Antes do paraíso, o expurgo: a Hospedaria Central da Ilha das Flores

A Brasiliana Fotográfica publica o artigo “Antes do paraíso, o expurgo: a Hospedaria Central da Ilha das Flores”, de autoria de Beatriz Kushnir, diretora do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, uma das instituições parceiras do portal. Com ele, destacamos duas fotografias de autoria de Marc Ferrez (1843 – 1923), do acervo do Instituto Moreira Salles; e uma imagem aérea, de um fotógrafo ainda não identificado, que pertence ao acervo do Museu Aeroespacial, produzida em 28 de novembro de 1936. A edificação da Hospedaria no Rio, uma iniciativa de dom Pedro II foi instituida, em 1883, quando o governo imperial, através da Inspetoria Geral de Terras e Colonização do Ministério da Agricultura, adquiriu, por 170 contos de réis, a Ilha das Flores do senador do Império, Silveira Mota.

Série “Avenidas e ruas do Brasil” IV – Rua 25 de março em São Paulo

No quarto artigo da série “Avenidas e ruas do Brasil”, a Rua 25 de Março, atualmente uma das mais movimentadas de São Paulo é a destacada. Foi batizada, em 1865, em homenagem à data da assinatura da primeira constituição brasileira, em 25 de março de 1824. As fotografias que ilustram esse artigo muito contrastam com a região nos dias de hoje, conhecida como “o maior shopping céu aberto da América Latina”. São do fim do século XIX e início do XX, de autoria do suíço Guilherme Gaensly (1843 – 1928) e do italiano Vincenzo Pastore (1865 – 1918).

Os cinco anos da Brasiliana Fotográfica

A Brasiliana Fotográfica completa cinco anos de existência com 38.437.165 acessos! O portal promove nesse contexto atual da pandemia do coronavírus um debate relacionando urbanismo, saúde pública e a história da cidade do Rio de Janeiro e das grandes metrópoles brasileiras, temas frequentes de nossas publicações. Com a participação do historiador Jaime Benchimol, da pneumologista Margareth Dalcolmo e do arquiteto e urbanista Guilherme Wisnik será realizado no dia 17 de abril de 2020, às 17h30m, um encontro virtual que será disponibilizado on-line ao vivo para o público, gratuitamente, no canal de facebook do Instituto Moreira Salles. A mediação será feita por Sérgio Burgi (IMS) e Joaquim Marçal (BN), curadores do portal, e pela historiadora Aline Lopes de Lacerda, da Fiocruz.

Retratos de escravizados pelo fotógrafo Christiano Junior (1832 – 1902)

No Dia da Abolição da Escravatura no Brasil, a Brasiliana Fotográfica publica o artigo “As fotografias de escravizados de Christiano Junior conservadas no Museu Histórico Nacional”, da historiadora Maria Isabel Ribeiro Lenzi. No século XIX, imagens de escravizados eram produzidas por artistas e fotógrafos e vendidas para os estrangeiros de passagem pelo Rio de Janeiro. O fotógrafo açoriano Christiano Junior (1832 – 1902), aproveitando o filão, produziu “variada coleção de costumes e tipos de pretos, coisa muito própria para quem se retira para a Europa”. O álbum “Photographias de costumes brazileiros”, com 24 imagens, foi apresentada na Exposição Internacional do Porto de 1865. Pertenceu ao rei D. Fernando, de Portugal, e, em 1933, foi doada por Jorge Olinto ao Museu Histórico Nacional, uma das instituições parceiras do portal.

O fotógrafo açoriano Christiano Junior (1832 – 1902) e sua importante atuação no Brasil e na Argentina

O fotógrafo açoriano José Christiano de Freitas Henriques Júnior nasceu na Ilha das Flores, em 1832. Foi um dos maiores e mais versáteis fotógrafos dos oitocentos, além de empresário atuante em diversos ramos. Chegou ao Brasil, em 1855, dedicou-se aos retratos de estúdio e tornou-se famoso por suas cartes de visite de escravizados. Na Argentina, onde se estabeleceu em 1867, notabilizou-se por fotografar tipos locais e paisagens. Faleceu em 1902, em Assunção, no Paraguai.

Brasiliana Fotográfica: dois anos

O portal Brasiliana Fotográfica, uma iniciativa da Fundação Biblioteca Nacional e do Instituto Moreira Salles, completa hoje dois anos com mais de 10 milhões de visualizações e mais de 6 milhões de pesquisas realizadas. Nesse período, foram publicados 90 artigos, que fornecem um panorama da fotografia no Brasil desde as suas origens no século XIX até as primeiras décadas do século XX. Ainda em seu primeiro ano, no blog do portal, tivemos uma publicação de relevância histórica: a presença de Machado de Assis (1839 – 1908) na fotografia da Missa Campal pela comemoração da abolição da escravatura (de autoria de Antônio Luiz Ferreira), realizada em 17 de maio de 1888, no Campo de São Cristóvão. Novos acervos aderiram à Brasiliana Fotográfica – Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, a Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha e o Leibniz-Institut fuer Laenderkunde, de Leipzig, Alemanha – e ainda nesse ano o Arquivo Nacional, o Museu da República e a Casa de Oswaldo Cruz – Fiocruz integrarão o portal!

Os trinta Valérios, uma fotografia bem-humorada de Valério Vieira (1862 – 1941)

O fotógrafo, pianista e compositor Valério Vieira (1862 – 1941) apresentou na Exposição Universal de Saint Louis, nos Estados Unidos, realizada entre de 30 de abril e 1 de dezembro de 1904, a curiosa e bem-humorada fotografia “Os trinta Valérios”, que lhe valeu a medalha de prata. O original autorretrato realizado por Valério, uma combinação de dois gêneros da fotografia – o retrato e a fotomontagem – tem caráter teatral e humorístico e é um marco na história da fotografia brasileira. Na imagem, vê-se a apresentação de uma orquestra, onde todos os músicos, além das figuras da plateia, dos garçons, do busto em cima do móvel e dos quadros pendurados na parede são retratos do fotógrafo. Ao todo, são 30 imagens de Valério Vieira. Inicialmente, a fotografia, realizada em torno de 1901, chamava-se Valerio Fregoli, possivelmente uma referência ao ator italiano Leopoldo Fregoli (1867 – 1936), que representava diferentes papéis numa mesma encenação com rápida troca de caracterização.

São Paulo sob as lentes do fotógrafo Guilherme Gaensly (1843 – 1928)

A Brasiliana Fotográfica homenageia os 463 anos de São Paulo, a maior cidade da América do Sul e a quarta maior do mundo, com imagens produzidas pelo suíço Guilherme Gaensly (1843 – 1928). Ele foi o autor de importantes registros da cidade, vendidos como fotografias em papel albuminado e colotipias impressas na Suíça e comercializadas em álbuns. Em 1899, a empresa The São Paulo Railway, Light and Power Company, o contratou como fotógrafo oficial, função que exerceu até 1925, três anos antes de sua morte. Na ocasião, a presença da Light representava a modernização da área urbana e dos serviços da cidade. Apesar de nunca ter sido o fotógrafo oficial de São Paulo, como foi Augusto Malta (1864 – 1957) no Rio de Janeiro, Gaensly foi o autor de uma abrangente obra sobre a capital paulista nas primeiras décadas do século XX, o que o coloca nessa posição.

O comércio no século XIX e nas primeiras décadas do século XX

A Brasiliana Fotográfica convida seus leitores para um passeio pelo comércio, em algumas cidades brasileiras, na segunda metade do século XIX e nas primeiras décadas do século XX. São ruas e lojas em Belém, Manaus, Pirapora, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Embora todas estas cidades tenham sofrido mudanças radicais, ainda estão de pé alguns dos estabelecimentos aqui retratados. E quanto aos demais…recordar é viver! O mais antigo registro fotográfico da galeria data de 1870 e o mais recente, de 1929.

Cenas de rua: da paisagem arquitetônica à paisagem social e humana

No século XIX, fotógrafos como Marc Ferrez registram a paisagem urbana em grandes panoramas. Ferrez documentou sistematicamente o Rio de Janeiro, cidade onde viveu e produziu a maior parte de seu trabalho fotográfico, fortemente influenciado em seu processo criativo pela deslumbrante paisagem da cidade e de seu entorno. Suas imagens da arquitetura da cidade e […]