Desafios e alternativas para a preservação digital

Continuando a comemoração pelo primeiro ano da Brasiliana Fotográfica, publicamos o primeiro artigo  da seção de Preservação Digital do portal, do pesquisador e professor Rubens Ribeiro Gonçalves da Silva.

 

Desafios e alternativas para a preservação digital

Rubens Ribeiro Gonçalves da Silva*

 

Marc Ferrez. Viaduto da estrada de ferro Paranaguá-Curitiba, c. 1884. Paraná / Acervo IMS

Marc Ferrez. Viaduto da estrada de ferro Paranaguá-Curitiba, c. 1884. Paraná / Acervo IMS

 

Pensar a preservação digital nas instâncias públicas implica em pensar e agir cooperativamente. Creio que não temos saída, ou permaneceremos presos apenas às vontades de realização, mas sem os produtos digitais (quero dizer aqui os produtos eficientes e eficazes) que almejamos. Esse deve ser o “novo” fundamento das ações de preservação de nossa memória visual e de nosso patrimônio documental no universo digital, quando a cada dia geramos mais e mais arquivos nato-digitais, e a cada dia geramos novas versões digitais das imagens fotográficas mantidas em nossas instituições, originalmente criadas nos mais diferentes processos técnicos já históricos, um monumento gigantesco à memória fotográfica nacional.

Se nossa atenção está voltada aos acervos fotográficos, sejam estes de viés arquivístico, museológico ou de caráter biblioteconômico-documental, devemos concentrar esforços em dois sentidos: primeiramente, interrompendo a cultura de “cada um inventa a sua própria roda”: temos que trabalhar em equipes multi-institucionais, para alcançar aprendizados e soluções comuns a todos (não são exatamente as instituições e suas “rodas” que interessam aqui, mas o público em geral a quem se destina a documentação); depois, criando as condições para que o resultado deste trabalho das instituições seja um ambiente digital seguro, tecnicamente e tecnologicamente adequado, não somente para acesso às imagens, mas principalmente visando à preservação das versões digitais de nosso patrimônio fotográfico. Procedimentos padrão para o acesso remoto e a preservação digital de nosso patrimônio fotográfico são possíveis. Já há alternativas para que isso seja realizado. A Brasiliana Fotográfica é uma destas iniciativas formidáveis de acesso multi-institucional, que promove, estimula, aperfeiçoa e possibilita o compartilhamento e a criação de resultados concretos do trabalho cooperativo interinstitucional. Vida longa à Brasiliana Fotográfica!

 

* Rubens Ribeiro Gonçalves da Silva é doutor em Ciência da Informação, pesquisador e professor titular do Instituto de Ciência da Informação, da Universidade Federal da Bahia.

7 pensamentos sobre “Desafios e alternativas para a preservação digital

  • 29 de abril de 2016 em 08:53
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    Ótimo texto. Precisamos cooperar e compartilhar, ou seja, trabalhar em equipe.
    Parabéns ao prof. Rubens Silva.

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    • 14 de maio de 2016 em 17:42
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      Olá, Joseane. Só hoje, dia 14 de maio, vi seu comentário, pelo que agradeço. Com relação à preservação digital, precisamos aprender a andar de monociclos. Uma roda basta para quem sabe andar… Mas para isso precisamos equilíbrio, concentração, atenção, equipe, instituições e vontade de aprender, até poder realizar, com eficácia e eficiência, a missão de preservar e dar acesso remoto universal ao patrimônio público digital. Nos últimos 11 anos, nosso grupo de pesquisa, o CRIDI, em , vem desenvolvendo um ambiente semelhante ao que a Brasiliana Fotográfica pensou e realizou, ao qual demos o nome de Legatum, em . O Legatum vem sendo desenvolvido (o que temos ainda é uma versão beta, de desenvolvimento e de testes) para o universo documental do patrimônio audiovisual público. Em breve, talvez para junho, será lançado nosso novo site, mais flexível e contemporâneo tecnologicamente do que o atual. Vou guardar seu endereço de email para lhe avisar.
      Um abraço.

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    • 14 de maio de 2016 em 17:49
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      Obrigado, Raquel. Conheça também o trabalho de pesquisa de nosso Grupo de Estudos sobre Cultura, Representação e Informação Digitais, em http://www.cridi.ufba.br. Da mesma forma que farei com Joseane, no comentário anterior, vou guardar seu endereço de email para lhe avisar quando lançarmos nosso novo site, talvez para junho. Um abraço.

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  • Pingback: Brasiliana Fotográfica: as imagens que são documentos - Memórias, acervos e outras coleções

  • 17 de maio de 2017 em 04:28
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    Gostaria de saber onde posso encontrar mais detalhes sobre a exposição de Antônio Parreiras 1888- Em 27 de janeiro, uma nova exposição na Casa Insley Pacheco, na Rua do Ouvidor, é inaugurada com 22 estudos de paisagem. Duas foram adquiridas pela própria princesa Isabel: “Ocaso no Arraial” e “Aldeia do Pontal” ( O Paiz, 29 de janeiro de 1888, sob o título “Noticiário”).

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