Debate pelos cinco anos da Brasiliana Fotográfica – link de acesso e para fotografias mostradas durante o encontro

 

O debate que a Brasiliana Fotográfica promoveu para celebrar o seu aniversário de cinco anos, dentro do contexto da atual pandemia do coronavírus, foi muito bem sucedido, tendo sido assistido por centenas de pessoas numa live transmitida no dia 17 de abril de 2020, às 17h30m. Pode ser acessado no link https://www.facebook.com/institutomoreirasalles/videos/547559385897022/ . Os debatedores foram o historiador Jaime Benchimol, a pneumologista Margareth Dalcolmo e o urbanista e arquiteto Guilherme Wisnik.

O portal mais uma vez agradece a seus leitores pela audiência e entusiasmo! Também destacamos nessa publicação todas as fotografias mostradas durante o encontro, além de outras que se relacionam com os temas abordados.

 

 

Grupos de imagens: 

 

1 - Avenida Central

2 – Gripe Espanhola, links do arquivo do dr. Moncorvo Filho, do arquivo da Fiocruz

Doutor Maurity Santos examinando paciente com pneumonia durate a epidemia de gripe espanhola de 1918

Dr. Maurity e enfermeiras atendendo enfermo no Morro do Salgueiro

Doutores Moncorvo Filho e Orlando de Goes atendendo pacientes no surto de gripe espanhola de 1918

Moncorvo Filho consultando criança durante a epidemia de gripe espanhola de 1918

Moncorvo Filho consultando um bebê

Moncorvo Filho e auxiliares no Posto de Assistência à Infância durante o surto de gripe espanhola

Prédio que serviu para socorrer vítimas da gripe espanhola em 1918

Socorro a um homem enfermo no Morro da Mangueira

 

 

Andrea C. T. Wanderley

Editora e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica

O prefeito Pereira Passos (1836 – 1913) e o fotógrafo Augusto Malta (1864 -1957)

Foi na gestão do engenheiro Francisco Pereira Passos como prefeito do Rio de Janeiro que, pela primeira vez, a prefeitura contratou um fotógrafo, o alagoano Augusto Malta (1864 – 1957), para documentar as obras da cidade. Na imagem abaixo, do ateliê de Malta, há um retrato de Pereira Passos, um senhor de cabelo, barba e bigode brancos, na parede à esquerda do fotógrafo.

 

 

Em 30 de dezembro de 1902, por decreto, Francisco Pereira Passos (29 de agosto de 1836 – 2 de março de 1913) foi nomeado prefeito do então Distrito Federal, o Rio de Janeiro, pelo presidente Rodrigues Alves (1848 – 1919) e assumiu no mesmo dia (Gazeta de Notícias, 31 de dezembro de 1902, na sexta coluna), sucedendo Carlos Leite Ribeiro (1858 – 1945). Ocupou o cargo até 16 de novembro de 1906, quando foi sucedido por Francisco Marcelino de Sousa Aguiar (1855 – 1935) (O Paiz, 17 de novembro de 1906, na sexta coluna). Durante seu mandato, o prefeito Passos realizou uma significativa reforma urbana na cidade. Para saneá-la e modernizá-la realizou diversas demolições, conhecidas popularmente como a política do “bota-abaixo”, que contribuiu fortemente para o surgimento do Rio de Janeiro da Belle Époque. Essas transformações foram definidas por Alberto Figueiredo Pimentel (1869-1914), autor da seção “Binóculo”, da Gazeta de Notícias, com a máxima “O Rio civiliza-se”, que se tornou o slogan da reforma urbana carioca. Figueiredo Pimentel tornou sua coluna a mais lida e popular da imprensa carioca, um oráculo de boas maneiras. Foi dele a ideia de criar o corso de automóveis na Praia de Botafogo, um desfile carnavalesco de carros enfeitados realizado no inverno (Fon-Fon!, 14 de fevereiro de 1914; A Notícia, 19 e 20 de outubro de 1912, segunda coluna, e 6 e 7 de fevereiro de 1914, segunda coluna).

 

 

 

Sobre Pereira Passos:

“O ex-prefeito imortal, rompendo todos os embaraços da chamada tradição e surdo às ameaças da rotina, conseguiu no seu governo essa coisa estupenda: fez o carioca mudar-se de uma velha cidade tortuosa e colonial para uma opulenta e encantadora capital sem que esse arredasse o pé do Rio de Janeiro” (Correio da Manhã, de 3 de março de 1913).

 

 

Alguns meses após a nomeação de Pereira Passos como prefeito, o alagoano Augusto Malta (1864 – 1957), foi contratado pela Prefeitura do Rio de Janeiro, em junho de 1903, como fotógrafo oficial, cargo criado para ele e que ocupou até 1936. Pereira Passos precisava de um fotógrafo para registrar as obras e os imóveis a serem desapropriados para posteriores pagamentos de indenizações e Malta passou a documentar a radical mudança urbanística promovida por ele. Sobre sua contratação, Malta declarou na entrevista “Malta – o que fotografou Passos e Rio Branco”, feita por Raymundo de Athayde e publicada pela Revista da Semana, edição de Natal de 16 de dezembro de 1944:

“Confesso que sentia grande sensação quando via surgirem no papel as belas e surpreendentes imagens que o sal de prata revelava e o hipossulfito fixava a meus olhos, na câmara escura improvisada em minha casa. E vivia assim nesse ingênuo amadorismo, quando um fornecedor da Prefeitura, meu amigo (o empreiteiro Antônio Alves da Silva Júnior), levou-me para tirar fotografias das obras que então o grande Pereira Passos realizara em 1903. Na época, o Rio começava a mudar a indumentária e remoçar. Por acaso o insuperável Prefeito viu as fotografias que eu tirava por esporte e gostou. Propôs-me um emprego na Prefeitura e eu, sem relutâncias, aceitei”

Passos e Malta tornaram-se muito próximos, tendo o prefeito sido padrinho de uma das filhas do fotógrafo, Aristocléa (1903-1934).

Anos depois, os filhos de Malta, Aristógiton (1904 – 1954) e Uriel (1910 – 1994), também trabalharam como fotógrafos da prefeitura.

Acessando o link para as fotografias de autoria de Augusto Malta e de seus filhos Aristógiton e Uriel disponíveis na Brasiliana Fotográfica, o leitor poderá magnificar as imagens e verificar todos os dados referentes a elas.

Uma das marcas da reforma urbana realizada por Pereira Passos foi a abertura da avenida Central e da avenida Beira-Mar. Segundo a publicação virtual Coleção Estudos Cariocas, abrigada no portal de informações do Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos da Secretaria Municipal de Urbanismo da Prefeitura do Rio de Janeiro, as principais obras realizadas durante a gestão do prefeito Passos foram:

 

 

“1903: inauguração do Pavilhão da Praça 15 (21/6); prolongamento da Rua do Sacramento – atual Avenida Passos, até a Rua Marechal Floriano (27/06); inauguração do Jardim do Alto da Boa Vista (11/10); início do alargamento da antiga Rua da Prainha (atual Rua do Acre);

1904: término do alargamento da antiga Rua da Prainha – atual Rua do Acre (fevereiro); demolições do Morro do Castelo (8/03); construção do aquário do Passeio Público (18/9); melhoramento da Rua 13 de Maio.

1905: início da construção do Theatro Municipal (03/01); inauguração da nova estrada de rodagem da Tijuca (4/1); alargamento e prolongamento da Rua Marechal Floriano até o Largo de Santa Rita (2/2); decreto de alargamento da Rua do Catete (28/4); alargamento e prolongamento da Rua Uruguaiana (setembro); decreto de construção da Avenida Atlântica, em Copacabana (4/11); inauguração da Avenida Central (atual Av. Rio Branco), marco da administração Pereira Passos (15/11); inauguração da Escola-Modelo Tiradentes (24/11); decreto de abertura da Rua Gomes Freire de Andrade, entre a Rua Riachuelo e a do Núncio (29/12); decreto de abertura da Avenida Maracanã (30/12).

1906: alargamento da Rua da Carioca (janeiro e fevereiro); inauguração da fonte do Jardim da Glória (24/2); inauguração da nova Fortaleza na Ilha de Lage (28/6); inauguração do palácio da exposição permanente de São Luiz (futuro Palácio do Monroe), para os trabalhos da 3ª Conferência Pan-Americana (22/7); inauguração do alargamento da Rua 7 de Setembro no trecho entre a Av. Central e 1º de Março (6/9); conclusão das obras de melhoramento do porto do Rio de Janeiro e do Canal do Mangue (9/11); inauguração das obras de melhoramento e embelezamento do Campo de São Cristóvão – jardim e escola pública (11/11); inauguração da Avenida Beira-Mar (23/11); melhoramento do Largo da Carioca; inaugurações dos quartéis do Méier, da Saúde, São Cristóvão e Botafogo; aterramento das praias do Flamengo e Botafogo, com construção de jardins; construção do Pavilhão Mourisco, em Botafogo; construção do Restaurante Mourisco, próximo à estação das barcas, no Centro; melhorias no abastecimento de água para a capital.

Além destas, merecem registro: melhoramentos da zona suburbana do DF; saneamento da cidade; arborização de diversas áreas da cidade; renovação do calçamento da cidade; e inauguração de calçamento asfáltico; alargamento da Rua Camerino; abertura da Avenida Salvador de Sá; canalização do Rio Carioca (da Praça José de Alencar ao Cosme Velho); construção da Avenida Atlântica; inauguração da Escola-Modelo Rodrigues Alves, no Catete; liberação de verbas para a construção da Biblioteca Nacional; início da construção do novo edifício da Escola Nacional de Belas Artes; início das obras do edifício do Congresso Nacional; criação do novo Mercado Municipal.

Além disso, promoveu a renovação do porto e instituiu a vacinação obrigatória, posta em prática pelo sanitarista Oswaldo Cruz (1872 – 1917), fato que desencadeou a Revolta da Vacina, em novembro de 1904, reação popular à campanha (Gazeta de Notícias, 14, 1516, 17, 18 de novembro de 1904).

Acessando o link para as fotografias de Pereira Passos e de seu cortejo fúnebre disponíveis na Brasiliana Fotográfica, o leitor poderá magnificar as imagens e verificar todos os dados referentes a elas.

Em 19 de fevereiro de 1913, Pereira Passos partiu para a Europa, no navio inglês Araguaia (O Paiz, 20 de fevereiro de 1913, na terceira coluna) e faleceu a bordo, em 2 de março de 1913 (O Paiz e Correio da Manhã, 3 de março de 1913). Pereira Passos teve uma “syncope cardíaca” fulminante em seu camarote e foi assistido pelo médico Victor Godinho, que nada pode fazer. Seu esquife chegou em Lisboa, em 5 de março, foi para o Posto de Desinfecção e seguiu para o cemitério dos Prazeres (Correio da Manhã, 6 de março de 1913, na penúltima coluna).

 

Em 30 de maio de 1913, chegaram ao Rio de Janeiro, a bordo do Cap Finistere, os despojos de Pereira Passos, que foram transportados para terra no vapor D. João VI. A banda do Corpo de Bombeiros executou a marcha fúnebre de Chopin e foi grande a manifestação popular em torno da chegada da urna funerária do ex-prefeito, que, do arsenal de Marinha, foi levada para a Prefeitura (O Paiz, 31 de maio de 1913). No dia seguinte, um grande cortejo fúnebre com a participação de autoridades e da população carioca  aconteceu entre a Prefeitura e o cemitério São Francisco Xavier, onde Pereira Passos foi enterrado (O Paiz, 1º de junho de 1913).

 

Andrea C. T. Wanderley

Editora-assistente e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica

 

Fontes:

BENCHIMOL, Jaime Larry. Pereira Passos: um Haussmann tropical. Rio de Janeiro, SMCTT, 1990.

DEL BRENNA, Giovanna Rosso (org.). O Rio de Janeiro de Pereira Passos: Uma cidade em questão II. Rio de Janeiro:Index, 1985

DE LOS RIOS FILHO, Adolfo Morales. Dois Notáveis Engenheiros: Pereira Passos e Vieira Souto. Rio de Janeiro: Editora A Noite, 1991.

LENZI, Maria Isabel Ribeiro. Pereira Passos: Notas de Viagens. Rio de Janeiro:Editora Sextante, 2000.

OLIVEIRA REIS, José de. O Rio de Janeiro e seus prefeitos, evolução urbanística da cidade. vol.3, Rio de Janeiro, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, 1977.

PINHEIRO, Manoel Carlos;FIALHO JR, Renato. Pereira Passos: vida e obra in coleção Estudos Cariocas. Rio de Janeiro:IPP/Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, 1996.

Portal Augusto Malta do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro

Site do Instituto Pereira Passos

Além das fontes supracitadas, a Brasiliana Fotográfica fez uma ampla pesquisa na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional.

Série “Avenidas e ruas do Brasil” I – Avenida Central, atual Rio Branco

 

Série “Avenidas e ruas do Brasil” I – Avenida Central, atual Rio Branco*

 

 

A Brasiliana Fotográfica fez uma seleção de imagens da Avenida Central, atual Avenida Rio Branco, produzidas por fotógrafos ainda não identificados, por Aristógiton Malta (1904-1954), Augusto Malta (1864 – 1957), Marc Ferrez  (1843 – 1923), João Martins Torres e pela Phototypia A. Ribeiro. Foram produzidos no início do século XX, quando surgia o Rio de Janeiro da Belle Époque. A abertura da avenida foi uma das principais marcas da reforma urbana realizada por Francisco Pereira Passos (1836 – 1913), o bota-abaixo, entre 1902 e 1906, período em que foi prefeito do Rio de Janeiro. Essas transformações foram definidas por Alberto Figueiredo Pimentel (1869-1914), autor da seção “Binóculo”, da Gazeta de Notícias, com a máxima “O Rio civiliza-se”, que se tornou o slogan da reforma urbana carioca.

Essa reforma urbana tornou o Rio uma cidade cosmopolita, moderna. A Avenida Central inaugurou um novo eixo da cidade em direção ao mar, a orla foi embelezada com a Avenida Beira-Mar, aberta em 1906, e a cidade, antes portuária, incorporou à sua vida urbana as praias de Copacabana, Ipanema e Leblon.  Abria-se, então, o caminho para o litoral da zona oeste através da Avenida Niemeyer, inaugurada oficialmente em 27 de setembro de 1920, pelo rei Alberto I da Bélgica (1875 – 1934) , em visita ao Brasil. Em um período de cerca de 20 anos, o Rio de Janeiro assumia sua identidade de cidade balneária.

Voltando à Avenida Central. É de autoria do fotógrafo Marc Ferrez o Álbum Avenida Central: 8 de março de 1903-15 de novembro de 1906, importante registro da reforma da principal via da então capital federal, onde ele contrapôs reproduções das plantas às fotografias das fachadas de cada edifício documentado. Esse tipo de fotografia foi fundamental para a construção e para a difusão de uma nova imagem do Rio de Janeiro, uma imagem associada aos ideais de civilização e progresso.

A linha central da avenida foi inaugurada pelo presidente Rodrigues Alves (1848 – 1919), em 7 de setembro de 1904 (O Paiz, 8 de setembro de 1904, na sexta coluna, sob o título “Avenida Central” e Gazeta de Notícias, de 8 de setembro de 1904, na última coluna). No ano seguinte, 1905, sob um temporal, a avenida foi aberta oficialmente, em 15 de novembro (O Paiz, 16 de novembro de 1905, na quinta coluna, sob o título “15 de Novembro”). O engenheiro chefe de sua construção foi André Gustavo Paulo de Frontin (1860 – 1933). A Avenida Central, que ligava o novo porto, onde atualmente está a Praça Mauá, à região da Glória, tornou-se logo a principal via de circulação da cidade, e também seu polo econômico e de entretenimento. Seu nome foi mudado, por decreto, em 15 de fevereiro de 1912, para Avenida Rio Branco, uma homenagem ao diplomata e ministro das Relações Exteriores do Brasil, o barão de Rio Branco ( 1845 – 1912 ), que havia falecido cinco dias antes (O Paiz, 16 de fevereiro de 1912, sob o título “Barão do Rio Branco”).

 

 

Na época de sua inauguração, a Avenida Central tinha 1.800 metros de extensão e 33 metros de largura. Cerca de 300 casas coloniais foram demolidas para a construção dos novos edifícios, cujas fachadas foram escolhidas por concurso. Alguns dos jurados foram o prefeito Pereira Passos, o engenheiro Paulo de Frontin, Lauro Muller (1863 – 1926), ministro da Viação e Obras Públicas; e Oswaldo Cruz (1872 – 1917), diretor-geral da Saúde Pública. Além de edifícios do governo, ergueram-se, na avenida, jornais, clubes, hotéis e sedes de empresas. O calçamento, em mosaico português, foi feito por artesãos vindos de Portugal. Passear pela Avenida Central era passear pela espinha dorsal do mundo das compras e do lazer dos elegantes, dos negócios e da cultura. Alguns remanescentes da primeira geração de prédios da avenida são o Teatro Municipal, o Clube Naval, a Biblioteca Nacional, o Museu Nacional de Belas Artes e o Centro Cultural da Justiça Federal.

Acessando o link para as fotografias da Avenida Central disponíveis na Brasiliana Fotográfica, o leitor poderá magnificar as imagens e verificar todos os dados referentes a elas.

Link para a entrevista com a arquiteta italiana Maria Pace Chiavari. Um dos temas abordado  é o Álbum Avenida Central: 8 de março de 1903-15 de novembro de 1906, de Marc Ferrez.

 

*Em junho de 2020, a Brasiliana Fotográfica lançou a série “Avenidas e ruas do Brasil”, mas como já havia essa publicação no portal, consideramos esse artigo o primeiro da série.

 

Andrea C. T. Wanderley

Editora-assistente e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica

 

Links para as outras publicações da série “Avenidas e ruas do Brasil”

 Série “Avenidas e ruas do Brasil” II – A Rua do Imperador em Petrópolis por Klumb, Leuzinger e Stahl, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal,  publicada em 26 de junho de 2020

Série “Avenidas e ruas do Brasil” III – A Rua do Bom Jesus, no Recife, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicada em 6 de agosto de 2020

Série “Avenidas e ruas do Brasil” IV – A Rua 25 de Março, em São Paulo, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal,  publicada em 1º de setembro de 2020

Série “Avenidas e ruas do Brasil” V – A Rua Direita, a Rua das Mercês e a Rua Macau do Meio, em Diamantina, Minas Gerais, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal,  publicada em 22 de outubro de 2020

Série “Avenidas e ruas do Brasil” VI  – Rua Augusto Ribas e outras, em Ponta Grossa, no Paraná, pelo fotógrafo Luiz Bianchi, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal,  publicada em 16 de novembro de 2020

Série “Avenidas e ruas do Brasil” VII – A Avenida Atlântica, em Copacabana, no Rio de Janeiro, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicada em 23 de dezembro de 2020

Série “Avenidas e ruas do Brasil VIII – A Rua da Carioca por Cássio Loredano, de autoria de Cássio Loredano, publicada em 20 de janeiro de 2021

Série “Avenidas e ruas do Brasil” IX – Ruas e panoramas do bairro do Catete, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal,  publicada em 14 de julho de 2021

Série “Avenidas e ruas do Brasil” X – A Rua da Ajuda, no Rio de Janeiro, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal,  publicada em 9 de novembro de 2021

Série “Avenidas e ruas do Brasil” XI – A Rua da Esperança, em São Paulo, por Vincenzo Pastore, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal,  publicada em 14 de dezembro de 2021

Série “Avenidas e ruas do Brasil” XII – A Avenida Paulista, o coração pulsante da metrópole, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicada em 21 de janeiro de 2022

Série “Avenidas e ruas do Brasil” XIII – A Rua Buenos Aires no Centro do Rio de Janeiro, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal,  publicada em 19 de julho de 2022

Série “Avenidas e ruas do Brasil” XIV – A Avenida Presidente Vargas,, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicada em 31 de agosto de 2022

Série “Avenidas e ruas do Brasil” XV – Misericórdia: rua, largo e ladeira, no Rio de Janeiro, por Cássio Loredano, de autoria de Cássio Loredano, publicada em 8 de dezembro de 2022

Série “Avenidas e ruas do Brasil” XVI – “Alguma coisa acontece no meu coração”, a Avenida São João nos 469 anos de São Paulo, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicada em 25 de janeiro de 2023

Série “Avenidas e ruas do Brasil” XVII  e série “O Rio de Janeiro desaparecido” XXIII – A Praia e a Rua do Russel, na Glória, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicada em 15 de maio de 2023

Série “Avenidas e ruas do Brasil” XVIII – Avenida Beira-Mar, de autoria de Andrea C.T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicada em 22 de janeiro de 2024

 

 

A fundação do Rio de Janeiro

A fundação do Rio de Janeiro

Cidade Maravilhosa

 

E o Rio de Janeiro completa mais um ano… Agora são 451 anos desde sua fundação. Sua beleza e vocação exibicionista fez da cidade personagem de muitas fotografias desde o século XIX. A Brasiliana Fotográfica presta uma homenagem à cidade maravilhosa com uma seleção de 10 imagens de paisagens cariocas. São registros de Marc Ferrez (1843 – 1923) e Augusto Malta (1864 – 1957), os mais importantes fotógrafos do Rio de Janeiro no século XIX e nas primeiras décadas do século XX. Também convidamos os leitores para uma visita aos posts sobre os dois fotógrafos, anteriormente publicados pela Brasiliana Fotográfica: Ferrez e Malta.

 

 

Cerca de metade da produção fotográfica de Marc Ferrez foi realizada no Rio de Janeiro e em seus arredores, onde fotografou, além do patrimônio construído, a exuberância das paisagens naturais. O alagoano Augusto Malta começou a fotografar em 1900, quando trocou sua bicicleta, que usava para entregar os tecidos que comercializava, por uma máquina fotográfica. Foi, em 1903, contratado pela Prefeitura do Rio de Janeiro como fotógrafo oficial, cargo criado para ele. Passou a documentar a radical mudança urbanística promovida pelo então prefeito da cidade, Francisco Pereira Passos (1836-1913), período que ficou conhecido como o “bota-Abaixo”. Essas transformações foram definidas por Alberto Figueiredo Pimentel (1869-1914), autor da seção “Binóculo”, da Gazeta de Notícias, com a máxima “O Rio civiliza-se”, que se tornou o slogan da reforma urbana carioca. Augusto Malta trabalhou na Prefeitura até 1936, quando se aposentou.

Uma curiosidade:  Cidade Maravilhosa – La Ville Merveilleuse -, é o nome do livro onde os poemas Amor ao Rio, de autoria da francesa Jane Catulle-Mendès (1867 – 1955), foram publicados em 1913. Ela havia passado uma temporada, de setembro a dezembro de 1911, no Rio de Janeiro, quando se encantou pela cidade (O Paiz20 de setembro, quarta coluna; e 6 de dezembro, primeira coluna de 1911).

 

 

Acessando o link para as fotografias do Rio de Janeiro de autoria de Augusto Malta e Marc Ferrez selecionadas para esse post e disponíveis na Brasiliana Fotográfica, o leitor poderá magnificar as imagens e verificar todos os dados referentes a elas.

 

Andrea C. T. Wanderley

Editora assistente e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica

 

Outros artigos publicados na Brasiliana Fotográfica em comemoração ao aniversário do Rio de Janeiro

 

Uma homenagem aos 452 anos do Rio de Janeiro: o Corcovado e o Pão de Açúcar, publicado em 1º de março de 2017, de autoria de Andrea C.T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica

O Rio de Janeiro de Juan Gutierrez, publicado em 1º de março de 2019, de autoria de Maria Isabel Ribeiro Lenzi, Doutora em História pela UFF e historiadora do Arquivo Histórico do Museu Histórico Nacional ; e de Andrea C.T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica

A Praça Paris no aniversário do Rio de Janeiro, publicado em 1° de março de 2023, de autoria de Andrea C.T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica

O Rio de Janeiro nos cartões-postais da Papelaria e Typographia Botelho, publicado em 1° de março de 2024, de autoria de Andrea C.T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica

 

O alagoano Augusto Malta, fotógrafo oficial do Rio de Janeiro entre 1903 e 1936

Foto do Arquivo recortada

Anônimo. Augusto Malta. Rio de Janeiro. Acervo Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro.

Já em 1900, o alagoano Augusto Malta, que viria a ser o mais  importante cronista fotográfico do Rio de Janeiro das primeiras décadas do século XX, passeava e trabalhava, pedalando pelas ruas da cidade, tendo sido, inclusive, secretário do Grupo de Velocemen, criado para organizar passeios e outros divertimentos ciclistas (Semana Sportiva, 25 de agosto de 1900, na seção “Velocipedia”).

Essa sua relação com a cidade e sua paisagem, construída, inicialmente, por seus deslocamentos com sua bicicleta, se expandiria para a formação de seu significativo legado iconográfico.

Foi, exatamente, a partir da troca de uma bicicleta por uma máquina fotográfica que o Rio de Janeiro ganhou um de seus mais atuantes fotógrafos. Em 1900, Malta comercializava tecidos finos no Centro do Rio e, para fazer entregas de encomendas, usava como transporte a bicicleta. Um de seus fregueses, um aspirante da Marinha, propôs a troca e, a partir desse trato, Augusto Malta começou a se interessar por fotografia.

Em 1903, foi contratado pela Prefeitura do Rio de Janeiro como fotógrafo oficial, cargo criado para ele. Passou a documentar a radical mudança urbanística promovida pelo então prefeito da cidade, Francisco Pereira Passos (1836-1913), período que ficou conhecido como o “bota-abaixo”. Augusto Malta trabalhou na Prefeitura até 1936, quando se aposentou.

Acessando o link para as fotografias de autoria de Augusto Malta e de seus filhos Aristógiton e Uriel disponíveis na Brasiliana Fotográfica, o leitor poderá magnificar as imagens e verificar todos os dados referentes a elas.

Sobre o início de sua carreira, Malta, em entrevista para Raymundo Athayde, na Revista da Semana, edição de Natal de 16 de dezembro de 1944, comentou:

“Eu, no entanto, continuei a vender fazendas a pé. Quanto à máquina, tomei gosto pela fotografia e, aos domingos, em companhia de um amigo, também amador da arte, tirava vistas da cidade, grupos de amigos etc. Confesso que sentia grande sensação quando via surgirem no papel as belas e surpreendentes imagens que o sal de prata revelava e o hipossulfito fixava a meus olhos, na câmara escura improvisada em minha casa. E vivia assim nesse ingênuo amadorismo, quando um fornecedor da Prefeitura, meu amigo, levou-me para tirar fotografias das obras que então o grande Pereira Passos realizara em 1903. Na época, o Rio começava a mudar a indumentária e remoçar. Por acaso o insuperável Prefeito viu as fotografias que eu tirava por esporte e gostou. Propôs-me um emprego na Prefeitura e eu, sem relutâncias, aceitei”.

Além de ter documentado as transformações urbanas e os grandes eventos da cidade como a Exposição Nacional de 1908, a construção do Teatro Municipal, em 1909; a Revolta da Chibata, em 1910; e a inauguração do Cristo Redentor, em 1931; fotografou personalidades políticas, intelectuais e artísticas; paisagens, monumentos, lojas, o casario decadente e as ressacas. Registrou também aspectos da vida carioca como, por exemplo, o carnaval de rua, o movimento dos quiosques, os eventos sociais, os moradores de cortiços, os vendedores ambulantes, as prostitutas, os marinheiros e cenas de praia.

Suas fotos foram divulgadas em guias turísticos, cartões-postais, revistas e publicações oficiais, tendo ajudado a formar a identidade visual da Belle Époque no Rio de Janeiro e contribuído, decisivamente, para a preservação da memória da cidade. Foi, sem dúvida, um importante incentivador do fotojornalismo no Brasil, tendo fornecido imagens de acontecimentos, pessoas, aspectos urbanos e paisagens para diversas revistas e jornais.

Segundo o artigo de Regina da Luz Moreira, Augusto Malta, dono da memória fotográfica do Rio, publicado no Portal Augusto Malta do Acervo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, em termos técnicos, Malta manteve-se sempre fiel ao seu equipamento, só admitindo mudanças a partir do momento em que o filho Aristógiton passou a trabalhar com ele. Foram então introduzidas câmaras americanas e alemãs, as mais modernas então existentes. Mesmo assim, até praticamente os 90 anos continuou a fotografar com chapas de vidro, optando, no entanto, pelas de tamanho mais reduzido, como as de 13 cm por 18 cm.

 

Fotógrafo Malta

Charles Julius Dunlop

dunlop

Malta, de óculos, com os irmãos Rodolfo (sentado) e Henrique (em pé) Bernardelli, escultor e pintor, respectivamente

“O Major da Guarda Nacional, Augusto Cesar Malta de Campos, ou melhor, o fotógrafo Malta, como é mais conhecido, é o profissional mais antigo do Rio de Janeiro. Possui ele um arquivo completo dos acontecimentos mais importantes desta cidade, nos últimos 50 anos, com toda a história da sua transformação, todas as realizações da Prefeitura, documentada em mais de 30 mil chapas.
O carinho que tem por essa história e por essas fotografias é quase uma religião para ele. Malta esquece tudo para ir buscar uma fotografia antiga e com ela tirar uma dúvida sobre uma data ou um episódio qualquer da história do Rio de Janeiro.
Funcionário municipal aposentado, contando 93 anos de idade, goza de uma saúde de ferro. “Não acredito em outros mundos, diz ele. Morrer é descuido. Eu pretendo chegar aos 120 anos!”
Augusto Malta reside em Niterói, na praia das Flechas, onde toma diariamente o seu banho de mar, mas vem sempre ao Rio rever os amigos e matar saudades. Traz consigo, invariavelmente, uma volumosa pasta, mais parecendo uma mala portátil, atulhada de fotografias do mais vivo interesse para a história carioca.
Malta não começou a vida como fotógrafo. Em fins de 1888, vindo de Alagoas, onde nasceu na cidade de Paulo Afonso, empregou-se no comércio, como auxiliar de escrita. No ano seguinte, já era guarda-livros da firma Leandro Martins. Nesse ano, presenciou fatos memoráveis: viu quando Deodoro da Fonseca foi ao encontro da tropa, na antiga praça da Aclamação, no dia 15 de novembro, e ouviu quando Sampaio Ferraz deu vivas à República que nascia.
Como republicano ardoroso que era, assinou, no Paço Municipal, a ata da Proclamação, cujo original está guardado no Museu da cidade, e seguiu à frente da massa popular como porta-estandarte do “Centro Republicano Lopes Trovão”, que foi a bandeira dos nossos primeiros dias da República.
Depois, estabeleceu-se por conta própria, com uma casa de molhados, na rua do Ouvidor, canto de Uruguaiana, mas o negócio não foi avante. “Dei com os burros n’água”, diz ele.
Mudando de profissão, passou a vender fazendas por amostras, tornando-se o precursor dos vendedores a prestação. Montado na sua bicicleta, visitava diariamente a freguesia, que era das mais seletas. A Sra. Campos Sales, a Viscondessa de Guai (Sra. Joaquim Elísio Pereira Marinho) e outras damas da alta sociedade, embora não comprando a prestação, davam preferência ao amável vendedor que lhes levava a mercadoria em casa.
Foi nessa época que um amigo despertou em Augusto Malta a idéia de tornar-se fotógrafo profissional, quando lhe propôs a troca de sua bicicleta por uma máquina fotográfica. O negócio foi aceito, e nessa sua nova função tomou contacto com o prefeito Francisco Pereira Passos que, apreciando a sua atividade e gostando dos seus trabalhos, criou para ele, em julho de 1903, o lugar de fotógrafo municipal. Daí o acervo extraordinário de fotografias que possui sobre a evolução da cidade, a qual acompanhou dia a dia, com alma de verdadeiro artista.
Na fotografia, por ele próprio tirada em 1913, vemo-lo de terno escuro com os irmão Bernardelli, Rodolfo (escultor) e Henrique (pintor). “
 Rio Antigo, vol. II, 1956

 

 

Cronologia de Augusto Malta (1864 – 1957)

 

 

1864 – Em 14 de maio, Augusto Cesar Malta de Campos nasceu em Mata Grande, Alagoas, filho do escrivão Claudino Dias de Campos e Blandina Vieira Malta de Campos. Foi batizado em 5 de junho, na matriz de Nossa Senhora de Mata Grande.

1886 – Deixou de morar com o padre Antonio Marques de Castilho, com quem havia ido residir por decisão de seu pai, que queria que ele seguisse a carreira religiosa. Alistou-se no Exército, no Recife. Pretendia seguir a carreira militar, mas, posteriormente, quando cumpriu o prazo de tempo de serviço, foi dispensado.

1887 - Serviu no Exército como cadete sargento. Tornou-se republicano e participou com estudantes de encontros revolucionários.

1888 – Em maio, participou, ainda no Recife, de manifestações a favor da abolição da escravatura.

No fim desse ano, chegou ao Rio de Janeiro. Seu primeiro emprego na cidade foi o de auxiliar de escrita da Casa Leandro Martins, localizada na rua dos Ourives, atual rua Miguel Couto.

1889 - Foi promovido a guarda-livros.

Participou dos acontecimentos de 15 de novembro de 1889, quando foi proclamada a República no Brasil e, no dia seguinte, foi um dos signatários do termo de juramento lido na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, dando posse ao governo provisório republicano.

1890 – Por volta desse ano, Augusto Malta visitou a família, em Alagoas, e trouxe, para o Rio de Janeiro, seus irmãos Alfredo e Joaquim Pópolo. Seus irmãos Fernando e Teófilo vieram para o Rio um pouco depois.

Casou-se com sua prima distante, a alagoana Laura Oliveira Campos. O casal teve cinco filhos: Luthgardes (1896-?), Arethusa (1898-1913), Callisthene (1900-1919), Aristocléa (1903-1934), afilhada do prefeito Pereira Passos; e Aristógiton (1904-1954). Todas as filhas do casal morreram de tuberculose.

Durante a década de 1890, abriu casas comerciais, mas não foi bem sucedido. Fundou uma loja de secos e molhados, a Casa Ouvidor, na rua de mesmo nome, mas teve que fechá-la. Depois, instalou outra loja de secos e molhados, na rua Larga de São Joaquim, atual avenida Marechal Floriano, que também não prosperou. Começou, então, a vender tecidos finos.

1900 – Em agosto, foi criado, entre os sócios do Congresso Commercial, o Grupo de Velocemen com o objetivo de organizar passeios ciclísticos pela cidade. Augusto Malta foi aclamado secretário da agremiação (Semana Sportiva, 25 de agosto de 1900, na seção “Velocipedia”).  Foi noticiado o passeio ciclístico inaugural do grêmio velocipédico (Semana Sportiva, 29 de setembro de 1900, na seção “Velocipedia”).

Um dos clientes de Malta, um aspirante da Marinha, propôs que ele trocasse a bicicleta, que usava para entregar encomendas de tecidos, por uma máquina fotográfica. No início, Malta não aceitou, mas dias depois concordou com a troca. Continuou a vender fazendas, a pé, e começou, então, a se interessar por fotografia. Aos domingos, saía para tirar fotografias com um amigo, também fotógrafo amador.

1903 – Foi apresentado pelo empreiteiro Antônio Alves da Silva Júnior, fornecedor da Prefeitura do Rio de Janeiro, que já havia visto suas fotografias, ao prefeito, Francisco Pereira Passos (1836-1913), que promovia uma grande reforma urbana na cidade, que ficou conhecida como o “bota-abaixo”. Ele precisava de um fotógrafo para registrar as obras e os imóveis a serem desapropriados para posteriores pagamentos de indenizações. Em 27 de junho, pelo Decreto Municipal 445, Augusto Malta foi nomeado fotógrafo da Prefeitura do Distrito Federal. O cargo foi criado para ele e era subordinado à Diretoria Geral de Obras e Viação da Prefeitura. Trabalhou durante 33 anos para a Prefeitura do Rio de Janeiro.

1904 – Fotografou a comemoração do Dia do Trabalho, promovida por Domingo Rodrigues Pacheco e Antônio Alves da Silva Júnior, proprietários das pedreiras situadas à rua Conselheiro Bento Lisboa (Correio da Manhã, 02 de maio de 1904, sob o título “Um almoço”). Este último foi quem apresentou Malta a Pereira Passos.

Malta um dos fundadores da Sociedade Cartophila Emanuel Hermann, uma associação incentivadora da divulgação de cartões-postais.

Foi realizada no escritório do jornal Correio da Manhã uma exposição com as fotos que Malta produziu da Batalha de Flores, e de outras de sua autoria (Correio da Manhã, 29 de setembro de 1904, quarta coluna).

1905 – O então prefeito Pereira Passos, na Mensagem enviada ao Conselho Municipal, chamava atenção para a importância do trabalho realizado no laboratório fotográfico da Diretoria de Obras e Viação pela verificação que permitirá aos vindouros da transformação que operam na cidade com os melhoramentos ora em execução.

No dia 7 de novembro, ocorreu um incêndio de grandes proporções no Centro do Rio de Janeiro, entre as ruas do Lavradio, da Relação, dos Inválidos e do Rezende. O laboratório e a residência de Malta, localizados na rua do Lavradio, nº 96, foram atingidos. Ele e a família conseguiram escapar apenas com a roupa do corpo (O Paiz, 8 de novembro de 1905, sob o título “Pavoroso Incêndio). Na ocasião, foram destruídos cerca de quinhentos clichês da coleção de Malta de pontos demolidos ou desaparecidos da cidade do Rio de Janeiro, devido à reforma urbana promovida pela Prefeitura.

Foi contratado pela The Rio de Janeiro Tramway, Light and Power Company Limited – que ficaria popularmente conhecida como Light. Ao longo dos anos, prestando serviços para a empresa, Malta fotografou as atividades modernizadoras da Light no Rio de Janeiro, como a implantação dos bondes elétricos e da iluminação pública.

1906 – Faleceu sua esposa, Laura Oliveira Campos. Augusto Malta passou a viver maritalmente com Celina Augusta Verschueren (1884 – 19?), que trabalhava desde os 15 anos como babá dos filhos de Malta e Laura. Com Celina, Malta teve mais quatro filhos: Dirce (1907 – ?), Eglé (1909 – ?), Uriel (1910 – 1994) e Amaltéa (1912 – 2007).

Fotografou a Conferência Internacional Pan Americana, inaugurada, no Rio de Janeiro, em 23 de julho. Durante o evento, conheceu Joaquim Nabuco, na época representante do Brasil nos Estados Unidos. Tornaram-se amigos.

Em setembro, feriu sua mão esquerda fazendo experimentos com a câmara escura (Correio da Manhã, 12 de setembro de 1906,a primeira coluna, abaixo de “Assistência à Infância”).

Obteve a carta patente de major da Guarda Nacional assinada pelo então presidente da República, Afonso Pena (1847-1909). 

Foi identificado como major, além de fotógrafo da Prefeitura, quando fez uma visita ao ministro da Justiça e Negócios Interiores, Felix Gaspar de Barros e Almeida (1865 – 1907), que foi fotografado por ele (Correio da Manhã, 26 de setembro de 1906, na seção “Do Maranhão”, na sexta coluna).

1907 – Participou com fotografias que documentavam as transformações do Rio de Janeiro da Terceira Exposição do Photo-Club e primeira do Salão Livre de Belas Artes, promovida pelo Photo-Club. A mostra, realizada no Museu Commercial, na avenida Central, contava com 170 fotografias e 142 pinturas (Gazeta de Notícias, 13 de agosto de 1907, sob o título “Nossos Artistas”). Ganhou o terceiro prêmio na categoria de profissionais. O júri não considerou nenhum dos trabalhos merecedores do 1º e 2º lugares (O Paiz, 28 de agosto de 1907, abaixo da propaganda “Retalhos e Saldos”).

Malta apareceu em duas fotos da revista O Malho. Na primeira, de 3 de agosto de 1907, foi fotografado durante a queima das listas e cadernetas que serviram para o recenseamento feito pelo ex-prefeito Pereira Passos. Na edição de 10 de agosto, foi fotografado participando da inauguração oficial, pela Light and Power, do serviço de distribuição de energia elétrica, produzida por motor hidraúlico, no Rio de Janeiro.

1908 – Colaborou com fotografias na revista Exposição Nacional, edição especial da Revista da Época, fundada por Carlos Vianna.

1909 –  A Prefeitura, através da Diretoria de Estatística, ilustrou o guia La ville de Rio de Janeiro et ses environs com algumas de suas fotografias.

Foi extinto o cargo de Malta, que ficou adido à Subdiretoria de Serviços da Carta Cadastral, na Diretoria de Obras e Viação. Prestou, então, serviços particulares de fotografia para o ex-prefeito Pereira Passos.

Malta encontrou os equipamentos fotográficos que haviam sido roubados de sua casa (A Notícia, 26 de agosto de 1909, sob o título “Apprehensão de Furto“).

Passou a ser sócio efetivo do Centro Alagoano (O Século, 7 de outubro de 1909, sob o título “Centro Alagoano“).

Com o prefeito do Rio de Janeiro, Serzedelo Correa (1858-1932), visitou a Villa Ipanema e participou da inauguração da área de diversões da Brahma (O Paiz, 29 de novembro de 1909, sob o título “Villa Ipanema”).

1910 - Criou o Centro Fotográfico de Propaganda no Brasil.

Por ordem do prefeito Serzedelo Correa, foi posto à disposição da comissão de inspeção escolar (Gazeta de Notícias, 6 de agosto de 1910, na seção “Prefeitura“).

1911 – Em junho, fotografou o presidente da República, Hermes da Fonseca (1855 – 1923).

Foi autorizado pelo prefeito do Rio de Janeiro, Bento Ribeiro (1856-1921), a organizar a galeria dos ex-prefeitos (Gazeta de Notícias, 10 de julho de 1911, na seção “Prefeitura“).

Em outubro, lançou, em edição de autor, o Álbum geral do Brasil, primeiro fascículo de uma coleção de fotos do Rio de Janeiro e de outras cidades brasileiras.

1913 – O prefeito Bento Ribeiro recriou o cargo de fotógrafo oficial da Prefeitura e Malta foi reconduzido à sua antiga posição.

1914 - No Palácio da Guanabara, retratou o presidente da República, Wenceslau Brás (1868-1966) (Gazeta de Notícias, 14 de dezembro de 1914, última notícia da terceira coluna).

1919 – Foi inaugurada a nova sede do Centro Alagoano, sob a direção de Augusto Malta, na rua São José nº 34 (Gazeta de Notícias, 9 de março de 1919).

Com uma nota ilustrada com foto, foi noticiado o aniversário de Augusto Malta (Gazeta de Notícias 14 de maio de 1919).

1922 - Pela primeira vez, devido ao acúmulo de trabalho ocasionado pela Exposição do Centenário da Independência, Malta contratou um ajudante – seu irmão, Teófilo.

1925 – Quando prestava um serviço para a Sul América, uma explosão ocasionada pelo flash de sua máquina fotográfica dilacerou um de seus dedos. Malta foi operado e ficou internado no Hospital da Ordem Terceira da Penitência. Seu filho, Aristógiton, começou a auxiliá-lo na Prefeitura.

1930 – Ao longo dessa década, suas fotos ilustraram artigos de Ulysses de Aguiar, um dos pseudônimos de Luiz Gastão d’ Escragnolle Dória (1869-1948), na Revista da Semana, e também de outros autores (Revista da Semana, 2 de fevereiro de 1935, 2 de março de 193527 de julho de 193522 de outubro de 1938).

Em 13 de maio, foi inaugurada, na Associação Brasileira de Imprensa, uma exposição individual de fotografias de Augusto Malta, “O Rio de Janeiro Antigo”.

1931 -1932 –  A Diretoria Geral de Obras e Viação foi substituída pela Diretoria Geral de Engenharia e Malta começou a organizar o arquivo histórico e fotográfico dos serviços executados. Começou então a fornecer ao Arquivo Público as fotografias relativas ao desenvolvimento da cidade ou de cerimônias realizadas.

1936 – Malta deu uma entrevista sobre a extinção dos quiosques no Rio de Janeiro (Correio da Manhã, 10 de janeiro de 1936). Uma semana depois, um leitor contestou a entrevista (Correio da Manhã, 17 de janeiro de 1936, na última coluna, sob o título “Os velhos kiosques do Rio de Janeiro”).

Foi concedida a ele, pela Associação Brasileira de Imprensa, a carteira de jornalista profissional (Diário Carioca, 4 de abril de 1936).

O jornal O Globo de 1° de agosto, publicou uma matéria sobre a elegância de Malta e comentou o fato dele ter lançado a moda dos óculos de aro de tartaruga. Comentou, também, que ele sempre usava um panamá de fita preta. Sempre sem colete, ao pescoço esvoaçava e ainda esvoaça como borboleta uma gravata de laço preto.

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O Globo, 1º de agosto de 1936

O Globo, 1º de agosto de 1936

 

Em 25 de agosto, Augusto Malta aposentou-se da Prefeitura e foi substituído por seu filho, Aristógiton, a partir de 9 de setembro do mesmo ano. Posteriormente, seu outro filho, Uriel, passou a trabalhar com o irmão. Augusto Malta continuou a trabalhar como fotógrafo.

Foi um dos colaboradores da homenagem que o Diário de Notícias publicou na ocasião do centenário do ex-prefeito Pereira Passos (Diário de Notícias, 29 de agosto de 1936). Com a publicação de uma foto de Malta, o suplemento do jornal A Noite agradeceu a Malta por ter facilitado singularmente o trabalho de reminiscência fotográfica da remodelação da cidade em uma matéria publicada pelo periódico na ocasião do centenário de Pereira Passos (A Noite, 1º de setembro de 1936).

Malta foi um dos homenageados por serviços prestados ao Centro Alagoano, na ocasião da comemoração do 119º aniversário da emancipação de Alagoas e do 49º aniversário da associação (A Offensiva, 16 de setembro de 1936, na última coluna, sob o título “Emancipação política do Estado de Alagoas”).

1937 - Participou, como escrutinador, das eleições da Associação Brasileira de Imprensa (Correio da Manhã, 4 de maio de 1937, na terceira coluna).

1938 – Foi publicada uma reportagem sobre Augusto Malta. Nela, Malta comentou ter produzido a foto do Barão de Rio Branco (1845 – 1912) de costas por sugestão do escultor Rodolfo Bernardelli (1852 – 1931) (Diário da Noite, 13 de janeiro de 1938).

O jornal Diário da Noite sugeriu que a Prefeitura adquirisse o arquivo fotográfico de Malta (Diário da Noite, 2 de março de 1938, na última coluna, sob o título “Uma suggestão do Diário de Noite”).

Tornou-se sócio honorário do Centro Carioca (O Imparcial, 29 de junho de 1938, sob o título “A grande Assembléa Geral do Centro Carioca”).

Foi lançado o livro O Rio de Janeiro de meu tempo, de Luiz Edmundo, ilustrado com fotos de diversos fotógrafos, dentre eles, Malta (O Jornal, de 28 de agosto de 1938).

O presidente da República, Getúlio Vargas (1882 – 1954), visitou a “Feira de Amostras”,  uma exposição de diversas secretarias da Prefeitura do Rio de Janeiro. Um dos stands de maior sucesso foi o da Secretaria de Viação, Trabalho e Obras Públicas, que expôs fotos de Augusto Malta e de seu filho, Aristógiton (A Noite, 31 de outubro de 1938, sob o título “A evolução do Rio através da fotografia”).

1939 – O Diário da Noite publicou uma fotografia de autoria de Malta, de 1907, em que o escritor Machado de Assis foi retratado tendo uma síncope e sendo socorrido por populares no Cais Pharoux (Diário da Noite, 21 de junho de 1939).

1940 – Durante essa década, suas fotos ilustram vários artigos de Luiz Gastão d’ Escragnolle Dória (1869-1948) na Revista da Semana.

Foi morar em Niterói e anunciou a venda de alguns de seus quadros (Correio da Manhã, 8 de fevereiro de 1940, na primeira coluna, sob o título “Photographias do Rio Antigo”).

1941 – Vende para a Biblioteca Nacional 280 fotos distribuídas em vários álbuns.

Na coluna assinada por Roberto Macedo, intitulada “Notas Históricas – A Primeira Posse Republicana”,  no Correio da Manhã, Augusto Malta foi citado como um dos signatários do termo de juramento lido na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, em 16 de novembro de 1889, dando posse ao governo provisório republicano (Correio da Manhã, 24 de outubro de 1941, sétima coluna).

1942 – Vendeu fotografias para o Museu Paulista.

Foi a uma missa de Ação de Graças pelo restabelecimento da saúde do presidente do Brasil, Getúlio Vargas (1882-1954), realizada na igreja Nossa Senhora da Glória do Outeiro (O Jornal,  27  de agosto de 1942).

Sofreu uma intervenção cirúrgica (O Jornal, 26 de setembro de 1942, na seção “Notas Mundanas”).

1943 – Malta apoiou a iniciativa de presentear-se os condutores de bondes no Natal (Gazeta de Notícias, 24 de novembro de 1943).

Em reportagem sobre o Barão do Rio Branco (1845 – 1912), foram publicadas várias fotos de autoria de Augusto Malta (Illustração Brasileira, outubro de 1943)

1944 – Malta foi roubado por uma ladra na barca entre o Rio de Janeiro e Niterói (Correio da Manhã10 de fevereiro de 1944, na seção “O Dia Policial”).

Na edição de natal da Revista da Semana, de 16 de dezembro de 1944, foi descrito como um nortista tipo perfeito da classificação conhecida: braquicéfalo, altura mediana, maxilares salientes, olhos amendoados como os de um mongol. Na verdade, visto de perfil, parece-se com um soldado de Chiang-Kai-Chek, que tivesse abandonado a farda… Há cinquenta anos usa uma gravata borboleta, dessas preferidas pelos pintores e poetas do século passado.

1945 – Malta foi comparado a Marc Ferrez (Boletim da Sociedade de Geographia do Rio de Janeiro, 1945): A documentação fotográfica e de gravuras era, como se vê, abundante e valiosa, oriunda de desenhos de Rugendas e outros, e de fotografias de Marc Ferrez, que desempenhou no Império a função que mais tarde seria, no Rio, exercida por Augusto Malta, fotógrafo da Prefeitura: de documentador pela imagem dos principais acontecimentos de seu tempo”. 

No Jornal do Brasil, de 11 de fevereiro de 1945, Malta é comparado a José de Alencar, no artigo “A velha e nobre Tijuca”, de Everardo Backheuser: “José de Alencar em Sonhos d´Ouro foi para a Tijuca das cercanias da Guerra do Paraguai o que Augusto Malta representa para o Rio de Janeiro do tempo de Pereira Passos. Cada qual ao seu modo gravou de maneira indelével as recordações do “quadro geográfico” da respectiva era. Graças a Malta, eu e outros temos podido documentar asserções sobre a geografia carioca do princípio do século. José de Alencar vai me servir para ilustrar com exemplos fatos da geografia da Tijuca daqueles afastados tempos. Em artigos posteriores, Backheuser voltou a elogiar o trabalho de Malta.

1946 - Foi noticiado que Augusto Malta teve sua carteira roubada em um bonde no Rio de Janeiro (O Fluminense, 21 de agosto de 1946, sob o título “Cuidado com os batedores de carteiras”).

1947 - Em seu aniversário, foi homenageado pelos jornalistas credenciados junto ao gabinete do prefeito (A Noite, 14 de maio de 1947, na coluna “Sociedade”).

1948 – Publicação da reportagem Centenário de Rodrigues Alves, com texto de Raymundo Athayde e fotos de Augusto Malta (O Cruzeiro, 17 de julho de 1948).

Publicação da reportagem Biografia da cidade – Largo da Carioca, com texto de Raymundo Athayde e fotos de Augusto Malta e Ângelo Regato (O Cruzeiro, 16 de outubro de 1948).

1949 – Publicação da reportagem Centenário de Joaquim Nabuco, com texto de Raymundo Athayde e fotos de Augusto Malta, identificado como o fotógrafo mais antigo do Brasil (O Cruzeiro, 20 de agosto de 1949).

Publicação da reportagem Rui na intimidade, com texto de Raymundo Athayde e fotos de Augusto Malta e Aristogiton Malta (O Cruzeiro, 12 de novembro de 1949).

1950 – Foi internado na Ordem Terceira da Penitência (A Manhã, 19 de janeiro de 1950, na seção “Mundo Social”).

Publicação da reportagem Banho de mar – 1915, com texto de Raymundo Athayde e fotos de Augusto Malta (O Cruzeiro, 22 de abril de 1950).

Por ocasião de seu aniversário, foi saudado como o mais velho repórter fotógrafo do Brasil (A Manhã, 13 de maio de 1950, na seção “Mundo Social“).

Na edição de O Cruzeiro, de 9 de setembro de 1950foi publicada a matéria Biografia da cidade – Do Convento da Ajuda às luzes da Cinelândia , com texto de Raymundo Athayde e fotos de Augusto Malta e Luciano Carneiro. Contava a história da Cinelândia e as  fotos antigas que ilustraram a reportagem foram produzidas por Malta, em 1911. São do Convento da Ajuda, de sua demolição e do terreno que ocupava, após a demolição; e do edifício do antigo Conselho Municipal. As fotografias abaixo estavam entre as que foram publicadas na reportagem.

 

 

 

 

1951 – Publicação da reportagem Biografia da Cidade – O Flamengo e suas ressacas, com texto de Raymundo Athayde e fotos de Augusto Malta (O Cruzeiro, 12 de maio de 1951).

1952 – Ao longo desse ano, a coluna “Transformações da Cidade”, do jornal Correio da Manhã, foi ilustrada com fotos de Malta.

Também a partir desse ano até 1955, a coluna “Rio Antigo”, de Charles Julius Dunlop (1908 – 1997), no mesmo jornal, foi, muitas vezes, ilustrada por fotos de Malta. Charles Dunlop e Malta haviam se conhecido na época em que Malta prestava serviços para a Light, empresa na qual Dunlop começou a trabalhar na década de 20.

1953 – Foi publicada uma fotografia dos arquivos de Augusto Malta sobre os banhos a fantasia do carnaval carioca (Diário da Noite, 14 de fevereiro de 1953).

Para ilustrar uma matéria sobre Ipanema, foi publicada uma foto do bairro, produzida por Malta, em 1907 (Diário de Notícias, 27 de março de 1953).

Foi publicado o artigo O Jubileu do Bota Abaixo, sobre a radical reforma urbana promovida pelo prefeito Pereira Passos no Rio de Janeiro, de autoria do acadêmico Pedro Calmon, com fotos de Augusto Malta (Revista da Semana, 8 de agosto de 1953).

Como parte das comemorações da Quinzena do Jornalismo, foi um dos 35 decanos da imprensa premiados pelo Sindicato dos Jornalistas com o diploma de honra (Diário Carioca, 21 de novembro de 1953, sob o título “Jornalistas Veteranos”).

1955 - Foi publicada uma foto de jornaleiros em torno de um quiosque, de autoria de Augusto Malta,  sob o título de “O Rio da Velha Guarda” (Diário da Noite, 8 de março de 1955).

Na série “Rio de Amanhã”, escrita por Almir de Andrade, foi publicada uma foto de Ipanema de autoria de Malta (Diário de Notícias, 1º de maio de 1955).

No mesmo ano, foram publicadas pelo Diário de Notícias fotos antigas de Copacabana, do Lido e do Leblon, também de autoria de Malta.

Reportagem sobre o lançamento do livro Rio Antigo, do pesquisador Charles Dunlop. Publicado pela Editora Gráfica Laemmert Ltda, conta a história do Rio com fotos de Malta, Marc Ferrez (1843 – 1923)George Leuzinger (1813 – 1892) e E.A. Mortimer (18? – 19?) (Revista da Semana, 5 de novembro de 1955).

1957 – Foi publicada uma reportagem sobre o arquivo de fotografias de Augusto Malta, na coluna “Letras Vivas” (Diário da Noite, 30 de março de 1957).

Foi lançado o segundo fascículo da publicação Rio Antigo, do pesquisador Charles Dunlop, com ilustrações de Ângelo Agostini (1843 – 1910), reproduzidas da Revista Illustrada, e com fotos de Malta, Marc Ferrez (1843 – 1923)George Leuzinger (1813 – 1892)  e E.A. Mortimer (18? – 19?) (Careta, 4 de maio de 1957, sob o título “Documentário Militar no Rio Antigo”).

Em 30 de junho, morte de Augusto Malta, no Hospital da Ordem Terceira da Penitência, devido a uma insuficiência cardíaca. Foi sepultado no dia seguinte, no Cemitério do Caju (Correio da Manhã, 2 de julho de 1957, na seção “Prefeitura”).

 

 

Para a elaboração da presente cronologia de Augusto Malta, além da pesquisa em dezenas de periódicos e revistas, valemo-nos, especialmente, do livro Augusto Malta e o Rio de Janeiro: 1903-1936, de George Ermakoff, e do artigo de Regina da Luz Moreira, “Augusto Malta, dono da memória fotográfica do Rio”, publicado no Portal Augusto Malta.

O lançamento do Portal Augusto Malta, em 2008, foi uma importante iniciativa do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro (AGCRJ). No portal, estão reunidos o acervo do fotógrafo na referida instituição e no Museu Histórico da Cidade, além de fotografias de seus filhos, Aristógiton e Uriel Malta. Um dos curadores da Brasiliana Fotográfica, Joaquim Marçal, foi consultor do projeto.

O Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro, o Arquivo Fotográfico da Light, o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, o Instituto Moreira Salles, a Biblioteca Nacional e o Museu Histórico Nacional são outros importantes acervos da obra do fotógrafo.

Link para publicações sobre a obra de Augusto Malta no site do Instituto Moreira Salles

*Link para a matéria Banho de mar – 1915, escrita por Raymundo Athayde e ilustrada com fotografias de Augusto Malta, publicada na revista O Cruzeiro, 22 de abril de 1950).

Link para a matéria Do Convento da Ajuda às luzes da Cinelândia, escrita por Raymundo Athayde e fotos de Augusto Malta e Luciano Carneiro, publicada na revista O Cruzeiro, 9 de setembro de 1950. 

*O texto desta publicação foi revisto em 13 de junho de 2019.

Andrea C. T. Wanderley

Editora-assistente e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica

 

Fontes:

Anais do Museu Histórico Nacional: volume XXXII – 2000, pág 131.

BULHÕES, Antonio & REBELO, Marques. O Rio de Janeiro do bota-abaixo. Rio de Janeiro: Salamandra, 1997

CAMPOS, Fernando Ferreira. Um fotógrafo, uma cidade: Augusto Malta, Rio de Janeiro: Maison Graphique, 1987.

Catálogo da Exposição comemorativa da doação do Acervo Brascan ao IMS – Guilherme Gaenly e Augusto Malta: dois mestres da fotografia brasileira no Acervo Brascan. Rio de Janeiro: Instituto Moreira Salles, 2002

Dunlop, Charles Julius. Rio Antigo, volume II. Rio de Janeiro: Editora Rio Antigo, 1956.

ERMAKOFF, George. Augusto Malta e o Rio de Janeiro: 1903-1936 / George Ermakoff; tradução para o inglês Carlos Luís Brown Scavarda. Rio de Janeiro: G. Ermakoff Casa Editorial, 2009. 288p. : il.; 28cm

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Portal Augusto Malta do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro

Site da Enciclopédia Itau Cultural

Site do Centro Cultural da Light

Site do Instituto Moreira Salles

Site do Museu da Imagem e do Som