No Dia Internacional da Fotografia, fotógrafas pioneiras no Brasil

 

“O trabalho das mulheres é brilhante. Desde o advento da fotografia a mulher atuou em todos os campos da fotografia”.

 

Stefania Brill (1922 – 1992), fotógrafa, curadora e crítica de fotografia,

durante um debate no Museu da Imagem e do Som, de São Paulo (MIS-SP),

sobre a mulher na fotografia, em 1981

 

Desde a invenção da fotografia, em 1839, as mulheres atuaram nos bastidores e, eventualmente, à frente dos estabelecimentos fotográficos: filhas, esposas ou parentes dos fotógrafos proprietários do negócio comumente trabalhavam nos ateliês e raramente recebiam crédito pelo trabalho que realizavam. Então hoje, quando é comemorado o Dia Internacional da Fotografia, a Brasiliana Fotográfica, com muita satisfação, traz para seus leitores perfis de algumas mulheres fotógrafas ou administradoras de estabelecimentos fotográficos que atuaram no século XIX e nas primeiras décadas do século XX no Brasil. Foram importantes para o desenvolvimento da fotografia no país mas eram, normalmente, invisibilizadas.

Não se conhecem muitas até hoje. Por exemplo, na importantíssima obra de referência sobre a fotografia no Brasil, o Dicionário Histórico -Fotográfico Brasileiro (1982), de autoria do professor Boris Kossoy (1941-), ponto de partida de todas as pesquisas sobre fotógrafos do século XIX  que realizo para a Brasiliana Fotográfica, entre centenas de verbetes sobre fotógrafos que atuaram no Brasil no período de 1833 a 1910, há somente oito mulheres listadas.

São elas: Fanny Volk, que atuou no Paraná; Hermina de Carvalho Menna da Costa, em Pernambuco; Leocadia Amoretti e Madame Lavenue, no Rio de Janeiro; Madame Reeckel, no Rio Grande do Sul; Maria Brasilina de Magalhães Faria, no Espírito Santo; Maria Izabel da Rocha, em Sergipe; e Roza Augusta, na Paraíba. Além da publicação de breves perfis destas fotógrafas, publicamos o perfil de Gioconda Rizzo e de Elvira Pastore, além de cinco cronologias: a destas duas últimas, a de Fanny Volk, a de Hermina de Carvalho Menna da Costa e a de Madame Reeckell.

A Fundação Joaquim Nabuco, parceira da Brasiliana Fotográfica, possui em seu acervo, na Coleção Francisco Rodrigues, retratos de autoria da pioneira Hermina de Carvalho Menna da Costa.

 

 

O Instituto Moreira Salles, uma das instituições fundadoras do portal, possui uma carte de visite produzida pela portuguesa Madame Reeckell, registros produzidos por Gioconda Rizzo e fotografias produzidas por Vincenzo Pastore (1865 – 1918). Sabemos que Elvira (1876 – 1972), sua mulher e parceira profissional, trabalhava no estúdio e era a responsável pelos serviços de fotopintura, revelação e acabamento das fotografias.

 

 

Foto de autoria de Gioconda Rizzo, s/d. São Paulo, SP / Acervo IMS

Foto de autoria de Gioconda Rizzo,19?. São Paulo, SP / Acervo IMS

 

 

 

Pioneiras representadas nos acervos fotográficos de parceiros da Brasiliana Fotográfica

 

Breve perfil de Elvira Leopardi Pastore (1876 – 1972)

 

 

A italiana Elvira Leopardi Pastore (1876 – 1972) foi casada com o fotógrafo italiano Vincenzo Pastore (1865 – 1918), que foi um importante cronista visual de São Paulo da segunda metade do século XIX e do início do século XX. A obra de Vincenzo ficou, durante décadas, em uma caixa de charutos, sem negativos. As ampliações desse material foram produzidas por Elvira, sua parceira no estúdio fotográfico e na vida. Mas o segredo de família chegou ao fim quando as fotografias foram herdadas por seu neto, o pianista e professor Flávio Varani, que as doou – 137 imagens – para o Instituto Moreira Salles, em 1996.

Acessando o link para as fotografias de Vincenzo Pastore disponíveis na Brasiliana Fotográfica, o leitor poderá magnificar as imagens e verificar todos os dados referentes a elas.

Elvira trabalhava no laboratório do estúdio e era a responsável pelos serviços de fotopintura e acabamento. Era ela, também, que registrou, entre 1898 e 1918, em um caderno de anotações, intitulado “A arte de fotografar e revelar“, o trabalho realizado no laboratório, as fórmulas fotográficas e as técnicas de fotopintura.

 

 

Segundo relatos dos filhos mais velhos do casal, eles trabalhavam muitas horas juntos, às vezes, até de madrugada, para atender os prazos de entrega. Era dessa parceria que vinha a sobrevivência da família.

Em seu diário, após ficar viúva, Elvira escreveu aos filhos:

“O dia em que vocês mancharem, mesmo que só com uma mancha pouco perceptível, o nome que aquele anjo lhes deixou, eu os renegarei, eu não lhes darei mais a minha bênção, porque não serão mais dignos dela. Deus e a Voirgem do Carmo os ajudem a afastar essa desgraça e os abençoe”.

Vincenzo havia iniciado suas atividades fotográficas, no Brasil, em São Paulo, em 1894. Retornou à Itália e, em 1897, quando estava em Potenza, na região de Basilicata, ele se casou com Elvira Leopardi Pastore (1876 – 1972). Tiveram 10 filhos: Costanza (1899-?), Beatriz (1902-?), Maria Lucia (1903 – 1988), Francisco (1905 – 1985), Pion Donato (1906-?), Eleonora ( 1908-1992), Olga (1909-?), Carmelita (1910 -?), Dante (1912-?) e Redento (1915 – 1918). No ano seguinte ao casamento, ele já possuia um estabelecimento fotográfico em Potenza. Em 1899, o casal veio para o Brasil, estabelecendo-se, em São Paulo.

Em 1900, os Pastore possuíam um estabelecimento fotográfico na Rua da Assembleia, nº 12 (depois Rua Rodrigo Silva), onde também residiam. Em nota no Estado de São Paulo, edições de 22 e 23 de outubro de 1900, anunciava: “Dá de presente aos seus clientes seis photographias / novo formato Elena, em elegantíssimos cartõezinhos ornados, só 4$500 e por poucos dias”.

A irmã de Elvira, Avelina Leopardi de Mauro, também trabalhava com fotografia em parceria com seu marido, José de Mauro, que havia aprendido fotografia e trabalhado com o próprio Vincenzo Pastore e que assumiu o ateliê da Rua da Assembleia quando foi inaugurado, em 1907, o estabelecimento dos Pastore na Rua Direita. A filha do casal de Mauro, Aurélia Figueiredo, também colaborava fazendo retoques no estúdio da família.

Com sua câmara Vincenzo Pastore capturava tipos e costumes de um cotidiano ainda pacato de São Paulo, uma cidade que logo, com o desenvolvimento econômico, mudaria de perfil. Captava as transformações urbanas e humanas da cidade, que passava a ser a metrópole do café. Com seu olhar sensível, o bem sucedido imigrante italiano flagrava trabalhadores de rua como, por exemplo, feirantes, engraxates, vassoureiros e jornaleiros, além de conversas entre mulheres e brincadeiras de crianças. Pastore, ao retratar pessoas simples do povo, realizou, na época, um trabalho inédito na história da fotografia paulistana. Registrou cenas de ruas de São Paulo com uma câmara de pequeno formato, produzindo imagens diferentes das realizadas, durante o século XIX, com câmeras de grande formato sobre tripés, tendo sido um dos pioneiros da nova linguagem da fotografia do século XX. É o autor de uma panorama de São Paulo a partir do Largo de São Bento e também fotografou eventos e prédios da capital paulista. Em seu estúdio, dedicava-se, com sucesso, ao retrato. Produzia retratos mimosos, que tinham como padrão o recorte losangular, mas os tamanhos e os tipos de cartões variavam. Oferecia serviços variados como imagens em esmaltes para broches, autocromos, platinotipias e fotominiaturas. Fazia montagens com desenhos e retratos de múltipla exposição, revelando um traço de humor. Também contemplou temas bucólicos e produziu ensaios com temas religiosos, muitas vezes com o uso de composições alegóricas.

Vincenzo faleceu, prematuramente, em 15 de janeiro de 1918, devido a complicações após uma cirurgia de hérnia – era alérgico e foi anestesiado com clorofórmio. Elvira tentou continuar com o estúdio, mas não foi possível. O fotógrafo e amigo da família, Michelle Rizzo (1869 – 1929), chegou a emprestar seu funcionário Carlos Tornatti para ajudar. Porém, para sustentar os 10 filhos, ela vendeu tudo, até os negativos de vidro e foi lecionar italiano no Colégio Dante Alighieri.

Passou a reunir, selecionar e organizar recordações da vida de Vincenzo que pudessem preservar a memória do marido. Havia um caderno pessoal, outro reunindo recortes de matérias de jornais do Brasil e da Itália e o Álbum de recordações Vicente e Elvira Pastore com documentos pessoais, boletins, cartas e fotografias.

 

 

Acesse aqui a Cronologia de Elvira Leopardi Pastore (1876 – 1972) e Vincenzo Pastore (1865 – 1918)

 

Breve perfil de Gioconda Rizzo (1897 – 2004)

 

Foto de autoria de Gioconda Rizzo,19?. São Paulo, SP / Acervo IMS

Foto de autoria de Gioconda Rizzo,19?. São Paulo, SP / Acervo IMS

 

“Fotografia é uma coisa maravilhosa, que a gente tira o retrato quando era criança e depois quando é velho está vendo a figura dele quando era criança, é uma coisa maravilhosa. É muito bonito!”

Gioconda Rizzo, 2002

 

O avô da paulistana Gioconda Rizzo (1897 – 2004), Vincenzo Rizzo, já se encontrava em São Paulo, em 1887, e era fabricante de cerveja (L´Italia, 21 de maio de 1887, quarta coluna). Seu filho e pai de Gioconda, Michelle (Miguel) Rizzo (1869 – 1929), sofreu um acidente que afetou seus olhos. Foi para a Itália se tratar, sem sucesso, e lá aprendeu fotografia com B. Lauro, retratista da família real italiana.

Já de volta ao Brasil, Michelle inaugurou, em 10 de março de 1892, a Photographia Central, na Rua Direita nº 55, em São Paulo (O Estado de São Paulo, de 10 de março de 1892, página 1, antepenúltima coluna).

 

O Estado de São Paulo, 10 de março de 1892, página 1, antepenúltima coluna

O Estado de São Paulo, 10 de março de 1892

 

Verso de uma foto tirada no ateliê da família Rizzo

O Estado de São Paulo, 15 de maio de 2012

 

Em um anúncio veiculado pelo Fanfulla, de 8 de agosto de 1896, página 4, Michelle anunciava-se como proprietário da primeira photografia italiana no Brazil. Em 1906, estava na relação de fotógrafos italianos que atuavam em São Paulo (Il Brasile e gli Italiani, 1906, página 1165).

 

 

 

Foi com ele, seu grande incentivador, que Gioconda iniciou seus experimentos em fotografia, tendo sido a primeira mulher a ter um estabelecimento fotográfico, em São Paulo, a Photo Femina, aberto em 1914. Desde a adolescência Gioconda só enxergava com o olho direito. Sempre foi apaixonada por fotografia e aos 12 anos tirou um autorretrato e também fotografou uma amiga:

 

 

“Eu comecei a tirar foto de mim mesma… então meu pai quando viu aquela chapa… a primeira coisa que fiz… viu a chapa… disse: “Quem foi que fez isso?” “Fui eu papai”; ele disse: “Ihhhh! Esta vai me passar a perna!”

 Depoimento de Gioconda Rizzo a Carla Ibrahim. São Paulo, setembro de 2002.

 

Michelle muitas vezes viajava para o interior, de onde enviava fotografias para processamento, retoque e finalização em São Paulo. Quando estava ausente, seu filho Armando (1894 – 19?) cuidava dos negócios. Gioconda trabalhava com o irmão e participava desde a recepção e ambientação dos clientes no ateliê até o trabalho de revelação e acabamentos, como retoques e acondicionamento das fotos em álbuns, molduras ou estojos. Conhecia e dominava todas as etapas do processo fotográfico.

Em 1914, Michelle abriu para Gioconda o ateliê Femina, também na Rua Direita, número 8A, perto do seu, que ficava, então, na mesma rua, no número 10 C. O Femina atendia somente crianças e mulheres, pois, na época, não era adequado que uma mulher ficasse sozinha na presença de homens. Mesmo com essa restrição, a mãe de Gioconda, Giuseppina, sempre a acompanhava em  suas sessões fotográficas.

“Fui a primeira fotógrafa a se especializar em fotos assim. Fotografei, então, muitas mulheres de barões do café e muitas atrizes. Todas gostavam de minha maneira de fazer as fotos porque eu enfocava só meio corpo, realçando o rosto e usando tapetes nas paredes para servirem de fundo”.

Gioconda Rizzo, Folha de São Paulo, 12 de abril de 1982

 

Ainda em 1914, na revista A Cigarra, edição de 31 de dezembro, na seção “A Formiga”, foi publicada uma fotografia de autoria de Gioconda Rizzo com a assinatura do ateliê Femina.

 

Fotografia de autoria de Gioconda Rizzo / A Cigarra, 31 de dezembro de 1914

Fotografia de Wanda Massucci (a maior), de autoria de Gioconda Rizzo / A Cigarra, 31 de dezembro de 1914

 

Para criar diferentes figurinos e cenários, Gioconda possuia em seu estúdio almofadas, banquinhos, diversas cadeiras, colunas de mármore, estátuas de cães, laços, sombrinhas, véus, e outros objetos e adereços. Fazia também uso de uma balança para fotografar bebês, como sua filha, Wanda Pasqualucci (1926-), retratada, em 1926, na foto abaixo.

 

 

Criava poses que descontraíssem suas clientes, que tinham uma tendência a ficar muito sérias na hora da foto. Buscava em seus retratos a beleza, a sensualidade. Criava uma atmosfera de sonho, romântica. Suas retratadas sorriam, deixavam ombros e colos muitas vezes desnudos e os cabelos soltos, sem chapéus, enfeitados com flores.

Gioconda participou, trabalhando no pavilhão Gradisca, da quermesse realizada no parque da avenida Paulista, promovido pela sub-comissão italiana do bairro da Consolação para socorrer as famílias dos reservistas que haviam partido para a Itália (Correio Paulistano, 19 de julho de 1915, segunda coluna).

Em torno de 1916, Michelle trouxe da Itália o flash de magnésio que possibilitava a captação de poses mais rapidamente, o que facilitava enormemente fotografar crianças. Uma vez, Gioconda sofreu uma queimadura na mão direita quando utilizava a nova ferramenta. Também por volta deste ano, seu irmão, Vicente, descobriu que o ateliê Femina recebia cortesãs francesas e polonesas e contou para Michelle, que decidiu fechá-lo. Gioconda voltou a trabalhar com seu pai e seu irmão, Armando Rizzo. Passaram a produzir fotografias coloridas a óleo e a fazer fundos de paisagens aplicadas nas chapas. Também produziam muitas fotos de formaturas de escolas e faculdades.

Em 1926, Gioconda casou-se com o comerciante Onofre Pasqualucci (c. 1898 – 1935) e, no mesmo ano, nasceu sua única filha, Wanda.

 

 

Em 1931, cerca de dois anos depois da morte de Michelle, devido à crise financeira deflagrada pela quebra da Bolsa de Valores de Nova York, a família Rizzo fechou, após cerca de 40 anos de funcionamento, o ateliê da Rua Direita, e abriu outro na Rua Líbero Badaró, 63, chefiado por Armando. Nesse mesmo ano, Gioconda fotografou a Miss Universo, Yolanda Pereira (1910 – 2001).

 

 

Ela aprendeu as técnicas de fotografias fundidas em esmalte para joias com o fotógrafo espanhol Medina, estabelecido no Rio de Janeiro. Adaptou as técnicas à porcelana e passou a produzir fotojoias e decorações tumulares para o ateliê Photo do Carmo, do italiano Sestilio Fiorelli. Instalou em sua casa, no bairro do Cambuci, um ateliê e um forno para a produção das peças, que eram vitrificadas a uma temperatura de 1.000º C.

 

“Essas fotos em porcelana dão muito trabalho e se desenvolvem em várias fases até que se consegue uma película aplicada sobre a louça. Queima-se então a uma temperatura de 1000 graus e está pronta”.

Gioconda Rizzo, Folha de São Paulo, 12 de abril de 1982

 

Foto de autoria de Gioconda Rizzo,19?. São Paulo, SP / Acervo IMS

Fotos em porcelana de autoria de Gioconda Rizzo,19?. São Paulo, SP / Acervo IMS

 

Em 14 de junho de 1935, Gioconda ficou viúva e foi com a fotografia em porcelana que sobreviveu com sua filha. Aposentou-se na década de 60.

 

O Estado de S]ao Paulo, 15 de junho de 1935

O Estado de São Paulo, 15 de junho de 1935

 

Cinco décadas mais tarde, entre 12 e 30 de abril de 1982, houve uma exposição de parte de sua obra na Galeria Fotoptica, em São Paulo: 20 fotos em papel, 15 em porcelana e algumas coloridas a óleo.

Faleceu em 22 de março de 2004, pouco antes de completar 107 anos, e foi sepultada no Cemitério da Consolação.

Uma curiosidade: a capa do livro Anarquistas, Graça a Deus, da escritora Zélia Gattai (1916 – 2008), foi ilustrada com uma foto da família Da Col – Gattai, de autoria de Gioconda.

 

 

Abaixo, reprodução do texto O real e a representação nos retratos de Gioconda, de autoria da fotógrafa e crítica de arte Stefania Bril (1922 – 1992), publicado em O Estado de São Paulo, de 30 de abril de 1982:

 

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Acesse aqui uma entrevista com Gioconda Rizzo para o programa Moviola

 

 

Acesse aqui a Cronologia de Gioconda Rizzo (1897 – 2004)

 

Breve perfil de Hermina de Carvalho Menna da Costa (18? – ?), pioneira da fotografia em Pernambuco

 

 

A partir do século XIX, vários fotógrafos estrangeiros e brasileiros estabeleceram ateliês fotográficos em Recife, tornando a cidade uma referência importante na história da fotografia no Brasil. Alguns dos mais importantes, representados no acervo da Brasiliana Fotográfica, foram o alemão Alberto Henschel (1827 – 1882), o francês Alfred Ducasble (18-?-19?), o francês nascido na Itália Augusto Stahl (1828-1877), o austríaco Constantino Barza (18? -?), o português Francisco du Bocage (1860-1919), os pernambucanos João Ferreira Villela (18?-1901) e Manoel Tondella (1861-1921), o português Joaquim Insley Pacheco (c. 1830-1912) e o europeu Moritz Lamberg (18?-?). 

Outros fotógrafos que atuaram em Pernambuco no século XIX foram Agio Rio Pedro da Fonseca, Antônio Lopes Cardoso, A.W. Osborne, Borges de Mello, Cincinato Mavignier, Daniel Bérard, Eduardo Gadaut, Eugênio, Firmino, Flosculo de Magalhães, Francisco Labadie, Frederico Ramos, Hermina de Carvalho Menna da Costa, João José de Oliveira, João Firpo, J. B. Thoma, Joaquim Canelas de Castro, Jorge Augusto Roth (c. 1840 – 1893), Lins, Louis Piereck, Ludgero Jardim da Costa, Manoel Inocêncio Menna da Costa, Manoel Ribeiro Filho, Manoel Tondella, Mauricio, Monteiro e Roberto.

Dentre eles, havia uma mulher: Hermina de Carvalho Menna da Costa, considerada, até o momento, a primeira mulher fotógrafa de Pernambuco. Porém, pouco se sabe sobre ela.

 

Acessando o link para as fotografias de autoria de Hermina Menna da Costa  disponíveis na Brasiliana Fotográfica, o leitor poderá visualizar e magnificar as imagens.

 

 

Não se sabe até o momento nem o ano nem o local exato de nascimento e morte de Hermina de Carvalho Menna da Costa, especializada em retratos em estúdio. Apesar das várias lacunas e indagações, esse breve perfil conta um pouco da trajetória de Hermina, até hoje, considerada a primeira fotógrafa pernambucana e, muito provavelmente a primeira brasileira.

Seu nome de solteira era Hermina Adelaide da Cunha Carvalho e casou-se, em 1871, com Felippe Emilio Menna da Costa (Jornal do Recife, 14 de novembro de 1871, primeira coluna). Qual seria então seu parentesco com Manoel Inocêncio Menna da Costa, que atuava como fotógrafo desde 1872 e que, a partir de 1875, possuia um ateliê fotográfico na Rua da Imperatriz, nº 48, no primeiro andar?

Entre 1880 e 1881, antes de se estabelecer como fotógrafa, Hermina trabalhava na Rua da Imperatriz, nº 48, mesmo endereço de Manoel Inocêncio, porém no segundo andar. Fazia qualquer trabalho de cera… bandejas com bolos… doura letreiros em fitas (Jornal do Recife, 2 de dezembro de 1880, antepenúltima coluna). Terá essa vizinhança colaborado para despertar o interesse de Hermina para a fotografia?

 

 

O fato é que, em 21 de outubro de 1883, Hermina inaugurou, já com alguns trabalhos em exposição, o estabelecimento fotográfico Hermina Costa & C, na Rua Barão da Victoria, nº 14, no mesmo local onde antes se localizava o ateliê do francês Francisco (François) Labadie (? – 1883), falecido em fevereiro de 1883, vítima de gastro-hepatite (Jornal do Recife, 19 de outubro de 1883, terceira coluna; Jornal do Recife, 20 de outubro de 1883, penúltima colunaDiário de Pernambuco, 21 de outubro de 1883).

 

 

Em 1884, ela, Manoel Inocêncio Menna da Costa e o antiquário francês Alfred Ducasble (18? – 19?) formavam a comissão da Imperial Sociedade dos Artistas Mecânicos e Liberais para arrecadação dos impostos devidos por fotógrafos e retratistas.

Em setembro de 1885, a Rua Barão da Vitória já havia passado a se chamar Rua Nova e o estabelecimento de Hermina ficava no nº 12, segundo andar  (Jornal do Recife, 12 de setembro de 1885, coluna). Devido à grande quantidade de ateliês fotográficos, a Rua Nova era conhecida, no século XIX, como a rua dos fotógrafos.

Ainda neste ano, em dezembro, Hermina participou da quinta Exposição Artístico-Industrial do Liceu de Artes e Ofícios, promovida pela Imperial Sociedade dos Artistas Mecânicos e Liberais, ocasião em que foi premiada com um Diploma de Mérito. Provavelmente essa conquista conferiu a ela maior visibilidade. O fotógrafo francês Alfred Ducasble (18? -19?) ganhou o Diploma de Progresso (Diário de Pernambuco, 31 de dezembro de 1885, última coluna). O ateliê de Ducasble ficava na Rua Barão da Vitória, nº 65, mesma rua do ateliê de Hermina.

 

 

 

Em 1886, ela anunciou que o fotógrafo Flosculo de Magalhães (18? – ?) não era mais sócio de seu estabelecimento desde o dia 6 de junho. No ano seguinte, inaugurou um outro ateliê fotográfico, a Photographia Moderna, na Rua Primeiro de Março (antiga Rua do Crespo), nº 7. Trabalhavam com ela no novo estabelecimento os fotógrafos Joaquim Canellas de Castro e Manoel Inocêncio Menna da Costa, recém chegado do Maranhão (Jornal do Recife, 27 de outubro de 1887, primeira coluna). Flosculo voltou a trabalhar com Hermina no ateliê fotográfico da Rua Barão da Victoria.

 

 

Em um anúncio de seu estabelecimento, era chamava atenção para a boa luz do ateliê (Jornal do Recife, 4 de maio de 1889).

 

 

Participou com o austríaco Constantino Barza, identificado como sucessor de Alberto Henschel (1827 – 1892), e Alfred Ducasble, de uma concorrência para realizar o quadro de retratos dos formandos da Faculdade de Direito. Barza foi o vencedor (Jornal do Recife, 19 de julho de 1889). No mesmo ano, foram feitos elogios aos novos cartões, que está empregando a oficina fotográfica Hermina Costa (Jornal do Recife, 21 de setembro de 1889, penúltima coluna). Em 1891, venceu a concorrência para a realiação do quadro de formandos da Faculdade de Direito (Diário de Pernambuco, 17 de julho de 1891, última coluna).

Em 1892, foi anunciado que a Photographia Moderna havia passado por uma grande reforma (Jornal do Recife, 22 de setembro de 1892).

 

 

Seu estabelecimento, na Rua 15 de novembro, nº 7, estava listado no Almanak do Estado de Pernambuco de 1894Em 29 de dezembro de 1894, foi publicado que algum pedido feito por ela à Prefeitura do Recife havia sido deferido (Jornal do Recife, 29 de dezembro de 1894, quarta coluna). Até 1895, seu estabelecimento fotográfico continuava a funcionar (Diário de Pernambuco, 5 de fevereiro de 1895, segunda coluna).

Acesse aqui a Cronologia de Hermina de Carvalho Menna da Costa (18? -?)

 

Breve perfil de Madame Reeckel (1837 – 19?)

 

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Izabel Jacintha Reeckell; Photographia Allemã; Madame Reeckell. Retrato de homem não identificado, c. 1876. Porto Alegre, RS / Acervo IMS

 

Acima, uma carte de visite produzida na Photographia Allemã de Mme Reeckell. Por cima do endereço do ateliê, em Porto Alegre, está escrito outro endereço, Praia (?) de Santa Izabel, nº 86, Lisboa. Terá sido o endereço do primeiro ateliê de Madame Reeckell na cidade? Provavelmente a foto foi produzida no Brasil, ainda em Porto Alegre. Teria Madame Reeckell escrito em cima do velho endereço o novo, já em Portugal, para enviar a carte de visite como referência para a produção de novos suportes? Ainda há muitas perguntas em torno da vida do casal formado por Izabel Jacintha e Carlos Reeckell.

Madame Reeckel, a primeira fotógrafa de Porto Alegre, cujo nome de solteira era Izabel Jacintha da Cunha, nasceu no Arquipélago dos Açores, na Ilha de São Jorge, na Vila de Velas, em 23 de outubro de 1837. O fotógrafo prussiano Carlos Frederico Johann Reeckel (18? – c. 189?), seu futuro marido chegou ao Rio de Janeiro no paquete Navarre, em 19 de março de 1863 (Diário Oficial do Império do Brasil, 20 de março de 1863). Izabel Jacintha havia migrado para o Brasil, possivemente com seus pais.

Em 1865, Carlos F. J. Reeckell tornou-se sócio de Bernardo Lopes Guimarães, o Lopes, em um estabelecimento na Rua do Hospício, futura Rua Buenos Aires, nº 104, sob a firma Frederico & Lopes (Correio Mercantil, 11 de julho de 1865, sétima coluna).

Em julho de 1867, Carlos Reeckell anunciava-se como retratista em Vassouras e participava ao respeitável público, aos Srs. fazendeiros da região que havia aberto uma photographia volante na cidade. Já havia trabalhado em Valença e em Santa Teresa (Jornal do Commercio, 19 de julho de 1867, última coluna).

 

 

Carlos e Izabel Jacintha se casaram, no Rio de Janeiro, em setembro de 1867 (O Apóstolo, 20 de outubro de 1867, terceira coluna) e, em 22 de setembro de 1867, partiram para a os Açores, rumo à Ilha Terceira, no patacho português Terceirense (Jornal do Commercio, 23 de setembro de 1867, última coluna). Carlos Reeckell trabalhou e teve ateliês fotográficos montados em três ilhas do arquipélago: São Miguel, Terceira e Faial. Anunciava-se como fotógrafo volante. Transmitiu seus conhecimentos a diversos fotógrafos, dentre eles Antônio José Raposo (1848 – 19?), que adquiriu o ateliê e os clichês de Reeckell.

 

 

O casal partiu da ilha de São Miguel, em 15 de julho de 1870 a bordo da barca portuguesa Amisade, e chegou no Ceará em 1º de agosto (A Constituição, 4 de agosto de 1870, primeira colunaPedro II, 2 de agosto de 1870, primeira coluna).

 

 

 

Estabeleceram-se, em Fortaleza, na Praça Municipal, nº 40 (A Constituição, 20 de setembro de 1870, primeira coluna).

 

 

Em julho de 1872, Carlos Reeckell voltou de uma temporada no sul do Brasil (Pedro II (CE), 12 de julho de 1872, terceira coluna). Em novembro do mesmo ano, seu ateliê fotográfico ficava na Rua do Cajueiro, nº 25, e ele anunciava sua sociedade com Francisco Cândido Pereira Lins.

 

 

Foi noticiado que Carlos iria ao Rio de Janeiro (Pedro II, 10 de novembro de 1872, última coluna). Não foi mencionado se a senhora Reeckell o acompanhou nessa viagem.

Em torno de 1873, o casal encontrava-se em Porto Alegre e o estabelecimento fotográfico de Carlos ficava na Rua dos Andradas. Ele já estava muito doente. Foi então que Madame Reeckell, segundo Miguel Antônio de Oliveira Duarte, autor do livro Faça chuva ou faça sol: fotógrafos em Porto Alegre (1849-1909) (2016), teria tomado a frente do negócio como administradora e fotógrafa no ateliê das Rua dos Andradas, 80 (Álbum do Domingo, 7 de abril de 1878, última  coluna).

Em abril de 1875, foi inaugurada  a segunda Exposição Provincial do Rio Grande do Sul ou Exposição Commercial e Industrial, uma exposição de agricultura, indústria e comércio, realizada no Edifício do Atheneo Rio Grandense, em Porto Alegre. Segundo o historiador Athos Damasceno (1902 – 1975), foi Carlos von Koseritz (1830 – 1890), jornalista, poeta e importante personalidade da colônia alemã no sul do Brasil durante o Segundo Império, quem sugeriu a inclusão na exposição “de uma seção especial destinada a exibição de obras de arte, assim imprimindo no parque um cunho de sensibilidade e cultura…” (Relatórios dos Presidentes das Províncias Brasileiras: Império (RS), 11 de março de 1875).

Dois fotógrafos apresentaram seus trabalhos nessa mostra: Madame Reeckell e o tradicional Luiz Terragno (c. 1831 – 1891), Fotógrafo da Casa Imperial, que possuía estabelecimentos fotográficos no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina (O Despertador, 19 de novembro de 1875, primeira coluna). Na  Exposição Nacional de 1875, no Rio de Janeiro, inaugurada em 12 de dezembro e finda em 16 de janeiro de 1876, Terragno recebeu uma Medalha de Mérito (Jornal do Commercio, 4 de fevereiro de 1876, segunda coluna).

O estabelecimento de Madame Reeckell, em Porto Alegre (RS), se chamava Photographia Allemã, e lá ela desenvolvia sua técnica da “luz tangente para fazer retratos nos dias sombrios (…) e mesmo nos chuvosos”. Ficava na Rua dos Andradas, 80 (A Reforma, 30 de julho de 1875).

Houve uma polêmica em torno deste sistema fotográfico entre Luiz Terragno e Madame Reeckell que no jornal A Reforma, de 4 de agosto de 1870, publicou:

“Luz Tangente. O sr. Terragno, em a pedido inserto no Riograndense, tratando dos retratos à luz tangente, diz que os não tiro pelo mesmo sistema dos seus. Os retratos chamados pelo sr. Terragno de à luz tangente –  são na minha opinião iguais aos que tiro e tenho anunciado. Quem quiser convencer disso venha à minha casa para ver os retratos que tenho tirado e outros de fotógrafos do Rio de Janeiro, também do mesmo sistema, isto é, preferindo-se os dias escuros para o trabalho dessa qualidade de fotografias. O sr. Terragno é injusto quando atribui-me querer imitá-lo, dando o nome de retratos – à luz tangente – que só s.s. pode tirar, quando é certo que os tiro há muito tempo. Desafia-me a apresentar os aparelhos e ingredientes que são precisos. Poderá vê-los  quem quiser. O sistema é simples e não faço mistério para com as pessoas que, visitando a minha galeria, pedem par ver os aparelhos de que me sirvo. Quanto a supor que usei do emblema seu no meu anúncio publicado na Reforma, declaro que nada tenho com isso. E o sr. Terragno com aquela empresa deve entender-se a respeito. M Reeckell”.

Em 1878, a família de artistas Riosa, a quem Carlos Reeckell já havia ajudado no Ceará, reverteu à família Reeckell o valor que arrecadou em um dos espetáculos que realizou em Porto Alegre (Álbum do Domingo, 7 de abril de 1878, segunda coluna).

 

 

Segundo a tese de Paula Cristina Viegas, de acordo com anuários portugueses, Carlos Reeckell havia se instalado em Lisboa, com um novo negócio, na Rua Saraiva de Carvalho, 86, a partir de 1892. Entre 1896 e 1898, a Photographia Allemã, situava-se na Rua Saraiva de Carvalho, n.º 80, 1.º andar, sob a administração de Madame Reeckell, já viúva. A partir de 1897, o estabelecimento passou a existir em outros endereços, conforme anunciado:

“Photographia Allemã 158, avenida da Liberdade 211, rua de S. José. Este atelier fundado em 1878, executa todos os trabalhos com a maior seriedade. Retratos até ao tamanho natural. Instantaneos de creanças. Incumbe-se trabalhos de photographos amadores”. 

Mulheres Fotógrafas em Portugal (1844 – 1918)

Maria E. R. Campos 1.ª Photographa Portugueza

Parece que a Viúva Reeckell ficou à frente da Photographia Allemã até os primeiros anos do século XX.

 

 

Algumas fotografias de autoria de Madame Reeckell estão no acervo do Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul e também no acervo pessoal de Boris Kossoy.

Acesse aqui a Cronologia de Izabel Jacintha Cunha Reeckell, a Madame Reeckell (1837 – 19?)

 

 

Mulheres fotógrafas ou comerciantes de produtos fotográficos no século XIX,

no Brasil, entre 1842 e 1910*

 

Espírito Santo

Maria Brasilina de Magalhães Faria (atuou entre 1876 e 1878) 

Foi casada com o fotógrafo Francisco Antônio de Faria (? – 1876) que havia sido associado a Henrique Deslandes, na Deslandes & Faria, de 1870 a 1871, em Vitória e em Cachoeiro do Itapemirim, no Espírito Santo.

 

 

 

A sociedade já estava desfeita quando Maria Brasilina ficou viúva, em 20 de outubro de 1876. A morte do hábil fotógrafo deixou Maria Brasilina e a filha do casal na pobreza (O Espírito-Santense, 21 de outubro de 1876, primeira coluna). Maria Brasilina seguiu com as atividades do ateliê fotográfico do marido, na Rua Duque de Caxias, nº 55, em Vitória. Não se sabe se exerceu atividades de fotógrafa ou se manteve apenas a administração do negócio. Em 1878, associou-se a Joaquim Ayres, formando a firma Viúva Faria & Ayres, mas a sociedade não durou nem um ano, tendo a companhia ficado para Ayres.

 

 

Paraíba

Roza Augusta (atuou entre 1890 e 1899)

O ateliê de Roza Augusta situava-se na Rua d´Areia, nº 72, em João Pessoa. Chamava-se Photographia Minerva e realizava trabahos fotográficos simples, em esmalte e em porcelana. Encarregava-se também de retratos a crayon, funcionando com bom e mau tempo devido à boa luz do atelier (O Parahybano, 5 de abril de 1892). Sua presença exercendo uma atividade tipicamente masculina deve ter, provavelmente, causado surpresa na capital da Paraíba. Todos os anúncios disponíveis na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional de seu estsbelecimento são de 1892. Não se sabe se itinerou pelo estado e quanto tempo permaneceu na Paraíba. De acordo com um artigo do projeto Fotografia Paraibana Revista, de 2013, a Paraíba só voltou a ter uma mulher fotógrafa em 1932, quando Tereza de Jesus Medeiros foi presenteada com uma câmera-caixão e a cidade de Santa Luzia ganha uma retratista.

 

 

Paraná

Fanny Paul Volk (c. 1867 – 1948)(atuou entre 1900 e 1918)

 

 

Fanny Paul Volk foi uma pioneira da fotografia, filha de uma também pioneira da fotografia, a austríaca Anna Paul, que nasceu na mesma década em que a fotografia foi descoberta.

O fotógrafo alemão de Munique, Adolpho Volk (18? – 1908), a mãe de Fanny, a austríaca Anna Paul (c.1836 – 1902), e seu irmão, August, de 16 anos, vieram para o Brasil, em 1880, no mesmo navio, o Hamburg, e se conheceram durante a travessia. August faleceu durante a viagem. No ano seguinte, Fanny Paul, nascida em Leipa, chegou ao país, com 13 anos, com seu pai, Anton Paul (c. 1831 – 1891).

 

 

Adolpho abriu seu estabelecimento fotográfico, em Curitiba, em 1881, na Travessa da Rua da Carioca (Dezenove de Dezembro, 19 de novembro, de 1881). Em 1882, o ateliê já estava situado na Rua da Imperatriz, 77 (Dezenove de Dezembro, de 1822, segunda coluna).

 

 

 

Fanny casou-se com Adolpho, em janeiro de 1886, e trabalhou com a mãe e com seu marido na capital do Paraná. O trio superou a tendência da sociedade local a discriminar os imigrantes de origem alemã possivelmente porque traziam para a cidade a fotografia, um símbolo da modernidade e para isso divulgaram seu ofício a partir de anúncios em jornais e por seus clientes da comunidade alemã.

 

 

O ateliê funcionou na Rua do Imperador, nº 9, de 1888 a 1889 e na Rua Marechal Deodoro, números 9 e 10, de 1890 a 1902, com a participação de Adolpho, Fanny e Anna, que faleceu em 1902. Em 1903, o ateliê já se encontrava na Rua XV de Novembro, nº 54.

Em 1900, Adolpho foi premiado com a medalha de ouro na Exposição Agrícola e Industrial do Paraná. O último anúncio do ateliê sob sua gestão foi publicado, em 1904 (Diário do Paraná, 16 de janeiro de 1904).

 

 

Em 1904, Adolpho partiu para a Alemanha, deixando Fanny e a filha única do casal, Adolphine (1887 -19?), no Brasil. Constituiu uma nova família e faleceu, na Alemanha, em 1908 (Diário do Paraná (PR), 28 de agosto de 1908, quarta coluna).

 

 

Em 1904, foi oferecido o aluguel de uma das portas do ateliê fotográfico na Rua XV de Novembro. Fanny tomou a frente dos negócios e, no ano seguinte, já anunciava novidadesRetratos do tamanho de selos próprios para cartões de visita e correspondência de cartões postais (Diário da Tarde (PR), 7 de julho de 1904, última colunaCartão Postal, julho de 1905).

Em 1906, foi realizada na vitrine do jornal A Notícia uma exposição com cartões postais luminosos produzidos na Photographia Volk (A Notícia, PR 17 de fevereiro de 1906, penúltima coluna).

 

 

Ainda em 1906, foram expostos na Photographia Volk os retratos dos generais Carneiro e Benjamin Constant que seriam inaugurados no 2º Esquadão da Cavalaria (A Notícia, 13 de novembro de 1906, penúltima coluna).

Os retratos que seriam inaugurados na Secretaria Estadual de Agricultura, em 1907, foram realizados pela Photographia Volk (Diário da Tarde (PR), 15 de abril de 1907, segunda coluna).

Em 1908, anunciava-se como o mais antigo estabelecimento fotográfico do Paraná e realizava fotografias e retratos de todos os gêneros e por todos os processos até hoje conhecidos, como sejam: aristotipia, platinotipia, pigment, bromuro, contact, etc (Almanak do Paraná, 1908).

 

 

Ainda em 1908, foi anunciado que na Photographia Volk seriam produzidos os trabalhos do Primeiro Club de Retratos de Curitiba, organizado por Carlos de Andrade (O Commercio (PR), 8 de março de 1909, primeira coluna).

 

 

Segundo a autora da tese de Doutorado, Fanny Paul Volk : pioneira na fotografia de estúdio em Curitiba, Giovana Terezinha  Simão:

“Afora as fotografias com maiores demandas de inspiração pictórica realizadas por Fanny, a fotógrafa possuía também temáticas mais coloquiais, em geral na composição de retratos de família e casais. É possível observar que após a partida de Adolpho, o trabalho do estúdio foi muito solicitado nas seguintes categorias: fotos de família, dupla de namorados, duplas de amigas e crianças. Destaca-se que e as crianças fizeram parte de uma grande clientela de Fanny, responsáveis talvez, pelo sustento do estúdio. Vale refletir que um perfil recorrente de clientes do estúdio Volk – quando este estava sendo administrado por Fanny – foram as famílias, mulheres e a criançada. Talvez este perfil da clientela tenha se avolumado em virtude de Fanny ser mulher, afinal as mães, avós, tias, madrinhas, entre outras mulheres, teriam menos constrangimentos no reduto do estúdio se existisse uma fotógrafa mulher”.

Não deixou de fotografar diversos homens que se mantiveram ou se tornaram seus clientes, mesmo após a sua separação conjugal e, em 1912, numa época em que os nenéns eram retratados muito vestidos, fotografou um bebê nu. Ainda segundo Simão, esta teria sido uma das primeiras fotografias de um bebê nu produzidas no Brasil e no mundo. O bebê era Javita Egg.

 

 

Adolphine, cujo apelido era Lilly, casou-se, em 1911, com Julio Leite, que aprendeu a fotografar com Fanny e trabalhou com ela após o matrimônio. Lilly e Julio tiveram cinco filhos: Rennée, Helvídia, Fanny, Marcel e Ritta. Neste mesmo ano, foi contratado pela Photographia Volk um hábil artista fotógrafo de Berlim, Hugo Schreiber (Diário da Tarde (PR), 10 de novembro de 1911, quinta coluna).

 

 

A Photographia Volk, que havia se mudado, provisoriamente, para a Rua Marechal Deodoro, nº 81, e Arthur Wischral (1894 – 1982) integravam a equipe de reportagem fotográfica da revista A Bomba (PR) (A República (PR), 14 de março de 1913, última colunaDiário da Tarde(PR), 28 de março de 1913, terceira colunaA Bomba (PR), 10 de setembro de 1913, segunda coluna). O estabelecimento já tinha estado neste mesmo endereço de 1890 a 1902. Na Photographia Volk passaram a ser comercializados terrenos (Diário da Tarde, 26 de abril de 1913, primeira coluna).

 

 

Voltou a funcionar na Rua XV de novembro, nº 72, em 5 de abril de 1914 (A República (PR), 3 de abril de 1914, penúltima coluna; Diário da Tarde(PR), 2 de maio de 1914).

 

 

Em 1915, Fanny recebeu um pecúlio a que tinha direito, pago por um funcionário da Mutua Ideal, de São Paulo (Diário da Tarde (PR), 11 de março de 1915, terceira coluna).

Em 1918, Bernardo Heisler comprou a Photographia Volk e manteve o nome, certamente pelo sucesso e prestígio do estabelecimento.

 

 

Fanny, de uma tradicional família paranaense, faleceu, em Curitiba, em setembro de 1948 (Diário da Tarde (PR), 29 de setembro de 1948, segunda coluna). Foi uma pioneira e conseguiu atuar como fotógrafa durante cerca de 40 anos em um ambiente eminentemente machista.

 

 

Acesse aqui a Cronologia de Fanny Paul Volk (c. 1867 – 1948)

 

Rio de Janeiro

Leocadia Amoretti (atuou entre 1886 e 1894) 

Leocadia Moreira Lamas (18?-?) era o nome de solteira de Leocadia Amoretti, que foi casada e teve três filhos – Luiz, Victoria e Francisco – com o francês, de Marselha, João Baptista Francisco Amoretti (? – 1885), de quem enviuvou em 14 de novembro de 1885 (Gazeta de Notícias, 25 de novembro de 1885, segunda coluna).

Em torno de meados da década de 1860, João Baptista sucedeu Laurent Amoretti na firma A Palheta de Ouro, fundada em 1861.

 

 

A loja ficava na Rua dos Latoeiros, nº 38, mais tarde denominada Rua Gonçalves Dias. A firma era especializada no comércio de equipamentos e produtos para a química fotográfica e foi contemporânea da loja de Georges Leuzinger e Filhos, na Rua do Ouvidor e na Rua Sete de Setembro. A loja anunciou, em 1882, contar com fotógrafos em seu quadro de funcionários (Jornal do Commercio, 18 de janeiro de 1882, segunda coluna). Em 1883, Amoretti anunciou que a loja tinha grande sortimento, trazido por ele de uma viagem à Europa (Almanak Gazeta de Notícias, 1880Jornal do Commercio, 18 de novembro de 1883, penúltima coluna).

Após o falecimento de Francisco, Leocadia dirigiu o estabelecimento de 1886 até meados da década seguinte. Não se sabe, até o momento, se ela também atuava como fotógrafa (Jornal do Commercio, 6 de dezembro de 1886, quarta colunaJornal do Commercio, 23 de março de 1887, terceira coluna).

 

 

 

Madame Lavenue (atuou de 1842 a 1843) 

Em 1842, Mme. Lavenue, provavelmente francesa, foi certamente uma das primeiras mulheres fotógrafas do mundo e comercializava daguerreótipos no Rio de Janeiro, nos primeiros anos da década de 1840, pouquíssimo tempo depois no anúncio do invento do daguerreótipo. Era esposa do afinador de piano, marceneiro e fotógrafo francês Hyppolite Lavenue.

Ela atendia os fregueses no Hotel da Itália, localizado no Largo do Rocio, e também ia à casa dos clientes. Seu estúdio fotográfico foi um dos primeiros da cidade e nos anúncios de seu estabelecimento, oferecia acessórios para a realização das fotografias, chamava atenção para a nitidez das imagens, informava que o horário de atendimento era entre 9 e 11 horas da manhã e, na parte da tarde, entre 14 e 17h. Os preços variavam ente 12$ e 15$.

 

 

Na capa da edição do Jornal do Commercio de 24 de dezembro de 1842, na notícia sobre a presença do fotógrafo norte-americano Augustus Morand (c. 1818 – 1896), no Rio de Janeiro, que passou cerca de cinco meses na cidade, entre novembro de 1842 e abril de 1843, Mme Lavenue foi mencionada como daguerreotipista e por ter participado da recente exposição da Academia de Belas Artes, quando apresentou alguns retratos e uma cópia de gravura de bastante mérito.

 

 

No Jornal do Commercio, de 9 de janeiro de 1843, foi publicada uma carta de um leitor elogiando os retratos tirados por Madame Lavenue, admiráveis pela nitidez e perfeição de todos os traços. Também elogiou o agrado e boas maneiras da fotógrafa.

 

Em anúncios publicados em 17 e em 19 de fevereiro de 1843, oferecia-se para dar aulas de daguerreótipo, na Rua do Rosário, 50 (Jornal do Commercio, 17 de fevereiro de 1843). São esses os últimos registros das atividades de Madame Lavenue que a pesquisa do portal Brasiliana Fotográfica encontrou.

 

 

O francês Hippolyte Lavenue chegou no Recife, em 1839, e anunciou que havia trabalhado durante quatro anos em uma das melhores fábricas de piano da França. Oferecia seus serviços como consertador e afinador de pianos. Em 1840, ele morava na Rua Nova, na capital pernambucana. Em 1942, anunciou que teria que retornar à França, mas, em 5 de novembro de 1842, já anunciava seus serviços de afinador de piano, que executava com Louis Bayer, na Rua do Cano, nº 109, no Rio de Janeiro. Tinham chegado recentemente de Paris (Diário de Pernambuco, 6 de fevereiro de 1839, primeira coluna; Diário de Pernambuco, 17 de janeiro de 1840, segunda colunaDiário de Pernambuco, 5 de novembro de 1840, terceira colunaDiário de Pernambuco, 10 de fevereiro de 1942, segunda colunaJornal do Commercio, 5 de novembro de 1942, segunda coluna; Pequeno Almanak, 1843).

Em 1843, Hippolyte morou em Pouso Alegre, Minas Gerais, onde se estabeleceu como daguerreotipista. Em 1850, residia em Ouro Preto e era o dono ou trabalhava no Hotel Mineiro. Madame Lavenue não foi citada nessas notícias (O Recreador Mineiro, 1º semestre de 1845; O Itamontano, 19 de agosto de 1848 e 30 de janeiro de 1850).

 

Sergipe

Maria Izabel da Rocha (atuou entre 1908 e 1909)  

A sergipana Maria Izabel da Rocha era filha do fotógrafo Manoel Leobardo Rodrigues da Rocha e na ocasião da morte de seu pai, em 1908, decidiu adotar a profissão de fotógrafa. De acordo com o jornal Folha de Sergipe, de 24 de setembro de 1908, ela se considerava competentemente habilitada a exercer a arte fotográfica já que havia sido auxiliar de seu pai e de com ele ter aprendido a prática da fotografia no estabelecimento Photographia Leobardo, da Rua Santo Amaro, em Aracaju. Pedia aos antigos fregueses de seu pai, a continuação de sua preferência e proteção. Esse anúncio foi repetido diversas vezes entre 1908 e 1909. Em julho de 1909, seu ateliê estava situado na Rua São Christóvão (Folha de Sergipe, 1º de julho de 1909).

 

 

Seu pai, Manoel Leobardo, já atuava como fotógrafo desde 1879, em Maceió, na Rua do Palácio, nº 7.  Em abril de 1881, anunciou que passaria por Aracaju, onde não ficaria muito tempo (Correio do Sergipe, 7 de abril de 1881). Atendia na Rua de São Cristóvão, nº 35. Esteve no Rio de Janeiro para aperfeiçoar-se nos mais novos sistemas da arte fotográficas e, em 1884, estava de volta a Maceió (Diário da Manhã, 18 de junho de 1884). Em 1888, seu ateliê ficava na Rua Pedro Paulino. Em 1890, foi para Aracaju e seu estabelecimento ficava na Rua Japaratuba (Gazeta de Sergipe, 8 de fevereiro de 1890).

 

 

Quando faleceu, em 1908, o ateliê ficava na Rua Santo Amaro, assumido por Maria Izabel, até hoje considerada a única mulher a atuar como fotógrafa em Sergipe, na década de 1900.

* Nota da autora: muito ainda há que se avançar na biografia dessas fotógrafas, mas com esses breves perfis acredito que os leitores poderão, pelo menos, saber um pouco de suas vidas e atuações na história da fotografia.

 

Breve história do Dia Internacional da Fotografia

 

A data escolhida para a comemoração do Dia Internacional da Fotografia tem sua origem no ano de 1839, quando, em 7 de janeiro, na Academia de Ciências da França, foi anunciada a descoberta da daguerreotipia, um processo fotográfico desenvolvido por Joseph Nicèphore Niépce (1765-1833) e Louis Jacques Mandé Daguerre (1787-1851). Cerca de sete meses depois, em 19 de agosto, durante um encontro realizado no Instituto da França, em Paris, com a presença de membros da Academia de Ciências e da Academia de Belas-Artes, o cientista François Arago, secretário da Academia de Ciências, explicou o processo e comunicou que o governo francês havia adquirido o invento, colocando-o em domínio público e, dessa forma, fazendo com que o “mundo inteiro” tivesse acesso à invenção. Em troca, Louis Daguerre e o filho de Joseph Niépce, Isidore, passaram a receber uma pensão anual vitalícia do governo da França, de seis mil e quatro mil francos, respectivamente.

 

Acesse aqui o artigo Os 180 anos do invento do daguerreótipo – Pequeno histórico e sua chegada no Brasil, publicado em 19 de agosto de 2019, na Brasiliana Fotográfica.

Acesse aqui o artigo O que elas viram: fotolivros históricos feitos por mulheres, publicado na Revista de Fotografia Zum, em 13 de julho de 2022

 

A Brasiliana Fotográfica agradece à colaboração, neste artigo, dos seguintes profissionais do Instituto Moreira Salles: Millard Schisler, Coodernador da Gestão de Acervos; Joanna Americano Castilho, Coordenadora do Núcleo Digital; Carolina Filippo do Nascimento e Nrishinro Vallabha das Mahe, integrantes de sua equipe; e Joanna Balabram, historiadora da arte que atua na organização e processamento das coleções de fotografia do século XIX, na Coordenadoria de Fotografia. Agradece também à Albertina Lacerda Malta e a Lino Madureira, respectivamente, Coordenadora Geral e Coordenador de Documentação e Pesquisa do Cehibra – Centro de Documentação e de Estudos da História Brasileira Rodrigo Melo Franco de Andrade (Cehibra), da Fundação Joaquim Nabuco. Finalmente, agradece à revisão realizada por André Luis Câmara, poeta, jornalista e Doutor em Literatura pela PUC-RJ.

 

Andrea C. T. Wanderley

Editora e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica

 

Fontes:

BELTRAMIN, Fabiana Marcelli S. Entre o estúdio e a rua: a trajetória de Vincenzo Pastore, fotógrafo do cotidiano. Tese de dooutado em História Social apresentada ao Programa de História Social da Faculdade de Filosfia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo para a obtenção do título de Doutor em História Social. São Paulo, 2015.

BOCK, Mario. Gioconda Rizzo. Um olhar de 105 anos. Revista Fotografe Melhor, São Paulo, setembro de 2002.

Blog do O Estado de São Paulo – Rizzo e sua filha Gioconda, 15 de maio de 2012

CHAVES, Ricardo. Cristalizadores do fugidio in GZH, 4 de novembro de 2016.

CORRÊA, Amélia Siegel. As mulheres na história da fotografia brasileira: alguns apontamentos, 2014.

DUARTE, Miguel Antônio de Oliveira. Faça chuva ou faça sol: fotógrafos em Porto Alegre (1849-1909). Porto Alegre, 2016.

Enciclopédia Itaú Cultural – Gioconda Rizzo e Madame Lavenue

Folha de São Paulo12 de abril de 198230 de janeiro de 1997 .

Fotografia Paraibana Revista, 2013.

GASTAL, Susana. Pedro Weingärtner: sob o olhar fotográfico. 19&20, Rio de Janeiro, v. III, n. 3, jul. 2008.

Globoplay – A pioneira da fotografia Fanny Volk, exibido em 2014

Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional

História dos Açores

Histórias do Livro

IBRAHIM, Carla Jacques. As retratistas de uma época: fotógrafas de São Paulo na primeira metade do século XX. Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Multimeios do Instituto de Artes da Unicamp como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Multimeios sob a orientação do Prof. Dr. Roberto Berton De Ângelo , 2005.

KOSSOY, Boris. Dicionário histórico-fotográfico brasileiro: fotógrafos e ofício da fotografia no Brasil (1833-1910). São Paulo: Instituto Moreira Salles, 2002.

LEITE, Ari Bezerra. História da fotografia no Ceará do século XIX. Edição do autor, 2019.

LIMA, André. O retrato da ousadia. Revista Photos e Imagens. São Paulo, nº.26, 2002

MAUAD, Ana Maria. Através da imagem: Fotografia e História in TEMPO. Universidade Federal Fluminense, Departamento de História, volume 1, nº 2, dezembro de 1996. Rio de Janeiro : Relume Dumará, 1996.

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OLIVEIRA, Cândida Santos. Lentes, memórias e História: os fotógrafos lambe-lambe em Aracaju 1950 – 1990. Dissertação apresentada ao programa de PósGraduação em História da Universidade Federal de Sergipe, como requisito obrigatório para obtenção do título de Mestre em História, na Área de Concentração Cultura e Sociedade, 2020.

Omicron – Escola de Fotografia

PARAÍSO, Rostand. A velha Rua Nova e outras histórias. Recife: Bagaço, 2011.

Pergamum

ROCHA, Renaldo Ribeiro. Um breve histórico da fotografia em Aracaju. IV Congresso Sergipano de História e IV Encontro Estadual de História da Anpuh / SE, outubro de 1914.

SIMÃO, Giovana Terezinha Fanny Paul Volk : pioneira na fotografia de estúdio em Curitiba. Tese apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Sociologia, Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Paraná, como requisito parcial à obtenção do título de Doutor em Sociologia, 2010.

Site Cultura – Governo dos Açores

SOARES, Maria Thereza Gomes de Figueiredo; FEITOSA, Marcia Manir Miguel; FERREIRA JUNIOR, José. Um olhar sobre a fotografia feminista brasileira contemporâneaRev. Estud. Fem. 26 (3), 2018.

SOUZA, Camila Targino. Da Transparência Diáfana à Opacidade Densa – Imagens e Imaginário da Coleção Francisco Rodrigues de Fotografia. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco, 2007.

SUTIL, Marcelo Saldanha; BARACHO, Maria Luisa Gonçalves. Fotos de estúdio: imagens construídas. Fundação Biblioteca Nacional.

TURAZZI, Maria Inez. Poses e trejeitos: a fotografia e as exposições na era do espetáculo: 1839/1889. Prefácio Pedro Karp Vasquez. Rio de Janeiro: Funarte. Rocco, 1995. 309 p., il. p&b. (Coleção Luz & Reflexão, 4). ISBN 85-85781-08-4.

VASQUEZ, Pedro Karp. Dom Pedro II e a fotografia no Brasil. Rio de Janeiro: Fundação Roberto Marinho: Companhia Internacional de Seguros: Ed. Index, 1985.

VASQUEZ, Pedro Karp. Fotógrafos alemães no Brasil do século XIX. São Paulo: Metalivros, 2000.

VASQUEZ, Pedro Karp. Mestres da fotografia no Brasil: Coleção Gilberto Ferrez. Tradução Bill Gallagher. Rio de Janeiro: Centro Cultural Banco do Brasil, 1995.

VIEGAS, Paula Cristina de Pinho Coelho Cintra.  Mulheres Fotógrafas em Portugal (1844 – 1918) Maria E. R. Campos 1.ª Photographa Portugueza. Disssertação para a obtenção de grau em Mestre em Arte, Patrimônio e Teoria do Restauro. Universidade de Lisboa Faculdade de Letras, 2018.

Leia aqui os artigos já publicados na Brasiliana Fotográfica sobre o Dia Internacional da Fotografia:

 

Dia Internacional da Fotografia – 19 de agosto, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora da Brasiliana Fotográfica, publicado em 19 de agosto de 2015

Os 180 anos da invenção do daguerreótipo – Pequeno histórico e sua chegada no Brasil, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora da Brasiliana Fotográfica, publicado em 19 de agosto de 2019

Os 180 anos da invenção do daguerreótipo – Os álbuns da Comissão Geológica do Império com fotografias de Marc Ferrez, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora da Brasiliana Fotográfica, publicado em 19 de agosto de 2019

Autorretratos de fotógrafos – Uma homenagem no Dia Internacional da Fotografia, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora da Brasiliana Fotográfica, publicado em 19 de agosto de 2021

Dia Internacional da Fotografia, uma retrospectiva de artigos,  de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora da Brasiliana Fotográfica, publicado em 19 de agosto de 2023

O “artista fotógrafo” Louis Piereck (1880 – 1931)

 

O “artista fotógrafo” Louis Piereck (1880 – 1931)

 

 

O fotógrafo Louis Jacques Piereck (1880- 1931) é o autor do retrato destacado no sexto artigo da série “Feministas, graças a Deus”, sobre Júlia Medeiros (1896 – 1972), publicado na Brasiliana Fotográfica, em 9 de dezembro de 2020. De origem austríaca e nascido em Campinas, em 13 de outubro de 1880, ele atuou no Recife, entre fins do século XIX e nas primeiras décadas do XX. Pernambuco, a partir da década de 1850, com a chegada de vários fotógrafos estrangeiros e o estabelecimento de diversos ateliês fotográficos, tornou-se uma referência importante na história da fotografia no Brasil. Piereck foi contemporâneo do português Francisco du Bocage (1860 – 1919) e do pernambucano Manoel Tondella (1861 – 1921), dentre outros. Considerado talentoso, tinha muito prestígio na sociedade pernambucana e, em seu estabelecimento, a Photographia Piereck, eram produzidos “os mais perfeitos trabalhos“. Anunciava como sua especialidade “retratos, grupos de criança e o bello sexo“.

 

 

Muito provavelmente Louis aprendeu seu ofício de fotógrafo convivendo com profissionais em estabelecimentos fotográficos onde seu pai, o pintor acadêmico austríaco Ferdinand (Fernando) Piereck (1844 – 1925), trabalhou como, por exemplo, os ateliês de Henrique Rosén (1840 – 1892), em Campinas; Alberto Henschel (1827 – 1882), no Recife; e o de Carlos Hoenen (18? – ?), em São Paulo. Em 1870, Ferdinand esteve pela primeira vez no Brasil, onde todos os seus cinco filhos, que teve com a tcheca Elizabeth Taussig (1855 – 19?), nasceram: Wilhelmine Ernestine (Guilhermina Christiani) (1878 – 19?), Ferdinand Junior (1879 – ?), Louis (1880 – 1931), Babette (Elizabeth White) (1881 – 19?) e Laura Correia (1882 – 19?). Naturalizou-se brasileiro em 1896. A motivação de sua vinda para o Brasil é incerta. Teria vindo atraido pela natureza tropical? À procura de uma clientela desejosa de que sua prosperidade fosse retratada?

 

 

Em 1904, após uma estadia na Europa, Louis Piereck avisava a amigos, a antigos fregueses e ao público em geral que seu ateliê, a Photographia Piereck, no número 54 da rua dr. Rosa e Silva (1), antiga rua da Imperatriz, no Recife, tinha todos os requisitos necessários a fim de bem servi-los (Jornal Pequeno, 30 de abril de 1904, primeira coluna). Era o mesmo endereço onde havia se localizado o ateliê do fotógrafo Flosculo de Magalhães (18? – 19?).

Casou-se, no Recife, com Hermínia Bastos Tigre (? – 1949), em 31 de janeiro de 1907, e tiveram cinco filhos, Luiz (c. 1907 – 1923), Edgard (1909 – 1993), Carmelita (19? -19?) – que faleceu ainda criança de crupe em uma das viagens da família à Europa -, Helena (19? – 19?) e Hermínia (Baby) (1916 – 1987) (Jornal Pequeno, 31 de janeiro de 1907, quarta coluna).

Louis Piereck conquistou o Grande Prêmio na Exposição Nacional de 1908 e medalhas de ouro na Exposição Internacional de Bruxelas de 1910, na Exposição Internacional de Turim de 1911, na Exposição Internacional do Trabalho de Milão de 1915, e na Exposição Internacional do Centenário da Independência, no Rio de Janeiro, em 1922. Seu estabelecimento fotográfico era uma Casa honrada com a preferência da alta sociedade pernambucana, onde além de produzir e expor fotografias, Piereck vendia equipamentos fotográficos. Frequentemente ia à Europa, de onde trazia as “novidades da arte“.

“Essa conhecida casa, de que é proprietário o habilíssimo e competente artista sr. Luiz Piereck, acaba de ser dotada de importantes melhoramentos e novidades da arte, tonando-se desta sorte o principal estabelecimento do gênero desta capital”

Jornal Pequeno, 20 de fevereiro de 1913

 

A Photographia Piereck também foi palco de exposições de artistas plásticos como Vicente do Rego Monteiro (1899 – 1970), que se tornaria um pintor de renome internacional, e do chargista e caricaturista paraibano Fausto Silvério Monteiro, (? – 1935), o Fininho, pioneiro nas produções de materiais gráficos do cinema pernambucano (Diário de Pernambuco, 7 de janeiro de 1920, primeira colunaDiário de Pernambuco, 27 de agosto de 1922, quinta coluna).

 

 

Acessando o link para as fotografias de Louis Piereck disponíveis na Brasiliana Fotográfica, o leitor poderá magnificar as imagens e verificar todos os dados referentes a elas.

 

Cerca de um ano antes de sua morte, Piereck foi o responsável pela última fotografia do então governador da Paraíba, João Pessoa  (1878 – 1930) que, no dia em que foi assassinado, 26 de julho de 1930, pelo jornalista João Dantas (1888 – 1930), no Recife, esteve na Photographia Piereck, onde tirou novas fotografias a fim de atender a pedidos que constantemente lhe eram feitos por jornalistas, amigos e parentes. O governador estava com o ex-deputado e futuro governador de Pernambuco, Agamenon Magalhães (1893 – 1952), e com o jornalista Caio Lima Cavalcanti (1898 – 1975). Piereck era grande admirador de Pessoa e, segundo noticiado no Correio da Manhã, o encontro dos dois se deu com grande emoção. O assassinato é considerado um dos estopins da Revolução de 30.

 

 

Link para o Hino a João Pessoa (o político), composto por Eduardo Souto e Oswaldo Santiago, cantado por Francisco Alves

O assassino de João Pessoa, João Dantas, e o engenheiro Augusto Caldas, seu cunhado, foram presos na Casa de Detenção do Recife, onde foram encontrados mortos em 6 de outubro (Diário de Pernambuco, 7 de outubro de 1930, primeira coluna). O motivo oficial das morte foi suicídio mas, anos depois, a descoberta de registros fotográficos produzidos por Piereck contribuíram para desacreditar essa versão.

Assim como Júlia de Medeiros, Louis Piereck teve um fim de vida trágico: suicidou-se, em 1931, ingerindo uma alta dose de oxianureto de mercúrio. Ele era viciado em jogo e havia perdido seu patrimônio em corridas de cavalo.

Além da fotografia de Júlia, que pertence ao acervo do Arquivo Nacional, a Brasiliana Fotográfica disponibiliza 12 imagens produzidas por Piereck que pertencem ao acervo da Fundação Joaquim Nabuco. Ambas são instituições parceiras do portal.

 

 assinatura

 

Cronologia de Louis Piereck (1880 – 1931)

 

O fotógrafo Louis Piereck / Blog de Fernando Machado

O fotógrafo Louis Piereck / Acervo da família Piereck

 

1844 – Em Viena, na Áustria, nascimento do pintor Ferdinand (Fernando) Piereck (1844 – 1925), pai de Louis, em 10 de setembro.

1870 – Em 15 de outubro, Ferdinand chegou ao Rio de Janeiro, a bordo do paquete francês Amazone (Jornal do Commercio, 16 de outubro de 1870, sexta coluna).

1875 - Em Viena, em 13 de março, casamento de Ferdinand com Elizabeth Taussig (05/11/1855 – ?), nascida em Praga, de origem judaica. Os dois primeiros filhos do casal, Wilhelmine Ernestine (Guilhermina Christiani) (1878 – 19?) e Ferdinand Junior (1879 – ?), nasceram em Pernambuco. O fotógrafo Louis (1880 – 1931), Babette (Elizabeth White) (1881 – 19?) e Laura Correia (1882 – 19?), em São Paulo.

 

Louis Piereck. Ferdiand e Elizabeth Piereck com três filhos de Louis Piereck: Louis, Edgard e Hermínia (Baby), c. 19?

Ferdinand e Elizabeth Piereck e três de seu netos: Louis, Edgard e Hermínia (Baby), fotografados por Louis Piereck em torno de 1920/ Acervo da família Piereck

 

1876 – Ferdinand partiu do Rio de Janeiro para Pernambuco (O Globo, 1º de janeiro de 1876, quinta coluna). Foi contratado para trabalhar na Photographia Allemã de  Alberto Henschel (1827 – 1882) no Recife (Jornal do Recife, 14 de janeiro de 1876).

1877 – Ferdinand  foi contratado para ser o responsável pela pela policromia das fotopinturas a óleo e aquarela da Photographia Allemã, de Carlos Hoenen (18?-?), inaugurada em 1º de setembro de 1875, na rua do Carmo, 74, em São Paulo (Correio Paulistano, 31 de agosto de 1875, última coluna; Correio Paulistano, 23 de novembro de 1877).

1878 – Ferdinand ainda trabalhava no estabelecimento de Hoenen (Correio Paulistano, 30 de julho de 1878) e foi, muito provavelmente, o autor da pintura do teto de um dos cômodos do Grande Hotel, da Rua São Bento (Revista do IPHAN, nº 10, 1946), de propriedade de dois comerciantes: o teuto-suíço Frederico Glette (? – 1886) e o alsaciano Victor Nothmann (? – 1905).

 

 

Foi também o autor de uma pintura de tema religioso realizada para a Igreja da Penha (A Província de São Paulo, 28 de julho de 1878).

Transferiu-se para Campinas, onde trabalhou no ateliê Photographia Campinense, do sueco Henrique Rosén (1840 – 1892), na época o mais importante fotógrafo do interior paulista, que, posteriormente, em janeiro de 1890, foi nomeado cônsul do Brasil da Suécia e da Noruega (Relatório do Ministério das Relações Exteriores, 1891; Jornal do Brasil, 12 de junho de 1891, primeira coluna). A expansão cafeeira no oeste paulista fez com que vários fazendeiros alojassem em suas casas artistas que retratavam suas famílias. Ferdinand pintou diversos barões do café e, neste ano, pintou o retrato de dom Pedro II, que está no casarão da Fazenda  Pinhal, em São Carlos, São Paulo.

 

 

Sua primeira filha, Wilhelmine (Guilhermina) (1878 -?), nasceu em Pernambuco.

1879 – Nascimento do segundo filho do casal Ferdinand e Elizabeth, Ferdinand Junior, em Pernambuco.

1880 – Nascimento de Louis Piereck, em 13 de outubro, em Campinas (Jornal Pequeno, 13 de outubro de 1919, terceira coluna; Jornal do Recife, 13 de outubro de 1923, primeira coluna; Diário de Pernambuco, 14 de outubro de  1930, sexta coluna). Algumas fontes informam o ano de nascimento 1878, e, por vezes, indicam como local de seu nascimento a Áustria ou a Suíça, mas documentação enviada da Áustria para familiares do fotógrafo apontam 1880 e Campinas como o ano e o local corretos do nascimento do fotógrafo.

1881 – 1882 – Em São Paulo, nascimento dos últimos filhos do casal Ferdinand e Elizabeth: Elizabeth (Babette) (1881 – 19?) e Laura (1882 – 19?) .

1886 - Ferdinand Piereck, que havia voltado de Viena, foi contratado pela Photographia Allemã, de Albert Henschel (1827 – 1882), localizada na rua do Barão da Vitória, nº 52, no Recife. O gerente do estabelecimento era o também austríaco Constantino Barza (Jornal do Recife, 3 de março de 1886).

 

 

1887 – Segundo passaporte emitido na Áustria, em 16 de abril de 1887, para Ferdinand (Fernando) Piereck, com validade de três anos, ele estava em Viena, e viria ainda naquele ano para o Brasil. Aqui, após ter visitado as principais galerias durante sua viagem, voltou a trabalhar na Photographia Allemã, ficando encarregado dos retratos a óleo (Jornal do Recife, 26 de maio de 1887, quarta coluna).

1892 – De acordo com propaganda veiculada em 1910, a fundação do ateliê fotográfico de Louis Piereck teria ocorrido neste ano (Jornal Pequeno, 14 de novembro de 1910). Em janeiro de 1892, foi inaugurada a Photographia Brazil, de Flosculo de Magalhães (18? – 19?),  na rua da Imperatriz 54 A (que em 1895 passou a chamar-se rua dr. Rosa e Silva), primeiro estabelecimento do gênero no bairro da Boavista (Jornal do Recife, 6 de janeiro de 1892, terceira coluna). Em 1901, 1902 e 1903 continuava a funcionar no mesmo endereço. Flosculo mudou-se, em 1904, com a família para o Rio de Janeiro (A Província, 6 de novembro de 1901, quinta colunaA Província, 21 de janeiro de 1902, penúltima colunaA Província, 30 de janeiro de 1904, segunda colunaA Província, 1º de setembro de 1904, segunda coluna). É o mesmo endereço que, a partir de 1904, foi anunciado como o da Photographia Piereck (Jornal Pequeno, 30 de abril de 1904, primeira coluna). Teriam os fotógrafos trabalhado juntos ou Piereck teria sucedido Flosculo no mesmo endereço?

1895 – Louis enviou um cartão de felicitações a sra. H. Barza. Seria uma parente de Constantino Barza (18? – ?), que havia sido o gerente da Photographia Allemã, de Henschel (1827 – 1882)? (Jornal do Recife, 1º de novembro de 1895, terceira coluna.

1896 - Seu pai, Ferdinand (Fernando) Piereck, naturalizou-se brasileiro, em 22 de maio de 1896 (Gazeta de Notícias, 25 de maio de 1896, quinta coluna).

1899 - Fazia parte de um Club de Photographia que distribuiu prêmios durante o ano de 1899 e 1900. O primeiro sorteio premiou o sócio Tito Rosas e o segundo, Alfredo Garcia (Jornal Pequeno, 2 de janeiro de 1899, terceira coluna).

Morava no Entroncamento nº 37 (Jornal do Recife, 30 de julho de 1899, sexta coluna).

1900 - Possuía um estabelecimento fotográfico, em Campina Grande, na Paraíba.

1904 – Seu estabelecimento fotográfico, a Photographia Piereck, ficava no número 54 A  da rua dr. Rosa e Silva (1), antiga rua da Imperatriz, no Recife, mesmo endereço onde havia se localizado anteriormente o ateliê do fotógrafo Flosculo de Magalhães (18? – 19?). Foi anunciado que Piereck havia chegado há pouco da Europa onde havia se dedicado com esmero à arte fotográfica. Avisava a amigos, a antigos fregueses e ao público em geral que seu ateliê tinha todos os requisitos necessários a fim de bem servi-los (Jornal Pequeno, 30 de abril de 1904, primeira coluna).

 

 

Na mesma rua dr. Rosa e Silva, no número 39, ficava a Modern Photograph, de Manoel Ribeiro Filho (18? – 19?) (Diário de Pernambuco, 20 de fevereiro de 1904, terceira coluna).

Piereck retratou a atriz e cantora Vittorina Cesana (1896? – 19?) caracterizada para o papel de militar da opereta Os 28 dias de Clarinha. Durante a apresentação da peça, no Teatro Santa Izabel, no Recife, esta fotografia foi distribuida aos espectadores (Jornal Pequeno, 21 de julho de 1904, terceira colunaDiário de Pernambuco, 23 de julho de 1904, penúltima coluna).

Na Photographia Piereck e na Maison Chic estavam sendo vendidos exemplares de A Linguagem dos selos pelo cartão postal ou o dicionário do amor pelo correio (Jornal Pequeno, 12 de outubro de 1904).

 

 

Seu pai, o pintor acadêmico Ferdinand (Fernando) Piereck, trabalhava na Photographia Piereck (Jornal Pequeno, 20 de outubro de 1904, quarta coluna).

1905 - Foi anunciada uma grande exposição artística na Photographia Piereck (A Província, 8 de abril de 1905).

Houve uma liquidaçao de cartões-postais em seu estabelecimento (Jornal Pequeno, 14 de junho de 1905, segunda coluna).

1906 – Estavam em exposição na Photographia Piereck o retrato de todos os presidentes da Câmara de Deputados Estaduais de Pernambuco desde a proclamação da República: José Maria, Moreira Alves, José Marcelino, Elpidio Figueireido, Mota Silveira e João Coimbra (Jornal do Recife, 20 de fevereiro de 1906, sétima coluna).

Anunciava seu estabelecimento fotográfico como uma Casa honrada com a preferência da alta sociedade pernambucana (Jornal do Recife, 23 de fevereiro de 1906, oitava coluna).

Anúncio da contratação do casamento com Hermínia Bastos Tigre, irmã do poeta, bibliotecário, publicitário e jornalista Manuel Bastos Tigre (1882 – 1957), filha do negociante Delfino Tigre (18? – 1932) e de Maria Leontina Bastos Tigre (18? – 1926) e publicação das proclamas (Diário de Pernambuco, 5 de outubro de 1906, penúltima coluna; e Jornal do Recife, 25 de dezembro de 1906, quarta coluna). Uma curiosidade: o cunhado de Piereck, Manuel Bastos Tigre, foi o responsável pelo slogan da Bayer que se tornou famoso em todo o mundo: “Se é Bayer é bom“. É também o autor da letra da música Chopp em Garrafa, com música de Ary Barroso (1903 – 1964), que foi interpretada por Orlando Silva (1915 – 1978). Foi inspirada no produto que a Brahma passou a engarrafar. Sucesso do carnaval de 1934, é considerado o primeiro jingle publicitário do Brasil. Foi também o autor do livro Meu Bebê: livro das mamães para anotações sobre o bebê desde seu nascimento. O Dia do Bibliotecário, 12 de março, dia de seu nascimento, foi instituído, em 1980, em sua homenagem.

1907 – Louis Piereck produziu as fotografias da turma de bacharéis de 1906 (Jornal Pequeno, 5 de janeiro de 1907, primeira coluna).

 

 

 

Casou-se, no Recife, com Hermínia Bastos Tigre (? – 1949), em 31 de janeiro de 1907, e tiveram cinco filhos, Luiz (c. 1907 – 1923), Edgard (1909 – 1993), Carmelita (19? -19?) – que faleceu ainda criança de crupe em uma das viagens da família à Europa -, Helena (19? – 19?) e Hermínia (Baby) (1916 – 1987) (Jornal Pequeno, 31 de janeiro de 1907, quarta coluna).

 

família piereck 2

Da esquerda para a direita: Louis (filho primogênito do fotógrafo), Hermínia, sua mulher; Edgard (seu filho), o fotógrafo Louis Piereck, duas irmãs de Hermína e a mãe de Hermínia, Maria Leontina Bastos Tigre, em um navio indo para a Europa, década de 10 / Acervo da família Piereck

 

Anunciava utilizar na Photografia Piereck o processo Van Bosch, garantido para os climas tropicais (Jornal Pequeno, 24 de maio de 1907).

 

 

Anunciou a Alta Novidade Photo-Pintura-Esmaltada como exclusividade da Photographia Piereck (Jornal Pequeno, 9 de dezembro de 1907). Com esta técnica foram realizados os retratos do desembargador Sigismundo Gonçalves (1845 – 1915) e do senador Rosa e Silva (1847 – 1929), expostos no depósito da Fábrica Lafayette (Jornal Pequeno, 13 de dezembro de 1907, primeira coluna).

1908 – A Photographia Piereck ficou incumbida pelo retrato do príncipe Luiz Felipe de Portugal (1887 – 1908), assassinado em 1º de fevereiro de 1908, que seria colocado na galeria do Real Hospital Português de Pernambuco (Jornal do Recife, 22 de fevereiro de 1908, oitava coluna).

Exposição na Fábrica Lafayette, na rua 1º de Março, do retrato em photo-pintura-esmaltada do coronel Cornélio Padilha (18? – 19?), realizado pela Photographia Piereck. O retrato seria dado ao coronel por amigos na ocasião de sua chegada da Europa (Jornal do Recife, 16 de setembro de 1908, última coluna).

A Photographia Piereck conquistou o Grande Prêmio na Exposição Nacional de 1908 (Diário de Pernambuco, 10 de dezembro de 1908, primeira colunaGutemberg, 31 de dezembro de 1908Jornal Pequeno, 3 de junho de 1909, última coluna).

 

 

1909 – Foi publicada uma lista de personalidades fotografadas pelo sistema “Esmalte Piereck” (Jornal Pequeno, 3 de junho de 1909).

 

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Exposição de um retrato do ex-presidente Afonso Pena (1847 – 1909) na Photographia Piereck (Diário de Pernambuco, 24 de junho de 1909, penúltima coluna).

Louis Piereck embarcou, em 10 de outubro, para a Europa, a bordo do Aragon, e anunciou que seu ateliê fotográfico continuaria funcionando. Retornou em 9 de dezembro de 1909 (A Província, 10 de outubro de 1909, terceira colunaJornal do Recife, 24 de outubro de 1909, terceira colunaA Província, 10 de dezembro de 1909, quinta coluna).

1910 – Na Fábrica Lafayette, exposição de retratos produzidos por Piereck, feitos por um novo e belíssimo processo, o mais moderno da arte fotográfica, imitação de fina gravura em relevo (A Província, 14 de janeiro de 1910, última coluna).

Venda de quadros e molduras a varejo e no atacado na Photographia Piereck (A Província, 30 de maio de 1910, quinta coluna).

A Photographia Piereck conquistou a Medalha de Ouro na Exposição Internacional de Bruxelas, realizada entre 23 de abril e 1º de novembro de 1910 (Diário de Pernambuco, 1º de novembro de 1910, última coluna). Também participaram da exposição os pintores brasileiros Lucilio de Albuquerque (1877 – 1939) e Antônio Parreiras (1860 – 1937). O encarregado pelos concertos de música brasileira no evento foi o maestro cearense Alberto Nepomuceno (1864 – 1920), então diretor do Instituto Nacional de Música. O pavilhão brasileiro foi projetado pelo arquiteto belga Franz van Ophen (18? – 19?).

 

 

Em 15 de novembro de 1910, foi inaugurada a instalação elétrica da Photographia Piereck (Jornal Pequeno, 14 de novembro de 1910).

 

 

O quadro das novas professoras formadas no Colégio Prytaneu foi confeccionado e exposto na Photographia Piereck (A Província, 28 de novembro de 1910, segunda coluna).

1911 A Photographia Piereck ganhou a Medalha de Ouro na Exposição de Turim, realizada entre 29 de abril e 19 de novembro de 1911 (Almanach de Pernambuco, 1912).

 

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Medalha de Ouro da Exposição de Turim / Acervo da família Piereck

 

Nessa mesma exposição, o fotógrafo amador alagoano Luis Lavènere Wanderley (1868 – 1966) também foi premiado com uma Medalha de Ouro exibindo fotografias sobre madeira, sobre porcelana e quadros de gênero  (Leituras para todos, janeiro de 1912).

 

 

O fotógrafo austríaco radicado no Brasil Otto Rudolf Quaas (c. 1862 – c. 1930) recebeu a Medalha de Prata. Segundo artigo de Boris Kossoy, publicado no O Estado de São Paulo, de 4 de março de 1973,  o fotógrafo Valério Vieira (1862 – 1941) participou da Exposição Universal de Turim, durante a qual foi agraciado com a comenda de Cavaleiro da Coroa, concedida pelo rei da Itália, por sua defesa da causa da imigração italiana para o fotógrafo Valério Vieira (1862 – 1941).

 

 

Em uma exposição do quadro de bacharéis em Ciências Jurídicas e Sociais da Faculdade de Direito na Photographia Piereck, a iluminação do ateliê foi descrita e referida como responsável por um surpreendente efeito luminoso. O evento, muito concorrido, contou com a apresentação da banda do 49º Batalhão de Caçadores (A Província, 6 de dezembro de 1911, quarta coluna).

1912 –  Exposição de um retrato de Eudoro Correia (1869 – 1961), prefeito do Recife, na Photographia Piereck. O retrato seria ofertado ao prefeito pelos carvoeiros da casa Cory Brothers (Jornal do Recife, 19 de abril de 1912).

Mais uma vez, o quadro de retratos das novas professoras formadas no Colégio Prytaneu foi confeccionado e exposto na Photographia Piereck (Jornal Pequeno, 16 de maio de 1912, quarta coluna).

A Photographia Piereck também confeccionava elegantes e custosas molduras (Jornal Pequeno, 20 de junho de 1912, última coluna).

Em julho, Louis Piereck foi passar uma temporada na Europa e deixou na direção de seu estabelecimento seu antigo auxiliar J. de Oliveira Lopes. Seu amigo Delfino da Silva Tigre cuidaria de seus assuntos particulares e comerciais (Jornal do Recife, 18 de julho de 1912, terceira coluna).

1913 – A bordo do Araguaya, Louis Piereck retornou de uma viagem à Europa quando visitou vários estabelecimentos fotográficos, especialmente em Viena e em Berlim. Comprou a patente para o processo fotográfico esmalte ouro para a América do Sul. Além disso, adquiriu uma utilíssima e magnífica máquina para operação em atelier, tipo 1912, a mais aperfeiçoada invenção e dotada de uma fina objetiva do importante cabricante Carl Zeiss…esse aparelho é o único que consegue apanhar clichês representando a maior naturalidade e nitidez, visto como o fotografado não vê diante de si a câmara, mas um grande espelho, onde se reflete a sua imagem, podendo desta natureza o artista, no momento crítico, apanhar uma fisionomia com a expressçao mais viva e natural. No interior da máquina  existe um aparelho instantâneo automático, de maneira que a pessoa que está sendo fotografada, por mais nervosa que seja, não pode modificar a expressão do rosto, evitando assim as tão frequentes reclamações de que “o trabalho não está bom a cópia não foi fiel”. Trouxe também fundos e decorações, uma coleção de animais para fotos com crianças, um projetor automático e elétrico, o maior do gênero em Pernambuco, que permitia apanhar no dia mais escuro qualquer clichê e um graduador automático de regulamentação de luz nas provas. Finalmente, comprou também uma rica e elegante cartonagem para a produção de um belíssimo efeito no acabamento dos retratos (Jornal do Recife, 1º de fevereiro de 1913, penúltima colunaJornal Pequeno, 20 de fevereiro de 1913, segunda coluna; e A Província, 25 de fevereiro de 1913, quarta coluna).

 

 

“Essa conhecida casa, de que é proprietário o habilíssimo e competente artista sr. Luiz Piereck, acaba de ser dotada de importantes melhoramentos e novidades da arte, tonando-se desta sorte o principal estabelecimento do gênero desta capital”.

Louis Piereck anunciou que havia reassumido a direção técnica de seu estabelecimento e a nova máquina fotográfica adquirida na Europa foi exposta na Photographia Piereck (Jornal Pequeno, 26 de fevereiro de 1913, terceira colunaJornal Pequeno, 1º de março de 1913, primeira coluna).

Anunciou possuir os aparatos mais modernos e necessários para transformar seu ateliê em um interior de igreja para os atos de 1ª Comunhão, casamentos e batizados (Jornal Pequeno, 7 de abril de 1913, primeira coluna).

 

A Photographia Piereck inaugurou seu serviço fotográfico noturno sem o processo do magnésio (Jornal Pequeno, 13 de junho de 1913, penúltima coluna).

 

 

A Photographia Piereck foi contratada para realizar o quadro dos formandos da Escola de Farmácia (A Província, 24 de julho de 1913, terceira coluna).

Em 14 de novembro, no Teatro Santa Izabel, no Recife, foi entregue a Medalha de Ouro conquistada por Louis Piereco, na Exposição Internacional de Turim, em 1911 (Jornal Pequeno, 15 de novembro de 1913, terceira coluna).

 

 

Foi noticiado que Louis Piereck embarcaria para a Europa com a família. Teria aceito a incumbência de realizar para o Jornal Pequeno reportagens fotográficas nas principais cidades que visitasse (Jornal Pequeno, 29 de novembro de 1913, segunda colunaJornal do Recife, 18 de abril de 1915, segunda coluna).

Na Photographia Piereck, exposição de um quadro com retratos da tripulação vencedora, do Club Náutico, do páreo de honra da última regata (Jornal Pequeno, 13 de dezembro de 1913, última coluna).

1914 – Exposição do quadro das professoras da Escola Normal Pinto Junior, confeccionado no ateliê fotográfico de Piereck que foi decorado, para o evento, em estilo japonês. Na ocasião, houve a apresentação de uma banda militar (A Província, 21 de novembro de 1914, última colunaJornal do Recife, 24 de novembro de 1914, última coluna).

1915 – Ganhou o Grande Prêmio de Honra e uma Medalha de Ouro na Exposição Internacional do Trabalho em Milão.

 

Grande Prêmio de Honra, em Milão, 1915 / Arquivo da família Piereck

Grande Prêmio de Honra, Milão, 1915 / Acervo da família Piereck

 

Após uma longa viagem pela Europa, iniciada em fins de 1913, quando esteve em Viena, Paris e Berlim, Louis Piereck e sua família voltaram para o Recife, a bordo do transatlântico Avon. Trouxe para seu ateliê recentes descobertas fotográficas, dentre elas o processo de Pigment ou carvon verdadeiro, em que se notam nas provas 20 e tantas cores diferentes. Adquiriu também aparelhos para a execução de trabalhos esmaltados em moldura de diversos formatos – ovais, medalhões, redondos, quadrados, dentre outros – , e máquinas fotográficas para a realização de instantâneos de toda natureza … podendo apanhar as imagens com a rapidez de 2500 de segundo (Jornal do Recife, 18 de abril de 1915, segunda coluna; A Província, 23 de abril de 1915, segunda coluna; A Província, 27 de abril de 1915, quinta colunaJornal Pequeno, 28 de maio de 1915, penúltima coluna). Reassumiu seu estabelecimento fotográfico em 1º de junho (A Província, 27 de maio de 1915, segunda coluna).

Era o único depositário para todo o Brasil do medicamento Expulsin, fabricado em Berlim para o combate à gota, reumatismo e artrite (A Província, 27 de junho de 1915, primeira coluna; A Província, 17 de março de 1917, última coluna).

O inspetor de higiente, dr. Gouveia de Barros, foi retratado na Photographia Piereck (Jornal Pequeno, 4 de agosto de 1915, última coluna).

Inauguração de diversos e importantes melhoramentos na Photographia Piereck, dentre eles o aumento da iluminação elétrica. Havia no ateliê um espaçoso laboratório para lavagem, revelação e fixagem de chapas, uma prensa automática e elétrica para a impressão de provas e também um aparelho para o serviço de ampliação. Havia também a seção de colagem, cortagem de cartão e abertura de firma da casa e outros distintivos, além da sala de fotografia e da seção de molduras. Nesta ocasião, trabalhavam no ateliê os artistas Gustavo Fischer e o alemão Phil Schafer, que havia trabalhado no ateliê Hubart & Cia, no Rio de Janeiro (Jornal Pequeno, 29 de dezembro de 1915, última coluna).

1916 - Piereck esteve por cerca de três meses na Europa e reassumiu a direção artística de seu ateliê, em 30 de junho de 1916. Trouxe para seu estabelecimento um aparelho para fotografias noturnas usado nas grandes casas da Europa. Adquiriu também uma belíssima cartonagem, o que havia de mais chic e novo no gênero (Jornal Pequeno, 1º de julho de 1916, última coluna).

Viajou a passeio para o Rio de Janeiro (Jornal Pequeno, 22 de agosto de 1916, última coluna).

1917 - Em um aviso publicado no jornal A Província, Piereck denunciou fotógrafos que, usando de má fé, apresentavam-se como seus representante (A Província, 3 de abril de 1917, última coluna).

 

 

Devido à manifestações contra a Alemanha ocorridas no Recife, Piereck procurou a redação do Jornal do Recife e declarou, mostrando documentos, ser brasileiro (Jornal do Recife, 12 de abril de 1917, primeira coluna).

A Photograhia Piereck foi escolhida para realizar o quadro de retratos dos bacharelandos de Direito de 1917 (Jornal Pequeno, 26 de maio de 1917, última coluna).

Anúncio da instalação, na Photographia Piereck, de uma importante e bem montada oficina para o fabrico de molduras, a cargo de competentes artistas (Jornal Pequeno, 26 de julho de 1917).

No quarto e mais importante páreo da regata promovida pelo Club Sportivo Almirante Barroso, foi disputado pela primeira vez o rico e elegante brinde “Photo Piereck”, oferecido pela conceituada Photographia Piereck  (Jornal Pequeno, 4 de agosto de 1917, quinta coluna).

 

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Foi noticiado que Gustavo Fischer havia deixado de ser o auxiliar de Louis Piereck, por sua livre e espontânea vontade. Ele passou a gerenciar a Photographia Chic (Diário de Pernambuco, 23 de outubro de 1917, primeira colunaJornal Pequeno, 24 de outubro de 1917, última coluna).

1918 - Mais uma vez, a Photographia Piereck foi a responsável pela realização do quadro de bacharéis da Faculdade de Direito (A Província, 7 de fevereiro de 1918, segunda coluna).

 

 

Exposição de diversos retratos na Photographia Piereck (Jornal Pequeno, 2 de agosto de 1918, terceira coluna).

1919 – As capas da revista Vida Moderna passaram a trazer fotografias cedidas pela Photographia Piereck (Vida Moderna (PE), 5 de julho de 1919).

 

 

Inauguração na Photographia Piereck do quadro dos engenheiros formados em 1919 na Escola Livre de Engenharia. O passe-partout havia sido confeccionado pelo artista Moser (Jornal do Recife, 16 de agosto de 1919, penúltima coluna).

Realização de um magnífico trabalho na Photographia Piereck. Quadro do corpo médico e da junta administrativa de 1948, do Hospital Português (Jornal Pequeno, 20 de agosto de 1919, segunda coluna).

Foi anunciada a venda, na Photographia Piereck, de novas tintas para artistas pintores (Jornal Pequeno, 7 de outubro de 1919, primeira coluna).

A Photographia Piereck foi, de novo, a responsável pela realização do quadro de bacharéis da Faculdade de Direito (A Província, 10 de dezembro de 1919, penúltima coluna).

Na Photographia Piereck, inauguração do quadro de retratos dos professores da Escola Normal: Julio Pires Ferreira, França Pereira, Arthur Cavalcanti e José Ferreira Muniz (A Província, 13 de dezembro de 1919, quarta coluna).

1920 – O pintor Vicente do Rego Monteiro (1899 – 1970) fez uma exposição de ilustrações e aquarelas na Photographia Piereck (Diário de Pernambuco, 7 de janeiro de 1920, primeira coluna). Rego Monteiro trouxe para o Recife, em 1930, uma exposição de artistas da Escola de Paris, que foi a primeira mostra internacional de arte moderna realizada no Brasil, com artistas ligados às grandes inovações nas artes plásticas, como o cubismo e o surrealismo. Foram expostas, dentre outras, obras de Fernand Léger (1881 – 1955), Georges Braque (1882 – 1963), Joan Miró (1893 – 1983) e Pablo Picasso (1881 – 1973), além de trabalhos dele.

 

 

Estavam à venda na Photographia Piereck, as chapas fotográficas de fabricação alemã que, devido à guerra e a consequente interrupção das exportações, passaram muito tempo em falta. Outros produtos fotográficos também eram vendidos no ateliê (A Província, 22 de julho de 1920, primeira colunaA Província, 20 de agosto de 1920, última coluna).

 

 

A Photographia Piereck foi escolhida para realizar o quadro de retratos dos formandos em odontologia (Jornal do Recife, 7 de agosto de 1920, quinta coluna).

Os retratos do presidente do Brasil, Epitácio Pessoa (1865 – 1942), e do governador de Pernambuco, José Rufino Bezerra Cavalcanti (1865 – 1922), realizados pela Photographia Piereck, foram expostos durante a realização da comemoração do primeiro ano de governo de Bezerra CAvalcanti (A Província, 18 de dezembro de 1920, quarta coluna).

1921 – A Photographia Piereck realizou o quadro de retratos dos formandos da Faculdade de Direito e dos farmacêuticos (Jornal do Recife, 13 de janeiro de 1921, sexta colunaA Província, 3 de dezembro de 1921, segunda coluna).

Piereck Irmãos vendiam carros (Diário de Pernambuco, 20 de janeiro de 1921).

A Photographia Piereck recebeu da Alemanha cartonagem para retratos de formatos visita e álbum em cores sortidas com os seus respectivos envelopes transparentes (A Província, 30 de janeiro de 1921, quarta coluna).

Exposição de diversos retratos na Photographia Piereck, uma das melhores de nosso país (A Província, 11 de fevereiro de 1921, primeira coluna).

Louis Piereck reassumiu, em 15 de setembro, a direção de seu estabelecimento (A Província, 20 de setembro de 1921, última coluna).

Phil Schafer, gerente da Photographia Piereck, anunciou que havia se desligado do estabelecimento e oferecia seus serviços profissionais de ampliação, sua especialidade, assim como outros ligados à fotografia. Posteriormente abriu um estabelecimento fotográfico na rua da Imperatriz, 285, bem perto da Photographia Piereck (Jornal Pequeno, 20 de setembro de 1921, última colunaAlmanak Laemert, 1927, última coluna).

O Club Sportivo Almirante Barroso conquistou algumas taças nas regatas realizadas na baciaa do Capiberibe, uma delas a Taça Photo Piereck (A Província, 20 de setembro de 1921, segunda coluna).

Houve um incêndio na Photographia Piereck devido a um curto-circuito na fiação elétrica (Jornal Pequeno, 6 de dezembro de 1921, quinta colunaA Província, 7 de dezembro de 1921, última coluna).

1922 – Foi premiado com a Medalha de Ouro na Exposição Internacional do Centenário da Independência, realizada no Rio de Janeiro (A Província, 11 de julho de 1924, primeira coluna).

A Photo Piereck anunciou a chegada de uma nova remessa de chapas alemães do afamado fabricante Schleussner. No mesmo anúncio aconselhava os fotógrafos e amadores: só usem chapas preparadas com emulsão tropical  (Diário de Pernambuco, 19 de janeiro de 1922, terceira coluna). No mesmo ano, foi anunciada a chegada de uma remessa da tinta Helios, especiais para a pintura de tecidos (Diário de Pernambuco, 14 de juho de 1922, terceira coluna).

A Photographia Piereck realizou o quadro de retratos das professoras formadas na Escola Normal de Pernambuco (Diário de Pernambuco, 2 de fevereiro de 1922, sexta coluna).

Nascimento de Fernando Carlos, filho de Elizabeth Piereck White, irmã de Louis, que era casada com Fernando White (Jornal Pequeno, 16 de fevereiro de 1922, quinta coluna).

Durante as exéquias celebradas, na basílica Nossa Senhora da Penha, em memória de José Rufino Bezerra Cavalcanti (1865 – 1922), foi exibido um retrato a óleo, realizado pela Photographia Piereck na época em que ele foi ministro da Agricultura, entre 1915 e 1917 (Diário de Pernambuco, 28 de abril de 1922, quarta coluna).

Após concorrer com o fotógrafo Fidanza – curiosamente, mesmo sobrenome do fotógrafo português Felipe Augusto Fidanza (c. 1847 – 1903) – , foi escolhido para realizar o quadro de retratos dos bacharéis da Faculdade de Direito (A Província, 12 de maio de 1922, quinta coluna).

Na Photographia Piereck, exposição do chargista e caricaturista paraibano Fausto Silvério Monteiro, (? – 1935), Fininho, pioneiro nas produções de materiais gráficos do cinema pernambucano. Pode ser considerado como um dos primeiros artistas gráficos a trabalhar para o cinema no Brasil (Diário de Pernambuco, 27 de agosto de 1922, quinta coluna).

 

 

A Photo Piereck anunciava-se como a única importadora em Pernambuco de produtos fotográficos.

 

 

Foi, de novo, o responsável pela realização do quadro de retrato de bacharéis da Faculdade de Direito (Diário de Pernambuco, 15 de dezembro de 1922, quinta coluna).

1923 - Ferdinand Piereck Junior noticiou que seu irmão, Louis Piereck, estava se retirando da firma Piereck Irmãos, que ficava na Praça da Independência 31 e que havia há pouco anunciado a venda de tintas e anilinas de Brauns (A Província, 24 de abril de 1923, segunda coluna).

Exposição na Photographa Piereck do retrato do senador Manoel Borba (1864 – 1928), que seria colocado na Prefeitura de Jaboatão (Jornal Pequeno, 9 de junho de 1923, primeira coluna).

Eram vendidas na Photographia Piereck máquinas fotográficas Kodack Goerz, além de outros produtos fotográficos da marca Gevaert (Jornal Pequeno, 16 de janeiro de 1923, última colunaJornal Pequeno, 10 de julho de 1923, segunda coluna).

 

 

O alemão Martin Schumann dirigia a seção de retratos a óleo, pastel, aquarelas e ampliações fotográficas da Photographia Piereck. Anteriormente, já havia dirigido uma academia em Dresden onde ensinava essas técnicas. Em homenagem à data da independência do Brasil, foi realizada uma exposição na Photo Piereck de quadros a óleo e trabalhos outros do gênero (Jornal Pequeno, 5 de setembro de 1923, quinta colunaA Província, 7 de setembro de 1923, quarta coluna).

 

 

Morte do primogênito de Louis e Hermínia Piereck, Luiz, que estudava no Colégio Synodal, em Santa Cruz, no Rio Grande do Sul (Jornal Pequeno, 30 de novembro de 1923, primeira coluna).

Publicação de propagandas das lentes Goerz, vendidas na Photographia Piereck (Diário de Pernambuco9  e 30 de dezembro de 1923).

 

 

“A memória nem sempre é fiel….É recem-casado?…De futuro a sua alegria será enorme” – de uma propaganda da Photo Piereck (Jornal Pequeno, 31 de dezembro de 1923, última coluna).

 

 

1924 - Mário Araújo Sobrino e Felipe Nery dos Santos trabalhavam como auxiliares na Photographia Piereck  (Diário de Pernambuco, 14 de fevereiro, segunda coluna; e Diário de Pernambuco, 27 de maio de 1924, terceira coluna).

Realizou o quadro de retratos dos bacharéis em ciências comerciais (A Província, 29 de março de 1924, quarta coluna).

Exposição, na Photographia Piereck, do quadro de retratos dos formandos da Escola de Engenharia de Pernambuco. O passe-partout foi de autoria do pintor H. Moser  (Diário de Pernambuco, 5 de abril de 1924, quarta coluna).

Na Photographia Piereck eram vendidos diversos equipamentos fotográficos (Jornal Pequeno, 21 de maio de 1924).

 

 

Exposição na vitrine da Photographia Piereck de um magnífico retrato busto em tamanho natural enfaixado em rica moldura do abastado comerciante e nosso particular amigo coronel Othon Mendes Bezerra de Mello (Jornal Pequeno, 2 de setembro de 1924, segunda coluna).

Ganhou uma Medalha de Ouro do Instituto Agrícola,  no Rio de Janeiro.

1925 – Inauguração, na Photographia Piereck, do quadro de retratos de bacharéis da Faculdade de Direito (Diário de Pernambuco, 12 de março de 1925, primeira coluna).

 

 

Publicação de fotografias de Piereck na Revista de Pernambuco (Revista de Pernambuco, março de 1925).

 

 

Anunciou a venda de vários produtos “Para photografia!” como prensa de copiar 13:18 9:12, bacias de porcelana e ágata, copas de graduar, balanças, vidros finos despolidos, rubi e calibres diversos. Vendia também papéis mate e brilhantes de diversos fabricantes, além de cartolinas (Diário de Pernambuco, 31 de maio de 1925, terceira colunaDiário de Pernambuco, 4 de julho de 1925, primeira coluna).

A Photographia Piereck foi responsável pelo quadro de retratos da primeira turma de médicos formados na Faculdade de Medicina do Recife (A Província, 6 de dezembro de 1925, terceira coluna).

Falecimento de seu pai, Ferdinand, em sua casa na estrada dos Aflitos, 192 (Jornal do Recife, 12 de dezembro de 1925, segunda coluna).

1926 – Falecimento da sogra de Piereck, Maria Leontina Bastos Tigre (Jornal Pequeno, 4 de janeiro de 1926)

A Photo Piereck anunciava uma grande novidade, o metallon, um papel fotográfico ideal para efeitos artísticos (Diário de Pernambuco, 28 de março de 1926).

 

 

O chargista  e caricaturista Fausto Silvério Monteiro (? – 1935), Fininho, trabalhava na Photographia Piereck, na rua da Imperatriz, 198  (Jornal do Recife, 10 de abril de 1926, quinta coluna).

A Photographia Piereck produziu o quadro de retrato das primeiras diplomadas em Comércio do Instituto Nossa Senhora do Carmo (Jornal do Recife, 20 de novembro de 1926, quarta coluna).

1927 – Foi o responsável pelo quadro de retratos da Turma do Centenário da Faculdade de Direito do Recife (Diário de Pernambuco, 21 de abril de 1927, sexta coluna).

Foi noticiada uma reforma na Seção de amadores da Photo Piereck (Jornal Pequeno, 18 de julho de 1927, última coluna).

1928 – Anunciou a chegada novas remessas de papel Leonar, chapas Eisenberger (Jornal Pequeno, 8 de março de 1928, última coluna).

A Photographia Piereck realizou a fotografia de dom Miguel de Lima Valverde (1872 – 1951), arcebispo de Olinda e Recife (Diário de Pernambuco, 22 de julho de 1928, quarta coluna).

Em um anúncio, convidava os fotógrafos amadores a ver a nova Vest pocket à venda na Photographia Piereck (Jornal Pequeno, 22 de novembro de 1928, segunda coluna)

1929 - Também eram vendidos na Photographia Piereck produtos da Kodak, da Agfa, da Hauff e de outros fabricantes (Jornal Pequeno, 2 de janeiro de 1929, segunda coluna).

Um retrato da Photographia Piereck era um dos prêmios oferecidos à vencedora do concurso de beleza que elegeu a Miss Pernambuco, Connie Brás da Cunha (Jornal Pequeno, 21 de março de 1929, quarta coluna).

A professora e feminista Júlia Augusta de Medeiros (1896 – 1972) ofereceu à feminista e presidente da Federação Brasileira para o Progresso Feminino, Bertha Lutz (1894 – 1976), uma fotografia sua produzida por Louis Piereck, datada de 5 de maio de 1929.

 

 

1930 - No dia em que foi assassinado, 26 de julho de 1930, pelo jornalista João Dantas (1888 – 1930), no Recife, o então governador de Paraíba, João Pessoa (1878 – 1930), esteve na Photographia Piereck, onde tirou novas fotografias a fim de atender a pedidos que constantemente lhe eram feitos por jornalistas, amigos e parentes. O governador estava com Agamenon Magalhães (1893 – 1952), na época ex-deputado e futuro governador de Pernambuco; e com o jornalista Caio Lima Cavalcanti. Piereck era grande admirador de Pessoa e segundo o Correio da Manhã, o encontro dos dois se deu com grande emoção. Na ocasião, Piereck teria contado a Pessoa que tivera um pesadelo com a morte dele (Diário Carioca, 29 de julho de 1930, penúltima colunaCorreio da Manhã, 29 de julho de 1930, penúltima coluna). O assassinato é considerado um dos estopins da Revolução de 30.

 

 

Segundo o jornalista Domingos Meirelles em seu livro Órfãos da revolução, ao preparar os equipamentos, Piereck notou que João Pessoa continuava tenso, olhos baixos, expressão congelada, com tristeza na face. Produziu um segundo retrato, segundo o pesquisador Edival Varandas, ao se dar conta que as luvas no bolso do paletó do presidente estavam desalinhadas e, subitamente, solicitando que não se movesse, ajeitou as luvas, pediu que esboçasse um leve sorriso e tirou o outro retrato, que viria a ser o último de Pessoa (O Dia (PR)21 de novembro de 1931, quarta coluna).

O assassino de João Pessoa, João Dantas, e o engenheiro Augusto Caldas, seu cunhado, foram presos na Casa de Detenção do Recife, onde foram encontrados mortos em 6 de outubro (Diário de Pernambuco, 7 de outubro de 1930, primeira coluna). O motivo oficial das morte foi suicídio mas, anos depois, a descoberta de registros fotográficos produzidos por Piereck contribuiu para desacreditar essa versão:

 “João Dantas e seu cunhado Augusto Caldas estavam detidos, desde a morte de João Pessoa, na penitenciária em Recife, quando, na tarde de 6 de outubro, foram encontrados mortos. A notícia oficial apontou suicídio, e assim foi divulgado na imprensa. Somente após a morte do fotógrafo Piereck foi que uma nova versão para a morte foi trazida ao público – tratava-se de outras fotografias desconhecidas e que estavam guardadas no cofre do fotógrafo. Conta-se que Piereck, sabendo do que ocorrera, fotografou o local, mas foi obrigado a tirar novas fotos em que, num novo cenário fotografado, esconderia os sinais de luta e de assassinato. Essa versão se encontra no livro do irmão de Augusto Caldas, que foi recentemente publicado pela ONG “Parahyba Verdade”” e editado pela Gráfica e Editora Imprell  (Trecho da dissertação de mestrado Sacrifício, heroísmo e imortalidade: a arquitetura da construção da imagem do Presidente João Pessoa, de Genes Duarte Ribeiro – página 100).

Essas fotografias foram publicadas no livro de Joaquim Inojosa Andrade, A República de Princesa (José Pereira x João Pessoa, -1930) e reproduzidas no site princesapb.com.

 

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1931 – Piereck era viciado em jogo e havia perdido seu patrimônio em corridas de cavalo, motivo de seu suicídio, em 19 de novembro. Ingeriu uma alta dose de oxianureto de mercúrio em sua residência, na avenida Rosa e Silva, 192. Desesperada, sua mulher, Herminia Tigre Piereck, também tentou se matar ingerindo ácido arsênico.  O casal tinha, na época, dois filhos, Edgard e Herminia “Baby” Piereck. O primogênito, Luiz, havia falecido em 1923 (Diário de Pernambuco, 20 de novembro de 1931, penúltima colunaJornal Pequeno, 20 de novembro de 1931, quinta coluna; Diário de Pernambuco, 20 de novembro de 1931, sexta coluna).

“A dolorosa ocorrência repercutiu tristemente em nosso meio, onde o sr. Louis Piereck se tornara um homem popular, pela sua bondade, pelos seus dotes morais. E o seu gesto,não foi só uma desagradável surpresa para os que apenas o conheciam mas também para os que pertenciam a sua família que, de momento, não podiam atinar onde essa causa tão forte, que levava o chefe a praticar o ato de desespero que lhe roubara a vida. Entretanto, ao que se sabe, o sr.Louis Piereck, antes de objetivar a sua macabra resolução, teria escrito uma longa carta a seu filho de nome Edgard Piereck expondo-lhe com pormenores as causas que o levaram a procurar a morte de uma maneira tão violenta”.

Jornal Pequeno, 20 de novembro de 1931

 

Era diretor do Jockey Club e as corridas foram suspensas no domingo seguinte a seu falecimento. Estiveram presentes a seu enterro o interventor federal e figuras da maior represetação da alta sociedade pernambucana (Jornal Pequeno, 21 de novembro de 1931, primeira coluna).

1932 – Foi publicado um anúncio convocando todos os credores da Photographia Piereck a fim de se entenderem com Edgard Piereck, filho de Louis (Diário de Pernambuco, 5 e fevereiro de 1932).

O estabelecimento foi a leilão judicial, em abril de 1932.

 

 

1949 – A esposa de Louis Piereck, Hermínia, morava na rua República do Peru, 124, no Rio de Janeiro, com a filha, Herminia Baby. Tropeçou em um cachorro, caiu, foi hospitalizada e acabou falecendo (Diário de Pernambuco, 17 de setembro de 1949, última coluna).

 

Andrea C. T. Wanderley

Editora e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica

 

(1) De acordo com Lúcia Gaspar, da Fundaj, “curiosamente, a rua da Imperatriz Tereza Cristina mudou de nome três vezes. Em 1895, foi denominada Dr. Rosa e Silva. Passou para Floriano Peixoto. Finalmente, por meio da Lei nº 1.336, de 13 de março de 1923, voltou ao nome tradicional. De maneira espontânea, a população reduziu a sua denominação para Rua da Imperatriz, como é conhecida até hoje”. Por isso, apesar de entre 1904 e 1931 a Photographia Piereck ter existido no mesmo lugar, o endereço variou: rua dr. Rosa e Silva, 54; rua Floriano Peixoto, 54; rua Floriano Peixoto, 198; e rua da Imperatriz, 198.

 

Agradeço muitíssimo à família de Louis Piereck, especialmente à sua neta, Eliane Piereck, por inúmeras informações e pela cessão de registros do acervo pessoal da família.

Agradeço à bisneta de Louis Piereck, Chris Piereck, que contribuiu com novas informações, incorporadas ao artigo, em 30 de janeiro de 2023.

 

Andrea C. T. Wanderley

Editora e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica

 

 

Fontes:

ANDRADE, Joaquim Inojosa. República da Princesa (José Pereira x João Pessoa – 1930). Rio de janeiro/Brasília: Civilização Brasileira/INL-MEC, 1980.

Blog do Juan Esteves

BEZERRA, Dinarte Varela. 1930, a Paraíba e o inconsciente político da revolução: a narrativa como ato socialmente simbólico. 2009. 227 f. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Regional; Cultura e Representações) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2009.

CALDAS, Joaquim Moreira. Porque João Dantas assassinou João Pessoa: o delito do “Glória” e a tragédia da penitenciária do Recife em 1930. João Pessoa: Gráfica e Editora Imprell, 2008.

CAMPOS, Eudes. O antigo Beco da Lapa e o Grande Hotel. Informativo Arquivo Histórico Municipal, 4 (24): maio/jul. 2009

Google Arts and Culture

Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional

KOSSOY, Boris. Dicionário histórico-fotográfico brasileiro: fotógrafos e ofício da fotografia no Brasil (1833-1910). São Paulo: Instituto Moreira Salles, 2002.

MEIRELLES, Domingos. Órfãos da revolução. Editora Record : Rio de Janeiro, 2006

RIBEIRO, Genes Duarte. Sacrifício, heroísmo e imortalidade: a arquitetura da construção da imagem do Presidente João Pessoa. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal da Paraíba, 2009.

Site CPDOC

Site Dezenovevinte.net

Site Enciclopédia Itaú Cultural

Site Imigração Histórica

Site Silvia Matos Ateliê de Criatividade

Site princesapb.com

Site Propagandas Históricas

TURAZZI, Maria Inez. Poses e trejeitos: a fotografia e as exposições na era do espetáculo: 1839/1889. Prefácio Pedro Karp Vasquez. Rio de Janeiro: Funarte. Rocco, 1995. 309 p., il. p&b. (Coleção Luz & Reflexão, 4). ISBN 85-85781-08-4.

VARANDAS, Edival Toscano. O último retrato do presidente João Pessoa.