Missa Campal de 17 de maio de 1888

Antonio Luiz Fereira. Missa campal celebrada em ação de graças pela Abolição da Escravatura no Brasil, 1888. São Cristóvão, Rio de Janeiro.

Antonio Luiz Ferreira. Missa campal celebrada em ação de graças pela Abolição da Escravatura no Brasil, 1888. São Cristóvão, Rio de Janeiro.

A pesquisadora e editora-assistente da Brasiliana Fotográfica, Andrea Wanderley*, identificou a presença de Machado de Assis  na fotografia da Missa Campal de Ação de Graças pela Abolição da Escravatura realizada no dia 17 de maio de 1888, no Campo de São Cristóvão, no Rio de Janeiro. O autor da foto foi Antonio Luiz Ferreira.

A identificação de Machado de Assis foi confirmada por Eduardo Assis Duarte, doutor em Teoria da Literatura e Literatura Comparada (USP) e professor da Faculdade de Letras da UFMG , que considerou a fotografia um documento histórico da maior importância. Segundo ele, Machado de Assis teve uma “atitude mais ou menos esquiva na hora da foto, em que praticamente só o rosto aparece, dando a impressão de que procurou se esconder, mas sem conseguir realizar sua intenção totalmente. Atitude esta plenamente coerente com o jeito encolhido e de caramujo que sempre adotou em público, uma vez que dependia do emprego público para viver e eram muitas as perseguições políticas aos que defendiam abertamente o fim da escravidão.”

Eduardo Assis Duarte, que organizou “Machado de Assis afrodescendente” (2007) e a coleção “Literatura e afrodescendência no Brasil: antologia crítica” (2011, 4 vol.), e é coordenador do Literafro – Portal da Literatura Afro-brasileira, justificou a proximidade de Machado da princesa Isabel. Segundo ele, “Machado foi abolicionista em toda a sua vida e, a seu modo, criticou a escravidão desde seus primeiros escritos. Nunca defendeu o regime servil nem os escravocratas. Além disso, era amigo próximo de José do Patrocínio, o grande líder da campanha abolicionista e, junto com ele, foi à missa campal do dia 17, de lá saindo para com ele almoçar… Como Patrocínio sempre esteve próximo da princesa em todos esses momentos decisivos, é plenamente factível que levasse consigo o amigo para o palanque onde estava a regente imperial. A propósito, podemos ler no volume 3 da biografia escrita por Raimundo Magalhães Júnior :

‘Na manhã de 17 de maio, foi promovida uma grande missa campal, comemorativa da Abolição, em homenagem à Princesa Isabel, que compareceu, e houve em seguida um almoço festivo no Internato do Colégio Pedro II. Terminada a missa, José do Patrocínio foi para sua casa, à rua do Riachuelo, com dois amigos que convidara para almoçar em sua companhia: um deles era Ferreira Viana, ministro da Justiça do Gabinete de João Alfredo. E o outro era Machado de Assis, a quem, aliás, o grande tribuno abolicionista oferecera a carta autógrafa que recebera, em 1884, em Paris, de Victor Hugo.’ (MAGALHÃES JÚNIOR, Vida e obra de Machado de Assis. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira / INL-MEC, 1981, vol. 3, Maturidade, p. 125).”

O biógrafo, continua Eduardo Assis Duarte, “não diz onde estava Machado durante a missa, mas pode-se concluir perfeitamente que ele compareceu e que estava junto a José do Patrocínio. Daí minha conclusão: se a imagem que aparece na foto não for de Machado, é de alguém muito parecido.”

Segundo Ubiratan Machado, jornalista, escritor, bibliófilo e autor do “Dicionário de Machado de Assis”, lançado pela Academia Brasileira de Letras, a identificação de Machado de Assis na foto foi uma dupla descoberta: “Não há dúvida que se trata do Machado, atrás de um senhor de barbas brancas e mil condecorações no peito. O fato do seu rosto estar um pouco escondido não atrapalha em nada a identificação. É o velho mestre, perto de completar 50 anos. Igualzinho aos dos retratos que conhecemos desta fase de sua vida.  A segunda revelação é a de Machado ter ido à missa de ação de graças, fato até hoje desconhecido pelos biógrafos. A foto tem ainda outra importância: mostrar que ele se preocupava com a libertação dos escravos, acabando de vez com a idiotice de alguns que afirmam ser ele indiferente ao destino da raça negra no Brasil. É a prova visual da alegria embriagadora que ele sentiu com a abolição, como narra em seu conhecido depoimento (Gazeta de Notícias, edição de 14 de maio de 1893).

Machado de Assis participou também, no dia 20 de maio de 1888, do préstito organizado pela Comissão de Imprensa para celebrar a Abolição. Na ocasião, ele desfilou no carro do fundador da Gazeta de Notícias, o Sr. Ferreira de Araújo (Gazeta de Notícias, edição de 21 e 22 de maio de 1888) .  Antes dessas festividades, Machado havia sido agraciado com a Imperial Ordem da Rosa, que premiava civis e militares que houvessem se destacado por serviços prestados ao Estado ou por fidelidade ao imperador.

 

MISSA 2

Detalhe da foto

A Brasiliana Fotográfica convida os leitores a participar do desafio de identificar outras personalidades presentes na foto da solenidade. Abaixo, destacamos na foto e em sua silhueta o grupo em torno da princesa Isabel (1) e do conde D’Eu (2). Machado de Assis é o número 5. Possivelmente o número 7 é José do Patrocínio, atrás de um estandarte e segurando a mão de seu filho, então com três anos. Quem serão os outros?

 

MISSA 2

missa_silhuetas_edit

Numeramos alguns dos presentes, mas a identificação de qualquer pessoa que esteja na fotografia é bem-vinda.

Um pouco da história da foto

A Missa Campal em São Cristóvão, no Rio de Janeiro, em 17 de maio de 1888, foi uma celebração de Ação de Graças pela libertação dos escravos no Brasil, decretada quatro dias antes, com a assinatura da Lei Áurea. A festividade contou com a presença da princesa Isabel, regente imperial do Brasil, e de seu marido, o conde D´Eu, príncipe consorte, que, na foto, está ao lado da princesa, além de autoridades e políticos. De acordo com os jornais da época, foi um “espetáculo imponente, majestoso e deslumbrante”, ocorrido em um “dia pardacento” que contrastava com a alegria da cidade.

Cerca de 30 mil pessoas estavam no Campo de São Cristóvão. Dentre elas, o fotógrafo Antonio Luiz Ferreira que há muito vinha documentando os eventos da campanha abolicionista brasileira desde suas votações e debates até as manifestações de rua e a aprovação da Lei Áurea. Não se conhece um evento de relevância nacional que tenha sido tão bem fotografado anteriormente no Brasil. No registro da missa campal é interessante observar a participação efetiva da multidão na foto, atraída pela presença da câmara fotográfica, o que proporciona um autêntico e abrangente retrato de grupo. Outra curiosidade é a cena de uma mãe passeando com seu filho atrás do palanque, talvez alheia à multidão, fazendo um contraponto de quietude à agitação da festa.

Antonio Luiz Ferreira presenteou a princesa Isabel com 13 fotos de acontecimentos em torno da Abolição.  Essas fotos fazem parte da Coleção Princesa Isabel que se encontra em Portugal, conservada por seus descendentes. Além desses registros, Ferreira tirou duas fotos das duas missas realizadas em ação de graças pela Abolição. Uma delas, a principal,  intitulada “Missa campal celebrada em ação de graças pela Abolição da escravatura no Brasil”, é a que está aqui destacada e faz parte da Coleção Dom João de Orleans e Bragança. A outra missa foi celebrada pela Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos. Outros três registros foram feitos por Ferreira no dia 22 de agosto de 1888 e documentaram o retorno do imperador Pedro II ao Brasil. Também foram ofertados à princesa Isabel.

Ao todo, Antonio Luiz Ferreira fotografou 18 cenas ligadas às celebrações de 1888 e com isso, apesar de ter tido uma carreira discreta, tornou-se um importante fotógrafo do século XIX. As imagens captadas por ele nessas datas tão marcantes da história do Brasil caracterizam-se pela expressividade dos rostos retratados, decorrência da relevância do fato e da fascinação causada pela câmara fotográfica.

Explore os detalhes da foto da Missa Campal

 

Contribuíram para esta pesquisa Elvia Bezerra (IMS) e Luciana Muniz (BN)

 

Andrea C. T. Wanderley

Editora-assistente e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica

68 pensamentos sobre “Missa Campal de 17 de maio de 1888

  • 18 de maio de 2015 em 13:38
    Permalink

    Esse primeiro em pé, que está fora do recorte menor, do lado da Princesa Isabel, não é o Floriano Peixoto?

    Responder
    • 19 de maio de 2015 em 18:46
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      Os registros mais populares de Floriano Peixoto não o mostram de óculos. E geralmente com o cabelo repartido na direção oposta.

      Responder
      • 19 de maio de 2015 em 18:47
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        Chamo a atenção que alguns personagens na foto usam faixas. Seria interessante descobrir porque.

        Responder
        • 18 de maio de 2016 em 23:29
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          São jornalistas, uma vez que em suas faixas está escrito “Imprensa”.

          Responder
          • 19 de maio de 2016 em 22:27
            Permalink

            como você identificou que está escrito imprensa?

          • 20 de maio de 2016 em 16:33
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            Prezada Elizabelle,a partir da utilização da ferramenta de zoom na fotografia, é possível ler a palavra “imprensa” em algumas faixas. Além disso, textos de jornais da época confirmam que foi formada uma Comissão Central da Imprensa Fluminense para promover festejos populares para celebrar a promulgação da Lei Áurea.

        • 19 de maio de 2016 em 14:28
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          Talvez você esteja falando dos jornalistas, eles estão com uma faixa escrito ‘imprensa’, esse sinal autorizava a presença deles ao lado dos representantes do império

          Responder
        • 21 de maio de 2016 em 15:23
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          Se você perceber bem, nas faixas está escrito a palavra “IMPRENSA”, de modo a atestar e autorizar a entrada dessas pessoas no evento e autorizá-las a ficar próximas à Família Imperial Brasileira e às outras autoridades.

          Responder
      • 20 de maio de 2015 em 04:38
        Permalink

        Caro Marcos, acho que você está se referindo ao nº 11, o que acho que se parece com o Floriano está atrás dele, em pé.

        Responder
    • 19 de maio de 2015 em 19:16
      Permalink

      Acredito que o número 2 seja o Conde D’Eu, marido da Princesa Isabel.

      Responder
      • 19 de maio de 2015 em 20:44
        Permalink

        A Brasiliana Fotográfica já havia identificado o conde d´Eu. Obrigada por seu contato.

        Responder
    • 27 de maio de 2015 em 21:07
      Permalink

      Impossível, a sociedade era aristocrática nessa época, se fosse o Floriano estaria ocupando um lugar de destaque na foto. Até hoje, em “plena” democracia, seria muito difícil.

      Responder
  • 18 de maio de 2015 em 13:49
    Permalink

    À frente de Machado de Assis, a figura lembra a do General Hermes Ernesto da Fonseca, pai do futuro Presidente Hermes da Fonseca.

    Responder
    • 18 de maio de 2015 em 18:44
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      Prezado Jorge, a Brasiliana Fotográfica agradece seu contato e sua indicação.

      Responder
  • 18 de maio de 2015 em 16:30
    Permalink

    Membros do gabinete de 10 de março de 1888 na foto:

    10- Tomás José Coelho de Almeida (Ministro da Guerra e senador)

    11- Conselheiro Rodrigo Augusto da Silva, autor e co-assinante da lei Áurea (Ministro dos Negócios da Agricultura, Comércio e Obras Públicas e Ministro das Relações Exteriores). Rodrigo foi grande amigo de Machado de Assis, que esteve junto de Rodrigo Silva no leito de morte em 1889. Machado de Assis também foi chefe de departamento durante a lei Áurea e presidiu as homenagens a Rodrigo Silva dentro do Ministerio da Agricultura em razão da lei Áurea.

    12- Conselheiro José Fernandes da Costa Pereira Júnior (Ministro dos Negócios do Império do Brasil)

    13- Conselheiro João Alfredo Correia de Oliveira (Presidente do Conselho de Ministros)

    Responder
    • 18 de maio de 2015 em 18:44
      Permalink

      Prezado Luiz Eduardo, a Brasiliana Fotográfica agradece seu contato e suas indicações.

      Responder
  • 18 de maio de 2015 em 20:30
    Permalink

    Prezados, uma excelente descoberta. A foto é a de nossa capa do Blog do Instituto D. Isabel I (IDII) e a do livro “D. Isabel I a Redentora: textos e documentos sobre a Imperatriz exilada do Brasil em seus 160 anos de nascimento” (Rio de Janeiro: IDII, 2006).

    Já a tive nas mãos, mas não pude identificar, uma vez que além de muito rápido, a imagem não estava ampliada.

    Vamos divulgar no Blog do IDII de imediato.

    Atenciosamente,

    Bruno da Silva Antunes de Cerqueira
    Gestor do IDII

    Responder
  • Pingback: Mais um Treze de Maio? | conversa de historiadoras

  • 19 de maio de 2015 em 02:18
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    é possível que o número 9 seja Joaquim Nabuco?

    Responder
  • 19 de maio de 2015 em 13:25
    Permalink

    Concordo com o Alan. Tenho a nítida impressão de que ele fez o movimento de quem quer, sim, aparecer na foto!

    Responder
  • Pingback: Quem é o barbudo na frente de Machado de Assis? - Ágora

  • 19 de maio de 2015 em 15:55
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    Eu nunca soube e nem havia visto essa foto.
    Obrigada por divulgar.

    Responder
  • 19 de maio de 2015 em 17:37
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    Não se trata de Machado de Assis. Ponto final! Assim mesmo, intransigentemente falando!

    Responder
  • Pingback: Pesquisadores identificam Machado de Assis em foto histórica sobre abolição « Blog da L&PM Editores

  • 19 de maio de 2015 em 19:35
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    Me parece totalmente improcedente e fantasioso dizer que Machado de Assis tentou se esconder da foto, ele está justamente fazendo o contrário, esticando a cabeça por trás do homem das medalhas, obviamente sem projetar o corpo todo para fora de sua posição. Se cada um quisesse aparecer de corpo inteiro, a Princesa e o Conde ficariam cobertos, e a presença deles certamente impunha boa dose de cerimônia a qualquer movimentação.

    Responder
  • 19 de maio de 2015 em 19:43
    Permalink

    Olá! Por gentileza, saberiam dizer se a foto foi registrada em Ambrótipo?

    Responder
  • 19 de maio de 2015 em 21:22
    Permalink

    Prezadas Elvira Bezerra e Luciana Muniz,

    Aproveitando para me colocar à disposição em eventuais identificações.

    Quanto à info da imagem: o IHGB tem a foto! Não se pode esquecer disso.

    Se D. Thereza de Orleans-e-Bragança (Senhora Ernesto Martorell) tinha a foto em sua coleção, é uma das (cópias) da que foi produzida, mas não esqueçamos que o acervo IHGB a tem. Foi de lá que usamos para nosso Instituto (IDII).

    As duas senhoras que estão próximas da Redentora são “Dona Amandinha Dória” (nascida Maria Amanda Lustosa da Cunha Paranaguá), Baronesa de Loreto, e “Dona Mariquinha Tosta” (nascida Maria José Velho de Avellar), Baronesa de Muritiba. Elas eram como irmãs de D. Isabel. Oficialmente, eram suas damas de honra — se dizia “Dama de Honor” no XIX. A outra senhora, do lado delas, não consegui identificar.

    Para corrigir urgente: não me consta que haja “Sociedade dos Homens de Cor da Irmandade de São Benedito” mas somente a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos, em que houve missa, uma semana depois do 13 de maio, com a presença de D. Isabel e dos grandes líderes. Lá, naquela igreja, funcionava o quartel-general do abolicionismo.

    Aliás, o estandarte da Irmandade do Rosário e de outras confrarias também se vê na foto. Seria bom identificar todos.

    O Prof. Eduardo Silva (Fund. Casa de Ruy Barbosa) pode ajudar muito.

    Saudações neoabolicionistas,

    Bruno da S. A. de Cerqueira
    Gestor
    http://www.idisabel.wordpress.com

    Responder
    • 20 de maio de 2015 em 18:08
      Permalink

      Prezado Bruno, a Brasiliana agradece sua indicação. A correção foi feita.

      Responder
  • 20 de maio de 2015 em 01:14
    Permalink

    era Marechal Deodoro, eu estava lá o Traidor que mas tarde iria da o golpe da procramação da republica

    Responder
  • 20 de maio de 2015 em 02:33
    Permalink

    Prezado Adilson, Tivemos um aumento significativo de acessos nas últimas horas e isso está causando a lentidão ou indisponibilidade. Estamos trabalhando para resolver essa questão. Obrigado pelo contato.

    Responder
  • 20 de maio de 2015 em 14:29
    Permalink

    O nº 6 parece o Almirante Barroso

    Responder
  • 20 de maio de 2015 em 14:37
    Permalink

    Penso assim também!

    Responder
  • 20 de maio de 2015 em 16:11
    Permalink

    O meninozinho que aparece bem na frente, do lado direito de uma cadeira, não será Lima Barreto?

    Responder
  • 20 de maio de 2015 em 18:03
    Permalink

    Parabens pela iniciativa, num pais que cuida tão pouco da sua historia.

    Responder
  • 20 de maio de 2015 em 20:22
    Permalink

    Parabéns pela iniciativa o Brasil merece ver por todos sua historia.

    Responder
  • 22 de maio de 2015 em 12:36
    Permalink

    Parabéns pelo projeto, essa iniciativa mantem viva a nossa história! Tento fazer isto com a história de minha cidade Natal RN e Municípios vizinhos, no face com o grupo Natal Antiga. Caso alguém esteja interessado em conhecer pode acessar: https://www.facebook.com/groups/211917032240315/

    Responder
  • 22 de maio de 2015 em 18:54
    Permalink

    Me chamou muito a atenção o primeiro senhor da foto (da esquerda para a direita). Certamente é um padre, pois está de batina. Mas um detalhe me chamou a atenção: ampliando a foto vê-se claramente que ele tem no pescoço uma cruz peitoral, que inclusive está segurando com a mão direita. A cruz peitoral é uma insígnia própria dos bispos (em alguns casos era concedido o uso da cruz peitoral aos abades e cônegos). Ao que me consta, o primeiro bispo negro foi Dom Silvério Gomes Pimenta, que foi ordenado bispo somente 1890. Quem será então ele? Um padre com o privilégio do uso da cruz ? Embora que sua batina não me parece ser nem de cônego e nem de abade… Ou seria então um bispo estrangeiro (africano)?
    Certamente a pesquisa vale a pena…

    Responder
    • 22 de maio de 2015 em 22:01
      Permalink

      Prezado Leonardo, nos jornais da época foi noticiado que o celebrante a missa foi o reverendo padre Cassiano Coriolano Colonna, capelão-mor do Exército, acompanhado pelos Reverendo padre Loreto, pelo padre-mestre Escobar de Araujo, vigário de São Cristóvão e pelo padre-capitão Telemaco de Souza Velho. A Brasiliana agradece seu contato.

      Responder
  • 24 de maio de 2015 em 17:55
    Permalink

    Estou fascinado com a qualidade do acervo fotográfico, é algo indescritível a riqueza de detalhes. ” Viajo ” nessas imagens. Gostaria de saber de existem fotografias da minha capital João Pessoa e/ou personagens da época.

    Responder
    • 25 de maio de 2015 em 13:00
      Permalink

      Prezado Toribio, no momento a Brasiliana Fotográfica não disponibilizou fotos de João Pessoa, mas várias capitais de estados do Brasil serão contempladas em breve. A Brasiliana Fotográfica agradece seu contato.

      Responder
  • 26 de maio de 2015 em 00:32
    Permalink

    Visando contribuir para elucidação quanto aos presentes na Missa Campal constantes da foto, acreditamos que o de número “8” é o Dr. Benjamin Franklin Ramiz Galvão, devido a grande ligação dele com a família Imperial, tendo sido preceptor dos filhos da Princesa Isabel e também Diretor da Biblioteca Nacional, entre outros tantos legados de resgate da cultura e história do Brasil por ele organizados. Lembrando de outras fotos dele jovem achamos semelhanças. Nossa admiração por ele advém de muitos anos, pois ele nasceu em nossa localidade, denominada hoje Ramiz Galvão, antigo Passo do Couto, pertencente ao Município de Rio Pardo (RS).
    Neste ensejo informamos que em nosso bairro há 45 anos realiza-se a Semana de Ramiz Galvão, que tem como um dos objetos resgatar e divulgar os feitos de nosso ilustre patrono.

    Responder
    • 31 de maio de 2015 em 22:56
      Permalink

      A Brasiliana Fotográfica agradece seu contato e está verificando a indicação.

      Responder
    • 1 de junho de 2015 em 19:39
      Permalink

      Sras Maria de Lourdes e Lourdes Helena, a Brasiliana Fotográfica agradece o contato.Realmente há uma semelhança mas não conseguimos ainda confirmar a presença do sr. Ramiz Galvão na fotografia.

      Responder
  • 27 de maio de 2015 em 00:06
    Permalink

    De fato, afinal como eles chegaram ali? Numa epóca onde os negros não ascendiam muito na sociedade.

    Responder
    • 27 de maio de 2015 em 21:02
      Permalink

      Entendo sua surpresa. Muitos poderiam alegar que eles só estão ali como figurantes, já que o evento ocorreu por causa deles mesmo.
      Porém, se isso fosse verdade, sem dúvida os negros seriam colocados num local mais central na foto.
      A verdade dos fatos está no que já foi estudado e imortalizado por Gilberto Freire na obra Casa Grande e Senzala, ou seja, no Brasil nunca existiu racismo biológico. Filhos de escravos cresciam e brincavam juntos com os filhos dos senhores. A ama de leite e outros criados negros também comiam na mesma mesa dos senhores.
      Agora pense: porque o seu conceito sobre o racismo no Brasil está tão distante da realidade histórica e dos fatos observados? Se você soubesse responder essa pergunta, o Brasil não estaria passando pelo que está passando…

      Responder
  • 27 de maio de 2015 em 20:57
    Permalink

    É que você precisa fazer um convite afirmativo.

    Responder
  • 27 de maio de 2015 em 21:01
    Permalink

    O número 9 tem traços de dom Pedro Augusto de Saxe-Coburgo, neto de dom Pedro II.

    Responder
  • 27 de maio de 2015 em 22:24
    Permalink

    Olá!!! Quando vi esta fotografia fiquei maravilhado ao perceber quantas figuras ilustres estavam neste grande acontecimento e como pareciam ser colegas na vida real. O individuo de numero 5 ao lado de Machado de Assis pode ser o jornalista João Ribeiro ou o escritor Inglês de Souza. Há uma fotografia do grupo de acadêmicos que fundaram a ABL onde estão Olavo Bilac, Machado de Assis, Artur Azevedo e tantos outros intelectuais e João Ribeiro é o primeiro sentado da esquerda para a direita. Inglês de Souza está atrás de João Ribeiro, em pé, tendo ao seu lado Artur Azevedo, irmão de Aloísio Azevedo, e Olavo Bilac. E nessa foto da missa o senhor que está de óculos logo acima do sujeito de numero 7 na fotografia parece ser Olavo Bilac. O link para ver essa foto dos acadêmicos que fundaram a ABL é esse http://pt.wikipedia.org/wiki/Machado_de_Assis.

    Espero que tenha contribuido para algo. Nossa historia e estes registros magníficos merecem ser preservados. Obrigado!!!

    Responder
  • 28 de maio de 2015 em 12:54
    Permalink

    Olá!! Sou eu de novo só mais uma coisa que esqueci de acrescentar: Na segunda foto deste site que mostra o palanque com a Princesa Isabel, um padre negro do lado direito e uma senhor alto do lado direito, este senhor alto do lado da lança mostrada na imagem pode parecer alto pela diferença de lugar em relação aos outros pois parece estar em um ou dois degraus de diferença em relação aos outros, mas mesmo assim sua estrutura física mostra que parece ser um senhor de estatura maior que o normal. Não seria este Lopes Trovão que na época chamava atenção pela sua altura que era 1,90m??

    Espero ter contribuído mais uma vez!!!

    Responder
    • 31 de maio de 2015 em 22:54
      Permalink

      Sr. Maxlon de Andrade, nossa pesquisa indica que nessa época Lopes Trovão estava fora do Brasil. A Brasiliana Fotográfica agradece o seu contato.

      Responder
  • 29 de maio de 2015 em 17:42
    Permalink

    Acima do número 7 não é o Olavo Bilac?

    Responder
  • Pingback: Finep apoia portal que resgata memória fotográfica brasileira | Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática

  • 1 de junho de 2015 em 20:51
    Permalink

    Johnny Depp atrás de José do Patrocínio!

    Responder
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  • 10 de junho de 2015 em 12:25
    Permalink

    Olá, sou Maxlon Félix de Andrade. O senhor acima do numero 7 seria Olavo Bilac? Bilac nasceu em 1865 e nesta foto supostamente teria 23 anos de idade. Mesmo com esse bigode tenho minhas duvidas se seria ele ou não. Obrigado!

    Responder
  • 17 de maio de 2016 em 23:50
    Permalink

    Os números 4, 8 e 9 são, provavelmente, representantes da imprensa e por isso utilizam as faixas.

    Responder
    • 18 de maio de 2016 em 19:08
      Permalink

      Prezada Isabella, o número 4 é possivelmente o Marechal Hermes Ernesto da Fonseca (1824-1891) – político e militar brasileiro, irmão do general Deodoro da Fonseca, primeiro presidente do Brasil, e pai do futuro presidente do Brasil, Hermes Rodrigues da Fonseca. O número 8 é um jornalista não identificado e o número 9 é possivelmente José Ferreira de Souza Araujo, conhecido como Ferreira Araujo(1848-1900) – um dos mais importantes jornalistas da época, foi diretor da Gazeta de Notícias e sob o pseudônimo Lulu Sênior escreveu as muito populares colunas Macaquinhos no Sótão, Balas de Estalo e Apanhados. Foi o vice-diretor da Comissão Central da Imprensa Fluminense, formada para organizar e programar os festejos em torno da Abolição. A Brasiliana Fotográfica agradece sua participação.

      Responder
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  • 14 de setembro de 2018 em 19:09
    Permalink

    O senhor de numero 4 parece o Dr. Adolfo Bezerra de Menezes, médico e politico muito conhecido na corte na época.

    Responder

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