dois filhos, Marcella e Giulio. Casaram-se e, posteriormente, tiveram uma filha, Carmelita. Quanto à nacionalidade dos filhos há uma divergência ainda não resolvida pela pesquisa da vida de Nicola: no anúncio de sua morte é dito que todos nasceram no Brasil. Há informações de que teria se estabelecido em Taquari, no Rio Grande do Sul, com sua família.

1871 – Chegou no Rio de Janeiro, no vapor italiano Expresso, que veio da Europa. Do Rio de Janeiro, seguiu para a Bahia no paquete Cruzeiro do Sul (Diário do Rio de Janeiro, 26 de março de 1871, quarta colunaDiário do Rio de Janeiro, 15 de abril de 1871, primeira coluna).

1886 - Já possuia a Photographia Vesúvio, na rua d´Areia, 73, em João Pessoa, na capital da Paraíba.

1888 – Atuava como dentista em João Pessoa. Viajou para Pedras de Fogo, também na Paraíba; e para Goiana, em Pernambuco, mas retornaria à capital da Paraíba (Gazeta da Parahyba. 12 de outubro de 1888, última coluna).

 

 

1889 – Foi anunciado que ele iria para o sul do país. Na ocasião atuava na arte dentária e na fotografia (Gazeta da Parahyba, 12 de dezembro de 1889, última coluna).

 

 

1895 - Na cidade de Goiana, em Pernambuco, fundou a Photograhia Ítalo-Brasileira, na rua Conde d´Eu, onde oferecia seus serviços como fotógrafo e também como protético.

1896 – Já de volta à Paraíba, agradeceu às pessoas que estiveram presentes ao enterro de Francisco Jorge da S. Parente e convidou para a missa de sétimo dia (A União (PB), 19 de setembro de 1896, terceira coluna).

Agradeceu às pessoas que estiveram presentes ao enterro de Anna Isabel do Sacramento e convidou para a missa de sétimo dia (A União (PB), 27 de setembro de 1896, segunda coluna).

Em novembro, estava no Recife, da onde seguiu para a Paraíba, no vapor Maranhão (Jornal de Recife, 4 de novembro de 1896, terceira coluna).

Viajou à Europa e, na França, adquiriu o cinematógrafo, inventado pelos irmãos Lumière, cuja primeira exibição pública aconteceu em Paris, em 28 de dezembro de 1895.

1897 – Foi o responsável pela apresentação ao paraibanos do cinematógrafo durante a Festa das Neves, que homenageia a padroeira da cidade, Nossa Senhora das Neves (A União (PB), 5 de agosto de 1897, penúltima coluna; e 8 de agosto de 1897, última colunaA Notícia, 9 de agosto de 1897, segunda colunaA República (CE), 20 de setembro de 1897, terceira coluna).

Em frente à Photographia Vesúvio, na rua Nova, nº 2, foi colocado um grande cartaz com frases em francês anunciando o espetáculo. Segundo anotações do fotógrafo, cineasta, diretor e pesquisador paraibano Walfredo Rodriguez (1893 – 1973), em seu Roteiro Sentimental de uma Cidade, que estava presente ao acontecimento:

“O autor destas desativadas evocações, recorda-se, ainda, envoltas em névoas das imagens remotas, das fitas ali exibidas, numa Festa das Neves de 1897 – “Chegada de um Trem a Gare de Lion”, Um macaco pulando um arco” e “Crianças jogando bolas de neve em Biarritz”.

 

 

 

Esteve em Belém, apresentando o cinematógrafo.

Em novembro, apresentou o invento em Fortaleza, no Ceará (A República, 20 de novembro de 1897, quarta coluna).

 

 

1898 – A Photographia Vesúvio foi anunciada pelo filho de Nicola, Garibaldi (A União (PB), 15 de junho de 1898).

 

 

O consultório dentário de Nocola ficava na rua General Osório, 2 (antiga rua Nova), mesmo local da Photographia Vesúvio, em João Pessoa.

 

 

Em abril, Nicola esteve em Natal, onde apresentou o cinematógrafo na rua do Comércio (A República, 19 de abril de 1898):

“Sábado à noite o Sr. Nicolau Parente fez uma excelente exibição do cinematógrafo – mais uma das grandes aplicações da eletricidade, devida ao grande gênio de Edison. O trabalho agradou bastante e é uma das melhores diversões que temos gozado nesta capital”.

Entre julho e outubro, Nicola esteve na Bahia apresentando o cinematógrafo, na rua Carlos Gomes, nº 26 (Jornal de Notícias (BA), 8 de julho de 1898, terceira coluna).

 

 

Em novembro, esteve em Bragança (SP) com o cinematógrafo.

1899 – Em Campinas, exibição regular de sessões de cinema organizadas por Nicola no Cine Teatro Rink.

 

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Propaganda veiculada em 6 de dezembro de 1899 / A cidade: os cantos e os antros : Campinas, 1850-1900, página 31.

 

Transferiu-se para Abaeté, atual Abaetetuba, no Pará, onde criou o estabelecimento comercial Casa Italiana, da firma Nicola Parente & Filhos. Também colaborou com o Jornal da Mata.

1900 – Esteve apresentando o cinematógrafo em Manaus e também em Belém.

Segundo seu bisneto, o jornalista Pedro Parente, viajou para a Europa como convidado especial dos irmãos Lumière para a Exposição Universal de Paris.

1911 – Em 19 de maio, faleceu, vítima da explosão de um novo aparelho gerador de gás oxigênio que pretendia inventar em seu laboratório em Abaeté. De acordo com a notícia veiculada pelo Estado do Pará, era sócio de seu filho Garibaldi na firma comercial Parente & Cia.  Seu outro filho, Galileu, era jornalista, poeta e fotógrafo. Como já mencionado, tinha também duas filhas, Margarida e Carmelita. Foi identificado como muito estimado, honesto e caridoso (Estado do Pará, 29 de maio de 1911, última coluna).

 

 

 

 

Andrea C. T. Wanderley

Editora e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica

 

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