Série “Avenidas e ruas do Brasil” VI – Rua Augusto Ribas e outras, em Ponta Grossa, no Paraná, pelo fotógrafo Luiz Bianchi

Série “Avenidas e ruas do Brasil” VI – Rua Augusto Ribas e outras, em Ponta Grossa, no Paraná, pelo fotógrafo Luiz Bianchi

 

No sexto artigo da série “Avenidas e ruas do Brasil”, a Brasiliana Fotográfica destaca imagens de ruas de Ponta Grossa, no Paraná, produzidas pelo fotógrafo Luiz Bianchi (1876-1943), que pertencem ao acervo fotográfico da Biblioteca Nacional, uma das fundadoras do portal. Uma delas é a Rua Augusto Ribas, que liga a zona sul à zona norte da cidade e, anteriormente, era conhecida como “Rua das Tropas”. Bianchi foi um dos primeiros fotógrafos a se instalar em Ponta Grossa e seu estúdio atravessou o século XX, tendo sido dirigido por três gerações da família.

O nome da rua já citada é uma homenagem ao político ponta-grossense Augusto Lustosa de Andrade Ribas (1847 – 1897), muito ativo na vida pública da cidade (A República, 22 de julho de 1897, primeira coluna). Ele participou da organização da visita de dom Pedro II (1825 – 1891) a Ponta Grossa, em 1880 (Dezenove de Dezembro, 1º de junho de 1880); e também foi um dos idealizadores da mudança do traçado da Estrada de Ferro do Paraná e da construção do cemitério da cidade (Dezenove de Dezembro, 9 de fevereiro de 1889, primeira coluna). Foi agraciado com a comenda de Oficial da Ordem da Rosa (Dezenove de Dezembro, 9 de outubro de 1889, última coluna).

 

 

As outras ruas registradas por Luiz Bianchi (1876 – 1943)* e disponíveis no portal, a avenida Fernandes Pinheiro e a XV de Novembro, foram endereços de seus ateliês fotográficos. O fotógrafo nasceu na Argentina, em 1º de novembro de 1876, filho dos italianos Carlos e Carolina Bianchi, que migraram para a Argentina, provavelmente nessa época. Segundo o historiador José Augusto Leandro:

“Carlos Bianchi, natural de Bologna, resolvera emigrar por desentendimentos familiares. Não era um artesão em vias de tornar-se um proletário urbano. Nem tampouco um camponês que almejava tornar-se um pequeno proprietário de terra no Novo Mundo, como a maioria dos imigrantes europeus que se dirigiram para a América do Sul naquele tempo”.

Luiz Bianchi teria aprendido o ofício da fotografia com o pai, que possuia um pequeno jornal em Buenos Aires, ou durante o período em que passou no Exército? Sobre esta informação, as fontes consultadas variam. Não há um consenso.

 

Acessando o link para as fotografias de Luiz Bianchi disponíveis na Brasiliana Fotográfica, o leitor poderá magnificar as imagens e verificar todos os dados referentes a elas.

 

O fato é que no início do século XX, Luiz Bianchi veio para o Brasil e começou sua trajetória profissional na Lapa, cidade do Paraná, como agricultor. Não teve sucesso. Foi então contratado como fotógrafo pela Brasil Railway Company, empresa responsável pela construção da estrada de ferro na região. Casou-se, em Curitiba, com Maria Thommen, de família suíça, e mudaram-se para Ponta Grossa, em torno de 1909. Na época da chegada de Luiz Bianchi a Ponta Grossa, a cidade se beneficiava pela exportação de erva-mate e pela condição de entroncamento ferroviário e, devido a estes fatores, urbanizava-se, modernizava-se. Era, então, um local de oportunidades, e atraia um considerável fluxo de imigração.

 

 

Em 1909, o casal Bianchi abriu uma loja de comércio de vários produtos, a Casa de Armarinho e Modas Thommen & Bianchi. A fotografia era uma ocupação paralela e o ateliê Fotografia Bianchi só foi formalizado como empresa, em 1913. Foram três gerações que estiveram à frente do ateliê –  até 2001 – e ao longo destas décadas o estabelecimento conquistou prestígio e confiabilidade. A família Bianchi se tornou uma importante propagadora da fotografia, tanto em seu aspecto artístico como técnico. Produzia registros em ambientes externos e também no espaço do estúdio.

 

 

Inicialmente, a Fotografia Bianchi funcionava na avenida Fernandes Pinheiro, perto da Estação Saudade, inaugurada em 1900. Posteriormente, transferiu-se para a Rua XV de Novembro, e, finalmente, a partir de fevereiro de 1940, estabeleceu-se na Rua Sete de Setembro, nº 92, onde Bianchi passou também a residir.

 

 

 

O aparato técnico utilizado por Bianchi foi muitas vezes fabricado por ele mesmo como, por exemplo, chapas de vidro umedecidas com nitrato de prata e um ampliador que teria copiado de um manual fotográfico do século XIX. Possuia duas máquinas fotográficas. Produziu muitos retratos de família e também de aspectos dos Campos Gerais do Paraná.

“Comercializava, em seu estúdio, imagens das principais ruas, praças, eventos e pontos turísticos dos Campos Gerais. Nas fotos panorâmicas de Bianchi, o público tem a oportunidade, entre outras temáticas, da visão da Catedral, das movimentações nas estações de trem, da ampliação do comércio, das festividades religiosas e cívicas – e das apresentações militares”.

Portal da Universidade Estadual de Ponta Grossa

 

 

Maria Thommen Bianchi tornou-se sua colaboradora e realizava os serviços de laboratório como revelação e retoques. O casal teve quatro filhos, Rauly (1911 -1987), Fleury (19? -?), que se dedicou à cinematografia; Leonardo (19? – ?) e Raul, que morreu com pouco tempo de vida. Rauly e, posteriormente, seu filho e neto de Luiz, Raul (1950 – 2002), seguiram a profissão de fotógrafo. Rauly sucedeu o pai e trabalhou na Fotografia Bianchi até 1987, ano em que faleceu. Seu filho Raul o sucedeu, ficando á frente do estabelecimento até 2001. Luiz faleceu em 12 de abril de 1943. O cineasta Sérgio Bianchi (1945 – ) é bisneto de Luiz, filho de Rauly e Celina Bianchi, e irmão de Raul.

 

 

A Fotografia Bianchi foi roubada em 26 de janeiro de 2001 e segundo Raul (1950 – 2002), seu proprietário na ocasião, foi perdida uma média de 90 mil reais em equipamentos e ele teria ficado “sem os dedos para trabalhar”.  No mesmo ano a loja foi fechada e vendida. Parte do acervo de negativos do ateliê foi vendido, em 30 de março de 2001, à Prefeitura Municipal de Ponta Grossa.

O acervo da Fotografia Bianchi, composto por cerca de 45 mil negativos em chapa de vidro e celulos e flexível, assim como os cadernos de registo do estabelecimento, estão sob a responsabilidade da Casa da Memória Paraná/Fundação de Cultura. Em 2014, o Museu Campos Gerais realizou uma exposição com 20 registros de Luiz Bianchi.

 

 

 

Cronologia do fotógrafo Luiz Bianchi (1876 – 1943)

 

1870 – 1879 – Luiz Bianchi nasceu, em 1º de novembro de 1876 , na Argentina. Era filho dos italianos Carlos e Carolina Bianchi, que motivados por brigas familiares imigraram para a Argentina. Algumas fontes informam que Luiz teria nascido na Itália e registrado, meses depois, na Argentina. A pesquisadora Patricia Camera, da Universidade Estadual de Ponta Grossa, dirimiu essa dúvida quando consultou o atestado de óbito do fotógrafo.

1880 – 1899 – Carlos Bianchi, seu pai, possuia um pequeno jornal em Buenos Aires, frequentado por ele. Luiz passou um tempo no Exército. Luiz teria aprendido o ofício de fotógrafo no período em que residiu na Argentina.

1900 – 1910 - No início do século XX, Luiz Bianchi veio para o Brasil e começou sua trajetória profissional na Lapa, cidade do Paraná, como agricultor, mas não teve sucesso.

Ainda na Lapa, trabalhou com um fotógrafo alemão, entre 1906 e 1907, ano em que fotografou a pedra fundamental da Santa Casa de Misericórida de Ponta Grossa, inaugurada em 1913.

Foi contratado como fotógrafo pela Brasil Railway Company, empresa responsável pela construção da estrada de ferro na região.

Casou-se, em Curitiba, com Maria Thommen, de família suíça, e mudaram-se para Ponta Grossa, em torno de 1909, ano em que o casal Bianchi abriu uma loja de comércio de vários produtos, a Casa de Armarinho e Modas Thommen & Bianchi. A fotografia era uma ocupação paralela e o estabelecimento ficava na Rua Fernandes Pinheiro.

1910 – 1919 –  Maria Thommen Bianchi tornou-se sua colaboradora e realizava os serviços de laboratório como revelação e retoques.

O casal teve quatro filhos, Rauly (1911 -1987), Fleury (19? -?), que se dedicou à cinematografia; Leonardo (19? – ?) e Raul, que morreu com pouco tempo de vida.

O ateliê Fotografia Bianchi foi formalizado como empresa, em 1913, e passou a funcionar na Rua XV de Novembro, nº5. Na época, era a rua mais movimentada de Ponta Grossa.

1920 – 1939 – A Fotografia Bianchi permaneceu no novo endereço tendo sempre a sua frente Luiz.

1940 – 1949 – Em fevereiro de 1943, a Fotografia Bianchi transferiu-se para na Rua Sete de Setembro, nº 92, onde a família passou a morar.

Em 12 de abril de 1943, falecimento de Luiz Bianchi, que foi sucedido por seu filho Rauly.

1950 – 1979 – Durante este período a Fotografia Boanchi foi dirigida por Rauly (1911 – 1987).

Em 1950, nascimento de Raul Bianchi (1949 – 2002), filho de Rauly e neto de Luiz.

1980 – 1999 – Em 1987, falecimento de Rauly (1911 – 1987), que foi sucedido na Fotografia Bianchi por  seu filho Raul (1949 – 2002).

2000 – 2009 – A Fotografia Bianchi foi roubada em 26 de janeiro de 2001 e segundo Raul, seu proprietário na ocasião, foi perdida uma média de 90 mil reais em equipamentos e ele teria ficado “sem os dedos para trabalhar”.  No mesmo ano a loja foi fechada e vendida. Parte do acervo de negativos do ateliê foi vendido, em 30 de março de 2001, à Prefeitura Municipal de Ponta Grossa.

O acervo da Fotografia Bianchi, composto por cerca de 45 mil negativos em chapa de vidro e celulose flexível, assim como os cadernos de registo do estabelecimento passam a ficar sob a responsabilidade da Casa da Memória Paraná/Fundação de Cultura.

Em 2002, falecimento de Raul Bianchi (1949 – 2002).

2010 – 2019 – Em 2014, o Museu Campos Gerais, inaugurado em Ponta Grossa, em 1983, realizou uma exposição com 20 registros de Luiz Bianchi.

* Muitas vezes o nome do fotógrafo é escrito Luís, com “s”, mas a pesquisadora Patricia Camera, achou a marca dele “Luiz Bianchi” em alguns cartões de visita e postais.

 

A Brasiliana Fotográfica agradece à colaboração da pesquisadora Patricia Camera, da Universidade Estadual de Ponta Grossa.

 

Andrea C. T. Wanderley

Editora e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica

 

Fontes:

ALVARENGA, Jhennifer Batista de; VARELA, Patricia Camera. O contexto de formação do acervo Foto Bianchi em Ponta Grossa/PR (2001-2016)In: XV Encontro Regional de História, 2016. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 26 a 29 de julho de 2016.

BARBOSA, Audrey Franciny. Foto Bianchi: retratos e representações visuais do escolar (Ponta Grossa/PR. 1913-1943). Dissertação (Mestrado em História). Paraná: Universidade Estadual de Ponta Grossa, 2019.

BEDIM, Willian; CAMERA, Patricia. O contexto comercial e a produção de Luís Bianchi: memória escrita e fotográfica. In: ENCONTRO INTERNACIONAL DE ESTUDOS DA IMAGEM, 2., 2015, Londrina. Anais… Londrina: Universidade Estadual de Londrina, 2015. v. 8.

BIANCHI, Rauly. Rauly Bianchi [3 nov. 1982]. Entrevistadores: Loreno Luiz Zatelli Hogedorn e Roseli T. Boschilia. Ponta Grossa, 1982. Papel, p. 13. Entrevista concedida ao Projeto Fotógrafos Pioneiros do Paraná (Acervo da Casa da Memória de Curitiba).

BIANCHI, Raul. Bianchi e suas batalhas [9 set. 2001]. Entrevistador: Irinêo Netto. Ponta Grossa, 2001. Entrevista concedida ao jornal Diário dos Campos.

CAMERA, Patricia. Curadoria do Fundo Foto Bianchi: cultura fotográfica em Ponta Grossa e região. Anais do Museu Paulista vol.26  São Paulo, 3 de dezembro de 2018.

CHAVES, Niltonci Batista. Os “problemas citadinos” em uma “cidade civilizada”: estratégias discursivas de um intelectual polivalente no Jornal Diário dos Campos – Ponta Grosa/PR (Década de 1930). In. II Congresso Internacional de História UEPG – UNICENTRO: Produção e circulação do conhecimento histórico no século XXI. 2015. Ponta Grossa/PR, Anais eletrônico.

DROPPA, Ana Maria. O Fotógrafo Luís Bianchi. Diário dos Campos, Ponta Grossa, 17 fev. 2002.

Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional

LEANDRO, José Augusto. Luís Bianchi, fotógrafo dos Campos Gerais. Jornal de História, Ponta Grossa, v. 3, 1996.

Portal da Universidade Estadual de Ponta Grossa

SANTOS, Francieli Lunelli. Arranjos fotográficos, arranjos familiares: representações sociais em retratos de família do Foto BianchiDissertação (Mestrado em Ciências Sociais). Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa, 2009.

SANTOS, Francieli Lunelli. Luís Bianchi e as Práticas do Italiano no Brasil: fotografia, profissão do imigrante. Revista Domínios da Imagem, Londrina, ano VI, n. 11, p. 57-70, 2012.

Site Academia Paranaense de Letras

Site Artes na Web

Site Enciclopédia Itaú Cultural

Site Prefeitura de Ponta Grossa

 

Links para as outras publicações da série “Avenidas e ruas do Brasil”

 Série “Avenidas e ruas do Brasil” I – Avenida Central, atual Rio Branco, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal,  publicada em 7 de setembro de 2016

Série “Avenidas e ruas do Brasil” II – A Rua do Imperador em Petrópolis por Klumb, Leuzinger e Stahl, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal,  publicada em 26 de junho de 2020

Série “Avenidas e ruas do Brasil” III – A Rua do Bom Jesus, no Recife, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicada em 6 de agosto de 2020

Série “Avenidas e ruas do Brasil” IV – A Rua 25 de Março, em São Paulo, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal,  publicada em 1º de setembro de 2020

Série “Avenidas e ruas do Brasil” V – A Rua Direita, a Rua das Mercês e a Rua Macau do Meio, em Diamantina, Minas Gerais, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal,  publicada em 22 de outubro de 2020

Série “Avenidas e ruas do Brasil” VII – A Avenida Atlântica, em Copacabana, no Rio de Janeiro, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicada em 23 de dezembro de 2020

Série “Avenidas e ruas do Brasil VIII – A Rua da Carioca por Cássio Loredano, de autoria de Cássio Loredano, publicada em 20 de janeiro de 2021

Série “Avenidas e ruas do Brasil” IX – Ruas e panoramas do bairro do Catete, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal,  publicada em 14 de julho de 2021

Série “Avenidas e ruas do Brasil” X – A Rua da Ajuda, no Rio de Janeiro, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal,  publicada em 9 de novembro de 2021

Série “Avenidas e ruas do Brasil” XI – A Rua da Esperança, em São Paulo, por Vincenzo Pastore, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal,  publicada em 14 de dezembro de 2021

Série “Avenidas e ruas do Brasil” XII – A Avenida Paulista, o coração pulsante da metrópole, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicada em 21 de janeiro de 2022

Série “Avenidas e ruas do Brasil” XIII – A Rua Buenos Aires no Centro do Rio de Janeiro, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal,  publicada em 19 de julho de 2022

Série “Avenidas e ruas do Brasil” XIV – A Avenida Presidente Vargas,, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicada em 31 de agosto de 2022

Série “Avenidas e ruas do Brasil” XV – Misericórdia: rua, largo e ladeira, no Rio de Janeiro, por Cássio Loredano, de autoria de Cássio Loredano, publicada em 8 de dezembro de 2022

Série “Avenidas e ruas do Brasil” XVI – “Alguma coisa acontece no meu coração”, a Avenida São João nos 469 anos de São Paulo, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicada em 25 de janeiro de 2023

Série “Avenidas e ruas do Brasil” XVII  e série “O Rio de Janeiro desaparecido” XXIII – A Praia e a Rua do Russel, na Glória, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicada em 15 de maio de 2023

Série “Avenidas e ruas do Brasil” XVIII – Avenida Beira-Mar, de autoria de Andrea C.T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicada em 22 de janeiro de 2024

 

 

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